domingo, 28 de agosto de 2011

O Sonho, portal da Consciência

Nós todos sonhamos desde o nascimento até a morte, quer lembremos ou não, e entramos todo dia num mundo desconhecido. A gente passa em média 1/3 da vida dormindo, sem exceção. Os outros 2/3, pensa que está acordado e lúcido. Pensa.
O interessante é que no fim do dia a gente "apaga", vai para um lugar desconhecido, misterioso e imprevisível, não conhece as regras de lá, não leva os nossos bens, só lembranças, e ganha uma identidade parecida com a que tem durante o dia, mas só assiste as coisas, as mais mirabolantes ou não, sem interferir. Deveria se assustar, mas não se assusta porque por mais que não seja bom, sabe que pela manhã volta à chamada “realidade”. Pouca gente se questiona ou dá algum valor ao sonho. Na tradição cristã, no máximo ouvimos falar dos sonhos proféticos de José do Egito no Velho Testamento, que ajudaram a sua amizade com o faraó e a proteção aos demais judeus. Mas só nos fechados círculos do Cristianismo Esotérico pelo mundo o assunto foi trabalhado como uma prática de busca interior.
A Ciência Ocidental, por sua vez fica só procurando “em que lugar do cérebro eles são gerados ou estimulados” e quais são os estímulos, como se isso funcionasse assim, e resolvesse a questão. Não interessa o "o que", só o "onde" e " o como".
 Já a tradição oriental e o xamanismo dizem que podemos mudar essa ignorância e apatia pelo sonho  e, pasmem vocês, aprender a ficar “conscientes no sonho”, agindo como na vida acordada, e aproveitar esse 1/3 para a busca interior e evolução, ou seja aprender a ter “sonhos lúcidos” e trabalhar e aprender 24 X 7, sem se cansar. E ao contrário, ainda ganhar energia. Lamas e yogues iluminaram-se por esse processo, dentro de suas linhagens. O Budismo afirma que “você só está realmente desperto se estiver desperto no sonho e no sono”. Só então está preparado para enfrentar o bardo da morte (intervalo entre duas encarnações), e escapulir da próxima.
Como a tradição xamânica era oral, pouco se falava disso no mundo ocidental há 50 anos atrás, pois mesmo os ramos do xamanismo mentalmente sofisticados como o Budismo ou menos sofisticados como os Toltecas, siberianos, africanos e americanos, mantinham um forte segredo. Hoje, como dissemos em ”Quase Morri, Voltei, entendi”, tudo mudou pela influência crescente do Kali Yuga, e a internet fervilha de informação. Curiosamente esse acúmulo só quantitativo de informação de má qualidade continua escondendo o ouro como nos tempos da tradição oral. É assim.
O Budismo, que espalhou seus mestres pelo mundo graças à perseguição da China, e estabeleceu bases no ocidente, mudou suas antigas estratégias de segredo e os mestres passaram a fazer seminários, eventos, e editar livros e técnicas sobre como trabalhar os bardos (intervalos) como a vida, o sonho, o sono, a meditação e o pós-morte. 

Da mesma forma a tradição oral Tolteca só veio a publicar livros com Carlos Castaneda, nagual da linha dos novos videntes, em 1968 e sob protestos de muitos dos videntes da linha antiga, obcecados mais por manter o poder do que pela a “liberdade total”.
Mais recente também o xamanismo, em geral ajudado por acadêmicos recém convertidos, vem abrindo suas portas através de livros e eventos. É o caso de Olga Kharitidi, simpática, discreta e jovem bruxa, médica e escritora russa, e de outros acadêmicos como Michael Harner, Hank Wesselman e outros em todo o mundo.
No Brasil fui a uns 3 ou 4 anos atrás, a uma defesa de tese de doutorado do Osvaldo, um amigo da Patrícia, antropólogo na USP - Universidade de São Paulo, sobre o sonho na cultura indígena. A gente sequer imagina o que é esse mundo. Os índios quando se referem a um índio considerado "não bom" dizem: "ele nem sonha".
Como diferenças entre tradições podemos assinalar que a tradição e prática do Budismo tornou o sonho acessível e didático no mundo todo, mas a prática Tolteca antiga, por exemplo, continua de difícil acesso no México. Castaneda afirmou que como um “nagual de 3 pontas”  diferente dos demais, veio com a missão de quebrar a linhagem e permitir que grupos se formem e recomecem na linha dos “novos videntes” pelo mundo. Tomara.
Já como semelhanças entre essas duas tradições, elas além de considerarem o sonho como um portal importante para o Despertar, afirmam a necessidade de 3 coisas: uma linhagem, um mestre, e um discípulo autênticos. Além disso salientam como essencial um mesmo fato: a necessidade imprescindível de “uma forte intenção” (Budismo), ou de um “intento inflexível”
do discípulo(Tolteca). Estamos falando  da mesma coisa. Sem o exercício dessa Vontade sob a forma de intenção nada acontece.
Aliás a idéia de trabalhar 24 horas por dia vem como uma luva de encontro às preocupações de muitos velhos praticantes que acham que estão ficando sem a mesma energia de outrora e “o tempo está acabando”. Pois bem, não tem mais desculpa
(rsrs): quem cultivar a Consciência no Agora pode usar tanto a vida, como a meditação, o sonho, e o sono para buscar o Despertar mesmo em casa, sem enfrentar o trânsito, antes que chegue o bardo após a morte. Vixe.
Muita gente reclama que Castaneda, apesar de prático, contundente e assertivo, não é claro e didático sobre as práticas. É verdade, mas o caminho tolteca sempre foi um caminho de ação e pouca conversa. Coisa de índio. Já o Budismo nessa diáspora pelo mundo está usando mais a palavra escrita e os recursos modernos da mídia, internet, eventos, etc..
Quando li a obra central de Castaneda e discípulos (15 livros até agora) tive dificuldade, racional que sou, de superar a aparente confusão da cronologia do seu aprendizado, que é uma resultante clara do treinamento simultâneo que Don Juan deu a ele nas "duas atenções": a primeira, normal, no domínio da nossa realidade, o tonal, e a segunda, numa consciência intensificada, no domínio do nagual, misterioso e atemporal.
Então fiz um trabalho de louco, batizado de Leitura Transversal: escaneei os 15 livros (umas 3.800 páginas) e com um software de reconhecimento de texto (OCR) digitalizei toda a obra. Então escolho um tema, por exemplo, A Morte, e busco no Word as citações sobre o assunto, copio, colo, e tenho a visão completa, tudo sobre aquele assunto específico na obra, inclusive a cronologia dos livros e página. É uma leitura não de cada livro, mas de cada tema ou conceito dentro da obra toda, através das citações nos diversos livros.
Fica assim, por exemplo nesta citação abaixo, de Don Juan sobre  o assunto “O Sonhar”:
“Sonhar é um termo que sempre me incomodou muito, porque enfraquece um ato muito poderoso. Faz com que pareça arbitrário; dá uma sensação de ser uma fantasia, e isso é a única coisa que não é. Tentei mudar o termo eu mesmo, mas ele está muito arraigado. Talvez algum dia você mesmo possa mudá-lo, apesar de que, como em tudo na feitiçaria, temo que quando você realmente puder fazê-lo não se importará mais com isso porque não fará mais nenhuma diferença como chamá-lo."
Dom Juan explicara amplamente, durante todo o tempo que eu o conheci, que sonhar era uma arte, descoberta pelos feiticeiros do México antigo, por meio da qual os sonhos comuns eram transformados em entradas legítimas para outros mundos de percepção. Sustentava, de todas as maneiras que podia, o advento de algo que ele chamava de “atenção do sonhar”, que era a capacidade de dar um tipo de atenção especial, ou de colocar um tipo especial de consciência nos elementos de um sonho comum.
Seguira meticulosamente todas as suas recomendações e tinha conseguido comandar minha consciência para permanecer fixada nos elementos de um sonho. A idéia que Dom Juan propunha era não começar deliberadamente a ter um sonho desejado, mas de fixar a atenção nos elementos componentes de qualquer sonho que se apresentasse”.
“O Lado Ativo do Infinito”, pág. 220”

