domingo, 30 de janeiro de 2011

O 13º signo do Zodíaco: Ofiuco

Como diz a mídia eletrônica...
“ - Atenção, atenção: Interrompemos nossa programação para uma edição extraordinária sobre a última abobrinha que está intrigando as pessoas no mundo inteiro...”
Há um frisson “pseudo esotérico” no ar já há algum tempo. Astrônomos e astrólogos batendo boca. Socialites e celebridades tupiniquins desolados porque “vão mudar de signo”...uma coisa ho-rro-ro-sa!...
 Vários amigos também tem falado comigo intrigados sobre uma matéria de uma revista nacional, vocês-sabem-qual , da semana  de 26/01/2011, que malandramente tomou carona numa notícia veiculada para o mundo, a partir do, vejam vocês, estado americano de Minnesota, o novo centro da cultura astrológica do planeta!.
Lá, em entrevista à rede NBC, um professor de astronomia que deve ser "altamente qualificado" chamado Parke Kunkle, que ensina astronomia a alunos numa faculdade técnica de Minneapolis, o Community and Technical College,  explicou que, “por causa da atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, o alinhamento das estrelas foi empurrado por cerca de um mês (?). Então surgiu um novo signo que seria o de Serpentário - ou "Ophiuccus".
Esse bando de astrônomos fica anos naquela paradeira olhando o céu dia e noite, e não sabe como arranjar seus “quinze minutos de fama”...desta vez eles quase conseguiram. São todos candidatos a Karl Sagan, ou mesmo Isaac Newton, que poucos sabem, era  astrônomo e astrólogo sério, e não falaria uma asneira dessa (me perdoem, eu quis dizer "uma incorreção dessas"...).
Segundo Kunkle, “conforme a Terra e o Sol se movimentam, os signos mudam”. O astrônomo disse que "essa mudança não aconteceu do dia para a noite"...ufa, que bom! O que ele deveria ter dito, e não sabe, é “conforme a Terra e o Sol se movimentam, a visão aparente das constelações muda”. Isso sim é Astronomia, área da qual ele não deveria ter saido.
Vocês percebem que se trata de um astrônomo, se é de fato, falando de Astrologia.  Lembra um personagem do desenho americano South Park que dizia “-... Irã, Iraque, é tudo a mesma coisa...”
A notícia é velha, requentada e oportunista. Volta e meia aparece novamente. Nenhum astrólogo que se preze tem mais paciência para ficar explicando isso. Só serve para vender mais revista aos desavisados e fazer esse “auê” boboca do tipo, como o Chacrinha dizia, “Eu não vim pra explicar, mas pra confundir”. Mas vamos falar mais uma vez a respeito dessas abobrinhas jornalísticas, plantadas por falta de assunto:
Em primeiro lugar a única coisa pior que astrólogo que não conhece astronomia, é astrônomo que não conhece astrologia. E pior que as duas é jornalismo de segunda linha que não se aprofunda na veracidade e conteúdo da informação. É o caso desse pessoal de Minnesota, cujas afirmações errôneas encontram eco num pseudo-jornalismo “fake” como o dessa revista em questão. Mas em todo o mundo é assim.  Na Inglaterra então, nem se fala...
Precisamos esclarecer que a Astronomia nasceu junto com a Astrologia e apesar de sua função nobre no conhecimento humano,  sua única contribuição para a Astrologia é fornecer a posição dos astros no céu para se fazer as Efemérides, ou seja a sua posição instantânea nos graus de cada signo. Qualquer coisa além disso é invadir território. Por que?
Porque, como diz o Alexey, diretor da CNA – Central Nacional de Astrologia (e qualquer aprendiz de Astrologia sabe), signo não é constelação. Isso já bastaria para encerrar o assunto. A astrologia ocidental tropical não considera como signos as constelações. Deste modo, nenhum signo mudou e o simpático Ofiuco não é um novo signo, continua sendo uma constelação, como aliás sempre foi. Os signos vão ser sempre 12, não porque os astrólogos são conservadores, mas porque conhecem a essência de “o que é a Astrologia”, um conhecimento simbólico, e por isso, de nível qualitativamente superior ao conhecimento comum.
