O Ser
Tenho pensado muito sobre esse mistério de “ser”. Ele está aparente quando a gente lê as tradições autênticas, como por exemplo, o livro "A Tábua de Esmeralda” de Hermes Trismegistos e outros, mas ele também me ocorre em momentos os mais corriqueiros do dia, como no trânsito, no banco...naquela hora em que surge uma quase-pergunta, tão sutil que se desfaz ao menor estímulo em torno da gente, como na hora em que chega a nossa vez no caixa. É uma questão do tipo “quem sou eu?”, ou “o que eu estou fazendo nessa fila, neste país, neste planeta?”, "qual é a minha missão?" O Chico Anísio fez uma música meio surrealista em que, cantando,no meio dela perguntava num dado momento, meio entre parênteses: “o que que eu estou fazendo nesse disco?”. Lembra?
O que faz algo ou alguém “ser”? Seja um ser humano, um vírus, uma pedra... Está aí o mistério. Eu só pressinto a resposta, mas nada me impede de ter idéias a respeito, já que aprendi tanta coisa na vida. O Millôr dizia; “Livre pensar, é só pensar...” Ué.
Então me ocorre:
Não sabemos a razão pela qual o Universo existe. Só supomos. As tradições antigas dizem porém que na sua manifestação ele é regido por duas leis. A primeira “A lei de 3”, que criou o Universo, é a trindade, nascida do Absoluto que é o nível 1. Ele é o presidente de tudo, mas é discretíssimo, não aparece para ninguém. A trindade logo abaixo dele faz o papel executivo (produção do universo, delivery e controle de qualidade). Após a criação entra em cena a segunda lei, chamada “A lei de 7” que passa então a reger o seu desenvolvimento, a sua fenomenologia, como dizem os filósofos e intelectuais de plantão do ramo. Falaremos dessas duas leis primordiais em breve neste blog. O Universo mostra a “lei de 7” todo o tempo para nós, mas poucos a vêem. Ela está na luz, na música, na física, na química...
Independente do jeito que o Universo nasceu, seja um Big Bang, ou um caminho mais light, silencioso, contínuo e comportado, parece que existe um processo, sim. Tudo nasce, cresce, definha e morre, mas há um conjunto do qual fazemos parte, a Humanidade, o Universo, que continua por muito mais tempo. É... às vezes eu pressinto que eu vim de há muito tempo evoluindo. Já fui uma pedra, um vírus, lagartixa, texugo, e talvez muitas versões de ser humano, nesses 14 bilhões de anos deste Universo, e outros tantos atrás dele. O Budismo tibetano diz que Buda levou 3 “aéons” para se iluminar desde o início. Note que um “aéon” é o tempo de vida de um universo inteiro desde o nascimento até a morte. É tempo que não acaba mais, cumpadre...
Os ciclos de todos os fenômenos do Universo são sempre 7. Se pensarmos nos 7 níveis do Raio de Criação desde os mais rarefeitos energeticamente aos mais densos ( Absoluto, Todos os Universos, Todas as estrelas, O Sol, Todos os planetas, A Terra, A Lua) fica razoavelmente claro que estamos numa viagem de evolução desde as energias mais finas até as mais densas, para conhecer o leque da coisa toda. Eu, ou o meu espírito, saí da “casa do pai” e sem esforço nenhum da minha parte, estou fazendo automaticamente um caminho até o mundo mais denso. E cheguei aqui em Sampa. Foi uma Grande Descida. O espírito por trás de cada Ser, porém, não aprecia a falta de liberdade dos mundos de materialidade densa, sujeitos a cada vez mais leis limitadoras. Ele quer escapulir. Mas por uma lei incompreensível a nós, tem que ser assim. Temos que “passar por”. Dizem que fomos nós mesmos que escolhemos. E sempre esquecemos disso a cada vez que nascemos, seja em que mundo for...