Isso é a Leitura Transversal. Como disse um amigo na época, “isso que você fez é trabalho de presidiário”. Mas é isso mesmo que somos. Como diz o budismo, "Se você está no corpo de um burro, aprecie o capim"...
Vou fazer duas promessas sobre O Sonhar a vocês. Uma do Budismo e outra da Tradição Tolteca via Castaneda:
•    Publicar em breve assuntos de Leitura Transversal, começando com o sonho, para quem quiser ler sobre os conceitos toltecas trazidos por Castaneda.
•    Dar uma visão resumida do trabalho budista sobre o sonho e o sono como portal de entrada para o Despertar da Consciência.
Aguardem, amici...


domingo, 21 de agosto de 2011

Desconstrução

Antes que alguém pense que mudei de sexo, informo que inauguramos hoje, com uma mulher, a ‘publicação de textos de colaboradores no blog’. Só tem uma condição: ser coisa boa (o texto), porque o nosso leitor é muito exigente (rsrs). Foi a Patrícia, amiga do peito e de armas, que me falou do indiano e jesuíta Anthony Mello. Antes de falecer em 1987 ele era diretor do Sadhana Institute of Pastoral Counseling em Poona, India. E eu, que tenho pensado muito no resgate do Cristianismo, como um caminho interior esotérico autêntico que é de fato, valioso, rico de verdades, e tão esquecido graças ao efeito desolador da ‘Lei de Sete’ sobre o Cristianismo Primitivo, pensei "É isso aí. É a vez da Patricia dar o recado”. Não se influencie, no texto do jesuita, pela linguagem “não moderna”, e termos às vezes devocionais do Cristianismo. É assim em todas as tradições autênticas: Santidade, Graça,  Iluminação, Consciência ou Despertar, é tudo a mesma coisa; “Filho do Homem” não é Jesus, que vai vir de algum lugar de fora nos resgatar a todos numa boa. Isso não vai acontecer. Pelo menos não ao pé da letra. É uma linguagem simbólica. "Filho do Homem" é o filho de você, Humano (a), um Ser Novo que poderá nascer de dentro de você, se você se aplicar e ficar presente no Agora. Esse é o significado. Cada tradição tem a roupagem e a linguagem diferente da cultura e do seu tempo. O que importa é a essência. É colocar a Consciência no Agora. Agora!
Com a palavra a Patrícia:

Buscadores de plantão....Procuro Achadores.
Quando aterrisei neste planeta já cheguei inquieta e quando me coloquei em marcha, a palavra “buscador (a)” tinha um sabor incrível...Que aventura! Encontrei pares com quem compartilhei as diferentes trilhas, linguagens e inquietações parecidas, tive trocas profundas, encontrei grupos, guias, seres extraordinários,  participei de vivências, praticas espirituais fortíssimas, com companheiros, sozinha, cavernas, danças, com comida, sem comida  sempre  em marcha, em  busca da verdade....igual cão farejador...pratiquei, fui disciplinada, às vezes mais, às vezes menos...
De repente, a vida me obrigou a puxar o freio, de forma brusca, provocando ate uma batida e um galo na cabeça! (rsrs). Tive que parar e me perguntar: E ai? O que achei? Onde estou  indo mesmo? O que realmente procuro? Cadê todos os iluminados após tanta busca e esforços?  Não tenho duvidas que  encontrei indicadores excelentes, verdadeiros naguais, e  que segui as instruções de navegação ...mas uma luz vermelha começou a piscar....e não para! Há um tempo a palavra desconstrução vem acendendo na minha tela frontal. É hora de desaprender, desconstruir, largar, soltar, e “VER” o que achei...Achamos. Muita coisa, sim....mas.. pressinto que  é muito mais simples, e no fundo não queremos pagar o preço de “VER”...melhor continuar buscando! E continuar confortavelmente dormindo.
Há semanas converso com outro “buscador”(o blogueiro de plantão deste pedaço)  com quem encontro ressonância nas minhas mais recentes perguntas...a troca tem sido rica....Obrigada Preto. E sendo assim resolvi passar para meu amigo mais um dos meus achados... Carrego-o há anos na bolsa. Encontrei-o numa dessas crises, de: “cadê algum representante da minha religião de infância?”...”será que não tem ninguém ai que fale minha lingua”? Eis que pulou na minha frente um jesuíta. Sim um jesuíta! Anthony de Mello. Livrinho pequeno, Way to Love (infelizmente não foi traduzido) que carrego para ler e receber as porradas necessárias...é tão simples sua linguagem que dói. Segue aqui uma tradução que fiz e compartilho, pois acredito que ele tem algo a nos dizer...uns vão dizer, ‘Ah, já conheço isso’...mas então, será que em algum momento, de 'verdade verdadeiríssima', teve acesso à Consciência da qual ele fala? Se gostarem...traduzirei outros pedaços....um abraço

Esteja Pronto
“Portanto você deve também estar pronto; pois O Filho do Homem virá na hora que você menos espera”. Mateus 24:44.   
Mais cedo ou mais tarde surge no coração de cada ser humano o desejo pelo sagrado, pela espiritualidade, Deus, chame como quiser.  Ouvimos místicos falarem sobre a Divindade ao nosso redor e que está ao nosso alcance, que faria nossas vidas terem significados, serem belas e ricas, se apenas pudéssemos descobri-la. As pessoas têm uma vaga idéia do que é isto. Lêem livros, consultam gurus, em uma tentativa de encontrar o que devem fazer para alcançar esta coisa chamada de Sagrado ou Espiritualidade.
Arranjam todo tipo de métodos, técnicas, exercícios espirituais, formulas; e depois de anos de esforços sem frutos, ficam desencorajados e confusos e se perguntam o que deu errado. A maioria se culpa e pensa: ‘Ah se eu tivesse praticado essas técnicas de forma mais disciplinada, se eu tivesse sido mais generoso, talvez tivesse conseguido’. Mas conseguido o que?  Eles não têm uma idéia clara do que exatamente é esse Sagrado que tanto buscam, mas certamente sabem que suas vidas continuam confusas, ainda estão ansiosos e inseguros, cheios de medo, amargurados, sem perdoar, ambiciosos, pessoas manipulativas e controladoras...
Então mais uma vez se lançam com vigor renovado, no esforço e no trabalho que eles acreditam ser necessário para alcançar sua meta. Nunca pararam para considerar este  simples fato:  seus esforços não os levarão a lugar nenhum. Seus esforços só piorarão as coisas, tal como as coisas pioram quando você usa o fogo para apagar fogo. O esforço não leva ao crescimento; O esforço seja lá qual forma ele tenha, seja força de vontade ou habito, ou uma técnica, ou um exercício espiritual, não leva a mudança. Na melhor das hipóteses leva à repressão e a encobrir a raiz da doença.
O esforço pode mudar o comportamento, mas não muda a pessoa. Veja só que tipo de mentalidade você demonstra quando pergunta, “o que preciso fazer para alcançar o Sagrado?”. Isto não é o mesmo que perguntar,’ quanto dinheiro devo gastar para comprar algo?’ Que tipo de sacrifício devo fazer? Que disciplina devo ter? Que meditação devo praticar para alcançar isso? Pense em um homem que quer conquistar o amor de uma mulher e tenta melhorar sua aparência física modelando o corpo ou mudando seu comportamento e praticando técnicas para encantá-la.
Você só ganha o amor dos outros por ser um certo tipo de pessoa, não pela prática de técnicas. E isso nunca se alcança através do esforço. É a mesma coisa com a espiritualidade e o sagrado. Não é o que você faz que traz isso a você. Isso não é uma commodity que podemos comprar, ou um premio que podemos ganhar. O que importa é o que você é, o que você se torna.
A Santidade não é uma realização , é uma Graça.  Uma graça chamada Consciência, uma graça chamada “Ver”, Observar, Compreender. Se você ao menos acendesse essa luz da Consciência, observasse a si mesmo e tudo ao seu redor durante o dia, se você se visse refletido no espelho da Consciência, da mesma forma que você vê seu rosto refletido num espelho, isto é, com precisão e clareza, exatamente como é, sem a mais mínima distorção ou acréscimo, e se você observasse esse reflexo sem nenhum julgamento ou condenação, você experimentaria todo tipo de mudanças maravilhosas acontecendo em você. Só que você não estaria no controle dessas mudanças ou seria capaz de planejá-las com antecedência, ou decidiria como e quando elas devem ocorrer. É esta Consciência sem julgamento, sozinha, que cura e faz mudanças e nos faz crescer. Mas no seu jeito e no seu tempo.
Do que você deveria ter especificamente consciência? De suas reações e de  seus relacionamentos. Cada vez que você está na presença de uma pessoa, qualquer pessoa, ou na natureza ou em uma situação particular, você tem todo tipo de reações positivas e negativas. Contemple todas essas reações, observe o que elas realmente são e de onde elas vem, sem fazer sermões ou culpar-se ou mesmo ter qualquer desejo, e muito menos esforço para mudá-las. É somente isso que precisamos para que o Sagrado possa emergir.
Mas a Consciência em si não é um esforço? Não, se você já tiver experimentado A Consciência  pelo menos uma vez. Porque assim você compreenderá que a Consciência é um deleite, é o  deleite de uma criança se movendo maravilhada para descobrir o mundo.  Porque mesmo quando a Consciência desvela coisas desagradáveis sobre você, sempre traz liberação e alegria. Então você saberá que uma vida sem Consciência não vale a pena ser vivida porque é cheia de escuridão e dor.
Se no começo há uma preguiça em praticar Consciência, não se force. Isto seria mais uma vez um esforço. Conscientize-se apenas da sua preguiça ou auto condenação. Você então compreenderá que a consciência envolve tanto esforço quanto o esforço que um amante faz para ir de encontro a sua amada, ou um homem faminto faz quando come sua comida, ou o alpinista faz para chegar ao topo de sua montanha amada, tanta energia empregada, até mesmo tantos obstáculos, ou dificuldades, mas não é esforço, é divertido!  Em outras palavras, Consciência é uma atividade sem esforço.
Consciência lhe trará a Santidade que você tanto deseja? Sim e não. O fato é que você nunca saberá. Pois a verdadeira Santidade, do tipo que não se alcança através de técnicas e esforços e repressões, a Santidade verdadeira é completamente sem consciência de si mesma. Você não teria a menor consciência da existência dela em você. Além do que, você não se importará, pois até mesmo a ambição de ser santo terá desaparecido na medida em que você vive de momento a momento uma vida feita de plenitude, alegria e transparência através da Consciência. Basta você ser atento e desperto. Pois nesse estado seus olhos verão o Salvador. Nada mais, absolutamente nada mais, nem segurança, nem amor, nem pertencer a, nem beleza, nem poder, nem  santidade. Nada mais importará!

