domingo, 30 de setembro de 2012

O Sonhar (Leitura Transversal)

Como já fizemos com o tema “não fazer”, na postagem "O Não fazer - Leitura Transversal”, vamos novamente ler pelo avesso um outro tema na obra de Castaneda, "O Sonhar". É um método batizado de Leitura Transversal, que é nada mais do que “ler apenas um tema específico  que interessa dentro de  uma obra qualquer.  Como já dissemos lá, quem já leu os índices remissivos da Bíblia, do Alcorão, da Torá, ou qualquer obra extensa, sabe o que é isso. Imaginem: eu quero saber na Bíblia tudo sobre o assunto "a Graça”, por exemplo. Vou ao índice e acho todas as passagens sobre “a graça”. Legal, não é? A Leitura Transversal é o não fazer de ler (rsrs).
A informática facilitou essa operação porque hoje no Word ou outro editor de texto onde estão as obras digitalizadas, pode-se selecionar pelo comando “localizar” todas as vezes que um palavra ou expressão está escrita (no caso usamos “sonhar é”). Então é só ler os texto garimpados pelo “localizar”. Nós fizemos isso na obra completa de Castaneda e “cruzamos” transversalmente a obra obtendo um a um vários temas importantes que estavam dispersos nela. Um deles é “o sonhar” um tema fascinante. Quem se interessar pode se aprofundar lendo os próprios livro inteiros. O texto é longo, mas não precisa lê-lo de uma só vez. O assunto aqui exposto é alta magia.
Vamos às citações nos livros, sobre “o sonhar” ou “ensonhar” (forma que existe em espanhol), usada nos livros do Armando Torres:


“- Quer dizer então, Dom Juan, que sonhar é real? - Claro que é real.
- Tão real como o que estamos fazendo agora?
- Se você quer comparar as coisas, posso dizer que talvez seja mais real. No sonhar você tem poder; pode modificar as coisas; pode descobrir uma infinidade de fatos ocultos; pode controlar o que quiser.”
Viagem a Ixtlan – pág. 98
- Deve começar com alguma coisa bem simples - falou. Hoje, em seus sonhos, deve olhar para suas mãos.
Naturalmente, pode olhar para o que bem entender ... os dedos dos pés, sua barriga ou qualquer coisa. Falei suas mãos porque isso foi o mais fácil para eu olhar. Não pense que é brincadeira. Sonhar é tão sério quanto ver ou morrer ou qualquer outra coisa neste mundo assombroso e misterioso.
- Cada vez que você olha para alguma coisa em seus sonhos essa coisa muda de forma - disse ele, depois de um longo silêncio. - O truque de aprender a organizar-se para sonhar obviamente não é só olhar para as coisas, mas manter a visão delas. Sonhar é real quando a gente conseguiu focalizar tudo. Depois, não há diferença entre o que você faz quando dorme, e o que faz quando não está dormindo. Entende o que digo?
Viagem a Ixtlan – pág.102
"Cada vez que olhar para suas mãos, estará renovando o poder necessário para sonhar, de modo que, no princípio, não olhe para coisas demais. Quatro coisas bastam, de cada vez. Mais tarde, poderá aumentar o número até abranger tudo o que quiser, mas, assim que as imagens começarem a mudar e você sentir que está perdendo o controle, volte para suas mãos.
"Quando achar que pode olhar para as coisas indefinidamente, estará pronto para uma nova técnica. Vou-lhe ensinar essa nova técnica agora, mas espero que só a utilize quando estiver preparado." Ficou calado por uns 15 minutos. Por fim, sentou-se e olhou para mim.
- O passo seguinte em organizar-se para sonhar é aprender a viajar - disse ele. - Da mesma maneira que aprendeu a olhar para suas mãos, pode obrigar-se a mover-se, a ir aos lugares. Primeiro, tem de estabelecer um lugar aonde queira ir. Escolha um lugar bem seu conhecido... talvez sua escola, ou um parque, ou a casa de um amigo., depois, obrigue-se a ir lá.
"Essa técnica é muito difícil. Precisa desempenhar duas tarefas: tem de obrigar-se a ir ao local determinado; e depois, quando já tiver dominado essa técnica, tem de aprender a controlar o tempo exato de sua viagem."
Viagem a Ixtlan – pág.115
Entenda, sonhar é o “não fazer” dos sonhos e, à medida que você progredir em seu não fazer, também progredirá no sonhar. O truque é não deixar de procurar suas mãos, apesar de não acreditar que aquilo que está fazendo tem sentido. Na verdade, como já lhe disse, um guerreiro não precisa acreditar, pois, enquanto continuar a agir sem acreditar, estará “não fazendo”.
Nós nos olhamos.
Não há mais nada que lhe possa dizer a respeito de sonhar continuou ele. - Tudo o que eu possa dizer será apenas “não fazer”. Mas, se lidar com “não fazer” diretamente, você mesmo saberá o que fazer no sonhar. Porém, a essa altura, encontrar suas mãos é essencial, e estou certo de que você as encontrará."
Viagem a Ixtlan – pág.186
- Sonhar é um auxílio prático, imaginado por feiticeiros continuou ele. - Eles não eram tolos; sabiam o que estavam fazendo ao procurarem a utilidade do nagual treinando seu tonal para se afrouxar um instante, por assim dizer, e depois apertar de novo. Essa declaração não lhe faz sentido. Mas é isso que você vem fazendo o tempo todo: treinando-se para se soltar sem perder as estribeiras. Sonhar, naturalmente, é a coroação dos esforços dos feiticeiros, o uso final do nagual.
Ele passou por todos os exercícios de não-fazer que me fizera praticar, as rotinas de minha vida diária que ele isolara para romper, e todas as ocasiões em que ele me forçara a adotar o passo do poder.
Viagem a Ixtlan – pág.220
- Como vou equilibrar a minha segunda atenção?
- Você tem de sonhar como nós sonhamos. Sonhar é o único meio de se alcançar a segunda atenção sem prejudicá-la, sem torná-la ameaçadora e temível. A sua segunda atenção está fixa naquele lado terrível do mundo; a nossa está sobre a sua beleza. Você tem de trocar de lado e vir conosco. Foi isso que você escolheu ontem à noite, quando resolveu seguir conosco.
O Segundo Círculo do Poder – pág. 208
- Creio que o nagual deve ter lhe dito também - disse ela - que a única coisa que realmente conta ao fazer essa mudança é prender a segunda atenção. Disse que a atenção é o que faz o mundo. É claro que estava absolutamente certo; tinha razões para dizer isso.
Ele era o mestre da atenção. Creio que deixou a meu cargo descobrir que tudo o que eu precisava para mudar em corpo sonhador era focalizar minha atenção no vôo. O importante era armazenar atenção no sonho, observar tudo o que eu fazia quando voava. Era esse o único meio de cuidar bem da minha segunda atenção. Uma vez sólida, focalizá-la ligeiramente nos detalhes e na sensação de voar atraía mais o sonho de vôo, até que fosse rotina para mim sonhar que voava pelos ares. No que dizia respeito ao vôo, então, a minha
segunda atenção estava aguçada. Quando a nagual me deu a tarefa de mudar para meu corpo sonhador queria que eu mudasse para a segunda atenção enquanto acordada. Foi isso que entendi. A primeira atenção, a atenção que faz o mundo, nunca pode ser completamente dominada; pode apenas ser desligada por um instante e recolocada pela segunda atenção, desde que o corpo tenha armazenado bastante dela. Sonhar é, naturalmente, um modo de armazenar a segunda atenção. Assim sendo, eu diria que a fim de mudar em corpo sonhador enquanto acordado, tem de se praticar a sonho até que ele passe a ser uma coisa simples.
- Você pode chegar ao seu corpo sonhador a qualquer hora que quiser? - perguntei.
- Não. Não é assim tão fácil - respondeu. - Aprendi a repetir os movimentos e sensações de voar enquanto acordada mas ainda assim não consigo voar toda vez que quero. Há sempre uma barreira ao meu corpo sonhador. Às vezes sinta que a barreira caiu; nessas horas meu corpo fica livre e eu consigo voar como se estivesse sonhando.
Disse a La Gorda que Dom Juan me dera três tarefas para treinar minha segunda atenção. A primeira era encontrar minhas mãos na sonho. Em seguida recomendou que eu escolhesse um local, focalizasse minha atenção nele e então sonhasse de dia e descobrisse se poderia mesma ir para lá. Sugeriu que eu colocasse alguém conhecido no lugar, de preferência uma mulher, a fim de fazer duas coisas: primeira, verificar mudanças súbitas que indicassem que eu estava lá em sonho; segunda, isolar o detalhe pequeno, que seria precisamente a coisa na qual a minha segunda atenção deveria se fixar.
O que se procura no sonho não é aquilo a que se prestaria atenção todo dia.
O Presente da Águia, pág. 116
- Por que os novos videntes determinam que sonhar deve ser ensinado em consciência normal?
- Porque sonhar é muito perigoso, e os sonhadores muito vulneráveis. É perigoso porque tem um poder inconcebível; toma os sonhadores vulneráveis porque os deixa à mercê da força incompreensível do alinhamento.
"Os novos videntes perceberam que em nosso estado normal de consciência temos incontáveis defesas que podem resguardar-nos contra a força de emanações não usuais, que subitamente se alinham durante o sonho."
Dom Juan explicou que sonhar, assim como espreitar, começava com uma simples observação. Os antigos videntes tiveram consciência de que nos sonhos o ponto de aglutinação se desloca ligeiramente para a esquerda; de maneira natural. Com efeito, o ponto de aglutinação relaxa quando o homem dorme, e todos os tipos de emanações inusuais começam a brilhar.
Os antigos videntes ficaram imediatamente intrigados com esta observação e começaram a trabalhar com esse deslocamento natural até se tomarem capazes de controlá-lo. Chamaram esse controle de sonhar, ou a arte de manejar o corpo sonhador.
O Fogo Interior, pág. 167
- Sonhar é o avião a jato do feiticeiro. O nagual Elias era um sonhador assim como meu benfeitor era um espreitador. Era capaz de criar e projetar o que os feiticeiros conhecem como corpo de sonhar, ou o Outro, e está em dois lugares distantes ao mesmo tempo. Com seu corpo de sonhar, podia ocupar-se de seus negócios como feiticeiro, e com seu eu natural um ser recluso.
Comentei que me surpreendia que pudesse aceitar tão facilmente a premissa de que o nagual Elias possuía a habilidade de projetar uma imagem tridimensional de si mesmo, e no entanto não conseguia pela minha própria vida compreender as explicações sobre o cerne abstrato.
Segundo Don Juan, eu podia aceitar a idéia da vida dupla do nagual Elias porque o espírito estava fazendo ajustes finais em minha capacidade de consciência. Explodi numa barreira de protestos diante da obscuridade de sua declaração.
- Ela não é obscura - avisou. - É a constatação de um fato. Você poderia dizer que é um fato incompreensível no momento, mas que o momento irá mudar.
Antes que eu pudesse responder, recomeçou a falar sobre o nagual Elias. Disse que o nagual Elias tinha uma mente muito inquisidora e tinha muita habilidade com as mãos. Em suas jornadas como sonhador via muitos objetos, os quais copiava em madeira e ferro forjado. Don Juan assegurou-me que alguns desses modelos eram de uma beleza estranha e assustadora
Que tipos de objetos? - perguntei.
Não há um meio de saber. Você deve considerar que,
por ser um índio, o nagual Elias entrava em suas jornadas de sonhar da mesma maneira como um animal selvagem ronda em busca de alimento. Um animal nunca aparece num lugar onde haja sinais de atividade. Vem apenas quando não há ninguém por perto. O nagual Elias, como sonhador solitário, visitava, digamos, a lixeira do infinito, quando ninguém estava presente, e copiava tudo o que via, mas nunca sabia para que aquelas coisas eram usadas ou qual a sua fonte.
O Poder do Silêncio, pág. 51
- O nagual Elias tinha grande respeito pela energia sexual - comentou Don Juan. - Acreditava que esta foi-nos concedida de modo que possamos usá-la para sonhar. Para ele, sonhar havia caído em desuso porque pode desfazer o precário equilíbrio mental de pessoas suscetíveis.
"Ensinei-o a sonhar da mesma maneira que ele me ensi
nou. Ele ensinou-me que, enquanto sonhamos, o ponto de aglutinação move-se muito suave e naturalmente.”
"O equilíbrio mental nada mais é que a fixação do ponto de aglutinação num lugar ao qual estamos acostumados. Se os sonhos fazem esse ponto mover-se e sonhar é usado para controlar esse movimento natural, e energia sexual é necessária para sonhar, o resultado é às vezes desastroso quando a energia sexual é dissipada em sexo em vez de sonhar. Então os sonhadores movem seus pontos de aglutinação erraticamente e perdem o juízo.”
- O que está tentando explicar-me, Don Juan? - perguntei porque senti que o assunto de sonhar não havia sido uma tendência natural da conversação.
- Você é um sonhador. Se não tiver cuidado com sua energia sexual, pode muito bem se acostumar à idéia de movimentos erráticos de seu ponto de aglutinação. Há um momento você estava espantado por suas reações. Bem, seu ponto de aglutinação move-se quase erraticamente, porque sua energia sexual não está equilibrada
O Poder do Silêncio, pág. 52
Com a perspectiva proporcionada pelo tempo, percebo agora
que a afirmação mais adequada que Dom Juan fez sobre o sonho foi chamá-lo de "portão para o infinito". Observei, no momento em que ele disse, que a metáfora não tinha qualquer significado para mim.
- Então vamos deixar as metáforas de lado - ele admitiu. - Digamos que sonhar é o meio prático dos feiticeiros utilizarem os sonhos comuns.
- Mas como os sonhos comuns podem ser utilizados? perguntei.
- As palavras estão sempre pregando peças - disse ele.
No meu caso, meu professor tentou descrever o que era o sonhar dizendo que era o modo dos feiticeiros dizerem boa-noite ao mundo. É claro que ele estava amoldando sua descrição para que ela se adaptasse mentalmente a mim. Estou fazendo o mesmo com você.
Em outra ocasião Dom Juan me disse:
- Sonhar só pode ser experimentado. Sonhar não é apenas ter sonhos; nem devaneios ou desejos ou imaginação. Sonhando podemos perceber outros mundos, que certamente podemos descrever; mas não podemos descrever o que nos faz percebê-los. No entanto podemos sentir de que modo o sonhar abre essas outras regiões. Sonhar parece uma sensação; um processo em nossos corpos, uma percepção em nossas mentes.
No decorrer de seus ensinamentos gerais, Dom Juan me explicou por completo os princípios, os fundamentos e as práticas da arte do sonhar. Sua instrução foi dividida em duas partes. Uma era sobre os procedimentos de sonhar; a outra sobre as explicações puramente abstratas desses procedimentos. Seu método de ensino era uma interação entre estimular minha curiosidade intelectual com relação aos princípios abstratos de sonhar e guiar-me para que eu buscasse um escoadouro em suas práticas.
A Arte de sonhar – pág. 8
- O objetivo de sonhar é intentar o corpo energético? - perguntei, subitamente com o poder de um raciocínio estranho.
- Pode-se colocar desse modo - ele disse. - Neste caso em especial, já que estamos falando sobre o primeiro portão do sonhar, o objetivo de sonhar é intentar que o seu corpo energético torne-se consciente de que você está caindo no sono. Deixe seu corpo energético fazê-lo. Intentar é desejar sem desejar, fazer sem fazer.
"Aceite o desafio de intentar - prosseguiu ele. - Empenhe sua determinação silenciosa, sem qualquer pensamento, em convencer-se de que alcançou o corpo energético e de que é um sonhador. Isso irá automaticamente colocá-lo na posição de estar consciente de que está caindo no sono.”
- Como posso me convencer de que sou um sonhador, quando não sou?
- Quando você ouve que precisa se convencer, imediatamente se torna mais racional. Como pode se convencer de que é um sonhador quando sabe que não é? Intentar é as duas coisas: o ato de convencer a si próprio de que é de fato um sonhador, apesar de nunca ter sonhado antes, e o ato de ficar convencido.