Tenho pensado muito sobre esse mistério de “ser”. Ele está aparente quando a gente lê as tradições autênticas, como por exemplo, o livro "A Tábua de Esmeralda” de Hermes Trismegistos e outros, mas ele também me ocorre em momentos os mais corriqueiros do dia, como no trânsito, no banco...naquela hora em que surge uma quase-pergunta, tão sutil que se desfaz ao menor estímulo em torno da gente, como na hora em que chega a nossa vez no caixa. É uma questão do tipo “quem sou eu?”, ou “o que eu estou fazendo nessa fila, neste país, neste planeta?”, "qual é a minha missão?" O Chico Anísio fez uma música meio surrealista em que, cantando,no meio dela perguntava num dado momento, meio entre parênteses: “o que que eu estou fazendo nesse disco?”. Lembra?
O que faz algo ou alguém “ser”? Seja um ser humano, um vírus, uma pedra... Está aí o mistério. Eu só pressinto a resposta, mas nada me impede de ter idéias a respeito, já que aprendi tanta coisa na vida. O Millôr dizia; “Livre pensar, é só pensar...” Ué.
Então me ocorre:
Não sabemos a razão pela qual o Universo existe. Só supomos. As tradições antigas dizem porém que na sua manifestação ele é regido por duas leis. A primeira “A lei de 3”, que criou o Universo, é a trindade, nascida do Absoluto que é o nível 1. Ele é o presidente de tudo, mas é discretíssimo, não aparece para ninguém. A trindade logo abaixo dele faz o papel executivo (produção do universo, delivery e controle de qualidade). Após a criação entra em cena a segunda lei, chamada “A lei de 7” que passa então a reger o seu desenvolvimento, a sua fenomenologia, como dizem os filósofos e intelectuais de plantão do ramo. Falaremos dessas duas leis primordiais em breve neste blog. O Universo mostra a “lei de 7” todo o tempo para nós, mas poucos a vêem. Ela está na luz, na música, na física, na química...
Independente do jeito que o Universo nasceu, seja um Big Bang, ou um caminho mais light, silencioso, contínuo e comportado, parece que existe um processo, sim. Tudo nasce, cresce, definha e morre, mas há um conjunto do qual fazemos parte, a Humanidade, o Universo, que continua por muito mais tempo. É... às vezes eu pressinto que eu vim de há muito tempo evoluindo. Já fui uma pedra, um vírus, lagartixa, texugo, e talvez muitas versões de ser humano, nesses 14 bilhões de anos deste Universo, e outros tantos atrás dele. O Budismo tibetano diz que Buda levou 3 “aéons” para se iluminar desde o início. Note que um “aéon” é o tempo de vida de um universo inteiro desde o nascimento até a morte. É tempo que não acaba mais, cumpadre...
Os ciclos de todos os fenômenos do Universo são sempre 7. Se pensarmos nos 7 níveis do Raio de Criação desde os mais rarefeitos energeticamente aos mais densos ( Absoluto, Todos os Universos, Todas as estrelas, O Sol, Todos os planetas, A Terra, A Lua) fica razoavelmente claro que estamos numa viagem de evolução desde as energias mais finas até as mais densas, para conhecer o leque da coisa toda. Eu, ou o meu espírito, saí da “casa do pai” e sem esforço nenhum da minha parte, estou fazendo automaticamente um caminho até o mundo mais denso. E cheguei aqui em Sampa. Foi uma Grande Descida. O espírito por trás de cada Ser, porém, não aprecia a falta de liberdade dos mundos de materialidade densa, sujeitos a cada vez mais leis limitadoras. Ele quer escapulir. Mas por uma lei incompreensível a nós, tem que ser assim. Temos que “passar por”. Dizem que fomos nós mesmos que escolhemos. E sempre esquecemos disso a cada vez que nascemos, seja em que mundo for...
