domingo, 25 de fevereiro de 2018

Meditação No Agora - Passo A Passo Sem Mistério


Não é uma meditação onde você precisa ficar imóvel, porque às vezes no momento que alguém fala meditação as pessoas ficam imóveis (rsrs). Você pode não sentar assim imóvel o tempo todo, mas é sempre do Presente que se trata.
Então, com a “meditação do momento presente” há algo um pouco diferente. É uma coisa incrível o presente. Geralmente menosprezada...
A coisa mais incrível - eu chamo de coisa, mas é claro que não é uma coisa - para a maior parte das pessoas no seu estado normal de consciência, e “normal” aqui significa talvez um pouco ou até mesmo muito insano, no estado normal de consciência o presente é geralmente menosprezado, habitualmente.
Inconscientemente, as pessoas foram condicionadas a menosprezar a coisa mais importante que já existiu, já que a sua vida inteira de fato consiste do Presente. E nunca houve nenhuma outra coisa. Tudo acontece no presente. Quando você lembra é no presente, e quando você pensa no futuro, que é claro, nunca chega como futuro, só pode chegar como o presente. Mas as pessoas vivem como se o presente fosse indesejado ou um obstáculo ou o desprezam. E algumas pessoas habitualmente vivem constantemente desgostando o “ser do momento presente”. É esse é o estado normal de consciência das pessoas, às vezes escondido por um sorriso...
Quando você se torna ciente do presente, e as vezes as pessoas entendem quando eu falo disso, é claro que todos vocês já sabem disso, mas tem pessoas que ainda não sabem, pois se conectam através das mídias que ainda não sabem.. E quando você percebe que isso é tudo que existe, sua vida inteira consiste do Agora e só pode se desenrolar no Agora... Que é agora (rsrs). Qualquer emoção que você sinta, qualquer coisa que pensa, qualquer experiência, é tudo inseparável do Agora.
Mas para algumas pessoas o Agora é abstrato, não é interessante o suficiente. Então, vamos ver o que isso significa, e vamos fazer um acordo nessa meditação e vamos chamar a meditação desta tarde “a jornada no Agora”.
Geralmente quando você fala com as pessoas sobre o Agora ele é normalmente associado com a primeira coisa que aparece, talvez seja o ambiente à sua volta e isso já é um grande passo no Agora. É o primeiro passo importante no Agora para ficar ciente de tudo o que esteja ao seu redor, independente de onde estiver e o que estiver acontecendo nesse espaço.
E você pode notar que quando você fica ciente das percepções dos seus sentidos, porque é o que faz com que você perceba o que for que acontece ao seu redor que envolve visão e audição e alguns outros sentidos ampliados, a gente entra no Agora. Nós nos tornamos mais cientes do nosso espaço, primeiro passo pra dentro do Agora.
E quando você faz isso e vamos fazer agora, e não vamos fazer como um pensamento. Não precisamos praticar o Agora, você só precisa ficar mais ciente do espaço ao seu redor. E não é uma ação. É ficar ciente do que tem nessa sala: as pessoas na sala, o homem falando na cadeira, as luzes, o arranjo bonito, esse é o espaço do Agora.
E então o que você faz é admitir “O que é”. E junto da admissão você vai um pouco mais à fundo, e você aprecia o que é, o que antes você provavelmente nem notou, e isso já uma coisa maravilhosa.
Existem algumas pessoas que ainda não estão prontas pra ir mais fundo que isso, e não tem problema. É o suficiente dar somente 2 passos até o Agora, vamos dizer 3. As pessoas gostam da ideia de passos.
Vamos chamar de primeiro passo você se tornar mais ciente do espaço ao seu redor. Passo 2, você compreende. E com a compreensão vem o senso da bondade, do jeito que as coisas manifestam a vida ao seu redor. Tem uma vida em tudo, até no meio da cidade. Você pode dizer, ah, eu prefiro a floresta ou a praia, ou as montanhas, mas até mesmo no meio da cidade tudo que acontece, todo o movimento no meio da cidade são manifestações da vida: como seres humanos andando por ai, como carros, e casas ou prédios. E tem também algo ali que é ok, uma compreensão da vida.
E então vem uma apreciação...
Você pode ver algo que antes não apreciava. O céu por exemplo. Quantas vezes você esta ciente do céu? E ele é lindo, até mesmo num dia nublado, as luzes sendo filtradas pelas nuvens. E você pode notar que quando você se torna mais ciente do que eu gosto de chamar de “superfície do Agora” que é a percepção dos seus sentidos, O mundo se revela pra você.