- Então eu tenho de dizer a mim mesmo que sou um sonhador e tentar o máximo possível acreditar nisso?
- Não. Intentar é muito mais simples e, ao mesmo tempo, infinitamente mais complexo do que isso. Exige imaginação, disciplina e objetivo. Neste caso, intentar significa que você obtém um conhecimento inquestionavelmente corporal de que é um sonhador. Você sente que é um sonhador com todas as células do corpo.
Dom Juan acrescentou num tom jocoso que ele não tinha energia suficiente para me fazer outro empréstimo para o intento, e que a coisa a fazer era buscar sozinho meu corpo energético. Assegurou-me que intentar o primeiro portão do sonhar era um dos meios descobertos pelos feiticeiros da antigüidade para chegar à segunda atenção e ao corpo energético.
A Arte de sonhar – pág. 40
- É perigoso?
- E como! Sonhar tem que ser uma coisa muito sóbria. Não
é possível se dar ao luxo de qualquer movimento em falso. Sonhar é um processo de despertar, de obter controle. Nossa atenção sonhadora deve ser sistematicamente exercitada, porque ela é a porta para a segunda atenção.
- Qual é a diferença entre a atenção sonhadora e a segunda atenção?
- A segunda atenção é como um oceano, e a atenção sonhadora é como um rio que deságua nela. A segunda atenção é estar consciente de mundos inteiros, tão totais quanto o nosso, ao passo que a atenção sonhadora é estar consciente dos itens de nossos sonhos.
Ele enfatizou que a atenção sonhadora é a chave para cada movimento no mundo dos feiticeiros. Disse que entre a imensidão de itens de nossos sonhos existem interferências energéticas reais; coisas que foram postas em nossos sonhos por uma força estranha. Poder encontrá-las e segui-las é feitiçaria.
A ênfase que ele pôs naquelas afirmações foi tamanha que tive de pedir-lhe para explicar. Ele hesitou por um instante antes de responder.
- Os sonhos são, se não uma porta, um alçapão para outros mundos. Assim, os sonhos são vias de duas mãos. Por esse alçapão nossa consciência atravessa para outros reinos; e esses outros reinos mandam batedores para nossos sonhos.
- O que são esses batedores?
- Cargas de energia que se misturam aos itens de nossos sonhos normais. São fluxos de energia estranha que entram em nossos sonhos, e que nós interpretamos como itens familiares ou desconhecidos.
- Desculpe, Dom Juan, mas não consigo achar pé nem cabeça na sua explicação.
- Não consegue porque insiste em pensar nos sonhos em termos que você conhece: como aquilo que acontece conosco durante o sono. E estou insistindo em dar outra versão: o sonho é uma abertura para outras esferas de percepção. Através desse alçapão entram correntes de energias estranhas. A mente - ou o cérebro - capta essas correntes de energias e transforma em partes dos nossos sonhos.
Parou, obviamente para dar à minha mente tempo de absorver o que dizia.
- Os feiticeiros têm consciência dessas correntes de energia estranha - continuou. - Eles percebem-nas e tentam isolá-las dos itens normais de seus sonhos.
A Arte de sonhar – pág. 43
- O que, exatamente, é o corpo energético?
- É a contrapartida do corpo físico. Uma configuração fantasmagórica feita de pura energia.
- Mas o corpo físico não é feito também de energia?
- Claro que é. A diferença é que o corpo energético tem
apenas aparência, não tem massa. Como é energia pura, ele pode realizar atos além das possibilidades do corpo físico.
- Como o que, por exemplo?
- Como se transportar num instante até os confins do uni verso. E sonhar é a arte de afinar o corpo energético, de torná-lo flexível e coerente através do exercício gradual.
"Através do sonhar condensamos o corpo energético até que ele se torne uma unidade capaz de perceber. Sua percepção, apesar de afetada por nosso modo normal de perceber o mundo cotidiano,
é independente. Tem sua própria esfera.”
- O que é essa esfera, Dom Juan?
- Essa esfera é a energia. O corpo energético lida com energia em termos de energia. Existem três modos através dos quais ele lida com a energia nos sonhos. Ele pode perceber a energia enquanto ela flui, pode usar a energia para lançar-se como um foguete até áreas inesperadas, ou pode perceber como percebemos comumente o mundo.
- O que significa perceber a energia enquanto ela flui? - Significa ver. Significa que o corpo energético vê a energia diretamente como uma luz, como uma espécie de corrente vibratória ou como uma perturbação. Ou então sente-a como um tranco ou uma sensação que pode ser até dolorosa.
- E quanto ao outro modo do qual você falou. Dom Juan? O corpo energético usando energia como um combustível de foguete.
- Como a energia é a sua esfera, não há problema para o corpo energético usar correntes de energia que existem no uni verso para impulsioná-lo. Tudo que precisa é isolar essas correntes, e lá se vai ele.
Parou de falar e pareceu indeciso, como se desejasse acrescentar alguma coisa mas não tivesse certeza. Sorriu e, justo quando eu ia começar a fazer uma pergunta, continuou a explicação.
- Já disse antes que, em seus sonhos, os feiticeiros isolam
batedores de outras esferas. Seu corpo energético faz isso. Reconhece a energia e vai atrás dela. Mas não é desejável que os feiticeiros fiquem procurando batedores. Eu estava relutando em dizer isso a você, por causa da facilidade com que podemos ficar envolvidos nessa busca.
A Arte de sonhar – pág. 46
. Isso é o sonhar. Um sonhador, ao cruzar o primeiro portão, já chegou ao corpo energético. O que realmente atravessa o segundo portão, saltando de sonho em sonho, é o corpo energético.
- Qual é a implicação disso tudo, Dom Juan?
- A implicação é que, ao cruzar o segundo portão, você deve intentar um controle maior e mais sóbrio de sua atenção sonhadora: a única válvula de segurança para os sonhadores.
- O que é essa válvula de segurança?
- Você vai descobrir sozinho que o verdadeiro objetivo do sonhar é aperfeiçoar o corpo energético. Um corpo energético perfeito - entre outras coisas, claro - tem um controle tão grande sobre a atenção sonhadora a ponto de fazer com que o sonho pare quando for preciso. Essa é a válvula de segurança que os sonhadores têm. Não importa o quanto eles se entreguem num determinado momento, sua atenção sonhadora deve fazer com que possam emergir.
Comecei tudo de novo, em outra busca nos sonhos. Dessa vez o objetivo era mais escorregadio do que da primeira, e a dificuldade era ainda maior. Exatamente como acontecera na primeira tarefa, eu não conseguia ter idéia do que fazer. Sentia a suspeita desencorajante de que toda a prática que eu tivera não me ajudaria dessa vez. Depois de incontáveis fracassos desisti e decidi simplesmente continuar a fixar minha atenção sonhadora em todos os itens dos sonhos. A aceitação dessa incapacidade pareceu me dar um impulso, e tomei-me ainda mais capaz de manter a visão de qualquer item de meus sonhos.
A Arte de sonhar – pág. 58
- Sonhar é manter o posicionamento para o qual o ponto de aglutinação mudou nos sonhos. Esse ato cria uma carga energética especial que atrai a atenção deles. É como isca para peixe; eles vão atrás. Os feiticeiros, ao atravessar os dois primeiros portões do sonhar, lançam a isca para esses seres e obrigam-nos a aparecer.
Atravessando os dois portões você fez com que eles notassem sua isca. Agora precisa esperar um sinal.
- Que sinal vai ser, Dom Juan?
- Possivelmente o aparecimento de um deles, se bem que parece cedo demais. Sou de opinião que o sinal deles será simplesmente alguma interferência em seu sonhar. Acredito que os choques de medo que você está experimentando atualmente não sejam indigestão, e sim choques de energia mandados pelos seres inorgânicos.
- O que devo fazer?
- Deve medir suas expectativas.
Não entendi o que ele quis dizer, e ele explicou cuidadosa mente que nossa expectativa normal, ao entrarmos em interação com os humanos ou com outros seres orgânicos, é receber uma resposta imediata à nossa solicitação. Os seres inorgânicos, entretanto, são separados de por uma barreira gigantesca: a energia que se move a diferentes velocidades. Os feiticeiros devem levar em conta essa diferença, medir suas expectativas e manter a solicitação pelo tempo necessário para que ela seja confirmada.
A Arte de sonhar – pág. 63
- Os sonhadores, querendo ou não, buscam em seus sonhos associações com outros seres. Isso pode ser um choque para você, mas os sonhadores automaticamente buscam grupos de seres; nexos de seres inorgânicos, neste caso. Os sonhadores procuram-nos avidamente.
- Isso é muito estranho, Dom Juan. Por que os sonhadores fazem isso?
- Para nós a novidade são os seres inorgânicos. E a novidade para eles é a nossa maneira de cruzar as fronteiras até o seu reino. De agora em diante você deve ter em mente que os seres inorgânicos, com sua consciência soberba, exercem uma tremenda atração sobre os sonhadores e podem facilmente transportá-los para mundos além de qualquer descrição.
"Os feiticeiros da antigüidade usavam-nos, e foram eles que cunharam o nome: aliados. Seus aliados lhes ensinaram a mover o ponto de aglutinação para fora dos limites do ovo, para o universo não-humano. Quando transportam um feiticeiro, eles transportam-no para mundos além do domínio humano.”
Enquanto ouvia fui assolado por estranhos medos e dúvidas, que ele captou de imediato.
- Você é um homem religioso até não poder mais - e riu.
- Bom, está sentindo o bafo do diabo na nuca. Pense nesses termos sobre o sonhar: sonhar é perceber mais do que acreditamos que é possível perceber.
Enquanto estava acordado eu me preocupava com a possibilidade de os seres inorgânicos realmente existirem. Quando sonhava, entretanto, minhas preocupações conscientes não tinham muita importância. Os choques de medo físico prosseguiram, mas vinham sempre seguidos por uma estranha calma; uma calma que assumia o controle sobre mim e deixava que eu procedesse como se não tivesse qualquer medo.
A Arte de sonhar – pág. 65
- Onde ficam esses mundos, Dom Juan? Em posicionamentos diferentes do ponto de aglutinação?
- Certo. Em posicionamentos diferentes do ponto de aglutinação, mas posicionamentos aos quais os feiticeiros chegam com um movimento do ponto de aglutinação, não com um deslocamento. Entrar nesses mundos é o tipo de sonhar que apenas os feiticeiros de hoje em dia fazem. Os feiticeiros antigos ficaram longe dele, porque é necessário um grande desprendimento e nenhuma auto-importância. Um preço que eles não podiam se dar ao luxo de pagar.
"Para os feiticeiros que o praticam atualmente, o sonhar é a liberdade de perceber mundos além da imaginação.”
- Mas qual é o sentido de perceber isso tudo?
- Hoje você já fez essa mesma pergunta. Você fala como um legítimo mercador. Qual é o risco? você pergunta. Qual é a percentagem de lucro para meu investimento? Isso vai me tornar melhor?
"Não há como responder a isso. A mente mercadora faz comércio. Mas a liberdade não pode ser um investimento. Liberdade é uma aventura sem fim, onde arriscamos nossas vidas e muito mais por alguns momentos e alguma coisa além dos mundos, além de pensamentos ou sentimentos.”
A Arte de sonhar – pág. 97
- Quero dizer que não é verdadeiro falar, por exemplo, que o segundo portão é alcançado e atravessado quando um sonhador aprende a acordar em outro sonho, ou quando um sonhador aprende a mudar de sonhos sem acordar no mundo da vida cotidiana.
- Por que não é verdadeiro, Dom Juan?
- Porque o segundo portão do sonhar é alcançado e atravessado somente quando o sonhador aprende a isolar e a seguir os batedores da energia estranha.
- Então por que se dá a idéia de mudar de sonhos?
- Acordar em outro sonho ou mudar de sonho é o exercício imaginado pelos feiticeiros antigos para treinar a capacidade do sonhador isolar e seguir um batedor.
Dom Juan afirmou que a capacidade de seguir um batedor era uma grande realização, e que quando os sonhadores conseguem fazê-lo, o segundo portão é escancarado e o universo que existe por trás dele torna-se acessível. Enfatizou que esse universo está lá todo o tempo, mas que não podemos chegar a ele porque não temos habilidade energética e que, em essência, o segundo portão
do sonhar é a porta para o mundo dos seres inorgânicos, e o sonhar é a chave que abre essa porta.
A Arte de sonhar – pág. 125
O caminho do sonhar é cheio de armadilhas, e evitar essas armadilhas ou cair nelas é o problema pessoal e individual de cada sonhador, e devo acrescentar que é um problema definitivo.
- E essas armadilhas são o resultado de sucumbir à adulação ou às promessas de poder?
- Não somente de sucumbir a isso, mas de sucumbir a qualquer coisa oferecida por eles, além de um determinado ponto.
- E qual é esse certo ponto, Dom Juan?
- O ponto depende de nós como indivíduos. O desafio é cada um de nós pegar apenas o que for necessário naquele mundo, e nada mais. Saber o que é necessário é a virtude dos feiticeiros; mas pegar apenas o necessário é sua maior realização. Deixar de compreender essa regra simples é o meio mais seguro de despencar numa armadilha.
- O que acontece quando se cai, Dom Juan?
- Se você cair, você paga o preço, e o preço depende das circunstâncias e do tamanho da queda. Mas realmente não há meio de falar de uma eventualidade dessas, porque não estamos enfrentando um problema de punição. Aqui o que está em jogo são
correntes energéticas; correntes energéticas que criam circunstâncias mais apavorantes do que a morte. Tudo no caminho dos feiticeiros é questão de vida ou morte, mas no caminho do sonhar essa questão é multiplicada por cem.
A Arte de sonhar – pág. 127
O terceiro portão do sonhar é alcançado quando você se pega num sonho olhando para outra pessoa adormecida. E descobre que essa pessoa é você mesmo - disse Dom Juan.
Meu nível de energia estava tão alto, na época, que passei a trabalhar imediatamente na terceira tarefa, apesar de ele não me oferecer mais nenhuma informação além do que dissera. A primeira coisa que percebi, no treinamento de sonhar, foi que um jorro de energia imediatamente rearrumou o foco de minha atenção sonhadora. Ela estava direcionada para que eu acordasse num sonho e me visse dormindo; viajar ao mundo dos seres inorgânicos não estava mais em questão.
