domingo, 25 de dezembro de 2011

Hy Brasil, o mistério...


O fato: Um incidente militar na Inglaterra nos anos 80 envolvendo uma aeronave não identificada. Ele nos remete a uma ilha lendária prédiluviana na costa da Irlanda, cujo nome tem a mesma raiz celta antiga que originou a palavra Brasil.
O local: Floresta Rendlesham, Condado de Suffolk, Inglaterra, 280 milhas a nordeste de Londres.
A história: Durante a Guerra Fria, mais de 2 mil oficiais americanos e homens alistados foram lotados em duas bases da RAF – Royal Air Force, nas margens norte e sul da floresta: RAF Bentwaters e RAF Woodbridge.
Pouco depois da meia-noite de 26 de dezembro de 1980, radares militares detectaram um objeto voador não identificado, e houve relatos de civis sobre estranhas luzes piscando no céu. Dentro de minutos, policiais militares, incluindo o sargento James Pennistone, e o aviador John Burroughs, foram enviados à floresta para investigar. 
John Burroughs e James Pennistone
 O que eles encontraram foi algo que a experiência militar deles nunca tinha visto antes: ”Com a luz se dissipando, eu comecei a ver a silhueta de uma nave triangular. Era totalmente preta, com exceção dos pontos de luzes azuis, laranja e amarelo passando por ela. Havia luzes azuis e algo como uma lança laranja por cima. Uma luz branca saía por baixo dela, e uma neblina alaranjada". Em seu relatório, o sargento Penniston descreveu estranhas dimensões da nave, com cerca de 2 metros de altura, com lados de 3 metros. Também observou marcas incomuns, símbolos semelhantes aos hieróglifos egípcios. “Eu estava esperando encontrar, eu não sei, USAF (Força Aérea dos EUA), ou algo assim, mas eram hieróglifos, pictogramas, e não faziam nenhum sentido, então eu passei a mão sobre o lado da nave, e era muito quente ao toque”.
Ao tocar a nave o militar com 26 anos de serviço afirmou ter recebido uma visão estranha e poderosa, “Era uma sequência de números zeros e uns, e simplesmente não fazia sentido. Tirei minhas mãos e... parou. E então, houve um flash de luz brilhante. e nesse momento, o que quer que fosse, subiu e partiu em direção ao litoral e não tivemos mais contato”.
Penniston e Burroughs receberam ordens do vice-comandante da base para tratar o suposto avistamento como se nunca tivesse acontecido. Ainda assim, após três décadas, James Penniston continua assombrado por sua estranha visão, tanto, que se sentiu compelido a manter uma anotação da mesma, um registro que manteve trancado por quase 30 anos: “É como se alguém estivesse segurando uma foto, desses zeros e uns e... eu podia vê-los em minha mente. Então eu os registrei. o que eles significam? Eu não sei.” 
Ilustração da Nave na Floresta Rendlesham
 Por quase 30 anos após seu encontro com a suposta aeronave não identificada, os aviadores militares já reformados Penniston James e John Burroughs raramente falam um com o outro sobre o incidente. No entanto, os dois homens permaneceram assombrados por sua experiência: “Eu quero saber o que era. Eu penso que há pessoas lá fora, e nosso governo tem que ter uma idéia melhor, e poderiam nos dizer o que se passou, o que aconteceu conosco, mas eu não sei como dizer ao certo o que era e de onde veio”. 
 “Há certos incidentes que aconteceram lá, que eu não me lembro... Ed disse que se lembra de mim puxando a arma, e depois todos nós apagamos. E eu não me lembro disso”.
Pouco depois de seu encontro relatado, James Penniston sentiu-se compelido a escrever a longa e complexa sequência numérica de zeros e uns, que alegou ter visto quando ele tocou o objeto, mas eram apenas números realmente aleatórios? Eu estava ficando com isso, não na memória, mas numa imagem mental desses códigos, um tipo de código binário. Então, eu tentei reprimir, mas tinha esse desejo de por para fora. Agora sabemos que a melhor maneira de se comunicar com uma civilização antiga é o código binário. Se nós sabemos isso, então, obviamente, alguém mais no universo vai saber também. E quando sabemos que os nossos antepassados, por conta própria ou com alguma ajuda de estranhos, sabiam isso, então percebemos que realmente o código binário é o melhor, se não o único meio, de comunicação alienígena.
Por três décadas, Penniston manteve a misteriosa seqüência numérica oculta entre as capas do caderno da Força Aérea. Lá ela permaneceu... sem ser examinada e indecifrável, “Eu estava morrendo de medo. Ficava sentado lá pensando: tudo bem, há algo errado com você, Jim. Você não está bem. você não está pensando direito, e este material é tão bizarro que você não pode dizer isso a ninguém. Eles vão retirar sua arma, eles vão te expulsar. Todas aquelas coisas eram perigosas. Isso é o que eu estava pensando naquele momento, que se contasse a alguém o que eu estava pensando, seria o meu fim”. Depois de finalmente deixar a Força Aérea e voltar para os Estados Unidos, Penniston notou que estava sendo assombrado por sonhos persistentes, tanto sobre sua experiência na floresta, como do significado da misteriosa mensagem numérica que recebeu: “O que eles significam? Eu não sei. eu nunca os tinha analisado ou coisa parecida. Quero dizer, estávamos lá fazendo nosso trabalho com uma situação que nunca tínhamos tratado antes”
Código binário anotado 1 de 5 págs.
 Em de outubro de 2010, Penniston então confiou suas seis páginas manuscritas de uns e zeros para um programador de computador. Ele esperava que a aparente série aleatória de números pudesse ser traduzida em algo semelhante a uma mensagem legível. Alguém poderia escrever de memória seis páginas de código binário? Bem, provavelmente não. Precisaria de alguma ajuda, ou teria de ser alguma espécie de sábio ou supercalculadora, “Eu comecei a transcrevê-lo em meu computador para ver o que eu poderia encontrar. Eu pensei, isso não vai servir para nada”. E então algo que parecia ser uma mensagem real de aliens surgiu, para sua surpresa. Depois de o técnico ligar os números em um computador, uma frase fragmentada surgiu, ela dizia: "Exploração da humanidade continua para avanço planetário". Outra parte da mensagem revelou o que pareciam ser coordenadas de navegação (latitude e longitude).
Quanto às coordenadas de navegação, incrivelmente, elas apontam para a localização geográfica de uma lendária e misteriosa ilha submersa, conhecida nas lendas celtas como “Hy Brasil”, que já foi dita ser o lar de uma civilização milhares de anos à frente de seu tempo. Ela também é ocasionalmente chamade de "A Outra Atlântida”. Acredita-se que Hy Brasil era uma terra misteriosa, e as pessoas que viviam ali tinham um alto grau de civilização. Eles usaram tecnologia de som e tecnologia de cura vibracional e eram muito éticos, pessoas altamente morais, e consideravam todos na Europa como bárbaros, na época, e não queriam se misturar com eles. Eles desfrutaram o isolamento e a solidão.
Mapa Pizigani - Ilhas S. Brandão, Mayda, Brasil, Daculi
A estranha mensagem binária do caderno de Penniston lista com precisão de GPS as coordenadas da lendária ilha Hy Brasil: 52º Norte 09’ 42,5” e 13º Oeste 13’ 12,7, no meio do Oceano Atlântico, perto da costa da Irlanda. Qual o significado disso?
Em dezembro de 2010 James Penniston encontrou-se com John Burroughs, e traçaram planos de retornarem à Floresta Rendlesham, no exato local onde eles afirmam ter encontrado a nave misteriosa décadas antes, “Nós estamos compelidos a voltar. Estar nessa área nos fará recordar tudo que aconteceu em dezembro de 1980. Eu não posso explicar isso, como eu não poderia explicá-lo pela primeira vez, mas eu acho que nós vamos ter uma compreensão melhor do que precisamos fazer a partir daí. Pode haver mais? Sim, pode haver mais, se Penniston e Burroughs retornarem à floresta inglesa, onde eles afirmam ter tido um “contato imediato”. O que eles irão encontrar lá? Mais pistas? Ainda mais mensagens? E o misterioso código binário encontrado no caderno de Penniston? A frase "Exploração da humanidade continua para o avanço planetário" e as estranhas coordenadas geográficas, que apontam para uma ilha perdida, realmente nos levam a que?
A ilha: você pergunta “Se a ilha Hy Brasil não existe hoje, como se afirma que essas coordenadas estão corretas e correspondem a ela?” A resposta nos remete às chamadas Ilhas Afortunadas registradas em vários mapas antigos medievais chamados Portulanos, entre os quais se inserem os famosos mapas do navegador turco Piri Reis que registravam inclusive os restos finais da Ilha de Poseidon, último reduto da mítica Atlântida registrada historicamente por Platão e Fídias no livro “Timeu” (nome do sábio egípcio).
As lendárias Ilhas Afortunadas ficaram também ligadas à lenda das viagens de São Brandão, o monge irlandês que as teria visitado e nelas teria encontrado o Jardim do Éden. Através desta lenda, as Ilhas Afortunadas ficaram associadas ao conjunto mais abrangente das ilhas míticas do Atlântico (Sete Cidades, Antília e ilha do Brasil entre outras).
Diz uma lenda popular que, após Helena de Tróia ter se casado com Aquiles, eles viveram nas Ilhas Afortunadas.
A ilha mitológica Hy Brasil foi representada em muitos mapas do Oceano Atlântico de 1325 a 1865. A presença da "ilha Brasil" em mapas medievais já deu a muitos a impressão de que a terra e o nome do Brasil eram conhecidos desde o século XIV. Na verdade, a ilha legendária nada teve a ver com as terras da América. Alguns especularam que sua presença nos mapas e no imaginário dos navegadores influenciou, pela coincidência, a fixação do nome de "Brasil" à terra inicialmente chamada pelos portugueses de "Vera Cruz", mas não há provas disso.
O mapa de Fra Mauro de 1459 indica uma ilha de nome "Brazil" com a inscrição em italiano: "Queste isole de Hibernia son dite fortunate", ou seja, classifica-a como afortunada.
Fernando Pessoa, o poeta sensitivo e misterioso, usa as “Ilhas Afortunadas” como título de um de seus poemas que roça o Invisível com a sutileza delicada e necessária:
   “Que voz vem no som das ondas
    Que não é a voz do mar?
    É a voz de alguém que nos fala,
    Mas que, se escutarmos, cala,
    Por ter havido escutar.

    E só se, meio dormindo,
    Sem saber de ouvir ouvimos
    Que ela nos diz a esperança
    A que, como uma criança
    Dormente, a dormir sorrimos.

    São ilhas afortunadas
    São terras sem ter lugar,
    Onde o Rei mora esperando.
    Mas, se vamos despertando
    Cala a voz, e há só o mar”.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Apego, como ele nos fisga, como se soltar...