Aí já acontece uma mudança no consciente, porque você não esta “pensando” tanto.
Você não pode estar realmente ciente dos seus sentidos, apreciar o céu ou uma arvore ou uma flor, até as cenas na rua, e... estar “pensando” muito. Você tem que realmente estar lá como a presença. Então você simplesmente admite a totalidade dessa sala. E isso é lindo, e então o próximo passo, te leva mais a fundo. E então você pode se perguntar: o que mais tem no Agora fora as coisas que aparecem na minha percepção sensorial? Isso que é o Agora?
Não. Isso é o que aparece no Agora, mas não é ainda o Agora. Então pra se tornar ciente do presente, se tornar ciente do seu ambiente é importante, e é um grande passo.
E algumas pessoas estão tão fora de contato com o seu redor, que elas nunca estão onde elas estão. Elas estão no fluxo do seus pensamentos apenas com atenção o suficiente para não bater nas coisas, mas essa é toda a atenção que eles dão. Elas conseguem manobrar entre os moveis e pelas ruas e a maior parte da atenção tá no fluxo de pensamentos - grande parte por sinal, inútil, vocês podem notar - e muito desses pensamentos, são negativos também, criticas e reclamações, tendo problemas com isso ou aquilo, pensamento numa pessoa desagradável ontem, ou 10 anos atrás, e pensando “o que pode dar errado amanha”, ou esta noite... e isso constantemente, essa consciente esta sendo absorvida pelo pensamento.
As pessoas estão na teia do fluxo do pensamento. Ele te puxa amplificado pelas coisas digitais. Nós podemos falar sobre isso depois na pegada do pensamento compulsivo. Uma coisa atrás da outra chega na sua mente e você se identifica com tudo que aparece na sua cabeça, amplificado, como eu disse, pelos aparelhos digitais, que chamam a sua atenção com extrema importância... “outro e-mail chegando, oh, uma mensagem de texto, deve ser importante, alguém acabou de postar uma foto no Facebook, dai você abre e... é um prato, alguém esta jantando”, e é claro que você tem que responder. Legal, legal!
E isso absorve toda a sua atenção, constantemente. Já era ruim o suficiente antes dos smartphones, mas agora tá amplificado, mais coisas na sua cabeça, coisas e coisas e você acaba se afogando em coisas... Não fisicamente, algumas pessoas se afogam fisicamente, mas você se afoga em coisas mentais. Um pensamento após o outro. Uma mensagem atrás da outra, um post do Facebook atrás do outro, uma memoria desagradável atrás da outra, uma reclamação atrás da outra, o que outras pessoas fizeram, ou falharam em fazer, deviam ter feito, mas não fizeram, não tem fim pra essas coisas e você acaba perdendo o presente. Ainda, a sua atenção é constantemente absorvida por pensamentos compulsivos e inúteis. Imagine viver assim por 10, 20, 30, 40 anos, o que isso não faz com você...
Ter esse estado de consciência... Que tipo de pessoa esse estado de consciência produz? Ansioso, irritado, qualquer que seja o seu estado constantemente insatisfeito, precisando desesperadamente da próxima coisa que nunca é o suficiente. Então é isso que estamos absorvendo. Só queria mostrar uma pequena demonstração do estado chamado de “normal”.
Então, vamos voltar para o presente, e quando você se torna mais ciente da sua percepção sensorial.
O seu estado de alerta - e quando eu falo alerta, não deixe isso ser só uma coisa conceitual, alerta é algo que só você pode saber, e você só pode saber o que é estar alerta através da experiência - você não consegue entender o que é.
E eu acredito que todo mundo aqui já sabe e pode verificar nas suas próprias experiências a diferença entre ser absorvido, se identificar com a voz na sua cabeça que é o habito do pensamento compulsivo, e o “estado ciente de alerta” que só se parece com isso.
Ah, e por sinal, teve muita conversa sobre “mindfullness” (mente completa) aqui, e eu nunca uso essa palavra, exceto quando eu vou dizer que não uso, e explico o porquê de não usar: não tem nada de errado com a palavra eu só prefiro usar a palavra “Presença”, e a razão é que para mim, “mindfullness” se refere a “mente cheia”, e nós não queremos isso, então. Mas você pode perfeitamente usar essa palavra, é só uma preferência minha...
Na “Presença” você se torna mais ciente de si, precisa haver menos pensamento e mais Presença. Então, o pensamento diminui com aquele alerta ciente. E não deixe serem somente palavras que eu faço agora enquanto eu falo.