Logo depois me encontrei num sonho, olhando para mim mesmo adormecido. Imediatamente informei a Dom Juan. O sonho acontecera enquanto eu estava em sua casa.
- Existem duas fases em cada portão do sonhar - disse ele. - A primeira, como você sabe, é chegar ao portão; a segunda é atravessá-lo. Sonhando o que sonhou, que se viu dormindo, você chegou ao terceiro portão. A segunda fase é movimentar-se assim que vir você mesmo dormindo.
"No terceiro portão do sonhar - prosseguiu ele - você começa deliberadamente a fundir sua realidade de sonho com a realidade do mundo cotidiano. Esse é o exercício, e os feiticeiros chamam-no de completar o corpo energético. A fusão entre as duas realidades tem de ser tão absoluta que você precisa ser mais fluido do que nunca. Examine tudo no terceiro portão com grande cuidado e curiosidade.”
Reclamei, dizendo que essas recomendações eram cifradas demais, e não faziam qualquer sentido para mim.
- O que quer dizer com grande cuidado e curiosidade? perguntei.
- No terceiro portão nossa tendência é ficarmos perdidos nos detalhes. Ver as coisas com grande cuidado e curiosidade significa resistir à tentação quase irresistível de mergulhar no detalhe.
"O exercício no terceiro portão, como eu disse, é consolidar o corpo energético. Os sonhadores começam a forjar o corpo energético fazendo os exercícios do primeiro e do segundo portão. Quando chegam ao terceiro, o corpo energético está pronto para sair, ou talvez seja melhor dizer que ele está pronto para agir. Infelizmente isso também significa que está pronto para ficar hipnotizado pelos detalhes.
- O que significa ficar hipnotizado pelos detalhes?
- O corpo energético é como uma criança que ficou presa durante toda a vida. No momento em que se liberta ela chafurda em tudo que pode encontrar, e estou falando de tudo, mesmo. Cada detalhe minúsculo e irrelevante absorve totalmente o corpo energético.
A Arte de sonhar – pág. 160
- O que é um mundo real, Dom Juan?
- Um mundo que gera energia; o oposto de um mundo fantasmagórico de projeções, onde nada gera energia; como na maioria de nossos sonhos, onde nada tem efeito energético.
Dom Juan me deu outra definição do sonhar: é um processo através do qual os sonhadores isolam condições de sonho em que podem encontrar elementos geradores de energia. Ele deve ter percebido meu espanto. Riu e deu outra definição ainda mais enrolada: sonhar é o processo através do qual intentamos encontrar posicionamentos adequados do ponto de aglutinação, posicionamentos que permitem que percebamos itens geradores de energia em estados de aparência onírica.
Explicou que o corpo energético também é capaz de perceber energias muito diferentes da energia de nosso mundo. Como no caso dos itens do reino dos seres inorgânicos, que o corpo energético percebe como energia crepitante. Acrescentou que em nosso mundo nada crepita; aqui tudo ondula.
- De agora em diante - falou - a questão em seu sonhar será determinar se os itens nos quais você concentra sua atenção sonhadora são geradores de energia ou meras projeções fantasmagóricas, ou se são geradores de energia alienígena.
A Arte de sonhar – pág. 184
- Estou dizendo isso tudo porque agora você está, pela primeira vez, na posição adequada para entender que o sonhar é uma condição geradora de energia. Pela primeira vez você pode entender que os sonhos comuns são os dispositivos usados para treinar o ponto de aglutinação a alcançar o posicionamento que
cria essa condição geradora de energia, que chamamos de o sonhar.
Avisou-me que, como os sonhadores entram em mundo reais - para todos os efeitos inclusivos - eles devem ficar num estado de alerta contínuo e intenso; já que qualquer desvio do estado de alerta absoluto põe o sonhador em perigos mais do que apavorantes.
Nesse ponto comecei de novo a experimentar um movimento na cavidade torácica, exatamente como sentira no dia em que minha consciência mudara de nível sozinha. Dom Juan sacudiu meu braço com força.
- Veja o sonhar como uma coisa extremamente perigosa! - ordenou. - E comece isso agora! Não venha com nenhuma de suas manobras suspeitas.
Seu tom de voz foi tão insistente que parei o que quer que estivesse inconscientemente fazendo.
- O que está acontecendo comigo, Dom Juan?
- O que está acontecendo é que você consegue deslocar o ponto de aglutinação rápida e facilmente. Mas essa facilidade tem a tendência de tornar o deslocamento errático. Controle sua facilidade. E não se permita nem mesmo um milímetro de folga.
A Arte de sonhar – pág. 194
- A primeira parte desta lição do sonhar é que a masculinidade e a feminilidade não são estados definitivos, e sim o resultado de um ato específico de posicionamento do ponto de aglutinação. E esse ato de rearrumar o ponto de aglutinação é, naturalmente, questão de vontade e treinamento. Como era um tema caro aos feiticeiros da antigüidade, apenas eles podem lançar alguma luz sobre isso.
Talvez porque fosse a única coisa racional a fazer, comecei a discutir com Dom Juan.
- Não posso aceitar nem acreditar no que está dizendo falei sentindo o calor me subir ao rosto.
- Mas você viu a mulher - respondeu Dom Juan. - Acha que tudo isso é um truque?
- Não sei o que pensar.
-" Aquele ser na igreja é uma mulher verdadeira - ele disse num tom decidido. - Por que isso deveria perturbá-lo tanto? O fato dela ter nascido como homem somente atesta o poder das maquinações dos feiticeiros antigos. Isso não deveria surpreendê-lo. Você já incorporou todos os princípios da feitiçaria.”
Minhas entranhas estavam em vias de explodir de tensão. Num tom acusatório Dom Juan disse que eu só estava querendo discutir. Com paciência forçada e pomposidade real expliquei a ele o fundamento biológico do masculino e do feminino.
- Eu compreendo tudo isso - ele disse. - E você está certo no que está falando. Sua falha é tentar universalizar suas avaliações.
- Nós estamos falando é de princípios básicos - gritei. Eles serão pertinentes para o homem aqui ou em qualquer outro lugar do universo.
- Certo, certo - ele disse em voz baixa. - Tudo que você está dizendo é verdade enquanto nosso ponto de aglutinação permanecer em seu posicionamento habitual. Mas no momento em que ele se desloca para além de certas fronteiras, e nosso mundo cotidiano não funciona mais, nenhum dos princípios que você nutre com carinho tem esse valor absoluto do qual está falando.
A Arte de sonhar – pág. 233
A arte de sonhar é a capacidade de utilizar nossos sonhos comuns e transformá-los numa consciência controlada por uma forma especial de atenção chamada a atenção sonhadora.
A roda do tempo, pág. 196
- Não, não é sonhar - disse ele enfaticamente. - Isto é algo mais direto e mais misterioso. Aliás, tenho uma nova definição de sonhar para você hoje, mais de acordo com seu estado de ser. Sonhar é o ato de mudar o ponto de ligação com o mar escuro da consciência. Se você olhar para isso dessa forma, é um conceito e uma manobra muito simples. Requer tudo de você para percebê-lo, mas não é uma impossibilidade nem algo cercado de nuvens místicas.
"Sonhar é um termo que sempre me incomodou muito, porque enfraquece um ato muito poderoso. Faz com que pareça arbitrário; dá uma sensação de ser uma fantasia, e isso é a única coisa que não é. Tentei mudar o termo eu mesmo, mas ele está muito arraigado. Talvez algum dia você mesmo possa mudá-lo, apesar de que, como em tudo na feitiçaria, temo que quando você realmente puder fazê-lo não se importará mais com isso porque não fará mais nenhuma diferença como chamá-lo."
Dom Juan explicara amplamente, durante todo o tempo que eu o conheci, que sonhar era uma arte, descoberta pelos feiticeiros do México antigo, por meio da qual os sonhos comuns eram transformados em entradas legítimas para outros mundos de percepção. Sustentava, de todas as maneiras que podia, o advento de algo que ele chamava de atenção do sonhar, que era a capacidade de dar um tipo de atenção especial, ou de colocar um tipo especial de consciência nos elementos de um sonho comum.
Seguira meticulosamente todas as suas recomendações e tinha conseguido comandar minha consciência para permanecer fixada nos elementos de um sonho. A idéia que Dom Juan propunha era não começar deliberadamente a ter um sonho desejado, mas de fixar a atenção nos elementos componentes de qualquer sonho que se apresentasse.
Depois Dom Juan mostrara-me energeticamente o que os feiticeiros do México antigo consideravam ser a origem do sonhar: o deslocamento do ponto de aglutinação. Disse que o ponto de aglutinação se deslocava muito naturalmente durante o sono, mas ver o deslocamento era um tanto difícil porque requeria um temperamento agressivo, e que esse temperamento agressivo tinha sido a predileção dos feiticeiros do México antigo. Aqueles feiticeiros, segundo Dom Juan, encontraram todas as premissas de suas feitiçarias através desse humor.
O Lado Ativo do infinito, pág. 221
"Visto que sonhar, para a mulher, é uma questão de ter energia à sua disposição, o importante é convencê-la da necessidade de modificar a sua socialização profunda a fim de adquirir essa ener
gia. O ato de utilizar essa energia é automático; as mulheres sonham sonhos de feiticeiros no instante em que têm a energia.
Ela confessou que uma consideração séria a respeito dos sonhos de feiticeiros, que surgia de suas próprias falhas, era a dificuldade de incutir nas mulheres a coragem para abrir caminho num novo campo. A maioria das mulheres - e ela afirmou que era dessas prefere seus grilhões seguros ao pavor de novos.
- Sonhar é só para as mulheres corajosas - murmurou ela, em meu ouvido. Depois deu uma gargalhada e acrescentou: - Ou para as mulheres que não têm outra opção, porque suas circunstâncias são insuportáveis - categoria a que pertence a maioria das mulheres, mesmo sem o saber.
O som de sua risada áspera teve um efeito estranho sobre mim. Senti como se, de repente, tivesse acordado de um sonho profundo e me lembrei de uma coisa de que me esquecera inteiramente enquanto dormia.
Sonhos Lúcidos, pág. 256
- Como é que partilhamos os nossos sonhos? - tomei a perguntar.
Zuleica parou de se balançar. Sacudiu a cabeça e, depois, levantou os olhos, num sobressalto, como se tivesse acordado de repente.
- É impossível eu explicar isso agora - declarou ela. - Sonhar é incompreensível. A gente tem de alimentar isso e não discuti-lo. Como no mundo cotidiano, antes de explicar e analisar alguma coisa, é preciso experimentá-lo. - Ela falava devagar e com ponderação. Reconheceu que é importante explicar à medida que se avança. - No entanto, por vezes, as explicações são prematuras. Esta é uma dessas ocasiões. Um dia tudo isso fará sentido para você - prometeu Zuleica, vendo a decepção em meu rosto.
Sonhos Lúcidos, pág. 263
- Agora estou sonhando!
Aquela declaração pronunciada em voz alta deslanchou alguma coisa dentro de mim; uma nova avalancha de recordações diferentes me inundou. Sabia o que havia de errado comigo: tinha errado e não tinha energia para sonhar. Todas as noites, desde a minha chegada, sonhara o mesmo sonho, de que me esquecera até aquele momento. Sonhara que as feiticeiras iam ao meu quarto e me exercitavam nos raciocínios dos feiticeiros. Elas me disseram, vezes e mais vezes, que sonhar é a função secundária do útero sendo a primeira a reprodução e o que estiver relacionado com isso. Disseram-me que sonhar é uma função natural nas mulheres, corolário puro da energia. Tendo suficiente energia, o corpo da mulher, por si só, desperta as funções secundárias do útero, e a mulher sonhará sonhos inconcebíveis.
No entanto, essa energia necessária é como o auxilio a um país subdesenvolvido: não chega nunca. Alguma coisa na ordem geral de nossas estruturas sociais impede que essa energia se libere para que as mulheres possam sonhar.
Se essa energia fosse livre, as feiticeiras me disseram, chegaria a derrubar a ordem "civilizada" das coisas. Mas a grande tragédia das mulheres é que a sua consciência social domina completamente a sua consciência individual. As mulheres têm medo de serem diferentes e não querem se afastar demais dos confortos do conhecido.
As pressões sociais impostas a elas, para não se desviarem, são fortes demais e, em vez de mudarem, concordam com o que lhes foi ordenado: as mulheres existem para estar às ordens dos homens. Assim, nunca podem sonhar sonhos de feitiçaria, embora possuam disposição orgânica para tal. A feminilidade destruiu as oportunidades das mulheres
Sonhos Lúcidos, pág. 263
"O melhor modo de desdobrar nossa percepção é através do ensonhar. Como método, o ensonhar é igualmente simples, mas menos arriscado; é mais inclusivo e, principalmente, muito mais natural.
"O objetivo do aprendiz é tomar as rédeas de seu ponto de aglutinação. Uma vez que consegue deslocá-lo, está obrigado a repetir esses movimentos sem ajuda externa, por meio de disciplina e impecabilidade. Então pode ser dito que o guerreiro encontrou um aliado".
Encontros com o Nagual, pág. 122
Explicou que a fixação do ponto de aglutinação consome enormes quantidades de energia e produz uma visão estática do mundo. A energia processada desse modo se esparrama por toda nossa luminosidade e termina acumulando-se em suas bordas, onde forma massas densas que criam um reflexo do eu. Em tais circunstâncias, mover essa fixação se torna uma tarefa exaustiva.
"Para romper a armadilha da fixação é válido, em princípio, apelar a qualquer recurso. Na maioria dos casos, só um empurrão proveniente do exterior pode provocar em uma pessoa o movimento do ponto de aglutinação. Quando nós temos muita, mas muita sorte, esse empurrão nos chega pelo golpe de um nagual.
"Uma vez conseguido o deslocamento inicial, o guerreiro dever lutar pelo domínio de sua atenção, e deve fazê-lo por meio do exercício do intento e a prática do ensonho. Ensonhar é a porta de escape para a raça humana e é a única coisa que dá à nossa existência sua dimensão apropriada"
Encontros com o Nagual, pág. 124