O Caminho de Volta
E o que fazer para voltar “à casa do pai” de onde saímos? Para voltar aos mundos de materialidade fina que o Espírito tanto aprecia, e que são a sua casa? Agora a história é outra: só é possível essa volta com grandes esforços individuais. É a Grande Subida. Não tem mais a moleza do piloto automático. Ninguém vai ajudar nessa tarefa, muito pelo contrário. A Natureza, que aliás somos nós mesmos, foi formatada com barreiras e filtros que só permitem a evolução para aqueles que agora fizerem grandes esforços conscientes. Por que? Porque a Grande Consciência precisa disso, de gente evoluindo. Ela cria obstáculos quase intransponíveis para os buscadores porque conhece a nossa preguiça desde outros carnavais, mas premia os dedicados e teimosos. Nós somos Ela. Quem não fizer esforço, parece que volta ao pó. Parece. Gurdjieff dizia que a evolução é um trabalho contra a Natureza, contra Deus. Estamos bem, em termos de adversário, hein? Fora o fato de estarmos na borda de uma galáxia pequena e longe da Luz do centro, num sistema orbitando um Sol pequeno, num planeta minúsculo e, para complicar, jogando contra a equipe do Chefe! Uma tremenda zebra...
E agora, o que fazer para sair da mecanicidade e conscientemente fazer esse super esforço para evoluir?
É trabalhar duro. Mas não é por falta de tradição genuína que morreremos pagãos neste planeta. Em cada continente tem pelo menos umas quatro ou cinco tradições ainda vivas (mais ou menos vivas, né?), e a partir da nossa cultura específica não teremos dificuldades em abraçar uma tradição que nos seja familiar, com uma linguagem e formato compatível com o nosso DNA espiritual de busca interior. Mas não podemos nos iludir. Vai ser dureza desde o início. Depois melhora porque começamos a gostar. Mas nunca será fácil. A cada degrau o desafio do buscador aumenta, mas nada que não possamos enfrentar. A gente é que é auto-condescendente...
Precisamos de 3 coisas; lucidez, desapego e vontade. Elas correspondem aos nossos 3 centros de funcionamento: mental, emocional e físico. Em outras palavras, silêncio no mental, calma no emocional, e relaxamento no físico, mas é ao-mesmo-tempo!. Isso é o que as tradições chamam de “lembrança de si” e você só consegue se estiver firmemente ancorado na sensação do seu corpo, atento e recebendo conscientemente as impressões mentais (pensamentos), emocionais (emoções, sentimentos) e físicas (sensações). Essa geometria interior corresponde ao que as tradições do Quarto Caminho (ou caminho do Homem Esperto) chamam de “a pílula”, que abrevia o percurso. Há três grandes caminhos para se trabalhar na busca interior: o da disciplina do Físico, chamado de o caminho do faquir, o do Emocional, chamado de o caminho do monge, e o do Mental, chamado de o caminho do yogui. Mas nossa vida é muito curta para fazê-los um após o outro. O Quarto Caminho junta os três simultaneamente. O pano de fundo, que é a condição por trás de todo o “esforço”, é essa “lembrança de Si Mesmo” (Self). Só quando estamos atentos, ocupando os nossos 3 corpos, começando pelo físico, estamos de fato evoluindo. Esse é “O” segredo, escondido onde menos se espera. Na simplicidade.
Quem administra essa tríade desconectada e rebelde deve ser você, a partir da orientação do mestre, guru, ou orientador. Isso tudo tem um nome simples que está na moda até mesmo entre as socialites: Contemplação, ou Meditação. Você começa fazendo a prática aos poucos, na calma em casa, mas o objetivo final é passar a fazer na vida, no trânsito, na fila do supermercado, discutindo com o outro, ouvindo música, lendo, namorando, dormindo, sonhando. É isso mesmo, dormindo, sonhando. Mas sonhos lúcidos, porque não viemos aqui para “apagar” 8 horas por dia. Tem trabalho à noite também. Há uma “yoga do sonho e do sono ”. O livro, do mestre Tenzin Wangyal Rinpoche, anda por aí...
O budismo tibetano ensina que para se chegar à compreensão final, ou iluminação, é preciso além de um discípulo aplicado, um mestre genuíno, dentro de uma corrente de tradição genuína. Em resumo, essa é A Volta. Você vê? É simples. Mais fácil do que você pensava... (rsrs)