Você pode verificar em si mesmo que pode haver uma troca sutil entre estar envolvido no pensamento, para estar aqui com a sua atenção total. Então, tem pouco pensamento agora, porque você não pode estar 100% ciente e ao mesmo tempo pensando.
O próximo passo até o Agora é que a medida que você se torna mais ciente das sua percepção sensorial você pode também sentir, o simples mas lindo fato de que “você esta vivo”.
E como isso vem? Às vezes vem naturalmente à medida que o pensamento fica de lado e o alerta continua, e você sente que existe uma vida prevalecendo. No seu corpo inteiro. Sutil, em algum lugar, mas você pode sentir que em seus braços e suas pernas existe uma vida. E isso pode se tornar parte da sua experiência. Do Agora. Então agora você começa a ficar presente. O que podemos chamar Presente por dentro. E presente por fora. Então você pode sentir sua própria vida. Se você não consegue, se pergunte. Para essas poucas pessoas aqui, provavelmente pouca gente que não consegue sentir o campo de energia do corpo, o que eu chamo de corpo interno. Eu pergunto às vezes. Se você fechar seus olhos e colocar as suas mãos assim e se perguntar: Como você pode saber que são suas mãos, sem movê-las ou vê-las? Como sei que elas ainda estão ali? É uma pergunta engraçada... Como eu posso saber, sem tocar, mover ou ver as minhas mãos, como eu sei que elas ainda estão ali?
E nesse momento, você não consegue ter uma resposta conceitual, você só pode sentir. Você sabe por sentir uma vida dentro de suas mãos. E a sua atenção se moveu do “estar pensando” e desengatou do movimento do pensamento e o Agora está fluindo em suas mãos
E do mesmo jeito, se você consegue sentir as suas mãos você pode sentir seus pés pode sentir o corpo inteiro como um sutil campo de energia. E esse é um lugar ótimo para estar. E você começa a ficar mais centrado no Agora. E você esta presente. Por dentro e por fora
O corpo, eu chamo as vezes de uma âncora que o mantem presente, e isso ajuda, porque a mente egocêntrica, a mente inconsciente é muito esperta. E se você não praticar a presença, especialmente quando você começa, se você não tiver uma âncora para o presente, a mente vai rapidamente vir com um pensamento e esse pensamento pode ser qualquer coisa, mas vai vir dizendo ser de extrema importância, e vai dizer, “me siga, você precisa pensar sobre isso, isso requer a sua atenção imediatamente”... às 3 horas da manha, na cama...
E esse pensamento, é claro pode se proliferar em outros pensamentos, ansiosos e arrependimento. “E se aquilo for sobre a minha vida inteira? Eu tenho que... Eu tenho que dar um jeito na minha vida. Foi tudo, tudo... inútil, o que eu fiz com a minha vida”.
Mas o que é a minha vida? É uma construção mental que você chama de vida, quando na verdade você esta perdendo a vida no presente! Mas então você precisa saber que esse seu pensamento, que é muito sedutor e hipnótico, ele vai vir e pegar a sua atenção novamente se você não souber o que ele está fazendo. Mas se você sabe que é isso que ele esta fazendo, então você pode falar: ah...
Mas não só falar, mas estar ciente que tem um novo pensamento querendo entrar. E no momento que você fica ciente, você não precisa seguir mais o pensamento. Você pode simplesmente permitir que ele passe pela sua mente e então ele se foi novamente. E você pode dizer que “minha escolha é manter a minha atenção no meu corpo” e você nem precisa verbalizar, a escolha vem e você sabe.
E então, você não esta mais sofrendo de uma noite indesejável de sono. Você na verdade esta tendo uma ótima meditação e não pedindo que esse momento deva ser diferente do que ele é. E você sente a sua vida e o seu campo energético. Isso é a sua vida. A vida do presente.
E então talvez agora nós possamos ir um pouco mais fundo...  Percepções sensoriais... Aceitando e apreciando o sentir do campo de energia do corpo. Todas essas coisas emergem do presente, e... Tá faltando alguma coisa? O que é que forma a totalidade do presente é... A percepção, sentimentos. Pode haver pensamentos também.
Vindo e saindo. Você não precisa segui-los, mas eles ainda vêm e vão... Alguns pensamentos, e então há espaço entre os pensamentos. E isso é extremamente importante: descobrir que existe tal coisa em você, como um espaço entre um pensamento e outro. E então não tem uma linha de pensamento interrupta.