domingo, 23 de setembro de 2012

Câncer e Cura

A saúde e a longevidade sempre foram uma preocupação de todas as tradições de busca interior no mundo, sem exceção. Por que?
Porque a busca interior, em última análise, é uma busca de equilíbrio, que é condição necessária (mas não suficiente) para a evolução do ser humano, e a necessidade do equilíbrio saudável começa já no primeiro dos sete corpos que é o corpo físico. É claro que por ser uma máquina excepcionalmente inteligente, o corpo tem mecanismos físicos, químicos e outros, compensatórios para a maioria dos excessos e burradas que o ser humano perpetra sobre si mesmo, mas a persistência no erro consegue paulatinamente mudar e desequilibrar a máquina. Como dizia um velho companheiro desta viagem em que estamos, “A gente subestima muito a nossa burrice”.
Esse erro persistente tem muitas facetas individuais e coletivas, algumas potencializadas por coisas históricas como uma medicina “moderna” não natural, afastada da Unidade, a exemplo do que ocorre massivamente na humanidade. Já falamos sobre isso em várias postagens deste blog como "A Doença é Seu Aliado, Não Inimigo", e  "Você confia na Ciência?", e outras.
Não é por outra razão que o símbolo da Medicina é um cetro, chamado caduceu de Mercúrio. Nele aparecem duas serpentes simbolizando os canais ida e pingala (em sânscrito) por onde passam as energias ocultas dos nossos corpos. Mercúrio é também chamado Hermes, de onde provém a palavra “hermético”, ou oculto. Como regente astrológico da casa 6, da saúde, Mercúrio tem a ver com a cura, mas como patrono da astrologia esotérica, guarda os segredos da evolução espiritual, e é por essa razão que a força regente da medicina não pode ser somente uma das faces de Mercúrio, que é a lógica racional da medicina usual que está aí, mas principalmente o conhecimento oculto, invisível, das medicinas orientais, anímicas e xamânicas, não acessíveis à razão cartesiana ocidental. São as duas faces de Mercúrio: saúde física e evolução.
Então só pode ser considerado um verdadeiro buscador de Si Mesmo, aquele que está preocupado com a sua saúde física e busca aprender os segredos ocultos da cura. Don Juan dizia a Castaneda que um guerreiro tem que saber se curar. É muito dificil acessar e permanecer em estados intensificados de consciência se a saúde física não estiver equilibrada. Aliás, muito aqui entre nós, sabemos que não dá nem para namorar se não se tiver um pouco de saúde (rsrs).  
Se a cura for difícil, no caso de uma doença kármica por exemplo, a pessoa deve se aproximar da doença com Presença e conviver com ela usando-a como apoio ao trabalho interior. Assim foi por exemplo Ramana Maharishi, um mestre experimentado que aparentemente conhecia os segredos da saúde e que, padecendo de um câncer no pescoço, ao ser perguntado se sentia dor, respondia simplesmente “Há dor”.
No mundo moderno, principalmente, três doenças afligem a humanidade hoje de uma forma intensa e insidiosa: o câncer, as doenças cardíacas, e as mentais. Hoje vamos falar do câncer:

No ano de 1931, portanto há 80 anos, um cientista recebeu o prêmio Nobel por descobrir a CAUSA PRIMÁRIA DO CÂNCER.
 Mas a primeira pergunta que ocorre é “se a causa foi descoberta, por que ainda não descobriram a cura?”
Vamos saber no final. O premiado foi este senhor alemão aí acima, Otto Heinrich Warburg, médico, fisiologista e bioquímico (1883-1970), Prêmio Nobel de Medicina em 1931 por sua tese "A causa primária e a prevenção do câncer". Segundo este cientista, o câncer é a consequência de uma alimentação antifisiológica e um estilo de vida antifisiológico.
Por que?... porque uma alimentação antifisiológica - dieta baseada em alimentos acidificantes + sedentarismo - cria em nosso organismo um
ambiente de ACIDEZ. A ACIDEZ por sua vez, EXPULSA o OXIGÊNIO das células! Ele afirmou: "A falta de oxigênio e a acidez são as duas caras de uma mesma moeda: quando você tem uma, tem a outra." Ou seja, se você tem excesso de acidez, então automaticamente falta oxigênio em seu organismo! Outra afirmação interessante: "As substâncias ácidas repelem o oxigênio; em oposto, as substâncias alcalinas atraem o oxigênio."Ou seja, um ambiente ácido, sim ou sim, é um ambiente com pouco oxigênio.
E ele afirmava que: "Privar uma célula de 35% de seu oxigênio durante 48 horas, pode convertê-la em cancerígena." Ainda segundo Warburg: "Todas as células normais tem como requisito absoluto o oxigênio,  porém as células cancerosas podem viver sem oxigênio - uma regra sem exceção." E também: "Os tecidos cancerosos são tecidos ácidos, enquanto que os saudáveis são tecidos alcalinos."
Em sua obra "O metabolismo dos tumores", Warburg demonstrou que todas as formas de câncer se caracterizam por duas condições básicas: a
acidose (acidez do sangue) e a hipoxia (falta de oxigênio). Também descobriu que as células cancerosas são anaeróbicas (não respiram
oxigênio) e NÃO PODEM sobreviver na presença de altos níveis de oxigênio; em troca, sobrevivem graças a  GLICOSE, sempre que o ambiente está livre de oxigênio... Portanto, o câncer não seria nada
mais que um mecanismo de defesa que tem certas células do organismo para continuar com vida em um ambiente ácido e carente de oxigênio.
Resumindo:
Células sadias vivem em um ambiente alcalino e oxigenado, o qual permite seu normal funcionamento. Células cancerosas vivem em um ambiente extremamente ácido e carente de oxigênio. IMPORTANTE:Uma vez finalizado o processo da digestão, os alimentos de acordo com a qualidade de proteína, hidrato de carbono, gordura, minerais e
vitaminas que fornecem, gerarão uma condição de acidez ou alcalinidade no organismo. Ou seja, depende unicamente do que você come! 
O resultado acidificante ou alcalinizante se mede através de uma escala chamada PH, cujos valores se encontram em um nível de 0 a 14, sendo o PH = 7, um PH neutro. (O PH ou potencial de hidrogénio iônico, é um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio.) É importante saber como os alimentos ácidos e alcalinos afetam a saúde, já que para que as células funcionem de forma correta e adequada, seu PH deve ser ligeiramente alcalino. Em uma pessoa saudável, o PH do sangue se encontra entre 7,40 e 7,45. Leve em conta que se o ph sanguíneo caísse abaixo de 7, entraríamos em estado de coma,próximo a morte. Então, o que temos a ver com tudo isto? Vamos ao que interessa:
Alimentos que acidificam o organismo:
  •  Açúcar refinado e todos os seus subprodutos - o pior de tudo: não tem proteínas, nem gorduras, nem minerais, nem vitaminas, só hidrato de carbono refinado, que pressiona o pâncreas. Seu PH é 2.1 ou seja, altamente acidificante
  •   Carnes - todas
  •  Leite de vaca e todos os seus derivados - queijos, requeijão, iogurtes,etc.
  •  Sal refinado
  •  Farinha refinada e todos os seus derivados - massas, bolos, biscoitos,etc.
  •  Produtos de padaria - a maioria contém gordura saturada, margarina, sal, açúcar e conservantes
  •  Margarinas
  •  Refrigerantes
  •  Cafeína - café, chás pretos, chocolate
  •  Álcool
  •  Tabaco
  •  Remédios, antibióticos
  •  Tudo que contenha conservantes, corantes, aromatizantes,
  • estabilizantes, etc. Enfim: todos os alimentos enlatados e industrializados.

Constantemente o sangue se auto-regula para não cair em acidez metabólica, desta forma garantindo o bom funcionamento celular, otimizando o metabolismo. O organismo DEVERIA obter dos alimentos, as bases (minerais) para neutralizar a acidez do sangue na metabolização, porém todos os alimentos já citados, contribuem muito pouco, e em contrapartida, desmineralizam o organismo (sobretudo os refinados). Há que se levar em conta que no estilo de vida moderno, estes alimentos são consumidos pelo menos 3 vezes por dia, os 365 dias do ano! Curiosamente, todos estes alimentos citados, são ANTIFISIOLÓGICOS!...
Nosso organismo não foi projetado para digerir toda essa porcaria!
Alimentos Alcalinizantes:

  •  Todas as verduras cruas (algumas são ácidas ao paladar, porém dentro do organismo tem reação alcalinizante, outras são levemente acidificantes porém trazem consigo as bases necessárias para seu correto equilíbrio); 
  •  Frutas, igualmente as verduras. Por exemplo: o limão tem um PH aproximado de 2.2, porém dentro do organismo tem um efeito altamente alcalinizante (quem sabe o mais poderoso de todos). Não se deixe enganar pelo seu gosto ácido, ok? As frutas produzem quantidades saudáveis de oxigênio!
  •  Sementes: além de todos os seus benefícios, são altamente alcalinizantes, como por exemplo as amêndoas.
  •  Cereais integrais: O cereal integral mais alcalinizante é o milho natural, todos os demais são ligeiramente acidificantes, porém muito saudáveis... Lembre-se que nossa alimentação ideal necessita de uma porcentagem de acidez (saudável). Todos os cereais devem ser consumidos cozidos.
  •  O mel é altamente alcalinizante.
  •  A clorofila das plantas (de qualquer planta) é altamente alcalinizante
  •  Á água é importantíssima para a produção de oxigênio. "A desidratação crônica é o estressante principal do corpo e a raiz da maior parte de todas as enfermidades degenerativas", afirma o Dr. Feydoon Batmanghelidj, médico iraniano graduado em Londres, e autor do livro “Your body’s many cries for water”..
  • O exercício oxigena todo o organismo, o sedentarismo o desgasta. (sem comentários)

O Doutor George W. Crile, de Cleveland, um grande cirurgião declara abertamente:

“Todas as mortes mal chamadas "naturais", não são mais que o ponto terminal de uma saturação de ácidos no organismo.” Como foi dito anteriormente, é totalmente impossível que um câncer prolifere em uma pessoa que libera seu corpo da acidez, nutrindo-se com alimentos que produzam reações metabólicas alcalinas e aumentando o consumo de água pura; e que por sua vez, evita os alimentos que produzem acidez, e se abstém de elementos tóxicos. Em geral o câncer não se contrai nem se herda… o que se herda são os costumes alimentícios, ambientais e o estilo de vida.  Isto sim é que produz o câncer.
Mencken escreveu:
“A luta da vida é a luta contra a retenção de ácido”.
"O envelhecimento, a falta de energia, o stress, as dores de cabeça, enfermidades do coração, alergias, eczemas, urticária, asma, cálculos renais e arterioscleroses entre outros, não são nada mais que a acumulação de ácidos."
O Dr. Theodore A. Baroody disse em seu livro “Alkalize or Die” (Alcalinizar ou Morrer): "Na realidade não importa o sem-número de nomes de enfermidades. O que importa sim é que todas elas provém da mesma causa básica: muito lixo ácido no corpo!” 
O Dr. Robert O. Young disse: "O excesso de acidificação no organismo é a causa de todas as
enfermidades degenerativas. Quando se rompe o equilíbrio e o organismo começa a produzir e armazenar mais acidez e lixo tóxico do que pode
eliminar, então se manifestam diversas doenças."
E a quimioterapia?
Não vou entrar em detalhes, somente me limito a enfatizar o óbvio: a quimioterapia acidifica o organismo a tal extremo, que este recorre às
reservas alcalinas do corpo de forma imediata para neutralizar tanta acidez, sacrificando assim bases minerais (Cálcio, Magnésio, Potássio) depositadas nos ossos, dentes, articulações, unhas e cabelos. É por esse motivo que se observa semelhante degradação nas pessoas que recebem este tratamento, e entre tantas outras coisas, cai a grande velocidade o cabelo. Para o organismo não significa nada ficar sem cabelo, porém um PH ácido significaria a morte.
Eis a resposta do começo do email: "É necessário dizer que isto não é divulgado porque a indústria do câncer (leia-se indústria alimentícia + indústria farmacêutica) e a quimioterapia são alguns dos
negócios mais multimilionários que existem hoje em dia ? É necessário dizer que a indústria farmacêutica e a indústria alimentícia são uma só entidade??
Nota: Você se dá conta do que significa isto? Quanto mais gente doente, mais a indústria farmacêutica no mundo vai lucrar! E pra fabricar tanta gente doente, é necessário muito alimento-lixo, como a indústria alimentícia tem produzido hoje no mundo, ou seja, um produz pra dar lucro ao outro e vice-versa, é uma corrente. É uma equação bem fácil de entender, não? Quantos de nós temos escutado a notícia de alguém que tem câncer e sempre alguém diz: "É.... poderia acontecer com qualquer um..." Com qualquer um? Não, não. Agora você já sabe o que você vai fazer a respeito. 
"Que teu alimento seja teu remédio", disse Hipócrates, sábio grego, considerado o pai da Medicina Moderna (Ah, se ele soubesse no que ela se transformou...). Curiosamente, é a ele que os médicos fazem o juramento quando se formam na faculdade.