domingo, 14 de agosto de 2011

Impasse?

Conforme a gente disse na postagem A Impermanência, "a vida não é outra coisa senão administrar mudanças, escolhas, alternativas. No Universo há apenas uma lei que não muda: É a lei que diz tudo muda, nada é permanente. Daí a nossa preocupação com o futuro, com o que está por vir."
Então, todo o tempo temos que tomar decisões, quer a gente goste ou não, quer sejamos librianos ou arianos...
Temos ajudado algumas pessoas nesta tarefa, principalmente quando são buscadores e se deparam com dilemas e decisões ligadas ao choque aparente entre a Vida e o Caminho. Digo ‘aparente’ porque é só aparente mesmo. A vida comum, como ela se apresenta para nós, é o Caminho que escolhemos. Deve ser o Caminho. Tem que ser o Caminho...

Esses dias fui procurado por um simpático casal de jovens leitores do blog, de uma pequena cidade em algum lugar do Brasil, que estão enfrentando um impasse: jovens,  empresários, buscadores sérios e dedicados, negócio em ascensão e absorvente, bebê novo, pressão da vida, gostam do negócio e da busca interior, mas as duas atividades estão aparentemente ficando incompatíveis... o que fazer? Pé no freio ou no acelerador? Em qual das duas?  
Ganhar dinheiro ou evoluir? Parece um impasse...
A dificuldade é clássica. Muita gente se defronta com ela, e tem dificuldade em resolver o problema, mas isso deve ser encarado como um presente, uma graça. Aliás Gurdjieff dizia que “quando tudo vai bem, é porque tudo vai mal”. Quando tudo está sem desafios  na vida, a gente não faz nada no Caminho Interior.
Vejo pessoas (só no cinema e TV, viu?) que sempre sonharam como seria bom se aposentar com um bom rendimento para se dedicarem com calma ao Espírito. Conseguiram. Mas só a primeira parte, não a segunda. Sabe como é, né? “Tem muita coisa que atrapalha: família, preocupações, o futuro, o custo de vida, o trânsito, a violência, a saúde, os compromissos familiares, a novela, o encanador, os netinhos, ah os netinhos, uma gracinha, mas tãão absorventes...
Então, voltando ao dilema do jovem casal: antes de pensar em parar a busca ou o negócio, ou diminuir o ritmo, ou terceirizar, ou vender o empreendimento e ir para Pasárgada, ou Katmandu, ou Paris, a gente tem que acertar a coisas dentro da gente. A nossa atitude é que não está correta. Se você mudar de atividade ou de lugar, não adianta nada porque o seu ego vai junto carregando a tralha toda. O Invisível, que administra o seu destino e o conhece muito bem, vai esperá-lo na curva, lá em Paris, mesmo.
Tenho assistido na TV um programa chamado ‘O Encantador de Cães’. É muito bom. Todos os donos de cães procuram o profissional porque acham que ‘o cão tem um problema’. E o guru canino, um mestre mesmo, começa corrigindo o dono do cão, que é invariavelmente o culpado. Ele é o problema (rsrs).
A nossa relação com o mundo é a mesma. O mundo não tem problemas, apesar de parecer caótico, incompreensível e frequentemente injusto. A “inteligência’ do mundo é um software esperto que se resume somente em ter respostas programados sob medida para as ações do ego de cada um, para nos estimular a resolver, e então quando isso acontece, subimos mais um degrau no aprendizado da nossa evolução individual. E nós achamos que é uma rixa pessoal do mundo contra nós... O mundo não dá a mínima para você individualmente. Só faz o trabalho dele.
O cão, como o mundo, não quer brigar conosco, pelo contrário ele quer que a gente assuma o controle. De nós e dele. E fica enviando sinais todo o tempo para nós.
Então vamos lá:

 
•    Primeiro ponto:
 Assumir 100% da responsabilidade. Eu tenho que mudar a minha atitude com o mundo e as pessoas. Se algum fato ou pessoa entrou no círculo da minha percepção, fui eu quem criou a coisa, ou permitiu, seja ela o que for. Então nem o mundo nem ninguém tem culpa nenhuma, não tenho o que, nem de quem, reclamar, não há injustiça, tenho que encarar numa boa e administrar. A coisa é comigo mesmo, e é dirigida para mim, sob medida.
    Na postagem Ho’ oponopono o Dr. Lew Len diz que ‘a total responsabilidade por nossa vida implica em tudo o que está na nossa vida, pelo simples fato de estar em nossa vida e ser, por esta razão, de nossa responsabilidade. Num sentido literal, o mundo todo é nossa criação!’.  O problema, se apareceu, tem a ver comigo e foi só por isso que apareceu “justo para mim”, e está aí, parado, olhando para mim, para ser resolvido. Não é um acidente ou uma fatalidade, ou injustiça, ou o que for que eu pense, para me justificar ou tentar escapar... tenho que arregaçar as mangas e assumir.
•    Segundo Ponto:
Não existe ”eu” e o “problema”, ou “eu” e “o outro”, ou então “dentro de mim” e “fora de mim”. Isso é um produto da mente dual que separa as coisas. Essa coisa de ‘eu não tenho nada a ver com isso aí’ não existe. Se a coisa apareceu no meu raio de percepção, tem a ver comigo mesmo. Então não devo recusar nada. Só encarar e tentar resolver. Com aplicação e o melhor dos espíritos. O problema sou eu, não está fora de mim a ponto de poder ser recusado, e aquilo que se apresenta foi feito sob medida por uma inteligência que sabe de que eu preciso, e isso é um presente para mim neste momento. Tem muito pouca coisa puramente acidental nessa vida.
•    Terceiro Ponto:
Definir uma estratégia e tática inteligentes, possíveis e compatíveis dentro do quadro que se apresenta. É preciso isso para administrar o aparente conflito de tempo e energia disponíveis para fazer o trabalho corriqueiro e o Trabalho Interior. Isso significa aplicar o mental na questão, no que o mental tem de melhor, que é o raciocínio lógico, e conjugar isso com o conhecimento intuitivo adquirido no Trabalho Interior. Significa conhecer o negócio, a operação, o mercado, os clientes, fornecedores, recursos, pontos fortes e fracos, concorrência, ameaças e oportunidades, planejar o futuro detalhadamente, revisar uma, duas, cem vezes, ou seja, fazer a sua parte com dedicação e atenção nos detalhes, e depois...relaxar. Esfrie a cabeça e mude de canal, vá ao cinema, viajar, namorar... você já fez a sua parte. Agora aguarde, enquanto toca a operação dentro dos parâmetros mais adequados que descobriu. Sem se deixar arranhar pelo apego ao que é imprevisível e imponderável. Não há garantias de que vai dar certo, mas você foi impecável. É isso que importa.
Nada de pré-ocupação, só se ocupe, como disse uma vez o Dalai Lama no Brasil. E fique atento à sua intuição.
•    Quarto ponto:
Não separar o tempo da prática da calma ou meditação, e o tempo do trabalho comum na vida. Que tal a idéia de procurar fazer as duas atividades ao mesmo tempo? Ou seja, fazer uma prática de recolhimento enquanto executa a ação, estar presente na ação, no instante em que está no computador, telefone, ou discutindo com o fornecedor, cliente, subordinado, ou com o fiscal corrupto. É difícil? Talvez. Mas se não começarmos nunca iremos saber se é ou não. E aliás, parafraseando Rilke, só o que é difícil realmente interessa...o resto deixe para os outros.
•    Quinto ponto:
Colocar-se no Agora. Esse é crucial. É o requisito indispensável para se tentar fazer as duas práticas ao mesmo tempo, como dissemos no ponto anterior; O que significa isso?  Significa colocar você, seu corpo, a Consciência, na ação, no instante em que as coisas estão acontecendo. É buscar ficar em um lugar dentro de você em que ao mesmo tempo que sente o corpo, as sensações, pensamentos, emoções, ou seja, a ‘Lembrança de Si’ ancorada por um mental silencioso, ao mesmo tempo, ver e atuar na situação corriqueira que pede pela decisão, pela ação, objetivamente. Essa é a chamada Meditação na Ação. Você “faz enquanto medita”. Esse é o objetivo dessa prática milenar chamada Meditação ou Contemplação. É levar a Consciência com lucidez para a Vida no instante em que ela está acontecendo, o Agora: para a vida comum em todos os seus aspectos, trabalho, dinheiro, amigos, carreira, família, pais e filhos, sogro, sogra, doença, mudanças, enfim às 12 casas astrológicas que são o nosso mundo pessoal. Não é meditar na caverna ou na montanha, sozinho, e se transformar num doutor em meditação. A nossa vocação é a ação, sem a identificação, o apego com o ‘fazer’, ou com ‘o produto da ação’. O sonho também é nossa outra vocação (mas isso fica para outra vez...).
E tem um lembrete importante: o Agora não é a mesma coisa que o presente, que é a junção do passado com o futuro. O Agora não está no tempo. Você vai perceber isso na primeira vez que "cair" nele. Ele não tem Passado nem Futuro. Ele é eterno e você só pode tentar vivê-lo a cada instante em que abdicar do passado e do futuro. O Agora é a “porta estreita” que a gente tem que entrar, como dizem as escrituras sagradas de várias tradições. E o Budismo Zen, mais radical, diz que “você tem que atravessar uma porta onde não existe uma porta”. Vixe...
•    Sexto ponto: 