A astrologia védica indiana sim considera as constelações mas somente para demarcar o início do zodiaco sideral (ou zodiaco das constelações). No restante ela ainda considera os doze signos. Então esses astrônomos americanos deveriam tirar satisfações na Índia, com os astrólogos védicos, ora essa. (rsrs).
Vamos lá explicar isso, pela penúltima vez: (rsrs)
A Astrologia lida com signos que são coisas simbólicas, arquétipos, conteúdos metafísicos. São símbolos...vamos repetir, “signos são símbolos “, e não coisas factuais como lápis, maçã, computador, crocodilo...É por isso que receberam o nome de signos, e não outro nome. Já a Astronomia lida com a realidade factual do universo conhecido, ou seja, corpos celestes, suas composições químicas e físicas, distâncias, campos magnéticos, órbitas, atrações, gravidade (que aliás nem os cientistas sabem de fato o que é), etc, etc. Então os signos serão sempre 12, tanto na astrologia ocidental como na oriental, porque 12 (ou 3x4) como também o 7, são números ligados à vida no Universo, às estações do ano, à divisão do ano em meses,  à divisão do círculo, às cores das “ondas de forma” na Radiestesia, etc... Já pensou, dividir as estações do ano com essa nova lógica? Ou o calendário?
Pitágoras, matemático grego, profundo conhecedor das relações entre os números e os símbolos e mitos humanos cujo significado é metafísico, deve estar se revirando na tumba cada vez que ouve falar nesse assunto fervilhante de abobrinhas.
Nesse raciocínio inconsequente, teríamos que mudar a simbologia dos 12 Trabalhos de Hércules, arquétipo estreitamente ligada à Astrologia, só para agradar esses astrônomos metidos a astrólogos. E se a moda pega, alguém vai sugerir mudar os 8 trigramas do I Ching, ou os 22 Arcanos Maiores do Tarot, ou os 3 elementos das Trindades de todas as tradições antigas. Já pensou? “-Atencão pessoal, a trindade hindu agora são 4: Brahma, Vishnu, Shiva e Sei-lá-o-que”...É só um numero a mais ou a menos, não é?...
A armadilha que existe, e que confunde esses incautos e incultos pseudo-astrólogos e pseudo-jornalistas, é que na cinta dos signos que envolve o sistema solar, os signos tem o mesmo nome e a mesma ordem sequencial que tem as constelações na cinta das constelações, bem mais além. Para um astrônomo ou jornalista despreparado, só isso já basta para a construção de uma novíssima teoria astrológica. Alem da semelhança enganadora, a única diferença é que os 12 signos tem o mesmo tamanho entre si (30 graus) e as constelações não, (há pequenas e grandes) mas quem liga para isso?
Quem quiser explicações adicionais mais educadas e politicamente corretas sobre o assunto, pode consultar abaixo o site do astrólogo Hector Othon, ou da astróloga Elisabeth Nakata, o da CNA - Central Nacional de Astrologia, e outros.
E tenho dito...

http://elizabethnakata.webs.com/.
Sobre Astrologia séria, consulte  www.constelar.com.br e www.astrothon.com
Sobre Tarot e I Ching sérios, consulte www.clubedotaro.com.br

PS - Não sou astrônomo nem astrólogo, mas a Dona Josefina me ensinou a só dar palpite sobre coisas que eu conheço...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Limite Zero

Há tempos atrás publiquei aqui um artigo chamado Ho' oponopono uma terapia amorosa assentada nas profundezas do invisível do ser humano, praticada pelo Dr. Len, terapeuta da tradição havaiana e divulgada para o mundo por Joe Vitale, um homem que chegou a viver sem teto,  e  acabou fazendo sucesso como escritor, tornando-se mundialmente conhecido. Tempos depois os dois juntos lançaram um livro pela internet sem fins comerciais, que também decolou, razão pela qual transcrevo (sem preocupação de violar direitos autorais) os princípios do livro só para instigar os mais afoitos. O livro, curto e direto, é uma aventura para o espírito. Vamos lá:

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO LIMITE ZERO
1 - Você não tem a menor idéia do que está acontecendo (rsrs)- “o riso é meu...”.