domingo, 16 de setembro de 2012

As Crianças Paranormais dão um recado para o Mundo

De uma forma meio que aleatória mas organizada, há um grande conjunto de influências boas pipocando no mundo, e que formam uma corrente sutil, amplificada sempre por algum“idiote-savant” (é o louco-sábio, em francês). Essa corrente só é percebida por quem está “sintonizado”. Este blog navega nessas águas desde o início, e há nele muitas citações, dicas e idéias, mas elas existem aos milhares na rede, nos livros, eventos, palestras, seminários, entidades, grupos e redes sociais. É só garimpar. Se você ficar presente no que está fazendo e lendo, e deixar a sua atenção navegar por inteiro no assunto, sempre vai encontrar uma influência invisível, uma dica, um um “pulo do gato”, um perfume fugidio do Invisível, que identifica a corrente. Se ficar presente na contemplação, então, é melhor ainda. Há algo bom e sutil ocorrendo no mundo, debaixo dessa ressaca econômica e política, de guerras e terrorismo, stress e angústia. É preciso atenção e intento para fazer a sintonia fina que chega a esse oásis no meio do deserto. Esse é o nosso verdadeiro lugar. 
É  o caso desta postagem abaixo. Parece um texto infantil para crianças, pois foi inicialmente feito por crianças. Mas é para adultos, que são os que mais precisam porque já foram expulsos do Éden. É um texto singelo e poético como se fosse de um bom padre, pastor, rabino e outros, mas no fundo a gente sente que mesmo que o texto não fosse verídico, há nele um eixo verdadeiro de vibrações que funciona, se abandonarmos o nosso “bunker” intelectual arrogante e “pretendermos” que é real.

Quando se “finge” com o auxílio da Vontade, a gente coloca todas as fichas numa jogada que vai ganhar, como disse Gregg Braden naquele vídeo incrível que postamos há pouco, The Power of Visualisation (que infelizmente foi excluído em seguida da internet e do blog por questões de direito autoral). E então, quando o efeito mágico da visualização acontece, a gente constrói um mundo novo para a gente viver, ao invés de ficar reclamando do “mundo cruel” que nos cerca...

O texto abaixo é baseado no livro de James Twyman,"Emissary of Love", ( Emissário da Luz
, em português) que conta a jornada de James para visitar quatro crianças paranormais num mosteiro especial na Bulgária.
James Twyman viaja pelo mundo cantando suas canções de paz e harmonia para pessoas de todas as raças, culturas, e crenças. Inspirado pela vida de São Francisco de Assis, ele esteve em todos os países destruídos pela Guerra, muitas vezes sob grande risco pessoal. Mas essa é a história de um tipo diferente de jornada.
Numa calorosa aventura nas montanhas da Bulgária, Jimmy, como é chamado, descobriu um monastério cheio de crianças paranormais. No processo, ele descobriu que aquelas crianças têm uma mensagem para o mundo todo. Este texto é a tal mensagem.

Nota: o título do texto no original inglês é The Psychic Children Speak to the World
 

 As crianças paranormais

"Em janeiro de 2001, ao proferir uma palestra na região de São Francisco, conheci um menino da Bulgária chamado Marco, que me conduziu a uma incrível odisséia espiritual. Ele era uma criança paranormal, e ele falava de seus dons como se eles fossem completamente normais. Quando demonstrei surpresa ele me perguntou se eu gostaria de ter as mesmas habilidades: então ele estendeu sua mão e disse para eu tocar seu dedo. Três dias depois eu percebi que minha vida nunca mais seria a mesma. Eu comecei a perceber que podia dobrar metais sem tocá-los, e inclusive ler pensamentos dos outros.
Eu não tinha como controlar esses poderes inesperados, e depois ele me levou a uma viagem à Bulgária. Lá, fui convidado a visitar um mosteiro onde essas Crianças Paranormais especiais são treinadas. Elas falaram de milhares de outras como elas, ao redor do mundo todo, e disseram que sua missão principal poderia ser reduzida a uma simples pergunta, que eles queriam dirigir aos adultos do mundo:
Como você atuaria e o que faria, se soubesse que você é um Emissário do Amor neste momento?
As Crianças Paranormais que conheci sabem que nós já somos iluminados. Tudo de que nós, como adultos, precisamos, é abrir nossos olhos para essa realidade, que está presente neste momento.
Respondendo à questão, e então vivendo-a, nós ativamos aquele lugar dentro de nós que nunca esqueceu a Verdade. Com nossos olhos espirituais finalmente abertos, vemos a Graça e o Sagrado por toda parte. Isso é o que as Crianças Paranormais estão nos convocando para lembrar. Uma das crianças vivendo no monastério era Thomas. Ele tinha o dom especial de enviar pensamentos para os outros, mesmo a longas distâncias.
Em janeiro de 2002, um ano após meu primeiro encontro com Marco, eu estava afundado numa banheira de água quente, em minha casa em Ashland, Oregon, quando me pareceu que Thomas estava comigo de novo. Senti como se informações, ou uma mensagem, estava sendo baixada em minha mente. Eu saí da água e fui para o computador. Thomas transmitiu três mensagens, e dentro de poucos dias elas estavam sendo lidas por dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo. As palavras se espalharam com a velocidade de um raio, e eu percebi que alguma coisa notável estava acontecendo. A mensagem era tão simples, e contudo parecia como se houvesse um código atrás das palavras, onde a verdadeira sabedoria se encontrava. As Crianças Paranormais querem que lembremos de "quem sou eu", porque elas sabem que esse é o único caminho para criar um mundo de compaixão e paz. Elas têm mantido essa freqüência para nós, e agora, através dessas mensagens, elas estão nos oferecendo  uma maneira de conectar a energia do amor.
Abriremos nossos olhos e aceitaremos esta Luz ou permitiremos que o mundo  continue fora de controle? A escolha é nossa.
Nós recebemos muitas cartas de crianças que leram as Mensagens de Thomas. Elas queriam compartilhar sua sabedoria, e nos fazer lembrar a verdade simples que elas nasceram sabendo.   Este texto compartilha essas mensagens e tem o intuito de continuar a energia da missão das Crianças Paranormais
Passe este texto adiante. Dê de presente.
É chegada a hora em que devemos escutar e responder. O mundo está prestes a mudar, e precisamos mudar com ele. É por isso que crianças como Thomas estão conosco agora.
James F. Twyman

"Sim significa sim, e não significa sim ,e todas as coisas significam sim, e somos todos feitos de sim.”
- Mike - idade 5

As 3 Mensagens de Thomas
A PRIMEIRA TRANSMISSÃO: UMA VISÃO
Nós, as Crianças de Oz, estamos por toda parte, e estamos com vocês agora para Ajudar vocês a alcançarem seus sonhos. Nós trabalhamos juntas conscientemente para fortalecer uma teia de energia única que capacitará à humanidade que literalmente salte para um novo nível de amor e compaixão.A teia está pronta para dar suporte a todos que reivindiquem esta realidade. As três mensagens que oferecemos funcionarão nos níveis mais sutis de sua mente, preparando o terreno do seu coração para receber a semente de um Novo Mundo.
A mensagem começa com uma Visão. Nós pedimos que você simplesmente leia isto e considere os símbolos. Mesmo que você não compreenda com seu mental, seu coração compreenderá......
As Crianças


Imagine que você está passando por uma enorme porta e que você se vê de pé, na entrada de uma vasta igreja ou catedral. É um edifício antigo, contudo não há imagens ou pinturas, nenhum altar enfeitado  O edifício está vazio, como se desprovido de vida. Você caminha por ele e um sentimento de vazio preenche seu coração. É impossível saber o que aconteceu aqui, apenas que essa igreja antes era viva, e que agora ela está morta.
 Então você ouve um som  em algum lugar acima de você, e olha para cima, a fim de verificar sua causa. E percebe, pela primeira vez, o andaime que se estende ao longo da parede de pedra, com um intrincado sistema de pranchas sustentando um grupo de pessoas trabalhando no teto. É um grupo de crianças, e elas estão balançando pincéis e outras ferramentas. Várias delas olham para você, abaixo, e sorriem, e o sentimento de vazio desaparece.
Elas estão pintando um mural, uma bela cena com cores vibrantes e rostos serenos. A igreja fria se torna insuportável, e você sente a necessidade de subir no andaime e ficar ao lado das crianças. Uma delas, que parece ter lido sua mente, acena para você, para subir os degraus e se juntar a elas.
De início é difícil se mover, mas com cada degrau sua energia aumenta. Você está galgando as barras de ferro com as mãos,
e dentro de alguns instantes você está junto ao teto, e diversas pequenas mãos se estendem para ajudá-lo. Finalmente, você consegue ver os detalhes na pintura, e você fica extremamente espantado. Você nunca viu nada tão belo ou constrangedor.
Você está olhando para um Novo Mundo, e contudo ele não é absolutamente novo. É o mundo com o qual você sempre sonhou, um mundo de perfeita paz. Todas as crianças se reúnem em volta de você e sorriem, porque elas percebem quanto você está contente com seu trabalho. Então a igreja, o andaime, e tudo o mais que você viu desaparece, e você fica envolvido pela maravilhosa cena. E o mundo inteiro vem junto com você.