A todo instante em que você perceber que "dormiu” no processo de meditação na ação e só conseguiu ficar em um dos lados dele, você volta e recomeça. Como diz a música, você  “levanta, sacode a poeira e dá volta por cima”. Começa tudo de novo. Calmamente, sem culpa, sem pressa.
O que a gente poderia chamar de “sucesso” nessa Meditação na Ação, não é “quanto tempo, ou quantas vezes, eu consigo ficar na ação sem me identificar com ela, perdendo o fio da Consciência”, mas é “quantas vezes eu percebo que “dormi” e levanto de novo para continuar”. É um outro tipo de avaliação, que leva em conta a natureza falível do ser humano.
•    Sétimo ponto:
Abra mão. Acha difícil relaxar conforme o negócio está crescendo, porque não confia no trabalho dos outros? Verifique se a razão é que você tem ‘apego pelo fazer’ ou um orgulho perfeccionista velado, uma auto importância de achar que “ninguém faz certinho como você”. Seus colaboradores podem estar ansiosos para contribuir... Abra mão. Treine. Forme mão de obra. E delegue a autoridade conforme perceba que o pessoal está treinado. É mais fácil, cômodo e barato controlar do que fazer sozinho. Só exige outras habilidades. Mas a gente aprende fácil.
Mas não é só isso. Quando você age assim, contribui para fazer as pessoas à sua volta enfrentarem novos desafios e evoluírem. Os budistas chamam isso de um 'bom karma'. Somado a isso, a mania de fazer sozinho cria um 'gargalo' que não deixa o negócio crescer e dar novas oportunidades tanto para si como para os outros. Talvez o gargalo seja você (rsrs)
 
Ganhar dinheiro ou evoluir? Parece um impasse... Que tal Ganhar dinheiro e evoluir?
Pensando bem, acabei de descobrir que a “receita dos sete pontos” se aplica não só para esse caso, mas para outras decisões, relacionamentos (de qualquer tipo), problemas emocionais, julgamentos, projetos, qualquer coisa...Isso é que é um 'Agora produtivo', hein? Quem souber como ganhar royalties de direitos autorais com isso, me avise por favor, porque eu não faço a menor idéia de como fazer isso (rsrs)

domingo, 7 de agosto de 2011

Voce confia na Ciência?