É impossível ter consciência de tudo que está acontecendo dentro e ao redor de nós, consciente ou inconscientemente. O seu corpo e a sua mente estão se regulando neste exato momento, sem que você tenha consciência disso. E o ar está repleto de sinais invisíveis, desde ondas de rádio a formas pensamento, dos quais você não tem nenhuma sensação consciente. Você está na verdade ajudando a criar a sua realidade neste exato momento, mas isso está acontecendo inconscientemente, sem o seu conhecimento ou controle consciente. É por esse motivo que você pode ter todos os pensamentos positivos que quiser e ainda assim estar completamente sem dinheiro. A sua mente consciente não é a criadora.
2 - Você não tem o controle sobre todas as coisas.
Obviamente, se você não sabe tudo o que está acontecendo, você não pode controlar tudo. Achar que você pode obrigar o mundo a fazer o que você quer é uma viagem do ego. Como o seu ego não consegue ver grande parte do que está acontecendo no mundo neste momento, deixar que ele decida o que é melhor para você não é muito sábio. Você tem escolhas, mas não tem o controle. Você pode usar a mente consciente para começar a escolher a experiência que preferiria ter, mas precisa parar de pensar se ela vai se manifestar ou não, de que maneira, ou quando. O segredo é a entrega.
3. Você pode curar qualquer coisa que surja no seu caminho.
Qualquer coisa que surja na sua vida, independentemente de como apareceu, está disponível para a cura simplesmente porque está agora no seu radar. A suposição neste caso é que, se você pode sentir alguma coisa, você pode curá-la. Se você a vir em outra pessoa, e ela o incomodar, é passível de ser curada.” Você talvez não tenha a menor idéia do motivo pelo qual essa coisa está na sua vida, ou como ela apareceu, mas você não pode abandoná-la porque agora tem consciência dela. Quanto mais você remedeia o que surge, mais livre você está para manifestar o que você prefere, porque você estará libertando uma energia aprisionada para usar em outros assuntos.
4 - Você é completamente responsável por toda a sua experiência.
O que acontece na sua vida não é culpa sua, mas é sua responsabilidade. O conceito da responsabilidade pessoal vai além do que você diz e pensa. Ele abarca as coisas que os outros dizem e pensam, e que aparecem na sua vida. Se você assumir a total responsabilidade por tudo que aparece na sua vida, quando alguém surge com um problema, este também passa a ser seu problema. Isso está associado ao terceiro princípio, que afirma que você pode curar qualquer coisa que surja no seu caminho. Em resumo, você não pode culpar nada ou ninguém pela sua realidade atual. Tudo o que você pode fazer é assumir a responsabilidade por ela, o que significa aceitá-la, admiti-la e amá-la. Quanto mais você remediar o que aparece, mais você ficará em sintonia com a origem.
5 - O seu bilhete para o limite zero tem impresso nele a frase “Eu te amo”.
O passe que lhe consegue paz além de todo o entendimento, da cura à manifestação, é a simples frase “Eu te amo”. Dizê-la para o universo purifica tudo que existe em você, de modo que você pode vivenciar o milagre deste momento: o limite zero. A idéia é amar todas as coisas. Amar a gordura excessiva, o vício, a criança, o vizinho ou o cônjuge problemático; amar tudo, enfim. Dizer “Eu te amo” é o abre-te sésamo para experimentar o Divino.
6 - A inspiração é mais importante do que a intenção.