O apego é o nosso estado "normal", e junto com a raiva, forma a dupla que se associa aos dois canais laterais à coluna, por onde passa o Prana (ou Qi, ou Energia Vital) quando respiramos. Já pensou? A pura energia sutil universal passa pelos canais associados ao apego e à raiva: um presente para a nossa evolução. Basta estar atento e consciente, limpando-os a cada respiração...
Já o terceiro canal, central, por onde o Prana, verde e luminoso, leva embora as energias negativas depositadas nos chakras  pelo nosso karma diário e as manda embora no alto da cabeça, é ligado à Ignorância. Então, Apego, Raiva e Ignorância formam o tripé do sofrimento, como mostra a figura tibetana dos 3 animais, o galo, a serpente e o porco. Os 3 canais são banhados pelo prana desde a nossa primeira até a última respiração.
Pema Chodron fala então do apego (o galo), chamado shenpa no budismo tibetano: como ele nos “fisga” como um anzol, e como se desvencilhar gradualmente dele na prática do nosso dia-a-dia. Vamos lá:
“Você está tentando tratar uma questão com seu colega de trabalho ou com sua companheira. Num momento, o rosto dela está aberto, ela está sorrindo. No momento seguinte, uma nuvem embaça seus olhos e seu queixo enrijece de tensão.
O que você está percebendo?
Alguém o critica. Criticam seu trabalho, sua aparência ou seu filho. Em momentos como esse, o que você sente? Há um gosto familiar na sua boca, há um cheiro familiar. Ao se dar conta disso, você sente que essa experiência vem acontecendo desde sempre.
A palavra tibetana para isso é shenpa. Geralmente é traduzida como "apego", mas uma tradução mais apropriada poderia ser "a fisgada". Quando a shenpa nos fisga é como se ficássemos "colados".  Poderíamos chamar de shenpa de essa sensação de "colamento". É uma experiência de todo instante. Mesmo um pontinho no seu casaco novo pode conduzir a ela. Num nível mais sutil sentimos um aperto, uma tensão, uma sensação de fechamento. Em seguida, vem uma vontade enorme de nos retirar dali, não queremos mais estar onde estamos. Essa é a qualidade da fisgada. Aquela sensação de aperto tem o poder de nos fisgar para a auto depreciação, culpa, raiva, ciúmes e outras emoções que levam a palavras e ações que acabam por nos envenenar.
Lembra daquele conto de fadas em que sapos pulavam da boca da Princesa cada vez que ela dizia coisas más? É como a sensação de ser fisgado. Contudo não paramos – não podemos parar – porque ainda estamos habituados a associar o que quer que estejamos fazendo ao alívio do nosso próprio desconforto. Essa é a síndrome da shenpa. A palavra "apego" não traduz completamente o que está acontecendo. É uma qualidade de experiência que não é fácil de descrever mas que todo mundo conhece bem. Geralmente a shenpa  é involuntária e vai direto à raiz do porque sofremos.
Alguém nos olha de certa maneira, ou ouvimos uma certa canção, sentimos um certo cheiro, entramos em certo aposento e pronto!. A sensação não tem nada a ver com o presente, e apesar disso ela está lá. Quando estivemos praticando para reconhecer a shenpa, descobrimos que alguns de nós podiam senti-la até mesmo quando uma determinada pessoa simplesmente sentava próximo de nós na mesa.
A shenpa floresce na insegurança motivada por  vivermos num mundo que está sempre mudando, impermanente. Experimentamos essa insegurança como um fundo de leve desconforto  e inquietação. Todos nós queremos alguma espécie de alívio para esse desconforto, então nos voltamos para o que nos dá prazer – comida, diversão, álcool, drogas, sexo, trabalho ou as compras. Com moderação o que nos dá prazer pode ser muito delicioso. Podemos apreciar seu sabor e sua presença em nossa vida. Mas quando lhe atribuímos poder com a idéia de que nos trará conforto, removerá nossa inquietude, aí somos fisgados.
Desse modo, também poderíamos chamar de shenpa  o "impulso" – o impulso de fumar um cigarro, de comer demais, de tomar outro drinque, de saciar nossa dependência qualquer que seja ela. Às vezes a shenpa é tão forte que sentimos vontade de morrer ao obter esse alivio de curto prazo dos sintomas. O momento atrás do impulso é tão forte que nós nunca nos livramos do padrão habitual de buscar o conforto no veneno.  Este não necessariamente tem que envolver uma substância; pode ser dizer coisas mesquinhas ou se aproximar de tudo com uma mente crítica. Essa é a maior fisgada. Alguma coisa aciona o gatilho de um velho padrão que preferiríamos não sentir, nos retesamos e engatamos em críticas e queixumes. Isso nos proporciona uma satisfação ofegante e uma sensação de controle que oferece alivio de curto prazo ao desconforto.
Aqueles de nós com dependências fortes sabem que trabalhar com padrões habituais começa com a disposição de reconhecer completamente nosso impulso e em seguida disposição de não atuar a partir dele. Esse não atuar é chamado abster-se. Tradicionalmente é  conhecido como renúncia. Não renunciamos ou nos abstemos da comida, do sexo, do trabalho ou de relacionamentos em si. Renunciamos e nos abstemos da shenpa. Quando falamos sobre abster-se da shenpa, não estamos falando de tentar jogá-la fora; estamos falando de tentar ver a shenpa claramente e experimentá-la. Se pudermos ver a shenpa exatamente quando começamos a nos fechar, quando sentirmos o aperto, existe a possibilidade de agarrar o impulso de fazer a coisa habitual e não fazê-la.
Sem a prática da meditação isso é quase impossível de fazer. Geralmente, não capturamos o aperto até que tenhamos saciado o impulso de coçar nosso comichão de alguma maneira habitual. E, a menos que equiparemos o abster-se com bondade amorosa e amizade para conosco, abster-se dá a impressão de vestir uma camisa de força. Lutamos contra ela. A palavra Tibetana para renúncia é shenlock, que significa "virar a shenpa de cabeça para baixo, sacudindo-a".
Quando sentirmos o aperto, de alguma forma temos que saber como abrir o espaço sem sermos fisgados para nosso padrão habitual.
Ao praticar com a shenpa, primeiro tentamos admiti-la. O melhor lugar para fazê-lo é na almofada de meditação. A prática da meditação sentada nos ensina como nos abrir e relaxar para o que quer que surja, sem escolher ou selecionar. Ela nos ensina a experimentar o desconforto, o aperto, a coceira da shenpa. Treinamos em sentar quietos com nosso desejo de coçar. É assim que aprendemos a interromper a reação em cadeia dos padrões habituais que de outra maneira governarão nossas vidas. É assim que enfraquecemos os padrões que nos mantêm fisgados no desconforto que nós confundimos com conforto. Nós rotulamos isso através do "pensar" e voltamos para o momento presente. Até mesmo na meditação experimentamos a shenpa.
Vamos supor, por exemplo que na meditação você se sentiu sereno e aberto. 
Os pensamentos vierem e se foram mas não o fisgaram. Eram como nuvens no céu que se dissolviam quando você os reconhecia. Você foi capaz de voltar ao momento sem uma sensação de luta. Em seguida você é fisgado naquela experiência tão agradável: "Eu fiz certo, consegui acertar. É como tinha que ser, é o modelo." Ser apanhado dessa maneira constrói arrogância e no reverso dela constrói pobreza, porque sua próxima sessão não será nada daquilo. Na verdade sua sessão "má" é muito pior agora porque você foi fisgado na "boa". Você sentou lá e foi discursivo: ficou obcecado por alguma coisa em casa, no trabalho. Você se preocupou e se atormentou; foi apanhado com medo ou raiva. No fim da sessão você se sentiu desanimado – foi "mau", e só há você para culpar.
Há alguma coisa inerentemente errada ou certa na experiência da meditação?
Somente a shenpa. A shenpa que sentimos para a "boa" meditação nos fisga no que ela "deve" ser e com isso somos conduzidos pela shenpa a como ela não "deve" ser. No entanto a meditação é apenas o que ela é. Somos apanhados não nela, mas em "nossa idéia dela": isso é a shenpa. Essa colada é a raiz da shenpa. Nós a chamamos “pegada do ego” ou auto-absorção. Quando somos fisgados na idéia da experiência má, a auto-absorção fica mais forte. É por isso que, como praticantes, somos ensinados a não nos julgar, para não sermos apanhados no bom ou mau.
O que realmente precisamos fazer é tratar as coisas como elas são. Aprender a admitir a shenpa nos ensina o significado de não estar apegado a esse mundo. Não estar apegado não tem nada a ver com esse mundo. Tem a ver com a shenpa – sermos fisgados pelo que associamos com conforto. Tudo o que estamos tentando fazer é não sentir nosso desconforto. Mas quando fazemos isso nunca chegamos à raiz da prática. A raiz é experimentar a coceira, assim como o impulso de coçar e então não atuar sobre ele.
Se estamos dispostos a praticar dessa  maneira todo o tempo, o prajna começa a aparecer. Prajna é a visão clara. É a nossa inteligência inata, nossa sabedoria. Com o prajna, começamos a ver claramente toda a reação em cadeia. À medida que praticarmos, a sabedoria se torna uma força mais poderosa que a shenpa.
Por si só, ela tem o poder de interromper a reação em cadeia.
O prajna não está envolvido com o ego. Sua sabedoria se baseia na bondade fundamental, na abertura, na equanimidade – que corta a auto-absorção. Com o prajna podemos ver o que o espaço vai nos mostrar. Ação habitual, que está baseada no ego é exatamente o oposto – a compulsão de preencher o espaço ao nosso estilo particular. Alguns de nós fechamos o espaço martelando nossos mesmos pontos; outros tentando suavizar as águas.
Fomos ensinados que tudo que surge é fresco, a essência da realização. Esta é a visão básica. Mas como ver  tudo que surge como a essência da realização quando a realidade é que temos um trabalho a fazer? A chave é olhar para dentro da shenpa. O trabalho que temos que fazer é descobrir se estamos tensos, fisgados ou "excitados". Essa é a essência da realização. Quanto mais cedo  captarmos isso, mais fácil será trabalhar com a shenpa, mas até mesmo captar isso quando já estivermos excitados é bom. Às vezes temos que percorrer todo ciclo até que vejamos o que estamos fazendo. O impulso é tão forte, a fisgada tão profunda, o padrão habitual tão colado que tem vezes que não podemos fazer nada sobre isso.
Entretanto, há alguma coisa que podemos fazer na realidade. Podemos sentar na almofada de meditação e repassar a história. Talvez comecemos lembrando a sensação de excitamento e entremos em contato com ela. Olhamos claramente a shenpa em retrospecto; também ajuda muito ver a shenpa surgindo em habitozinhos, quando a fisgada ainda não é tão profunda.
Os budistas estão falando da shenpa quando dizem, "Não se deixe apanhar no contentamento: observe a qualidade que está por trás  - a colada, o desejo, o apego". A meditação sentada nos ensina a ver aquela tangente antes de cair nela. Ela basicamente se resume à instrução "rotule a coisa pensando". Treinar isso na almofada onde é relativamente fácil e agradável fazê-lo, é a maneira de nos preparar para quando estivermos excitados.
Em seguida podemos treinar em ver a shenpa onde quer que estejamos. Diga alguma coisa a outra pessoa e talvez você sentirá aquela tensão. Em vez de ser apanhado numa história sobre como você está certo ou como você está errado, tome isso como uma oportunidade de estar presente com a qualidade da fisgada.
Use isso como uma oportunidade de estar com o aperto sem atuar sobre ele. Deixe o treinamento ser a sua base.
Você também pode praticar reconhecendo a shenpa na natureza. Praticar se sentando quieto e captando o momento em que se fecha. Ou praticar numa multidão, olhando uma pessoa de cada vez. Quando você está em silêncio, o que o fisga é o diálogo mental. Você fala consigo mesmo sobre maldade ou bondade: eu-mau ou eles-maus, isso-certo ou aquilo-errado. Simplesmente veja isso como uma prática. Você ficará intrigado como  involuntariamente se fechará e será fisgado de uma maneira ou de outra. Apenas continue rotulando aqueles pensamentos e volte para a imediatez da sensação. É a maneira de  não seguir a reação em cadeia.
Uma vez que estejamos conscientes da shenpa, começamos a notá-la em outras pessoas,  nós as vemos se fechando. Vemos que elas foram fisgadas e que nada irá penetrá-las agora. Naquele momento temos o prajna. A inteligência básica surge quando não somos apanhados escapando do nosso próprio desconforto. Com o prajna podemos ver o que está acontecendo com os outros; podemos ver quando eles estão sendo fisgados. Em seguida podemos dar algum espaço à situação. Uma maneira de fazê-lo é abrindo o espaço no local através da meditação. Fique quieto e coloque sua mente na respiração. Segure sua mente no lugar com grande abertura e curiosidade para com essa pessoa. Fazer uma pergunta é outra maneira de criar espaço em volta daquela sensação de colamento. Assim como adiar a discussão para outra hora.
No mosteiro, temos muita sorte de todo mundo estar entusiasmado em trabalhar com a shenpa. Muitas palavras que tenho tentado usar se tornaram munição para as pessoas usarem contra elas próprias. Mas sentimos uma espécie de alegria trabalhando com a shenpa, talvez porque a palavra não nos seja familiar. Podemos reconhecer o que está acontecendo com visão clara, sem nos apontarmos. Como ninguém gosta de ter sua shenpa apontada, as pessoas no mosteiro combinaram, "Quando você me vir sendo fisgado, só puxe sua orelha e se eu o vir sendo fisgado, farei o mesmo. Ou se você o vir em você mesmo e eu não tiver captado, pelo menos dê um sinalzinho de que talvez esta não seja a hora de continuarmos a discussão". É dessa maneira que estamos nos ajudando uns aos outros a cultivar prajna, visão clara.
Poderíamos pensar em todo esse processo em termos dos 4 “R”:
 