 Faça como você preferir, mas a nossa postura em relação à ciência convencional que está aí, é: ‘usufruir, mas se precaver’.
Dizem que se colocarmos um sapo na água quente, ele tenta escapar, mas se formos esquentando gradualmente, ele fica quieto e morre ao final. Parece estranho, mas o ser humano também tem uma capacidade suicida de acomodação com as situações e fatos mais difíceis, estranhos e anômalos possíveis. Basta acontecerem continuamente, e a gente se acostuma, acha normal. É só observar como nesses tempos de reversão de valores, do Kali Yuga, ele encara displicentemente a corrupção desenfreada, a violência, as guerras, a fome, as doenças, a aviltação dos recursos do planeta. Enfim, se acostumou... Os alertas estão na nossa cara, mas quem se importa?
E como este autor que lhes fala é meio iconoclasta e irresponsável, não resiste a apontar alguns dos vilões. Eles porém não são a causa real dos problemas, já são efeitos. A causa real somos nós. É o nosso afastamento e alienação dos princípios imutáveis ancestrais da Consciência Universal, que deviam ancorar e orientar todo o resto.  Vamos cutucar pelo menos cinco grandes leões com vara curta: a Ciência convencional, o capitalismo, o estado, as religiões e o classismo. Um de cada vez, porque também ninguém é de ferro... (rsrs).
Afinal, como disse o Millôr,  ‘livre pensar, é só pensar’... Não paga imposto.
Primeiro ponto: ‘A Ciência convencional não é confiável porque muda de opinião todo o tempo”.
Assustou-se? Acho que exagerei. Então vamos lá: não é a Ciência, mas os Homens de Ciência é que não são confiáveis. Pelo simples fato de serem humanos. Está melhor? Você vê que somos iconoclastas mas conciliadores (rsrs).
Como diz o grande instituto Noetic Sciences, a ciência não é confiável porque ela funciona com uma “ordem do dia”, ou seja, ela se baseia na última descoberta feita hoje, para eventualmente mudar todo o seu edifício de conhecimento e afirmações. E não tem o menor constrangimento de fazer isso. O que era verdade ontem, já não vale mais. E como as descobertas ditas científicas estão correndo em progressão geométrica, você já conhece a trepidação. O que é, já era. Uma obsolescência infernal. Ás vezes não dá tempo de um conceito ou “descoberta” esfriar ao sair do forno, e já está obsoleto. E não se esqueça de que a Medicina convencional faz parte disso. Desgraçadamente. Uma medicina arrogante que com 200 anos de idade se arroga ao direito de torcer o nariz e rejeitar medicinas comprovadas, preventivas, simples e baratas de 3 mil anos, como a Taoista, Hindu, Budista e outras orientais, que não estão sujeitas a essas mudanças frenéticas porque são ancoradas em princípios imutáveis sobre a verdadeira natureza do homem e do Universo. Arrogância demais da conta, como diz o mineiro.
Você então pensa...’mas está certo, tem que ser assim mesmo, pior se não mudasse a partir das novas descobertas, não é mesmo?”.
Faz sentido em parte, mas ai temos um impasse conceitual: se a Ciência, como nos tempos antigos,  estivesse conectada às verdades universais imutáveis, como os conceitos da real natureza do Ser Humano e do Universo, a Unidade dos Cosmos, a Trindade de Forças, a Geometria Sagrada, a Lei de Três e a Lei de Sete, enfim ao Invisível que permeia e influencia tudo, a coisa seria diferente e sem reviravoltas. Aliás como faziam as civilizações Egípcia, Indiana, Maia, Mesopotâmica, e as pré-diluvianas das quais temos conceitos inabaláveis com o passar dos tempos. Até mesmo os seus monumentos, que nem hoje se poderiam construir, são uma prova disso, tão sólidos, consistentes e precisos eram os seus métodos e conhecimentos.
Assim fosse, o Pensamento das várias “ciências” ocidentais vigentes não seria atrelado ao ritmo frenético e natureza das descobertas como uma biruta de aeroporto, pois seria um pensamento estável,
condicionado à Consciência Universal que por sua vez estaria atrelada a si mesma e mais nada.
Os poucos conceitos consistentes que a chamada ciência ocidental tem, foram trazidos pelos gregos a partir do Egito, Mesopotâmia, Índia e outras culturas orientais.
Se a ciência estivesse ligada ao Mais Alto, nós teríamos naves não poluentes como os ‘vimanas’ da Índia Antiga, citadas na obra prima ‘Mahabharata’ e ‘Ramayana’, que segundo a tradição eram movidos pela “expansão do elemento mercúrio” mais uma “energia sutil” do ser humano (sic). Teríamos uma “luz fria” estável, local, sem centrais e linhas de transmissão e sem fontes de energia aparentes, e não poluentes, como a que usaram no interior das pirâmides em todo o planeta, já que a ciência oficial nunca descobriu resíduos de combustão no teto e dentro de nenhuma pirâmide até hoje. Se eles, que nós consideramos ‘inferiores’ ao homem moderno fizeram isso, porque nós não poderíamos? É claro que somos nós os ‘inferiores’ apesar da empáfia toda ... E ficaríamos horas desfiando exemplos.
Segundo ponto: ‘A ciência é submissa ao Estado em vez de seus próprios princípios. Então vejamos:
Um dos muitos exemplos corriqueiros, mas importante, é a legislação absurda do Estado brasileiro e de outros países, deturpando quimicamente o sal de cozinha pelo acréscimo de iodo. Isso porque, no caso do Brasil, no século passado, houve na população uma incidência de bócio, um inchaço da tireóide por falta de iodo. Então um médico de plantão com poder no Estado convenceu um presidente louco (o mesmo que proibiu biquíni nas praias) a aprovar uma lei para, de forma simplista, acrescentar por lei, obrigatoriamente, iodo ao sal de cozinha. Ninguém se preocupou em saber se no processo seriam eliminados centenas de sais raros existentes no sal marinho natural, e imprescindíveis ao metabolismo do ser humano, principalmente ao metabolismo do elemento cálcio, como foi desde o alvorecer da Humanidade. Hoje quem quiser, como eu, comprar sal de verdade para preservar a saúde, compra no câmbio negro, como se compra dólar e drogas. E não se enganem: todo o sal vendido no varejo é “iodado”, mesmo com as palavras “ sal marinho” ou “sal natural” ou “integral” ou “natural” estampadas cinicamente na embalagem. Nenhum presidente ou ministro da Saúde posterior à lei, contestou a burrice. Alguns poucos médicos contestaram e nunca foram ouvidos. E ninguém relacionou nessas décadas o incrível salto de deficiências de cálcio, osteoporose, problemas ósseos e hipertensão, com a malfadada decisão. E nós alegremente ingerimos o nosso sal de cada dia em volumes de 30 a 40% superiores à média mundial, sem questionar nada.
Terceiro ponto: ‘A ciência é submissa às religiões de plantão.