A intenção é um brinquedo da mente; a inspiração é uma diretiva do Divino. Em algum momento você se entregará e começará a prestar atenção, em vez de implorar e esperar. A intenção está tentando controlar a vida baseada na visão limitada do ego; a inspiração está recebendo uma mensagem do Divino e em seguida agindo em função dela. A intenção atua e produz resultados; a inspiração atua e produz milagres. Qual das duas você prefere?

“Você é o responsável por qualquer fato que ocorre na sua vida. Porque você é o criador do seu mundo”.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Resgate da Alma

 Como a gente já disse antes, uma das técnicas de cura física, anímica e espiritual mais intrigantes e misteriosas do universo xamânico é conhecida por O Resgate da Alma.
O fenômeno, curiosa e infelizmente passa despercebido dos estudiosos modernos da psique humana e está sendo aos poucos resgatado atualmente por terapeutas corajosos que estudam e a praticam em várias partes do mundo graças à abertura proporcionada por alguns acadêmicos de visão holística e sem preconceitos, principalmente antropólogos. Entre eles se perfilam Castaneda, Michael Harner e um grande número de outros. Muitos desses profissionais sérios e insuspeitos, por afinidade pessoal ou ao escolherem suas teses de mestrado, doutorado ou extensão universitária, tomaram contato com o mundo dos xamãs e “se converteram” ao constatarem a sua eficácia mágica.
Mircea Eliade, famoso historiador de religião romeno diz em seu livro Xamanismo, Técnicas Antigas do Êxtase”:
“A principal função do xamã na Ásia Central e do Norte é a cura mágica. Nessas regiões pode se encontrar diversas concepções da causa da doença, mas aquela da “violação da alma” é de longe a mais comum. A doença é atribuída ao afastamento ou ao roubo da alma, e o tratamento em princípio resume-se em encontrá-la, capturá-la e obrigá-la a retomar seu lugar no corpo do paciente. Apenas o xamã vê os espíritos e sabe como exorcizá-los; apenas ele reconhece que a alma se afastou e é capaz de alcançá-la em êxtase e trazê-la de volta ao corpo”.
 O conceito do Resgate da Alma parte do princípio de que a alma humana em várias circunstâncias extremas não suporta a pressão de certos eventos da vida e se retira em pedaços conscientes para uma vida paralela em mundos incomuns, uma outra dimensão onde passa a viver em segurança precária, sem evolução mas sem sobressaltos.  Os fatos específicos, as circunstâncias e o nível de pressão variam de caso a caso, mas a experiência mostra que essa perda de “pedaços da alma” é causada normalmente por acidentes, traumas físicos e emocionais, abusos de infância, abandono, crueldades, violência, falta de amor, e por aí afora. Os sintomas aparentes desse desequilíbrio são depressão, vazio interior, lacunas de memória, solidão, falta de interesse, motivação e propósitos na vida ou mesmo uma “maré de azar”.. .
É muito difícil ter passado pela vida sem esses perrengues, então grande parte das pessoas sofre desse mal e não sabe, ou atribuem a outras causas diagnosticadas pela nossa medicina focada só no corpo. Alguma semelhança com o que vemos por aí?...
O xamã então faz uma jornada de resgate, o paciente deitado ao seu lado, e com ajuda de seres a ele ligados nas dimensões incomuns (Mundo Inferior, Intermediário ou Superior), encontra os pedaços da alma e os convence de vários modos a voltar ao paciente. Ao voltar à realidade comum o xamã “sopra” o pedaço, ou pedaços, de volta no paciente e ele começa, curado, a se recuperar e conviver com a sua alma plena.

Há 10 perguntas práticas para se determinar se ocorreu ou não uma perda da alma em alguém:
1 – Você já teve dificuldade de ficar “presente” no seu corpo? Sente-se “fora do corpo” observando-se?
2 – Já se sentiu entorpecido, apático, enfraquecido?
3 – Sofre de depressão crônica?
4 – Tem problemas imunológicos e facilidade de ficar doente?