•    reconhecer a shenpa,
•    refrear (abster-se) o coçar,
•    relaxar no impulso que motiva o coçar, e então
•    resolver continuar  interrompendo nossos padrões habituais como esse pelo resto de nossas vidas.
O que você faz quando não faz a coisa habitual? Você se deixa ficar com seu impulso. É como você se põe mais em contato com a avidez e com a vontade de fugir. Você relaxa nele. Em seguida, resolve continuar praticando dessa maneira.
Trabalhar com a shenpa nos suaviza. Uma vez que vemos como somos fisgados e como somos arrastados pelo momento, não tem como ser arrogantes. O segredo é continuar vendo. Não deixar que a suavidade e a humildade se transformem em auto-depreciação. É apenas uma outra fisgada. Como viemos fortalecendo toda a situação habitual por um longo, longo tempo não podemos espera desfazê-la do dia para a noite. Não é um assunto para um tiro só. É preciso bondade amorosa para reconhecer; é preciso prática para abster-se; é preciso disposição para relaxar; é preciso determinação para continuar treinando dessa maneira. Ajuda lembrar que podemos experimentar dois bilhões de espécies de coceiras ou sete quatrilhões de tipos de comichão, mas só existe realmente uma única raiz da shenpa – a aderência do ego. Nós a experimentamos como aperto e auto-absorção.
Ela tem graus de intensidade. As ramificações shenpas são todos os nossos diferentes estilos de coçar o comichão.
Recentemente vi um cartoon com três peixes nadando em volta de um anzol. Um peixe está dizendo para o outro, "o segredo é não grudar". É um cartoon shenpa: o segredo é – não morda o anzol. Se nós pudermos nos apanhar no lugar onde o impulso de morder é forte podemos, pelo menos, ter uma perspectiva maior do que está acontecendo. Praticando dessa maneira, ganhamos confiança em nossa própria sabedoria. Isso começa a nos conduzir a um aspecto fundamental do nosso ser – amplidão, calor e espontaneidade.”

Pema Chödron,  nascida Deirdre Blomfield-Brown (Nova York, 1936) é uma monja budista tibetana na tradição Vajrayana, e é instrutora residente no templo Gampo Abbey, em Cape Breton Nova Escócia, Canadá, fundado pelo grande Chögyam Trungpa em 1984. Veja www.pemachodronfoundation.org

domingo, 11 de dezembro de 2011

Damanhur, o mistério...

O Invisível engendra mistérios insuspeitáveis para nós mortais que vivemos essa existência corriqueira e simplória feita de trabalho, preocupações, busca interminável de prazer e fuga da dor. Damanhur é um desses mistérios.
Localizado discretamente (quase em segredo) na região do Pemonte, nos Alpes italianos, o templo é um conjunto subterrâneo de edificações artísticas  de tirar o fôlego construída por uma comunidade de anônimos e dirigida por um personagem sob o nome de Falco (falcão em italiano).
A existência deste templo tornou-se conhecida em 1992 com uma ocorrência policial de rotina. Já no ano anterior a polícia tinha se deslocado ao local, situado no sopé do vale Valchiusella, a 50 km a Norte de Turim, sob a suspeita de crime de evasão fiscal de uma comunidade que aí vivia. Porém, desta vez forçaram a entrada de uma porta "secreta". Havia razões de sobra para tanto segredo. Uma vez aberta, aos polícias incrédulos revelou-se uma sala subterrânea de 8 metros de diâmetro suportada por colunas esculpidas e revestidas com folhas de ouro.

As paredes estavam cobertas por pinturas de cores exuberantes; vitrais e uma imensa clarabóia central derramavam luz multicolorida por todo o lado. Encontravam-se na Sala da Terra, apenas a primeira de um complexo arquitetônico de nove espaços que compõem Damanhur. Comenta-se que teria sido feito por inspiração da Idade do Ouro da Atlântida, da qual a civilização egípcia seria uma colônia, assim como os maias e outros.

O templo é imenso e magnífico. São 300000 m3 de salas e galerias de uma arquitetura grandiosa, interligadas em cinco níveis situados 30 metros abaixo da superfície e profusamente decoradas com esculturas, pinturas, mosaicos e vitrais narrando a história da humanidade.
Não admira, por isso, o espanto das autoridades ao entrar pela primeira vez no local. Como foi possível fazer tal obra surgir do nada?
  Na verdade, desde 1978 um grupo de voluntários - originalmente 24 - trabalhou às escondidas para moldar o subsolo dos Alpes italianos de acordo os desenhos visionários de um homem, Oberto Airaudi, ou Falco, como prefere ser chamado.
No ano 2000 o número de pessoas tinha chegado a 800 e continua a crescer, formando já uma comunidade auto suficiente com uma estrutura social e política, uma constituição, atividades econômicas, escolas, uma moeda própria (o Crédito) e, inclusive, um jornal diário.
 A comunidade é dificilmente definível. É algo como uma escola mística que recusa os limites e constrangimentos que nós, humanos, por tradição e convenção impomos a nós mesmos.
 Cada membro deve então escolher um caminho onde desenvolverá o seu crescimento espiritual de acordo com as suas aspirações, preferências ou capacidades
A base filosófica eclética da comunidade, típica da Era de Aquário,  mescla crenças neo-pagãs e da Nova Era e retira o seu nome e inspiração da antiga cidade egípcia de Damanhur, onde se situava um famoso templo de culto ao deus Hórus, significando literalmente "Cidade da Luz".

Quando da sua descoberta, e passado o choque da surpresa, a reação das autoridades italianas foi a de mandar destruir o local, uma vez que, carecendo de qualquer projeto aprovado ou licença, se tratava de uma construção clandestina.
A ordem foi posteriormente revogada quando a Administração italiana percebeu que poderia tirar proveito do templo para dinamizar turisticamente a região. Entretanto a construção e ampliação do templo continua e continuará. Permanece um mistério o que levou e leva essas pessoas a trabalhar nessa grande obra de arte debaixo de terra durante tantos anos sem dar mostras de abrandar o ritmo, como formigas obreiras, sob a orientação do indivíduo autodenominado Falco. Porque?
Permanece também outro mistério: Onde foram arranjar dinheiro e meios para pagar tudo aquilo?
Uma amiga que visitou a comunidade, contou experiências interiores tocantes ligadas a energias sutis do ser humano, conduzidas pelos integrantes da comunidade. Enfim, um mistério.
Um mistério como tantos outros que estão sendo veiculados pelos meios de comunicação. É como se parte da humanidade estivesse já cansada de jogar para baixo do tapete as coisas que não se adequam ao gosto da maioria padronizada e preconceituosa que não acredita no Invisível.
Charles Hoy Fort, o baixinho bigodudo, revolucionário e fora de esquadro ia gostar muito de ver isso...

domingo, 4 de dezembro de 2011

O Ser Permanece além da Mente - Nisargadatta Maharaj

Sri Nisargadatta Maharaj, nasceu na Índia em 1897 e faleceu em 1981. De família humilde, transformou-se em líder espiritual, filósofo, e um dos expoentes da escola Advaita Vedanta (Não-dualismo) do século 20, desde o grande Ramana Maharishi.
Em 1973 publicou o seu famoso livro I Am That (Eu Sou Isso), que trouxe reconhecimento mundial e uma legião de seguidores. Simples, minimalista e claro, responde a um discípulo as perguntas centrais da nossa existência nesta entrevista:

Pergunta: Quando era criança, com muita frequência eu experimentava estados de felicidade completa, próximos ao êxtase. Mais tarde, esses estados acabaram mas, desde que vim para a Índia, eles reapareceram, particularmente desde que encontrei você. Ainda assim, apesar de serem maravilhosos, esses estados não duram. Chegam e se vão, e não se sabe quando voltarão.
Maharaj: Como pode haver algo estável em uma mente que em si mesma não é estável?


P: Como podemos estabilizar a mente?
M: Como poderia uma mente inconstante fazer-se estável? Certamente não é possível. A natureza da mente é vagar. Tudo o que você pode fazer é colocar o foco da consciência além da mente.

P: Como isso é feito?
M: Evite todos os pensamentos exceto um: o pensamento “Eu Sou”. A mente irá
se rebelar a princípio, mas, com paciência e perseverança, ela cederá e permanecerá quieta. Uma vez que você esteja quieto, as coisas começarão a acontecer espontaneamente e de forma muito natural, sem nenhuma interferência de sua parte.

P: Posso evitar essa longa batalha com minha mente?
M: Sim, você pode. Simplesmente viva sua vida como vier, mas sempre alerta, vigilante, permitindo que tudo ocorra da maneira que ocorrer, fazendo as coisas naturais de um modo também natural, sofrendo, gozando, como a vida se apresentar. Essa também é uma maneira de viver.

P: Bom, então posso casar-me, ter filhos, levar um negócio, ser feliz ...
M: Claro que sim. Você pode ser feliz ou não; aceite-a calmamente.

P: Mas eu quero felicidade.
M: Não se pode encontrar a verdadeira felicidade nas coisas que mudam e morrem. O prazer e a dor se alternam inexoravelmente. A felicidade procede do Ser e só pode ser encontrada no Ser. Encontre seu Ser Real (swarupa) e tudo chegará com ele.

P: Se meu Ser real é cheio de paz e de amor por que sou tão inquieto?
M: O seu Ser Real não é inquieto, mas o reflexo dele na mente parece assim, já que a própria mente é inquieta. É como o reflexo da lua na água agitada pelo vento. O vento do desejo move a mente, e o “eu”, que não é senão um reflexo do Ser na mente, parece mutável. Mas essas idéias de movimento, de inquietude, de prazer e dor, estão todas na mente. O Ser está além da mente, consciente, mas desapegado.

P: Como alcançá-lo?
M: Você é o Ser, aqui e agora. Deixe a mente em paz, seja consciente e despreocupado e você compreenderá que permanecer alerta, mas desapegado, observando como os fatos vão e vêm, é um aspecto de sua verdadeira natureza.

P: Quais são os outros aspectos?
M: Os aspectos são infinitos em número. Compreenda um e você compreenderá todos.

P: Diga-me algo que possa ajudar-me.
M: Você sabe melhor o que precisa!

P: Estou inquieto. Como posso obter paz?
M: Para que você necessita de paz?

P: Para ser feliz.
M: Você não é feliz agora?

P: Não, não sou.
M: O que o torna infeliz?

P: Tenho o que não quero e quero o que não tenho.
M: Por que não inverter? Queira o que você tem e não se preocupe com o que não tem.

P: Eu quero o que é agradável e não quero o que é doloroso.
M: Como é que você sabe o que é agradável e o que não é?

P: Através de experiências passadas, certamente.
M: Guiado pela memória, você tem perseguido o agradável e tentado escapar do desagradável. Você tem tido êxito?