Essa é simples. É só estudar a Inquisição européia, que queimava na fogueira o cientista que dissesse que a terra era redonda e girava em torno do sol. Porque? Por poder e arrogância de uma Igreja desligada do Conhecimento, da Verdade. A gente até entende o medo do cientista da época. O próprio Nostradamus, médico, escritor, astrólogo e vidente, um ser humano raro que, mesmo perdendo a mulher na peste européia, se dedicou a salvar vidas com risco da sua própria vida, fez assim: foi um corajoso que deliberada, desapegada e espertamente vendeu uma imagem exterior de charlatão para poder fazer uma obra que pudesse burlar os insanos controles mortais da época e, ao mesmo tempo, se perpetuar para ser arduamente garimpada, redescoberta e finalmente desvendada por criptólogos sérios no futuro. Entre eles estão Daniel Ruzo, o maior conhecedor da vida do vidente e da sua família (não esses ‘Dan Brown’ da vida e outros escritores controversos e charlatães). Quantos cientistas modernos ignorariam voluntariamente os seus enormes egos e fariam a mesma coisa em nome do verdadeiro conhecimento? Os chineses, indianos, persas, árabes e egípcios da época tinham razão de achar os europeus atrasados. Eram mesmo. Nós ocidentais pagamos esse preço até hoje. Ainda bem que, aos poucos, estamos corrigindo o erro e nos voltando ao conhecimento oriental.
Ao separar a Igreja do Estado a nossa civilização deixou a Ciência nas mãos de um novo patrão, o Capitalismo.
Quarto ponto: A ciência é submissa ao sistema econômico vigente, o Capitalismo. Ou melhor, desculpem novamente, os homens de ciência são submissos. Duvida?
É só olhar a nossa publicação neste blog, ‘A doença é seu aliado, não inimigo’ e ver como a Medicina se deixou infiltrar pela entidade ‘empresa capitalista’ e permitiu que a produção de medicamentos, hospitais, planos de saúde, e equipamentos médicos no mundo fosse feita por empresas capitalistas, que precisam crescer voluptuosamente, multiplicar lucros, emitir ações, dar dividendos crescentes aos acionistas etc.,... e muito mais, sob a conivência de associações classistas de médicos, os mesmos que fizeram o solene Juramento a Hipócrates, que falava só em salvar vidas. Como eu disse, qual o interesse dessa estrutura em acabar com as doenças (e os seus próprios lucros)? O mesmo das empresas de antivírus de acabar com os hackers, ou dos partidos políticos de acabar com os corruptos. (sei não, acho que hoje estou meio crítico e agressivo...)
Mas tem mais sobre a submissão da Ciência aos princípios do sistema econômico: da mesma forma que o sistema capitalista estimula as empresas a uma competição desenfreada que estimula práticas não amistosas, desleais e até mesmo inconfessáveis como espionagem industrial e outras, a Ciência adotou esses princípios e há décadas a Medicina convencional ataca as Medicinas Alternativas em vez de estimulá-las, já que a saúde é o benefício desejado. Tem sido assim a guerra contra a Acupuntura, a Homeopatia e outras, que hoje são pressionadas pela mídia irresponsável e mercenária, que força o Estado e o govêrno através de um lobby fortíssimo a limitar, ou mesmo tentar destruir o escopo dessas atividades de cura. E será sempre assim contra as medicinas autênticas que ameaçarem esses “mercados”, que é o nome correto da Medicina convencional, "mercados", em vez de “atividade médica de cura”.
Quinto ponto: A Ciência é submissa ao classismo arrogante , uma erva daninha mundial que se deu muito bem no clima brasileiro. A mídia citada no ponto anterior está alinhada com as entidades de classe, um tipo de “ego de classe”, dualista, primo dos sindicatos que, como a mente dual, divide os profissionais entre “nós” e os “outros” com todo o peso do separatismo e dos interesses grupais. Na Medicina convencional é a entidade que combate “os outros” curadores, sejam eficazes ou não, independentemente da sua comprovada eficiência: os homeopatas, acupunturistas, xamãs, os terapeutas de Reiki, Do-In, Shiatsu, Ayurvédica, Cura Prânica, Fitoterapia, Sun Gazing, Macrobiótica e outras técnicas eficientes de cura por aí afora, milenarmente comprovadas...
É o mesmo classismo separatista que combateu no passado Louis Kervran um corajoso cientista francês ‘não convencional’, um tipo de alquimista moderno que provou em seu livro ‘Las Transmutaciones Biologicas y La Fisica Moderna
', que os fótons da luz solar induzem transmutações biológicas (mutação de um elemento químico em outro, sem fusão nuclear) em ambientes de baixa energia dentro de plantas, animais e no homem. A chamada Ciência convencional não só quase destruiu sua carreira, mas até hoje não  explorou esse filão misterioso, rico e generoso da verdadeira Alquimia Humana, animal e vegetal apresentada por ele, conforme dissemos em O Sol, Poder e Quietude. Uma pena. Eu ando experimentando e trabalhando nisso. Devagar, paciente e aplicado como abelha.
Você que gosta de estatísticas e dados quantitativos, então olha as estatísticas mundiais de crescimento da longevidade e pergunta: ‘Mas a Medicina convencional está aumentando o tempo de vida do ser humano, não é?” Eu respondo com outras perguntas: ‘Mas com que qualidade essa sobrevida? Com que dependência? A partir de remédios químicos, vitaminas, radioterapia, quimioterapia, transplantes? Com que ônus para a sociedade? Ou será que essa sobrevida é de fato o resultado de mais técnicas alternativas de saúde, anti stress, alimentação equilibrada, caminhadas, sol, yoga, relaxamento, etc feitas pelos de meia idade?’
Tenho lido frequentemente em livros ou vejo em documentários na mídia eletrônica em canais como Discovery e National Geographics, certas teorias da “ciência de ponta” com um misto de satisfação e espanto. Eles mostram a Ciência atual orgulhosamente arranhar e finalmente aceitar teorias e conceitos como Universos Paralelos, Realidades Multidimensionais, Viagens no Tempo, Teletransporte e outras, milenarmente conhecidos e utilizados por culturas xamânicas e civilizações até pré-diluvianas, e não sei se rio ou choro. Fica claro o caminho cíclico  dos altos e baixos da história do conhecimento humano, em vez da aceita e propalada teoria corrente do progresso linear, crescente e contínuo. E começo a compreender que para a Consciência Universal só existe o Agora, não o progresso. Não interessa que o Ser Humano evolua no tempo de forma crescente até virar um deus. Interessa que nesse viver encarnado, trabalhando feito um mouro na matéria densa, ele gere experiências para agregar a essa Consciência, que ao final é ele mesmo. E se ele fizer isso individualmente, consciente de Si Mesmo, ele já é Deus...
(Vocês viram que eu não sou só crítico e agressivo. Às vezes sou crédulo e entusiasmado)


Nota: Após a redação desta postagem, chegou às minhas mãos a informação de um site de um conhecido e respeitado médico nos EUA. É o http://www.totalhealthbreakthroughs.com/2009/02/heart-surgeon-admits-huge-mistake/
Corajoso e humilde, ele Dr. Lundell Dwight, MD, admite erros da Medicinana Cardíaca, sua especialidade, e faz um "mea culpa" pelas informações incorretas que o mundo todo divulga. Coisa raríssima. Quem não lê em inglês, por favor, me peça a tradução.