5 – Estava sempre doente quando era criança?
6 - Tem lacunas de lembranças da sua vida, como traumas foram apagadas, após os 5 anos?
7 – Luta contra vícios como álcool, drogas, comida, sexo ou jogos?
8 – Procura coisas externas para preencher um “vazio interior”?
9 - Teve dificuldades de levar a sua vida após uma separação ou morte de pessoa querida?
10 – Sofre de síndrome de muitas personalidades?
Segue um dos vários relatos de uma jornada feita por Sandra Ingerman, terapeuta, escritora e xamã famosa, para resgatar a alma de John, que se queixava de “dificuldades de se relacionar, questões de confiança e intimidade”:
“Eu inicio a minha jornada e encontro o meu animal de poder. Minha intenção é ver se consigo encontrar as partes perdidas de John que possam ajudá-lo a lidar com seus problemas. Meu animal de poder me leva para uma casa no Mundo intermediário. Na sala de estar colorida olho ao redor. Há um sofá de gobelin e duas cadeiras em estilo vitoriano. Minha atração é atraída por gritos que vem do extremo oposto da sala. Na base da escada está o pai de John, gritando com a mãe, dizendo que vai embora de casa. No chão da sala está John,com quatro anos, parecendo em pânico. Seu pai bate a porta da frente; sua mãe bate a porta do andar superior; a alma de John foge aterrorizada com a experiência. Com a partida do pai, a vida familiar normal de John se despedaça.O abandono que ele sente é demais para suportar.
Eu falo com “a parte da alma de John” garantindo que John está à sua espera na realidade comum e que vai cuidar dele. O menino de quatro anos percebe que “ele é a parte de John que sabe como confiar”, e concorda em "voltar para casa.”

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Xamanismo

Segundo a Antropologia a palavra "xamãnasceu entre o povo Tungus da Sibéria e significa "aquele que sabe”. É uma versão da expressão “homem de conhecimento” usada por algumas tradições como a tolteca mexicana para designar tanto os curadores espirituais como aqueles que ajudam a desvendar os mistérios metafísicos do Ser, da Consciência, da Divindade.
Já o próprio Xamanismo, segundo a Antropologia e Arqueologia nasceu na Idade da Pedra cerca de 40 a 50 mil anos atrás em várias regiões do planeta nos 5 continentes. O mistério, para a ciência mas não para os antigos, é que o nascimento deu-se simultaneamente em muitas regiões no planeta. É um mistério que o stablishment acadêmico tenta resolver sem muito sucesso com o quebra-cabeças das teorias migratórias, que em alguns poucos casos até são verdadeiras. Felizmente muitos acadêmicos  que transitavam com familiaridade também no terreno de conhecimentos metafísicos, como Mircea Eliade, Jung, Joseph Campbell e outros do Grupo Eranos que se reunia na Suiça, já estabeleceram desde o século passado uma ponte entre o xamanismo e a ciência, que valoriza os estados xamânicos como veículos desses conhecimento milenar. Eles sabiam a resposta do mistério. Muitos antropólogos atuais, herdeiros desse esforço corajoso de investigação e também agentes do mesmo esforço,  sabem a resposta. Aliás está se tornando um fato comum entre os acadêmicos de antropologia e outras especialidades limítrofes ao mistério, como Castaneda, Michael Harner e outros, o fato de que eles vão formalmente estudar o xamanismo como bons acadêmicos e ficam fascinados. Viram xamãs.
Quem acredita no Invisível, sabe que esse conhecimento antigo, como muitos outros, ocorre num plano onde o verdadeiro conhecimento metafísico é passadas não de forma escrita e acadêmica, mas por canais não convencionais como os estados de “consciência intensificada” ensinados por via oral controlada, na maioria das tradições esotéricas autênticas.