P: Não, não tenho tido. O agradável não dura. A dor sempre volta.
M: Que dor?

P: O desejo de prazer, o medo da dor, ambos são estados de sofrimento. Existe um estado de puro prazer?
M: Cada prazer, físico ou mental, necessita um instrumento. Os instrumentos físicos e mentais são materiais, portanto, se desgastam e se esgotam. O prazer que proporcionam é, necessariamente, limitado em intensidade e duração. A dor é o pano de fundo de todos os prazeres. Você os deseja porque sofre. Por outro lado, a própria busca do prazer é a causa da dor. É um circulo vicioso.

P: Posso ver o mecanismo de minha confusão, mas não vejo a saída.
M: O próprio exame do mecanismo mostra a saída. Afinal de contas, a confusão está só na mente, a qual nunca se rebelou totalmente contra a confusão nem chegou a combatê-la. Ela só se rebelou contra a dor.

P: Então, tudo o que posso fazer é permanecer confuso?
M: Esteja alerta. Investigue, observe, pergunte, aprenda tudo quanto possa sobre a confusão, como funciona, qual é o seu efeito em você e nos demais. Ao ver claramente a confusão, você se libertará dela.

P: Quando olho para mim mesmo, vejo que meu desejo mais forte é criar um monumento, construir algo que dure mais que eu. Inclusive quando penso em um lar – esposa e filhos – é porque ele é sólido, duradouro, uma prova para mim mesmo.
M: Certo, construa um monumento para si. Como quer fazer isso?

P: Não importa o que eu construa, desde que seja permanente.
M: Certamente, você pode ver por si mesmo que nada dura. Tudo fica gasto, quebra e se dissolve. O próprio alicerce sobre o qual você constrói irá ceder um dia. O que você pode construir que sobreviva a tudo?

P: Intelectualmente, verbalmente, estou ciente de que tudo é transitório. Ainda assim, meu coração quer permanência. Quero criar algo duradouro.
M: Então você deve construir sobre algo duradouro. O que você tem que seja duradouro? Nem seu corpo nem sua mente durarão. Você tem que buscar em outra parte.

P: Desejo permanência, mas não a encontro em nenhum lugar.
M: Não é você mesmo permanente?

P: Eu nasci e morrerei.
M: Você pode dizer verdadeiramente que você não existia antes de nascer, e poderá dizer depois da morte: 'agora já não existo?' Você não pode dizer, pela sua própria experiência, que você não existe. Só pode dizer: “eu sou” (eu existo). Os outros também não podem dizer-lhe que “você não é”.

P: Não há “eu sou” no sono.
M: Antes de fazer afirmações tão incisivas, examine cuidadosamente seu estado desperto. Cedo você descobrirá que ele está cheio de intervalos onde a mente fica em branco. Perceba o quão pouco você se lembra, mesmo quando está totalmente desperto. Você não pode dizer que não estava consciente durante o sono. Você apenas não se lembra. Uma lacuna na memória não é necessariamente uma lacuna na consciência.

P: Posso chegar a recordar meu estado no sono profundo?
M: Certamente! Ao eliminar os intervalos de inadvertência durante as horas de vigília, gradualmente você eliminará o grande intervalo de inadvertência mental que você chama sono. Você estará ciente de estar dormindo.

P: Mas o problema da permanência, da continuidade do ser, não é resolvido.
M: A permanência é uma mera idéia, nascida da ação do tempo. Por sua vez, o tempo depende da memória. Você chama de permanência uma memória contínua através do tempo ilimitado. Você quer eternizar a mente, o que não é possível.

P: Então, que é o eterno?
M: Aquilo que não muda com o tempo. Você não pode eternizar algo transitório, apenas o imutável é eterno.

P: Estou familiarizado com o sentido geral do que você diz. Não anseio mais conhecimento, tudo o que quero é paz.
M: Você pode ter toda a paz que quiser, basta pedir.

P: Estou pedindo.
M: Você deve pedir com um coração não dividido e deve viver uma vida íntegra.

P: Como?
M: Desapegue-se de tudo aquilo que deixa sua mente inquieta. Renuncie tudo que perturbe a paz dela. Se você quer paz, mereça-a.

P: Certamente, todo mundo merece paz.
M: Só a merecem aqueles que não a perturbam.

P: De que modo eu perturbo a paz?
M: Sendo escravo de seus desejos e temores.

 
P: Inclusive quando são justificados?
M: As reações emocionais nascidas da ignorância ou da inadvertência nunca são justificadas. Busque uma mente clara e um coração limpo. Tudo o que você necessita é permanecer tranqüilamente alerta, investigando a natureza real de si mesmo. Esse é o único caminho para a paz.

domingo, 27 de novembro de 2011

Para Que São As Universidades?

Imagem do Livro A Escola dos Deuses
Em nosso artigo "A Universidade para o Desenvolvimento do Ser Integral" falamos de uma revolução silenciosa que está se propagando de uma forma espontânea, viral, mas curiosamente orquestrada por uma estrutura onipresente de Energia em todo o planeta. Há centenas, milhares de evidências. Quer alguns nomes? Educação Proibida, Thrive Movement, Team Energy, Escola dos Deuses, Future Leaders for the World, Damanhur, Tamera - a Aldeia Solar, Centro de Educação Espiritual – Robert Happé, e por aí afora...Essa revolução concilia a tradição esotérica com o desafio de estar nesse mundo atual, que está cansado de paradeira, de cristalização, de politicamente correto. Preparem-se para os solavancos das mudanças...
Stefano D'Anna, autor do livro “A Escola dos Deuses”, um dos agentes dessa mudança, fala então de Universidade, Educação, Sonho, e da busca interior do Si Mesmo:
“As universidades do futuro farão o que as universidades hoje não fazem: ensinar os jovens a autodescoberta, autoconhecimento, a arte de sonhar, a finalidade maior para elevar seu ser, e para se tornarem mestres de suas próprias vidas. Não há nada mais importante.
Em Londres a conferência patrocinada pelo Times e organizado por Goodenough College (Universidade Boa O Bastante) e do Institute of Ideas, onde o mais alto calibre de especialistas de comunidades políticas, financeiras e acadêmicas em todo o mundo, após três dias de debate apaixonado, tentou dar uma resposta a uma das questões mais cruciais do nosso tempo: para que são as universidades?
Estamos tão acostumados a falar sobre elas - para enviar os nossos filhos lá, ou trabalhar, estudar e ensinar lá, que nós damos por suposto a resposta a esta questão espinhosa, que está no cerne da missão acadêmica, e sobre a qual talvez o futuro da nossa civilização trava. Até agora, escritores, filósofos, educadores, políticos e reitores não encontraram clareza sobre o tema, mas em uma coisa todos podemos concordar: sobre o estado deplorável em que o sistema de ensino universitário e em geral o ensino ocidental de nível superior, reduziu-se: A carga é pesada, as escolas são provincianas, e reduzidas a ginásios mentais, e com muita freqüência, a nada que não seja absolutamente achar trabalho e sobrevivência.
De acordo com os resultados da conferência do Times, as universidades tiram o potencial precioso e vital de mentes jovens e transformam os alunos, em preenchedores de postos de trabalho - pessoas que simplesmente preenchem um papel, e pessoas com mentalidade de um empregado, preocupado com nada mais do que encontrar um emprego e sobreviver.
A acusação não é nova. Universidades que nasceram para ser forjadores de seres com integridade, e escolas de fato para os indivíduos - de quem a sobrevivência de toda a civilização depende - são reduzidas a escolas dependentes de empresas que produzem uma espécie de empregados, homens e mulheres, assustados e despreparados. Eles não estão preparados não só porque eles não têm idéia do que acontece no mundo real, mas acima de tudo, porque eles não sabem quem são. Apenas alguns anos atrás, ouvi do outro lado do Atlântico - em Boston - alarmes soando depois de uma investigação do governo sobre a qualidade do ensino na Universidade de Harvard. O somatório é tão pesado como chumbo: "Nós confiamos os nossos jovens a Harvard para voltar como seres com corações de pedra". A conclusão amarga é que, apesar do progresso científico e material, milênios depois, estamos muito atrás em relação ao sonho de Platão e sua idéia maravilhosa da Academia.
Universidade significa etimológicamente Em direção à Unidade. Esse modelo de escola, os institutos de ensino superior, que muito mais tarde na época medieval seriam chamado de universidades, são escolas de pensamento que foram desenvolvidas em torno de um mestre, presumindo proximidade com os seus discípulos e tendo lugar em locais encantadores escolhidos para a magia de sua história, posicionados perto fontes de água ou rios.

A Escola de Athenas
Não por acaso, a primeira universidade que conhecemos, a Academia, fundada por Platão, foi localizado perto do Cefiso. A Faculdade, a leste do campus, foi localizada entre as águas dos rios Eridano e a escola Cinosarge ao sul da cidade, o lugar onde o Antístene ensinou, e estava perto das águas do Ilisso. Além de ser um símbolo da vida e da consciência, foi usado para o banho ritual das pessoas. Nestas escolas, a cultura do corpo e do espírito são dois perfis de uma mesma realidade indivisível. Lamentavelmente, não só o Sonho de Platão se perdeu nas areias do tempo, mas mesmo o seu sentido original, ou  etimon - o significado embutido na própria raiz do seu nome Universidade - uni-versus - que significa em direção à unidade. A universidade deve ser uma escola de integridade.

A Primeira Educação
Uma vez que as raízes foram cortadas a partir do modelo ideal grego, os valores que inspiraram o seu nascimento também secaram, e a universidade tornou-se seu próprio oposto, sem nem mesmo mudar o seu nome. Instituições modernas, reduzidas a instituições sem alma, são tão comparáveis às universidades reais como a Inquisição era para o Cristianismo Primitivo. Alunos e famílias aceitam tudo isso com um calmo desespero. Que absurdo gastar um quarto de nossas vidas na escola e universidade e deixar o nosso tempo todo escapar sem saber nada sobre o "Ser" - nem sequer suspeitar o poder que os nossos estados de espírito e emoções têm na determinação dos eventos e circunstâncias da nossa vidas.
A Escola pode ser chamada de primeira educação – mas aquela que todos nós recebemos não nos fornece qualquer sentido da distinção entre o que é externo eo que é interno, nem nos preparar para gerenciar nossos pensamentos, ou para ser conscientes de nossas emoções. Nossa existência é executada então ao longo de duas vias paralelas: "eventos" que são a seqüência de fatos e circunstâncias que vêm em nossa direção no tempo, e "estados" que são os impulsos do nosso espírito, humores e emoções, e que são atemporais - surgindo dentro de nós na maior parte despercebidos e até mesmo inconscientes. A história pessoal de um homem é, portanto, composta de eventos externos, mas mais ainda, de circunstâncias internas, emoções e pensamentos. Sem qualquer intenção deliberada, a cultura comum tem relegado as emoções, sentimentos e pensamentos para a esfera efêmera e intangível de mitos, fábulas e sonhos comuns, considerando-os como fenômenos distintos e extremamente distantes do que é comumente chamado de realidade.


Um Programa de Universidade com Alma
A conferência realizada em Londres, foi valorosa o suficiente para declarar a arte da descoberta do Si Mesmo como o elemento central na educação do futuro, mas foi inútil olhar através de suas conclusões para uma resposta para a pergunta: "Como?". Exatamente como poderiam universidades reais se transformarem em escolas socráticas? Que dedo divino irá inscrever nos tímpanos dos campi modernos o lema eterno de Delfos: Conhece a ti mesmo? Com que programas, métodos e docentes isso ocorrerá?
No crepúsculo do panorama ocidental acadêmico, só há uma luz que pode orientar o caminhante solitário. Um estudante que busca, como Diógenes procurava o individuo, buscaria um Programa de Universidade com alma - onde a formação da pessoa é o centro de toda atividade, e onde a auto-conhecimento é a principal prioridade. Em tal programa, o assunto principal é a Arte de Sonhar - a capacidade de desenvolver um senso de grandeza, para nutrir e arcar com a responsabilidade de sonhos impossíveis, para transformá-los no possível, e então, finalmente, em algo inevitável. Isso existe no programa
Futuros Líderes para o Mundo para graduar em criatividade e em filosofia os bolsistas, selecionados nas melhores universidades da Turquia para serem os futuros líderes de seu país. Eles apresentaram suas teses finais, com reflexões e idéias sobre negócios, liderança corporativa e todos os aspectos da vida.