De repente, você se torna ciente desse espaço. E isso dá uma sensação extremamente boa e poderosa. E você sente, realmente... Você vem para você mesmo. Não o “você” que tem uma história, não o você que se identifica com seu histórico pessoal, mas algo que transcende esse histórico pessoal, algo que transcende também tudo o que se percebe com os sentidos sensoriais, o que é o estado mais profundo do Agora, e na verdade a essência do Agora...É isso! O que te possibilita estar ciente dos seus sentidos, ter um pensamento, sentir teu corpo. Então, tem algo a mais que não é uma coisa. E nos podemos chamar isso de “a sua Presença”.
Nós podemos chamar isso de um espaço de estar ciente, ou a consciência em si, e a coisa mais incrível na sua meditação é a descoberta de você mesmo. Não como uma pessoa com um histórico limitado, Isso também, ainda existe, essa dimensão, mas existe uma dimensão mais profunda em você, aonde o que quer que tenha acontecido à pessoa, boa ou ruim, transcendeu e se torna irrelevante.
Há um senso profundo de se você mesmo quando você pode perceber que aquilo que faz a sua percepção sensorial possível, qualquer pensamento possível, qualquer emoção possível é o fato de que existe uma luz de presença em você. Nessa luz de presença você percebe essa sala... Nessa luz de presença um pensamento vem e vai. Se muitos pensamentos vierem e você não tiver mais espaço entre eles, essa luz de presença se torna obscura... Ela ainda está ali, mas é como um dia totalmente nublado. Você não consegue mais ver o sol. O sol ainda esta entrando pelas nuvens, mas você não sabe. Tudo que você vê são as nuvens. E isso é o normal. O destino de milhões de humanos aqui na terra. Tudo que eles sabem são as coisas nas suas cabeças. Todo o seu senso de si mesmo vem das coisas nas suas cabeças. Destino terrível. Mas ninguém nos diz que é terrível. É normal.
Se você nascer dentro de um manicômio, então você não sabe que todos são loucos, porque todos são loucos. Então, isso é... Nós estamos indo além de quando emerge essa possibilidade de entrar em um estado diferente de consciência.
Não só como uma coisa isolada, com uma meditação.
Mas pra trazer essa - vamos recapitular agora - o estar ciente de que você esta ciente. Isso parece um pouco engraçado. Você consegue estar ciente, agora mesmo que, tudo o que você corre atrás ou pensa ou sente, só pode estar ali porque você esta ali como o espaço para eles. O espaço da consciência no qual ele surge.
Outra pergunta que eu poderia fazer
Para apontar a vocês essa realidade é perguntar... Como que é ser você? Sem ter que usar alguma memoria. Você AGORA. Não é lembrar-se do seu histórico. Porque isso é só uma história na cabeça. Mas, como é ser você? E não existe uma resposta conceitual, porque eu estou perguntando sobre uma verdadeira experiência ou realização agora mesmo, aqui, agora. Como você se sente?
Qual é a essência de quem você é? Você consegue sentir a sua própria presença? Agora, quando eu digo, sua própria, não está totalmente correto. Não é SUA, mas vamos colocar assim por um momento.
Você consegue sentir a presença real? O que é a essência de quem você é? E não tem uma forma, é apenas estar ciente, desse espaço, e isso é uma coisa incrível. Você conhecer você mesmo como um “espaço de consciência” que te liberta da crença de que o seu passado é quem você é, porque, o seu passado não é tão legal assim. Pelo menos o meu não é. Seria frustrante se eu pensasse no meu passado.
Quem eu sou transcende o meu histórico. Não é também o meu passado mostrando essas grandes coisas e realizações. Não. É entender a real insignificância do meu passado
Para algumas pessoas, um ponto funciona melhor do que o outro, por isso estou dando opções para que você possa se perguntar, ou eu posso perguntar a você “Você é capaz de estar ciente do fato de que você está ciente de que você esta consciente?”
Isso ainda parece entrar em conflito, porque eu estou usando a linguagem, mas é só por eu estar usando a linguagem. O que realmente acontece quando você esta ciente da sua consciente, não é
Aqui estou eu e aqui esta o “eu estou ciente da minha consciência”. Não é assim que funciona, você não pode estar ciente da consciência assim (dividido). Você só pode estar ciente da sua consciência como você mesmo, como o sujeito principal. Sua consciência nunca pode se tornar uma coisa, um objeto na consciência. Todo o resto é, sim, um objeto em consciência, mas você não pode estar ciente da consciência Como um objeto. Porque a consciência é você. A essência de você. E essa essência é a essência do presente.