Hoje sabe-se que mesmo com o arraigado preconceito machista presente em toda a humanidade e que influenciou grandes estudiosos que não conseguiram se livrar do peso da cultura ocidental, as mulheres representaram um papel relevante, quando não principal, nessa área, mesclando a cura física e espiritual xamãnica com a atividade de parteiras e advinhas nas sociedades chamadas por nós de primitivas.
Os xamãs sempre foram uma mescla de curadores, psicólogos e adivinhos de suas sociedades. Existem os médicos modernos que curam o corpo, mas o que fazemos quando o espírito adoece? O xamã mobiliza o mundo espiritual para ajudar a cura, e frequentemente atua como psicopompo, função que desconhecemos, que ajuda as almas a atravessarem o bardo (intervalo) pra o outro mundo como faziam não só os budistas tibetanos, hinduístas, taoistas e uma infinidade de outras tradições. Os xamãs executavam essas tarefas sem a devida “remuneração profissional”, que por sua vez era obtida por eles trabalhando da mesma forma que os outros. Eram muito respeitados os xamãs que desempenhavam bem as duas coisas, como um sinal de qualidade pessoal.
Com o renascimento do xamanismo e da cura no mundo ocidental, estamos começando a valorizar a cultura do Invisível, diminuindo o desprezo irracional aos conhecimentos antigos, e resgatando o valor espiritual e psicológico de tudo o que os nossos ancestrais já conheciam, respeitando e compreendendo a sua importância para desvendar os mistérios da nossa saúde e bem-estar.
São encantadores, misteriosos e profundamente eficazes os rituais e as técnicas variadas que as sociedades xamânicas de todo o planeta usam de acordo comas suas facetas culturais individuais. A razão disso é que estão baseadas num conhecimento do lado oculto da essência e funcionamento de leis universais ainda inacessíveis à mente racional ocidental, que por sua vez já apresenta sinais de fadiga de eficácia. Bom sinal.
Mircea Eliade, filósofo e historiador romeno, autor de livros centrais sobre o xamanismo, diz que o xamã é uma pessoa que faz uma jornada em estado alterado de consciência além do tempo e espaço conhecidos. Michael Harner, antropólogo (e xamã) que pesquisou o xamanismo no mundo todo afirma que o xamã é diferente dos outros curandeiros porque utiliza o ritual da Jornada Xamânica, solitária ou em grupo, ritual que usa sons (tambor, chocalhos, apitos) para produzirem freqüências sonoras hoje estudadas e conhecidas que catalisam o processo de passagem para um outro estado de consciência.  Usam também músicas, mantras, danças e eventualmente plantas alucinógenas e jejuns. Essas técnica tiram o xamã e a pessoa a ser curada da realidade comum. Na “outra realidade” o xamã obtém ajuda e informações de seres que o auxiliam, bem como o paciente, familiares e eventualmente a comunidade. Diferentemente da medicina ocidental, a comunidade representa um papel muito importante de acolhimento e participação das práticas de cura. Um reforço apreciado pelo paciente debilitado física e espiritualmente e que não existe mais nas frias e assépticas acomodações dos hospitais e consultórios onde se dá a cura moderna. Um dos rituais em grupo dos índios norte americanos era uma dança numa representação de uma canoa tripulada que entrava em grupo na outra realidade para obter ajuda. 
Uma das jornadas mais intrigantes do mundo xamânico é descrita e estudada por Sandra Ingerman, xamã e escritora famosa do Novo México,  terapeuta familiar e de casais, e fundadora da Aliança Internacional para Professores e Xamãs de Remédios para a Terra. É a jornada xamânica chamada O Resgate da Alma.  Falaremos em breve dessa incrível técnica que está renascendo em várias partes do mundo ocidental graças a esses devotados xamãs modernos, pontífices entre esse conhecimento quase esquecido e a medicina e ciência ocidentais.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Poder do Agora

Eckhart Tolle nasceu na Alemanha, estudou e lecionou em Cambridge e trabalhou como um executivo normal. Até aí tudo bem... Hoje é líder espiritual de milhares de pessoas, escritor iluminado, conhecido pela mídia mundial. Quando não está dando conferências no mundo, vive no Canadá. Qual o segredo da mudança?