Ex Duco
Este programa, projetado exclusivamente para preparar uma nova geração de líderes visionários para o mundo, começou na Turquia, teve uma edição recente na Itália, e está se espalhando rapidamente para países como Argentina e Grécia. O seu princípio fundador começa com a lembrança do significado esquecido da palavra educação, que é uma raiz latina de ex-duco, significa literalmente conduzir para fora. A pedagogia do programa não é voltada para transferir um conjunto já feito de convicções e crenças, nem para dar aos alunos todo o conhecimento livresco, imposto de fora e igual para todos. Na Itália,
onde o gênio e excelência criaram o Renascimento italiano, o programa teve lugar há poucos dias no Lago Como, com vários brasileiros participando. 
Nesse espírito, o programa Futuros Líderes para o Mundo nasceu para promover idéias mais elevadas e para ensinar seus alunos a superar limites internos, e cultivar o pensamento independente e uma verdadeira paixão pela liberdade e grandeza. Arte, música, teatro, filosofia e a busca da verdade serão as ferramentas utilizadas neste programa para ampliar a visão, e para trazer à luz as qualidades interiores, as idéias e os valores de um futuro líder visionário.
A Universidade tem de propor um sistema de idéias essenciais capazes de interpretar o mundo, revelando a verdadeira condição do homem e apontando o caminho para sua possível evolução.

A Segunda Educação
A revolução individual, anunciada pela Escola dos Deuses já começou e, a partir de uma centelha se tornará uma chama, e é capaz de colocar o planeta em chamas e se espalhar por todas as escolas e universidades como a pedagogia do futuro. É a pedagogia que o Dreamer chamou de  Segunda Educação."


A boa notícia é que  o programa Futuros Líderes para o Mundo deve vir ao Brasil em 2012.

"Eu sonhei com uma revolução.
Eu sonhei com uma escola que me lembra
que o "Sonho" é a coisa mais concreta que existe.
Eu sonhei com uma nova geração de líderes,
capazes de harmonizar antagonismos aparentes da velhice:
Ética e Economia,
Ação e Contemplação,
Poder Financeiro e Amor
"

domingo, 20 de novembro de 2011

As crianças índigo estão chegando...

Boriska
Há alguns anos atrás surgiu uma notícia na internet sobre um garoto nascido em Volzhskiy na Russia, chamado Boriska, e os que acreditam no Invisível ficaram muito curiosos. Ele começou a falar aos 4 meses, ler os jornais com 1 ano e meio e falar aos pais sobre o Universo aos 3 anos! Aos 8 anos surpreendeu uma platéia de cientistas e intelectuais num evento, falando sobre a estrutura da Via Láctea. Um detalhe: referia-se às constelações usando seus nomes em latim. A imprensa entrevistou-o exaustivamente e ele declarou em vídeo ter já vivido em outras vidas na Lemúria, continente anterior à Atlântida e também no planeta Marte. As explicações sobre o fenômeno começaram então a associá-lo a uma versão que está ganhando consistência na mídia que interessa aos que estão na busca interior e videntes: ele seria uma “criança índigo” ou talvez uma “criança cristal” que é o “índigo 2.0”... (rsrs). Seriam seres mais evoluídos que estão há algumas décadas nascendo na Terra para ajudar nas transformações que ocorrerão no planeta. Ajudar não significa necessariamente tornar as coisas mais fáceis para nós, mas sim para o planeta e a sua evolução, o que absolutamente não quer dizer a mesma coisa. Alguns videntes afirmam que o “fenômeno índigo” é causado pela entrada da Terra numa região chamada Cinturão de Fótons, pelo fato de o Sol orbitar uma estrela chamada Alcyone na Constelação das Plêiades. È uma teoria controvertida que está circulando. Alguns, para complicar, relacionaram o fenômento com a “síndrome de 2012”. Eu, particularmente tenho dificuldade de aceitar fenômenos externos que “dão carona” e ajudam de fora a evolução do ser humano, pois sei que “a volta à casa do pai” é dureza, só vale esforço consciente... não existe “almoço grátis”, nenhuma solução vem de fora ou de graça. De fora só vem desafio a ser trabalhado.
No momento que se busca também a concordância da ciência sobre as razões astronômicas desse fato, há como sempre, divergências entre astrônomos importantes. De um lado, a favor da teoria não convencional, Freidrich Wilhelm Bessel, Paul Otto Hesse, José Comas Sola, Edmund Halley. Do outro, uma série de outros não menos importantes, representando o “stablishment científico” incrédulo. Falaremos deles e da sua teoria adiante.
Os fatos sobre o fenômeno índigo são, porém, objetivos e reais e não há como negá-los, pois a cada dia percebemos mais crianças-prodígio nascendo, inteligentes e sensíveis ao extremo, falando de assuntos que nos deixam boquiabertos. Isso deixa os pais, professores, cientistas e intelectuais numa situação delicada, mas o entendimento, as conclusões e explicações ficam a cargo do bom senso e do nível e qualidade de informação de cada um.
Conheço um caso de uma moça que enfrentou muitos problemas de alimentação com seu nenê que sofria com problemas digestivos, e depois de desistir da medicina convencional que não acertava, foi orientada por uma pediatra antroposófica (que conhecia o fenômeno) a ler e buscar informação e cura nos livros sobre cuidados de alimentação das mães que amamentavam e alimentavam atualmente suas crianças índigo e cristal. Bingo. Os problemas desapareceram.
Como a nossa Missão “é instigar as pessoas a acreditar no Invisível”, sobre esse fenômeno das “Crianças Índigo e Cristal” vamos, alternadamente, ler e comentar parte da transcrição de uma palestra de Celso J. S. Nogueira, espiritualista e vidente, proferida em18/06/2004 em São Paulo, Brasil na Fraternidade da Luz, uma entidade dedicada a “assuntos do Espírito”. Ele é um entusiasta do fenômeno. E por nosso lado, estamos como sempre, de olho no assunto interessante à nossa volta. As afirmações polêmicas da palestra sobre “o porquê do fenômeno” foram retiradas para permitir uma avaliação mais isenta. Vamos lá:
“Nesta noite eu vou falar sobre um tema fascinante:as Crianças Índigo e as Crianças Cristal. Estes seres fantásticos que estão chegando à Terra, cada vez mais e mais... encarnando em todos os países, em todas as raças, em todos os níveis sociais, nas aldeias mais distantes e nas cidades mais populosas e muito... muito possivelmente dentro da nossa própria família, bem debaixo do nosso nariz!
As Crianças Índigo são crianças fabulosas que estão encarnando aqui na Terra há bastante tempo, mas vinham poucas delas, até que depois da segunda guerra mundial começaram a vir em maior número e a partir da década de 70 então, começaram a chegar em ondas, cada vez mais e mais delas. Hoje, os dados são impressionantes! Pesquisadores americanos estudiosos do fenômeno estimam que depois de 1995 oitenta e cinco por cento dos nascimentos ocorridos na Terra é de crianças índigo!”
Fica muito evidente que alguma coisa está acontecendo. É só observar o crescente stress nas relações entre as crianças e os outros, que deveriam orientá-las, educá-las, amá-las e estão falhando redondamente. Mas, o quê está
exatamente acontecendo? Seria algo universal? Planetário? Da nossa Terra? Há algumas teorias ganhando terreno. Recomendamos, para resolver a dúvida, usar o método que pode demorar um pouco mas não falha: consultar o nosso interior durante a meditação. Faça a pergunta sobre as dúvidas, mentalize, jogue a intenção na sua tela mental, e...deixe-a. Vá fazer outra coisa. Isso funciona. Aos poucos a Verdade aparece.
Não sabemos o quanto há de verdade nos confrontos científicos sobre as razões do fenômeno, mas os astrônomos importantes citados, depois de estudos e cálculos minuciosos, chegaram à conclusão de que o sistema solar gira em torno de Alcione, estrela central da constelação das Plêiades. Nosso Sol seria, portanto, a oitava estrela da constelação e levaria 26 mil anos para completar uma órbita ao redor de Alcione. Curiosamente é o mesmo tempo da Precessão dos Equinócios que é o “relógio cósmico do universo e da evolução do homem”  segundo todas as tradições esotéricas do planeta.
Descobriu-se também que Alcione tem à sua volta um gigantesco anel de radiação que foi chamado de cinturão de fótons. Um fóton consiste na decomposição ou divisão do elétron, sendo a mais ínfima partícula de energia eletromagnética conecida até ontem.
A cada dez mil anos o Sistema Solar penetraria por dois mil anos nesse anel de fótons, ficando mais próximo de Alcione. A última vez que a Terra passou por ele foi durante a Era de Leão, há cerca de doze mil anos.
Na Era de Aquário, que está se iniciando ou prestes a iniciar, ficaríamos outros dois mil anos nesse anel de radiação. Sob a influência dos fótons, todas as moléculas e átomos do nosso planeta passariam por uma transformação, precisando se readaptar a novos parâmetros. A excitação molecular cria um tipo de luz constante, permanente, que não é quente, uma luz sem temperatura que não produz sombra nem escuridão. Talvez por isso os hindus chamem de Era da Luz os tempos que estão por vir.