Então quando nós vamos até o nível mais profundo do presente, quando você vai até o nível mais profundo do presente o que você acha que você descobre? Você mesmo. A essência de você.
ENTÃO A ESSÊNCIA DE VOCÊ, QUE É UM ESPAÇO, CONSCIENTE, É INSEPARÁVEL DA ESSÊNCIA DO PRESENTE.
Então quando você vai fundo no presente que é a dimensão vertical - a maior parte da vida vivemos numa dimensão horizontal, associada com as coisas na sua cabeça, passado e futuro... Eu preciso fazer tal coisa pra chegar a tal lugar... - e isso mantem você preso. Mas aqui, de repente, no Agora - A dimensão vertical é Agora – leva você mais para o fundo dentro do Agora, até o ponto de descoberta de que A ESSÊNCIA DO AGORA É ACIMA DE TUDO, QUEM VOCÊ É. E isso é uma incrível e libertadora realização, porque te liberta de uma falsa sensação de si mesmo!
Se você não entender a essência de quem você é, você passa a sua vida inteira numa falsa ilusão de si mesmo, a qual eu chamo de EGO. É uma ilusão falsa de si mesmo que é derivada da atividade mental mais as emoções
E porque você se identifica tanto com a mente, um completo senso de si mesmo, que é o ego, é derivado de certos hábitos e repetitivos padrões de pensamento mais os padrões também de emoção.
Esse pacote que se repete de pensamentos inconscientes e compulsivos, mais os padrões de reação emocional, esse pacote - as pessoas que não conhecem aquele nível profundo de quem elas são - isso é denominado de A Pessoa. O pacote de pensamentos habituais que te dizem a tua história e você conta pra outros também - Quer ouvir minha história? Você sofreu? Não? Escuta aqui a minha história... Seu sofrimento não é nada...
Como meu pai costumava dizer sobre dor: alguém dizia ter uma dor e ele dizia: Você tem uma dor? Eu tenho uma dor há anos e nem falo dela.
Você pode melhorar o seu senso de si mesmo, e mesmo assim, é sempre um falso senso de si mesmo. E você está preso nisso. No que  o Buda chamou de “O si mesmo ilusório”. O si mesmo que não tem uma realidade real. Então o Buda disse - E isso esta gravado nas escrituras antigas - a falta de realidade de si mesmo, essa entidade feita pela mente.
E claro os ensinamentos do Buda eram, eles apontavam - uma das essenciais nos ensinamentos budistas é o Vazio. O que isso te lembra? Estar ciente do espaço consciente. Presença, sem forma. Jesus disse a mesma coisa.
O reino dos céus não vem com placas para ser procurado. O que isso significa? Significa que você nunca pode dizer: Ah lá esta. E por que não? Porque você é ele. Nunca pode se tornar um objeto na sua consciência, porque é a consciência em si.
E as pessoas tem repetido as palavras de Jesus por 2 mil anos. E quem realmente as entendeu? Praticamente ninguém. Talvez 1 ou 2 budistas (risos).
Então esse é o segredo da vida. E é tão simples. É saber quem você é. Quem você é além do que aparece na superfície. E isso não significa que você não pode se lembrar do seu histórico. Claro que você pode se lembrar do seu passado pessoal. Isso é ok, porém você não se sente mais preso naquele exclusivo senso de MIM.
Um jeito tão frustrante de viver.
Com esse pequeno mim sempre se sente ameaçado pelas coisas e precisa se identificar com outras coisas e nunca se sente completo ou satisfeito. Sempre uma sensação de não ter o suficiente. Jeito terrível de viver. Então nós estamos transcendendo e essa é a mudança de consciência, e então quando você traz isso para o seu dia a dia, esse estar ciente dos espaços, e estar ciente de si mesmo, como um espaço consciente. Você também pode chamar de estado imóvel.
Até quando você fala você ainda pode sentir por baixo a presença. No plano de frente, você fala e escuta, mas no plano de fundo, esta ciente. Ciente de si. Em outras palavras, você sente a sua própria presença. Que não é sua, é apenas uma presença junto da presença universal.
Você pode notar que eu não uso a palavra Deus, porque no momento que você usa a palavra, deus se torna um conceito na sua mente. Então o Buda sabiamente também evitava. Quando eles perguntavam “Você nunca fala de Deus. Existe um Deus?” E é claro - esse é o final de nossa meditação - a resposta do Buda foi como reportada nas escrituras... Quando ele foi perguntado, existe um Deus?
Buda manteve um nobre silencio... Essa foi a resposta

Advinhem de quem é esse texto?