Aos 29 anos, ansioso, depressivo e suicida,  acordou á noite em pânico odiando o mundo e a si mesmo. Sua mente “deu um vazio” e ele entrou apavorado num vórtice de energia. “Não resista” dizia uma voz, e ele obedeceu e soltou-se no vazio e... nasceu de novo. Ao acordar do apagão percebeu os sons e imagens corriqueiras do dia, mas maravilhosamente reais e lindos. Sua mente estava “em branco”, sem pensar em nada e ele percebeu que tinha acabado a sua identificação com a infelicidade: “sobrou a sua verdadeira natureza, aquele estado puro inicial antes da identificação com a forma”. Aprendeu a entrar,sempre que quisesse, nessa dimensão eterna e imortal de paz e bem aventurança.
Deixou tudo, família, amigos, emprego e passou dois anos sentado em parques em Londres em estado de profunda alegria. Voltou, retomou, assumindo a sua nova vocação, mas a paz continuou ao seu lado. Passou 10 anos em grupos na Europa ensinando as pessoas a eliminar a inconsciência, o sofrimento e a ilusão: uma Nova Consciência, um ensinamento espiritual atemporal que afirma “você não é a sua mente” .
Hoje quando as pessoas desejam o que ele obteve, diz “Você já tem, mas não sente porque sua mente faz muito barulho”...
Segue uma entrevista dada em vídeo a um rapaz anônimo que afirma: "Quando eu estava no fundo do poço, li “O Poder do Agora”. O que Eckhart Tolle escreveu sobre a felicidade foi o que me impulsionou a partir nesta jornada. Eu fui para Vancouver para conhecê-lo.”

A entrevista

- Você ficou dois anos num banco de parque? Você dormia no banco do parque?
- Raramente, mas passava a maioria dos dias em bancos de parques, de diferentes parques de Londres.
- Você fazia três refeições por dia?
- Não, não. Uma refeição por dia, se tinha sorte (risos).  Sentado aqui, é possível você simplesmente...observar o que acontece ao seu redor...sem dar nenhuma interpretação. Apenas esteja presente no momento, então vai ter uma amostra do que é ficar num banco de parque, sem que nada precise ser acrescentado a este momento, os sons, as visões, as pessoas, o som da água, a luz. Permita que tudo seja como é. Com isso vem a paz. Não se deixe atrair pelos acontecimentos, pensamentos, emoções, reações. Você é o espaço mais amplo onde as coisas acontecem. Você é a Consciência por Trás Disso, sem a qual nada disso estaria aqui. Seriam só átomos e moléculas no espaço. Você é a consciência que permite que tudo exista.
- E quanto à busca pelo significado das coisas?
- Você nota que um momento atrás estava em estado de presença alerta, e nunca demora para outro pensamento surgir e fazer uma pergunta, porque o pensamento não pode tolerar um estado de presença. Você não precisa ser dominado pelos seus pensamentos, porque os pensamentos podem obscurecer a presença da vida neste momento.
- Porque eu não sabia disso? (risos)
- Um hábito sedimentado. Estar totalmente identificado com os pensamentos é condição humana. Que poderia ser descrita como “perdido em pensamentos”. Porque até agora a evolução foi inconsciente, era automática, mas agora a evolução é uma escolha consciente de uma espécie, e isso é algo revolucionário. Você faz parte disso.
- E quanto à dor? Dor física ou emocional, ou perder alguém?