Desde 1972, o Sistema Solar na sua rota, estaria entrando no cinturão de fótons, e em 1987 foi a Terra que começou a penetrá-lo, estando gradativamente avançando até que no ano de 2012 deverá estar totalmente imersa em sua luz.
Afirma-se que as pessoas despertas acordarão como de um sonho com seus centros de energia totalmente abertos, livres do véu do esquecimento, tanto pessoal quanto planetário, pertinentes à terceira dimensão. As pessoas começarão a se reconectar com suas origens e propósitos da alma, que é o retorno da Consciência Crística para o planeta.
Um novo campo de percepção estaria disponível para aqueles que aprenderem a ver as coisas de uma outra forma. Desde a década de oitenta, quando a Terra começou a penetrar no cinturão de fótons, estávamos nos sincronizando com a quarta dimensão e nos preparando para receber a radiação de Alcione, estrela de quinta dimensão.
“O véu do esquecimento que envolve o nosso planeta cairá de tal modo que os primeiros Semeadores de Vida na Terra, vindos de outros sistemas, reaparecerão nos auxiliando a firmar uma nova civilização e a incorporar uma nova realidade.
É aqui que entram as Crianças Índigo - essas crianças fascinantes... fantásticas... fabulosas... que são o próximo passo na nossa evolução como espécie humana.
As Crianças Índigo são crianças espetaculares. E estão chegando para ajudar na transformação social, educacional, familiar e espiritual de todo o planeta, independentemente de fronteiras e de classes sociais. São catalisadores desencadeando as reações necessárias para a transformação.
Elas possuem uma estrutura cerebral diferente no tocante ao uso da potencialidade dos hemisférios esquerdo, menos desenvolvido, e direito, mais desenvolvido. Isso quer dizer que elas vão além do plano intelectual. Elas exigem do ambiente à sua volta certas características que não são comuns nas sociedades atuais. E elas vão agir, aliás, já estão agindo, através do questionamento e transformação de todas as instituições rígidas que as circundam, começando pela família. Família que se baseia na imposição de regras, sem tempo de dedicação, sem autenticidade, sem explicações, sem informação, sem escolha e sem negociação. Essas crianças simplesmente não respondem a essas estruturas rígidas, porque para elas é imprescindível haver opções, relações verdadeiras e muita negociação. Elas não aceitam serem enganadas porque elas têm uma intuição para perceber as verdadeiras intenções dos adultos e não têm medo. Portanto, intimidá-las não traz resultado, porque elas sempre encontrarão uma maneira de obter a verdade.
A segunda instituição vulnerável à ação dos Índigos é a escola. Hoje, o modelo de ensino é sempre imposto sem muita interação, um modelo feito para o hemisfério esquerdo do cérebro, o racional, o lógico, incompatível com os Índigos que naturalmente têm o hemisfério direito mais desenvolvido, o que lhes dá o grande poder intuitivo, a grande capacidade de percepção extra-sensorial. Como elas possuem uma estrutura mental diferente, elas resolvem problemas conhecidos de uma maneira diferente, além de encontrar formas diferentes de raciocínio que abalam o modelo atual de ensino.
Assim, através do questionamento, elas influenciarão todas as demais instituições, o mercado de trabalho, a cidadania, as relações interpessoais, as relações amorosas, as instituições espirituais, pois elas são essencialmente dirigidas pelo hemisfério direito.
(Nota da redação: A educação, a escola, a universidade deverá se transformar para se adaptar ao fenômeno. O movimento aliás já começou a frutificar no mundo todo conforme citamos em “A Universidade para o desenvolvimento do Ser Integral”.) 
“Mas por quê índigo? Por que “Crianças Índigo”?
O nome Criança Índigo refere-se à cor da sua aura, o azul-índigo, que indica uma aura de Mestre. São crianças especiais que decidiram encarnar no nosso planeta com uma missão e um objetivo específico: são guerreiros, detonadores de sistemas! Elas já vêm ao nosso planeta há bastante tempo. Alguns até argumentam que Jesus e Budha eram índigos, pois a missão deles, numa escala global, era mudar a consciência da humanidade.
Nos anos setenta, começaram a vir em ondas. Muitos deles... seres que hoje estão nos seus vinte...trinta anos, a geração guerreira que começou a desafiar e a mudar os velhos sistemas. Nos anos oitenta e noventa, mais e mais ondas de índigos chegaram, agora com uma sensibilidade e refinamento maiores ainda! E no final dos anos noventa e início de dois mil eles estão ganhando a companhia das " Crianças Cristal " que chegam também como guerreiros... mas guerreiros espirituais!
Presentemente, nós estamos vendo uma geração de Mestres vindo para o nosso planeta, essas crianças fantásticas também chamadas de "Crianças das Estrelas". Elas são a nossa esperança para o futuro, elas são a nossa esperança para o presente.
Como reconhecer um Índigo?
A resposta óbvia seria verificar a cor da sua aura. Mas nem todos os Índigos têm a aura na cor azul-escuro o tempo todo. O termo Índigo refere-se mais ao estado da alma do que à cor da aura, que muda um pouco de acordo com sua disposição e seus interesses. Videntes que vêem os estados da alma podem identificar Índigos. No entanto, é fácil identificar um Índigo pela sua sensibilidade, criatividade, espiritualidade e padrões gerais de comportamento.
Como crianças, elas se parecem com todas as outras crianças, embora sejam freqüentemente bonitas e com olhos penetrantes. São sempre altamente inteligentes e cheias de perguntas e exigências. Têm muita energia, são muito ativas, têm muita força de vontade e um senso forte do seu próprio valor e importância. Sabem que são especiais e que estão aqui para fazer alguma coisa significativa. Possuem amigos "imaginários" e adoram fadas e golfinhos.
A inteligência excepcional das crianças índigo pode ser exasperante para os adultos. Ninguém lhes dirá o que fazer, elas quererão debater e negociar cada instrução, cada ordem.  Até que os pais aprendam que estão sendo ensinados e aprendam a respeitar o direito de escolha da criança e honrar essa escolha, eles continuarão a ser confrontados com lutas de poder e batalhas de força de vontade. A maneira correta de lidar com um Índigo é de estar disposto a negociar, explicar, dar-lhe escolhas. Ordens como  "Faça assim porque eu estou mandando" só produzirão hostilidade e indiferença.
Os Índigos geralmente não gostam nada-nada da escola. Ficam entediados pelo passo vagaroso e pelas tarefas repetitivas. Aprendem através do nível de explicação, resistindo à memorização mecânica ou a serem simplesmente ouvintes. São hiperativos, distraem-se com facilidade, tendo baixo poder de concentração. Têm alta sensibilidade, não conseguem ficar quietos ou sentados, a menos que estejam envolvidos em alguma coisa do seu interesse. Por serem orientados pela parte direita do cérebro, quando adultos, são geralmente atraídos por atividades e ocupações que usam o hemisfério direito, como a música, a arte, a escrita, a espiritualidade. Adoram cristais, Reiki, meditação e yoga. São intensivamente leais aos seus amigos, acreditam em honestidade e comunicação nas relações. Ficam freqüentemente desconcertados com a desonestidade, a manipulação e outras formas de comportamento egoísta.
Uma das características-chave dos Índigos é freqüentemente a sua ira. As figuras de autoridade não conseguem nada com elas. Num nível profundo, elas não reconhecem a autoridade. Sabem que somos todos iguais e por isso ficam irritados, furiosos mesmo, com aqueles que se comportam ditatorialmente, quer sejam pais, professores ou patrões. São muito compassivos, amam os animais e qualquer forma de vida; têm muitos medos, como medo da morte e perda dos seres amados. Se experimentam muito cedo decepção ou falha, podem desistir e desenvolver um bloqueio permanente.
Um problema sério quando se trata de Crianças Índigo é o diagnóstico errado habitual dado aos índigos, catalogados como portadores de Transtorno do Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade. Com isso, dá-se medicação a elas, sedando toda a sua imensa potencialidade.
Essas crianças estão aqui para nos ajudar na transformação do mundo. Portanto nós precisamos aprender com elas, principalmente escutando-as e observando-as.
As Crianças Índigo chegam aqui para nos dar um novo entendimento, são verdadeiros presentes para os pais, para o planeta e para o universo. Quando honramos estes pequeninos como presentes, nós vemos a sabedoria divina que eles trazem para ajudar a crescer a vibração do nosso Planeta.
O passo mais importante para entender e se comunicar com essas crianças é mudar a nossa forma de pensar a respeito delas, derrubando os nossos paradigmas para honrar os pequeninos como presentes ao invés de problemas. Assim abriremos as portas para perceber a grande sabedoria que elas trazem. Os pequeninos honrarão essa intenção, e um caminho para o entendimento aparecerá.
Até aqui, falamos dessas crianças maravilhosas, as Crianças Índigo. Mas existe mais... as Crianças Cristal estão chegando! Aguardem.”


domingo, 13 de novembro de 2011

A Tigresa Branca e o Dragão de Jade



As tradições sempre foram muito cuidadosas ao tratar da energia da Criação. Como criadora do próprio Universo, essa energia é uma componente poderosa dele e de todos os seres que o povoam. Daí o cuidado. Uma das suas variações é a energia sexual como a conhecemos vulgarmente na fina camada de vida orgânica sobre o planeta. Mas graças aos preconceitos, poucos sabem que o caminho de volta voluntário à Consciência e Imortalidade pode ser feito através dela. O Taoismo é uma das poucas tradições que a trabalharam com poesia, sobriedade e propriedade e, me perdoem os chauvinistas, foi através principalmente de mulheres, libertárias e corajosas. Eram as Tigresas Brancas.
Tigresa Branca é o nome que se dá a uma mulher que disciplinadamente praticou os exercícios sexuais e espirituais com o objetivo de restaurar sua beleza e juventude para realizar plenamente seu potencial de feminilidade e, o principal, realizar a sua condição e vocação de imortal.
Os ensinamentos sexuais da Tigresa Branca foram criados por mulheres taoistas na China antiga. Há um livro (esgotado e difícil de achar em português) que proporciona um panorama geral dos métodos fundamentais e transformadores do sexo e da filosofia da Tigresa Branca, e revela o que a mulher aprenderia em seus três primeiros anos de prática. Vamos apresentar a introdução quase transcrita do livro, pois está muito clara e didática, e o restante da busca fica por conta de cada um (a).
O livro “Os ensinamentos sexuais da Tigresa Branca” esclarece o contexto histórico e os avanços taoistas dos métodos da Tigresa Branca, com algumas correlações da medicina ocidental moderna visando fundamentar suas convicções e seus exercícios. O livro está organizado de um ponto de vista moderno, para permitir melhor avaliação e uma boa compreensão do valor e dos méritos dessa filosofia. Assim, ele pode ser considerado ao mesmo tempo um livro de filosofia, uma revisão medicinal do sexo e da saúde, e também um moderno exame das práticas sexuais da Tigresa Branca.
A expressão Tigresa Branca é aplicada a pequenas sociedades secretas de uma elite de instrutoras (o instrutor do sexo masculino é chamado de Tigre Branco) que herdaram ensinamentos muito antigos e raros. Criados e estabelecidos há muito tempo na China, os ensinamentos da Tigresa Branca continuam existindo em nosso tempo, com adeptos por toda a Ásia, Europa e agora nas Américas. As sociedades da Tigresa Branca não são grandes e não dispõem de nenhuma outra estrutura, a não ser esses ensinamentos e esses métodos.
Uma Tigresa Branca poderá surgir e atuar qualquer que seja sua maneira de viver. Ela não é restrita por seu ambiente social ou por sua fé religiosa. No passado, as Tigresas normalmente viviam como consortes, concubinas ou monjas taoistas.
Embora as Tigresas seguissem determinadas orientações em seus métodos para obter a essência masculina, ou melhor, a energia sexual, estava inteiramente por conta da vontade de cada adepta mantê-las. A única estrutura real de uma Tigresa era oferecida por sua instrutora - ou instrutor. Também era raríssimo uma Tigresa ter amizade com outra Tigresa, pois suas práticas e suas verdadeiras identidades eram mantidas em segredo, e elas jamais as revelavam a ninguém fora de sua elite.
Normalmente as Tigresas evitavam o contato com outras Tigresas, a não ser umas poucas alunas que se conheciam porque compartilhavam a mesma instrutora ou instrutor. Nenhuma delas conhecia as alunas anteriores da instrutora, nem conheceriam quaisquer das alunas que as seguiriam.
A sociedade da Tigresa Branca era tão secreta que, no máximo, uma adepta poderia conhecer apenas poucas das outras adeptas de sua própria linhagem - e jamais saberia quantas outras linhagens existiriam, se existissem, ou onde poderiam estar exercendo suas habilidades. Uma boa instrutora conheceria apenas sua própria instrutora e suas próprias alunas ...
Embora se possa identificar uma Tigresa por determinadas características físicas, somente uma Tigresa Branca muito experiente poderia conhecer todas essas características e reconhecer uma outra verdadeira Tigresa Branca.
A informação contida neste livro vem de uma linhagem de Tigresa Branca que data de 1784. Embora se possa traçar essa linhagem até essa data, é evidente que ela surgiu de outras linhagens sob um nome diferente ou talvez até sem nome, de tempos bem mais antigos.
O nome "Tigresa Branca" foi tomado de uma expressão chinesa que designa uma mulher com a vagina sem pêlos. Em geral, essas linhagens historicamente recebiam o nome da instrutora e do local em que esta residia.
Neste caso, o manual de 1748 em que o livro se baseia, trazia na página de título a inscrição "Tigresas de Chin Hua, de Nanquim". Em cada instrutora e linhagem sucessora, o nome era alterado. Por razões de clareza, Madame Lin e Hsi Lai, o autor,  resolveram agrupar esses ensinamentos sob um nome comum e pensaram que "Tigresa Branca" seria o mais apropriado, pois todas as linhagens do passado consideravam o significado secreto de seu nome o ideal simbólico de suas adeptas.
Uma definição das expressões:
As expressões abaixo aparecem com freqüência no texto; seguem rápidas explicações para evitar qualquer confusão.
Cortesã
Antecessoras das gueixas do Japão, as cortesãs eram profissionais que entretinham os homens. Sua posição na sociedade chinesa era muito respeitada e reverenciada. As cortesãs eram muito experientes nas artes do amor, e também conheciam música, poesia, artes, negócios e a ética social. Muitas vezes as cortesãs serviam como confidentes e conselheiras nos negócios. Ter a ajuda e a lealdade de uma cortesã era considerado uma grande honra e sinal da fortuna e influência de um homem.
Consorte
Mulheres que não podiam reivindicar a posição de esposa, e viviam mais ou menos segundo a moderna concepção de amante, eram chamadas de consortes. Em geral, residiam em locais separados da família do homem, proporcionando a ele uma trégua para todos os problemas dos negócios e da manutenção da família. Normalmente, as consortes eram adquiridas por sua beleza e encanto; de modo geral, tinham uma vida bastante opulenta e tranqüila.
Concubina
Expressão que significa "esposa secundária". Na China antiga, os homens podiam ter tantas esposas secundárias quantas pudessem sustentar. Normalmente, as concubinas viviam dentro da residência da família, tinham seus deveres domésticos e basicamente serviam para dar um filho do sexo masculino para a posteridade do marido. Dependendo de sua riqueza, o homem podia ter inúmeras concubinas; a maioria delas jamais o servia de maneira sexual. Muitas vezes a concubina era tomada devido a algum arranjo entre duas famílias, em geral para ser instruída, para que mais tarde ajudasse sua própria família. Algumas eram poderosas; homens ricos tinham tantas concubinas que jamais encontravam todas, porque elas estavam espalhadas por diferentes regiões, freqüentando escolas ou dirigindo negócios.
De modo geral, havia três razões para um homem tomar uma concubina: (1) assegurar o nascimento de filhos do sexo masculino em sua linhagem familiar; (2) proporcionar apoio financeiro para uma família e filha de poucos recursos; (3) oferecer ajuda para a t'ai t'ai (esposa) número um na administração da casa; e (4) simplesmente para seu entretenimento e prazer sexual.
Os ocidentais sempre confundiram cortesãs, consortes e concubinas - e as gueixas do Japão - com prostitutas. É algo tão equivocado quanto dizer que na cultura ocidental a esposa é uma prostituta porque seu marido ganha dinheiro, a sustenta e tem relações sexuais com ela. Essas três classes de mulheres podiam ter relações sexuais e serem sustentadas por homens, mas de modo algum isto as transformava em prostitutas. A.expressão usada para prostituta na China é "garota sing-sing" ou "faisão selvagem" - e só era aplicada a mulheres que ofereciam o sexo apenas por dinheiro.
Mulheres taoistas
Na história da China existiam mulheres taoistas que cultivavam o espírito na qualidade de monjas, e se submetiam aos mesmos rigores do celibato e da meditação que seus pares do sexo masculino. Havia ainda outras mulheres taoistas que não residiam nos templos e eremitérios, mas exerciam suas práticas dentro da sociedade convencional; é dessas mulheres que derivam os ensinamentos da Tigresa Branca.
As Tigresas Brancas exerciam os métodos sexuais espirituais para a restauração de sua juventude e para atingir a imortalidade. Com o tempo, as diversas técnicas dessas mulheres levaram à formação das sociedades da Tigresa Branca. Embora jamais se tenham estabelecido como escola organizada de ensino e aprendizado, as linhagens da Tigresa Branca eram passadas em segredo a certas mulheres - e homens - que rejeitavam as idéias dos moralistas e dos confucionistas, que na maior parte da história da China ditaram a estrutura e o comportamento moral das massas.
Taoísmo e Confucionismo
São duas filosofias originadas na China. O taoísmo, em seu âmago, apresenta como filosofia o viver naturalmente no mundo, uma doutrina de não lutar e não interferir no mundo - os taoistas foram os primeiros livres-pensadores na sociedade chinesa. A filosofia taoista baseia-se na obra do Imperador Amarelo (Huang Ti, autor a quem se atribui A clássica Medicina Interior do Imperador Amarelo) e em Lao Tzu
(ou Lao Tsé) e sua obra, o Tao Te Ching, nos textos de Chuang Tzu  no Chuang Tzu, e no Pao P'u Tzu, de Ko Hung.
Esses textos e ensinamentos passaram por incontáveis interpretações em toda a história da China, de modo que o taoísmo se dividiu em muitas seitas, escolas e costumes divergentes. As divisões também foram criadas porque em essência os textos clássicos do taoisrno podem ser interpretados e praticados como qualquer dessas três maneiras: alquimia espiritual, filosofia contemplativa e meio de regeneração sexual. As escolas mais tradicionais do taoísmo adotaram e adaptaram simultaneamente as três interpretações, sem descartar uma em favor de outra. A Tigresa Branca se dedica igualmente às três, passando primeiro pela regeneração sexual, depois pela alquimia espiritual e por fim, pela filosofia contemplativa - misturando e desenvolvendo todas em um período de nove anos.
Por outro lado, os confucionistas acreditavam em uma sociedade ordeira e moral, em que a correção e o dever eram considerados as funções próprias da vida de um homem - a natureza era a natureza e o homem era o homem. Os confucionistas não se incomodavam pensando que o homem tinha de trabalhar em acordo com a natureza. Eram fundamentalistas conservadores morais e acreditavam que os homens eram superiores às mulheres. Os confucionistas também acreditavam na imortalidade, mas apenas em termos de imortalidade biológica, ou seja: a posteridade da linhagem de família. Por isso, ter filhos do sexo masculino tinha tanta importância para os chineses. O taoismo dá ênfase à imortalidade fisiológica, em que a criação de um embrião espiritual e filho da pessoa tinha a maior importância.
Não obstante, os taoistas viam homens e mulheres como parceiros iguais na troca recíproca da criação da harmonia suprema: assim como céu e terra e as forças yin e yang da natureza devem se equilibrar uma a outra para obter alguma forma de realização ou harmonia. Deve-se dizer que o taoismo é semelhante à maneira como viviam os Índios norte-americanos, e o confucionismo é ainda mais parecido com o que os Índios americanos chamavam de "governo do homem branco". Esta analogia talvez deixe mais clara a divergência entre o taoísmo e o confucianismo na China antiga.
Imortalidade
Há uma ampla divergência do significado do conceito de imortalidade nas escolas do taoísmo. Algumas escolas acreditam na imortalidade física, em que o corpo pode ser preservado pelo tempo que a pessoa considerar necessário. Outro significado é que o espírito e a consciência permanecem intactos e lúcidos durante a morte e assim teriam capacidade para se dirigir aos paraísos dos imortais ou reinos celestiais da existência, em vez de retomar ao reino terrestre. O significado mais prático é que a pessoa viva além de cem anos de idade em boa saúde ou, como dizem os chineses, "mantém a juventude na velhice". Para a Tigresa, a imortalidade contém a idéia de viver em excelente saúde, vivendo por mais tempo com boa disposição e aparência física jovial, em lúcida consciência até a morte.
Restauração da juventude
O objetivo da restauração da juventude é retomar a condição física dos anos da adolescência, não retornar ao apogeu dos catorze anos ou esperar que os seios diminuam de tamanho e assim por diante ... mas antes readquirir a aparência e o funcionamento que a pele, os cabelos, a vagina, os seios, o tônus muscular, a audição e a visão possuíam na adolescência e no início da idade adulta da mulher. Algumas das sensações físicas e da energia dos anos da adolescência voltarão a ser experimentadas de modo muito parecido. A Tigresa Branca acredita que uma mulher pode recuperar de cinco a quinze anos, dependendo da idade em que começar a praticar e do quanto o envelhecimento a tenha prejudicado. Um velho ditado taoista diz que "ninguém pode lograr a morte e a velhice, mas com certeza é possível criar obstáculos para a morte e a vida pode ser prolongada."
Qi (ou Chi, ou Ki)
"Energia," "fôlego" e "força vital" são interpretações que se pode dar ao Qi. Em suma, é a energia vital interior estimulada na acupuntura e a energia que os asiáticos acreditam animar todas as formas de vida. O calor do corpo humano é uma conseqüência do Qi, uma espécie de oxigênio inerente no corpo e no sangue, que estimula a vitalidade e a capacidade de resistência. Os chineses acreditam que o corpo tem a possibilidade de viver por certo período sem alimento, sem respirar ou sem a circulação do sangue - mas sem o Qi ele não pode existir sequer por um momento.
Ching
É a necessidade primordial que as pessoas têm de se reproduzir, o comportamento que usamos para expressar o desejo sexual; as substâncias contidas nos fluidos sexuais - a força regeneradora - são o ching ou energia sexual.
O orgasmo é a experiência mais intensa de um indivíduo. Nenhuma outra experiência é tão completamente concentrada, nenhuma proporciona tanto prazer, tal sensação de liberação e relaxamento, nenhuma intensifica tanto todos os sentidos da pessoa. A energia sexual é a mais forte de todas as forças existentes nos seres humanos, que se expressa em nossa vida cotidiana de incontáveis maneiras, do consumo de alimentos à atividade sexual.