- A maior parte da dor é psicologicamente criada. Existe muita dor psicológica. Sofrimento, eu chamo. Quando o sofrimento cessar, e há uma chance de os homens agora viverem sem sofrimento, ainda pode haver dor física. Você pode ter uma dor de dente, ou no corpo de vez em quando. O sofrimento é outro nível que está acima da dor. Sofrimento implica em uma história, um eu que é infeliz, uma entidade criada na mente, o pequeno eu que tem uma história infeliz, que é a sua identidade  (risos). E isso cria uma enorme quantidade de sofrimento. Não só você sofre, mas faz aqueles ao seu redor sofrerem. Estar em união com a vida é estar em união com o momento presente, porque só nele a vida pode ser encontrada. Você não pode fugir do agora. Ele está com você, faça o que fizer e aonde for. Sua vida nunca foi “não-agora”, e nunca será. Você está transformando o momento presente em um inimigo, internamente, pensando em algo que não tem nada a ver com o agora, como “preciso entender uma coisa...”. Primeiro esteja aqui totalmente, e aquilo que você precisa na vida virá. Ele vem do poder do agora, que habita o momento presente e a maioria das pessoas ignora. Há um enorme poder aqui, É o poder da vida em si, e a maioria das pessoas procura algo e ignora isto. E o poder da vida é inseparável de quem você é, no âmago do seu ser. Muitas vezes você vai até esquecer, mas quando perceber que se esqueceu, há a possibilidade de dizer “sim, perdi o momento presente”, e escolher voltar para ele.
A primeira coisa que acontece quando você volta, é que fica mais consciente dos seus sentidos. De repente você fica mais alerta. Então você fica mais consciente de que está vivo. Você sente a vida pulsar. É como se a freqüência vibratória do seu corpo mudasse quando você fica presente. È um estado diferente de consciência. Mais alerta. Mais vivo. E muitas vezes você vai perder isso. Então vai se lembrar. Isso já está bom.
Não acredite na mente quando ela diz “você não pode fazer isso agora, tem muita coisa na cabeça. Não pode se preocupar com o presente”. São só pensamentos, e não há necessidade de seguir esses pensamentos. Apenas os observe. São pensamentos que a mente despeja, não precisa acreditar neles, porque eles não  são verdade. Quando a mente diz “você não pode estar presente agora, porque tem muita coisa na cabeça” você pode dizer “vamos ver se isso é verdade”. Então você sente “tem vida na minha mão, tem vida no meu corpo, tem beleza ao meu redor”. Então volta a ficar presente. O estado de alerta retorna, e quando houver tempo para você pensar, você pensa, você senta e pensa: “que avião eu vou pegar amanhã?  A que horas vou para o aeroporto?  O que preciso fazer, pegar o telefone, fazer uma ligação?” Ótimo, isso é bom, você não está se perdendo no futuro, são questões práticas, e depois de ter resolvido as questões práticas, depois de ter planejado a sua próxima semana, você volta para o agora.
Transformação interna não é encontrar respostas para as suas perguntas, mas é encontrar uma nova relação com o seu pensamento, em que nem todo o pensamento o seduza mais. E se uma mulher bonita passar e você olhar para ela, não precisa pensar “não devia olhar para ela, porque sou espiritualizado agora”. Não. Deixe para lá só por um momento, não pelo resto da vida, só por este momento Deixe para lá a necessidade entender algo, para ficar realmente presente neste momento. Só agora. Só no presente, mas não se esqueça de si, pois você é a consciência por trás disso. Você é o espaço, a presença...A vida quer ajudá-lo, mas você tem que estar aberto à vida.
Você está aqui porque é o personagem principal da história da sua vida. A história em parte funcionou e em parte não funcionou, e então o personagem da história veio aqui e quer saber como fazer para a história funcionar melhor. Não é isso?
- É.
- Sejam quais forem as respostas que lhe derem, há coisas que você pode fazer para as coisas funcionarem melhor, mas nada disso ajuda se você não chegar ao âmago da história. O “eu” da história. Então se você mantiver contato com isso durante toda a sua vida, a história se desenrolará com muito mais facilidade, porque há uma dimensão mais profunda aí. O personagem principal dessa história, você, nunca reconhece o seu “eu” mais profundo, a presença atemporal que é a consciência que você é, alerta, ampla...