O orgasmo emite a energia sexual do organismo, não apenas em fluidos, mas também como importante força psicológica. A Tigresa descobre como absorver e usar em toda a sua plenitude os fluidos e as energias de seu próprio orgasmo e do orgasmo do homem para beneficiar sua saúde e bem-estar.
Como a energia sexual é a força e a influência mais forte na condição humana, a Tigresa prefere fazer uso dela para apressar sua obtenção da juventude e da imortalidade. No Ocidente, ainda temos de compreender plenamente a conexão inerente que existe entre sexualidade e espiritualidade. Para o taoista, o refinamento sexual e espiritual do ching (energia sexual, funções físicas), do Qi (energia vital, respiração) e do shen (espírito, consciência) - os Três Tesouros - é o segredo com que desvendar não apenas a recuperação da nossa juventude, mas também de nossa imortalidade.
Quando dirigida de modo negativo, a energia sexual pode causar inúmeras inquietações ou indisposições, de desordens alimentares a traumas psicológicos. Não importa a sua preferência, quer você o deseje ou se abstenha dele, o sexo ainda é uma corrente subterrânea na sua condição física e ao mesmo tempo no seu temperamento psicológico. Cada ser humano pode fazer uso do sexo de maneira positiva ou de maneira negativa.
Dragão de Jade
É um correspondente masculino que a Tigresa poderá ter. Não era apenas um parceiro nas atividades sexuais, mas também seu benfeitor e seu protetor. Normalmente eles permaneciam juntos por um período de três anos e depois decidiam separar-se ou não. Todo o seu relacionamento era estruturado num acordo de se ajudarem nos exercícios.
Dragão Verde
São os parceiros do sexo masculino seduzidos por uma Tigresa, com o único objetivo de adquirir energia sexual e sêmen. Ao contrário de um Dragão de Jade, os Dragões Verdes são indispensáveis e decisivos para que os exercícios da Tigresa funcionem, pois mesmo que ela tivesse um, o Dragão de Jade seria incapaz de fornecer a necessária energia sexual e o sêmen necessário para um período de três anos. Os encontros com os Dragões Verdes são casos sexuais muito disciplinados. Muita preparação e muito destaque são dedicados para descobrir e encontrá-los.
Para se tornar uma imortal
O primeiro objetivo físico da Tigresa é recriar em seu corpo as reações sexuais que surgiram na adolescência e que seriam úteis em sua recuperação física. Com isso, ela retarda o processo do envelhecimento.
Depois, ela começará a desenvolver os exercícios e as experiências de Absorção da Energia Sexual Masculina, também conhecida como Absorção do Fôlego do Dragão. A absorção é a capacidade de induzir física e mentalmente a energia do orgasmo masculino para dentro de si, com o que ela usará essa energia masculina (yang tanto para fortalecer como para aperfeiçoar sua própria energia feminina (yin).
Assim, é seu exercício de Absorver o Fôlego do Dragão que leva à meta espiritual de atingir a Iluminação da Mente, a experiência de ver muitas luzinhas como se fossem pequenas lanternas oscilando delicadamente dentro de sua cabeça. A Tigresa precisa sentir essa iluminação nove diferentes vezes para produzir a energia suficiente para criar seu Espiritual da Virgem Imortal e, em nome do progresso, ela tenta provocar essas nove iluminações num período de três anos. Assim como o seu correlato, o homem taoista, ela precisa desse feto espiritual para passar pela metamorfose da mortalidade para a imortalidade. É melhor pensar nisso como uma gravidez espiritual, em que dar à luz ao feto espiritual é como desprender seu corpo mortal em troca de um corpo imortal - ou como a lagarta que solta seu casulo e surge como borboleta. Assim, ao examinar a prática da Tigresa à luz da analogia da borboleta, o Período de Restauração (os primeiros três anos da prática) é o mesmo que uma lagarta em desenvolvimento, o Período da Preservação (os segundos três anos) é o momento em que a lagarta se embrulha no casulo, e o Período do Refinamento (os últimos três anos), o surgimento da borboleta.
Qigong (também conhecido como Chi Kun) significa literalmente "trabalhar a respiração" - mas Qi também significa "energia vital" e gong também significa "recursos competentes". Toda a idéia de Qigong é fortalecer a respiração e a energia vital do organismo o bastante para beneficiar a saúde física e mental da pessoa. A maioria dos livros taoistas de Qigong hoje populares contêm algumas impressões equivocadas, basicamente evidentes naquilo a que de modo geral é conhecido como Circuito Celestial Menor, que é o exercício de fazer o Qi subir pela espinha dorsal e descer pela frente do corpo. Segundo esses livros, o objetivo para o homem ou para a mulher é praticar as técnicas de visualização e respiração para obter a circulação do Qi por dois meridianos: jen mo, ao longo da espinha, e tu mo, pela frente do corpo.
Essa intenção é correta, mas não o processo ou a maneira como tem sido apresentada. Em primeiro lugar, esses livros dão a impressão de que uma pessoa pode chegar a esta circulação do Qi simplesmente através da visualização e da respiração. Nada poderia estar mais longe da verdade. Sentir a circulação do Qi uma única vez em uma única ocasião, para não falar em ter a sensação desta circulação em nove diferentes momentos, pode exigir toda uma vida de prática - e poucos taoistas podem conseguir isto. Esta é a razão pela qual os taoistas praticam o Tai Chi Chuan, o Qigong, a alquimia interior, a meditação e assim por diante, durante a vida inteira. Muitos autores tomam os antigos diagramas e as antigas explicações taoistas e apresentam a idéia de circulação como algo imediato, lugar comum e fácil de atingir, quando na verdade é o resultado ou efeito de muita prática.
Em segundo lugar, e ainda mais importante para entender, este processo de fazer o Qi circular nove vezes é importante para o aperfeiçoamento do homem, mas não para o progresso da mulher. Por outro lado, a iluminação é de suprema importância para ela.
Um homem tem de sentir a circulação do Qi através dos meridianos antes que a experiência da iluminação seja desencadeada, mas sentir a circulação ainda não é nenhuma garantia de que a iluminação virá a seguir. Por outro lado, a mulher pode sentir a iluminação sem ter de fazer o Qi circular, porque biológica e espiritualmente ela já está preparada para a gravidez. O homem não está preparado e por isso tem de abrir seu tan-t'ien primeiro, para conseguir fazer o Qi circular. Tan-t'ien significa "o campo do elixir" - fisicamente, é um centro do ser humano, um ponto no baixo abdômen para onde a respiração deverá ser dirigida e onde se concentrará para que o Qi se acumule e se desenvolva. Mais importante, é onde ocorre a gravidez espiritual ou o embrião do espírito. Um homem só terá a iluminação depois de abrir o seu tan-t'ien.
A Tigresa deverá fazer um grande esforço: ter nove diferentes iluminações em três anos não é fácil. Poucas Tigresas conseguem essa iluminação - assim como poucos homens taoistas algum dia conseguirão criar seu feto espiritual. No entanto, ambos adquirem uma excelente saúde e a restauração em seus esforços para atingir a iluminação e fazer o Qi circular, portanto ninguém deve pensar que a viagem é inútil ou a meta inatingível.
Como não precisam fazer o Qi circular para atingir a iluminação, de certa maneira as mulheres têm uma tarefa mais fácil. Pode-se usar a analogia da gravidez: a mulher só precisa receber o esperma em um óvulo fértil para engravidar. Para ela, o verdadeiro trabalho é incubar esse óvulo durante nove meses para parir uma criança. Da mesma forma, ela só precisa absorver o yang shen (a energia e essência sexual espiritual do homem) para ter a iluminação e deve sentir a iluminação em nove vezes separadas para criar seu feto espiritual.
Por outro lado, o homem tem de se reinventar, por assim dizer, para criar uma gravidez espiritual dentro de si. É por isso que ele precisa fazer o Qi circular em nove momentos diferentes, e é por isso que ele precisa injetar uma gota de refinado yang shen (a essência sexual refinada - análoga a uma célula de esperma ligando-se ao óvulo fértil) em seu tan-t'ien para criar um embrião ou feto espiritual.
Contudo, os processos que devem acontecer para o homem criar uma gravidez espiritual não podem ser praticados como exercícios. A circulação do Qi e a iluminação ocorrem mais como resultado de seus exercícios de Inverter o Ching para o Cérebro, retenção do esperma, meditação e ritmo de respiração - exatamente como ocorre com a mulher grávida a partir do processo em que o esperma procura e chega ao óvulo, não apenas devido ao ato sexual físico. Portanto, as Tigresas vêm seu processo de criar um feto espiritual como a absorção da energia sexual masculina de modo muito parecido ao modo com o seu óvulo fértil absorve a célula do esperma para criar uma vida nova. Por outro lado, os homens precisam juntar os fluidos seminais e o esperma nos testículos para depois ejacular o esperma, permitindo que a célula saia em sua viagem para encontrar o óvulo fértil. É análogo ao processo de enviar o Qi em uma viagem para terminar em seu tan-t'ien para criar sua gravidez espiritual."
Para o verdadeiro taoista e para a Tigresa, a gravidez física imita a gravidez espiritual: o sexo físico e o sexo espiritual são vistos por eles como macro e micro imagens-espelho um do outro. Ambos compreendem não apenas que o sexo é sua força interior mais poderosa, mas que homens e mulheres têm um papel diferente na criação de fetos materiais e espirituais. O homem cria doando esperma, a mulher cria recebendo-o. Portanto, o homem deve criar (refinar) sua gota de yang shen para se engravidar espiritualmente. A mulher precisa receber (absorver), o yang shen para se engravidar espiritualmente. O sexo físico exige a relação sexual, quando o óvulo da mulher e o esperma do homem se juntam. O sexo espiritual implica em processos mentais em que a essência yin reúne e se funde com a essência yang para as mulheres e a essência yang reúne e se funde com a essência yin para os homens.
Nota - Para maior informação a respeito dos métodos taoistas masculinos de desenvolver' o Qi, reverter o Ching para o cérebro e meditação, veja Qi Gong Teachings of a Taoist Immortal, de Stuart Olson, editora Inner Traditions.
À luz dessa informação, é interessante mostrar como os livros taoistas típicos dão ênfase ao ponto de vista do homem, deixando implícito que o aperfeiçoamento é, e sempre parte, do domínio dos homens. Quando se olha da perspectiva da Tigresa, as mulheres têm uma capacidade mais natural de atingir a imortalidade e as metas do aperfeiçoamento taoista porque são biologicamente mais adaptáveis e mais receptivas. Contudo, presumir que a mulher é superior no aperfeiçoamento espiritual seria um equívoco, pois homens e mulheres devem usar as táticas que mais lhes convenham. Este problema surgiu do desconhecimento sobre as diferenças; por isso, algumas mulheres se empenham em métodos taoistas de aperfeiçoamento que são mais propícios para os homens e assim entram em desvantagem.
Para realizar seus objetivos, a Tigresa periodicamente usa os Dragões Verdes, homens que são seduzidos unicamente por sua energia sexual. Ela estará com eles não mais do que nove vezes em um dado período e em geral será observada, secreta ou abertamente, pelo seu Dragão de Jade durante a sedução de Dragões Verdes. Muitas Tigresas procuram Dragões Verdes, mas uma Tigresa não precisa de um Dragão de Jade para atingir seus objetivos.
Esse parceiro é adquirido por três razões: apoio financeiro, proteção física e por ser um parceiro confiável para as Técnicas Transformadoras mais avançadas.
Em essência, a Tigresa começa seus exercícios em um nível físico, para restaurar e preservar sua juventude. Uma vez obtidas as metas e os aspectos físicos, ela passa para o nível mais espiritual, o período transformador, em que a experiência da absorção é como uma ponte ligando esses dois momentos. Como em qualquer exercício espiritual, os aspectos físicos devem ser dominados antes de dominar o espiritual- exatamente a mesma premissa ensinada em todos os exercícios de meditação, artes marciais e ioga.
A Tigresa Branca é muito disciplinada no exercício das atividades sexuais e no tempo gasto nessas ações. Uma Tigresa só se envolve em certos atos sexuais disciplinados. Ela adota um plano que não interfira muito em sua vida cotidiana normal. Embora o plano dos exercícios e o tempo gasto não sejam intensos, seus encontros sexuais o são.
Como acontece com a maioria das ideologias e exercícios dos chineses, o rigor e a disciplina estão na base dos exercícios da Tigresa Branca. Entretanto, apesar do rigor e da disciplina projetados nesses exercícios, as Tigresas são muito apaixonadas e se entregam - apaixonadas não somente em relação ao exercício, mas também em relação aos homens com quem entram em contato. Para a Tigresa, a paixão é o meio pelo qual ela pode realizar seu objetivo final. Assim, quando estiver lendo este material, jamais esqueça que as Tigresas procuram ser encarnações da paixão e da entrega.
A filosofia da Tigresa Branca vai ao âmago e à origem da sexualidade e espiritualidade da mulher. O conteúdo apresenta certa dificuldade, para dizer o mínimo, mas não há como escapar ao fato de que não importa qual seja a preferência sexual - da obsessão à completa abstinência, o sexo envelhece a pessoa. O sexo é como uma droga: o exagero degrada e destrói, mas utilizá-lo corretamente pode restaurar e preservar uma pessoa. A Tigresa se concentra em usar o sexo corretamente como remédio.
A Tigresa vê o sexo exatamente como alguém veria a busca de uma profissão, o que significa separar algum tempo para o aprendizado dessa profissão. Seus exercícios não são simples exercícios de proezas sexuais, nem exercícios visando a beleza - antes, e mais importante, ela se torna uma Tigresa para que possa verdadeiramente se conhecer e aplicar a energia e a confiança que acaba de descobrir para realizar qualquer tarefa que decida empreender.
De modo geral não temos nenhuma idéia do quanto o sexo pode ser poderoso e positivo, especialmente quando aprendemos a dominá-lo e dirigí-lo. Para a Tigresa, o sexo é uma disciplina na superação de seu maior inimigo: seu próprio ego.
Muitas pessoas talvez não concordem com os métodos da Tigresa Branca, mas ela ergue o véu escuro do conformismo e da moralidade sexual para encontrar a verdade e os recursos da energia sexual e assim descobrir o remédio para se tratar da condição mortal: o envelhecimento, a doença e a morte não natural.