"Não somente eu sou um emissário do amor, EU SOU amor. Ele flui de mim, e é perpétuo. Por estar aqui eu resplandeço amor em cada coração que encontro. Somos todos assim; essa é nossa verdadeira natureza. Isso é tudo o que há a dizer."
- Lins - idade 14

A SEGUNDA TRANSMISSÃO:UMA PROFECIA
A realização da “rede de consciência” que é característica das “Crianças de Oz” oferece uma oportunidade e também um aviso. Poder-se-ia dizer que a humanidade chegou na encruzilhada. Agora que a rede está ativada, ela requer, ou mesmo força, uma resposta. Ela não pode ser ignorada ou ficar ociosa. Seu momentum pode ser comparado a uma enorme barragem que se rompe, aumentando o poder e a velocidade do rio. Cada um pode ficar boiando, ao sabor das ondas, ou ser empurrado para o fundo da água pelo recuo delas. Em ambos os casos, o rio mudou, e cabe a cada um de nós corresponder.
As Crianças Paranormais são um sinal para o mundo do que ocorrerá se você reivindicar esta mudança. Se seu coração se expandir para incluir esta rede energética, então você sentirá uma espantosa energia transformar você completamente. Se você resistir a ela e fechar seu coração, então você se perceberá confuso e mesmo deprimido. Uma vez mais, a escolha é sua, mas você está pronto para a mudança.
Um de dois mundos está prestes a ser revelado, dependendo de sua escolha individual e coletiva.
Ele será revelado dentro de um período de alguns anos, e você reconhecerá o mundo que foi escolhido através dos seguintes sinais:
O mental das Crianças de Oz é alinhado com as baleias, e em especial com os golfinhos dos oceanos. Por isso, repare nessas criaturas para saber qual mundo sua consciência coletiva terá escolhido.
Se dentro de um período de dois anos você começar a ouvir notícias a respeito de atividade incomum nos oceanos, a respeito de cardumes inteiros de golfinhos que se juntam em áreas urbanas altamente populosas (em outras palavras, nos oceanos de cidades maiores), ou de baleias que mostram um comportamento similar, Saiba que você escolheu o amor ao invés do medo.
Contudo, se os seus cientistas começarem a noticiar que essas criaturas estão evitando seus locais usuais de aglomeração e estão se retirando para áreas isoladas, longe dos humanos, saiba então que outra escolha terá sido feita.
Não significará que não haverá esperança, somente que o medo se tornou o objetivo comum e que o amor foi posto de lado por um tempo. O mundo que então será revelado refletirá essa escolha. Não precisamos entrar em detalhes.
É importante lembrar que a sua prontidão forçou esta mudança, e é algo com que se regozijar.
Se você não estivesse pronto para isto, você ficaria por um tempo mais neste “lugar intermediário” em que vocês se encontram agora, um lugar onde suas escolhas ainda não são claras. O completamento da rede de energia significa que doravante suas escolhas serão muito claras. Será impossível permanecer ignorante. Esta é a profecia das Crianças de Oz, ou das Crianças Paranormais.

É uma boa notícia.
O que você pode fazer para ajudar nesta mudança? Hoje mais de 19.000 pessoas lerão a respeito desta profecia. As escolhas coletivas que essas pessoas fazem tem a possibilidade de ajudar 19 milhões de outras pessoas. Nós pedimos que cada um que leia esta mensagem hoje se foque nesta única frase: “Eu sou um Emissário do Amor AGORA.”
Afirme-a tão freqüentemente quanto possa hoje, e sinta a presença dos milhares que se juntam a você. Saiba também que nós, as Crianças, estamos sempre afirmando essa frase. É o próprio fundamento de nosso coração.
 "Você não tem de ter poderes psíquicos ou dons habilidosos para Ser Amor, para Ser quem você É, e para Viver a Verdade."
" Você é uma criança de Deus, uma criança de Amor, especial e perfeito de todas as maneiras. Você tem algo muito importante para oferecer pelo seu Ser. O mundo está esperando que você se abra." Abra seu coração, deixe o amor fluir, pra dentro e para fora.
"Deixe o Amor ser sua motivação em cada ação. Deixe o amor ser a primeira coisa em que você pense quando acorda de manhã e a última coisa antes de dormir à noite. Deixe o amor preencher seu coração, cada célula, até que ele transborde para o mundo, tocando cada coisa. Deixe o Amor ser seu dom; é o que você está destinado a fazer.”
"Em cada momento leve o amor um passo adiante, de alguma maneira; deixe-o crescer e crescer. O Amor é infinito, assim como a sua habilidade para expressá-lo e experimentá-lo. Não há limite, não há regra, não há um caminho. Quanto mais você se Abrir, tanto mais o Amor o ensinará, o preencherá, emanará de você. Não espere. Comece Agora. Tenha Coragem, Intento, Boa Vontade. Que o Amor seja a Verdade que você representa, a ferramenta que você carrega, o veículo que o conduz em cada novo passo.”
"Chegou o Tempo. Solte-se e AME."
- Nasata-La – Uma criança paranormal, agora com vinte e poucos anos.

A TERCEIRA TRANSMISSÃO:UMA MENSAGEM
Há aqueles que dirão que já ouviram esta Mensagem. Há também aqueles que dirão que ela é simples demais, ou mesmo falsa. Ela é verdadeira, e ela nunca foi ouvida antes por ninguém.
Por que?
Porque tão logo alguém a ouça “verdadeiramente”, tudo muda. O mundo e todas as coisas nele diminuem o ritmo e quase param. Então não resta mais nada, exceto a verdade em si, e você sabe que você é essa verdade. A questão desaparece.
Esse é o Presente que as Crianças vieram trazer. A mensagem inteira poder ser percebida em uma palavra. Essa palavra ecoa através da eternidade. É uma palavra que você pode ouvir de qualquer criança, até em sua própria casa.
As Crianças sempre falaram essa palavra, mas poucos ouviram verdadeiramente o que ela significa. Se você pode compreendê-la agora, e abarcar o mundo que pode ser encontrado dentro dela, você se perceberá transportado para o Lugar Sagrado a partir do qual falamos com você agora. Não é um lugar físico, mas é tão real quanto qualquer coisa que você tenha experimentado alguma vez fisicamente. É um lugar onde o coração pode viver, onde ele pode respirar e onde ele pode se expandir, para incluir todo o universo.
Escute esta palavra agora, e abra seu coração para o mundo ao alcance dela:Fingir(*)
(*) Em ingles: PRETEND : simular, tencionar, fingir, pretender (sobretudo no sentido usado por crianças)

Qual foi o primeiro pensamento que veio à sua mente? É esperar muito?
É ele simples demais para mudar sua vida para sempre?
Essa é a palavra que as Crianças vieram trazer. As Crianças sempre a têm falado para cada um que queira escutar.
Você também já a falou ...
Mas você esqueceu o que ela significa. Você esqueceu como “FINGIR O QUE É VERDADE”. Ao invés disso, você escolheu fingir o que não é verdade. E assim você fez um mundo que reflete essa decisão.
Escolha novamente.
Finja
que você é iluminado...
Finja
que você é amado por Deus...
Finja
que você é perfeito assim como você é.... Respire fundo agora e ...
Finja o que É Verdadeiro.
Então todas as coisas farão sentido. Olhe para a palavra FINGIR (ou, em inglês, “pretend”, em por um momento. Pre significa "antes" e Tend significa "ter em vista." Ponha as duas juntas agora:
Tenha em vista o que você era antes.
Antes do que? Antes do início do tempo. Seu Self Original
Finja... que você ainda é esse Self Original. Finja... que nada mudou (nunca).
Então saiba que o que você está fingindo é mesmo um fato.
Isso é verdadeiro. Baseie sua vida nisso...Dê tudo o que tem para tornar isso uma realidade.. Nada mais importa exceto isso.
E é por isso que isso é a mensagem das  Crianças de Oz.
A rede foi completada. Finja que você está nela...e você está. É uma simples mudança de vibração. Estão esperando por você, porque ainda há muito a revelar. A jornada apenas começou, e nós vamos adiante juntos. A partir de agora  somos como  um único alento vindo do Céu.
Abra seus olhos agora. E lembre-se de quem você é.

"A noite passada, enquanto brincava com meu filho Max (que tem quase 6 anos) num jogo (que ele estava dirigindo), eu lhe fiz esta pergunta:
Se você pudesse dizer aos adultos deste mundo alguma coisa, o que seria?’ Sua resposta foi: ‘O amor é a única coisa que importa, nada mais importa. O amor é que conta.’ Então, eu fiz mais duas perguntas minhas: ‘Quem somos nós de fato?
Max disse: ‘Anjos.”
E eu: Por que estamos aqui, e qual é nossa missão?’
Max: ‘Trazer Amor.’
Profundo na sua simplicidade! Como é grande o insight."
A razão pela qual (as crianças) podem fazer estas coisas é que sabemos que o mundo não é real...
"Às vezes quando estou sonhando percebo que estou sonhando e  então posso fazer coisas engraçadas.Acontece o mesmo neste sonho, da mesma forma.Quando você sabe que todas as coisas existem apenas a partir de sua mente, você  então pode achar isso engraçado.Você tem pretendido (pensar) o mundo como existente, mas você pode fingir um mundo diferente, se você quiser. Ele pode ser um mundo de paz. É por isso que conversamos acerca de fingir. Se você fingir (ou pretender) que o mundo é preenchido com amor, ele o será. Se você fingir que ele é mau, então é assim que o veremos. Não é de forma alguma difícil. O outro jeito acontece por si. A coisa mental não é importante, mas o amor é. É isso que as crianças estão aqui para dizer.”
Michael, idade 14


"Perguntei à minha filha Bethany, que tem 7 anos, esta manhã, ‘Se você quisesse dizer aos adultos deste Mundo alguma coisa ou perguntar a eles alguma coisa, o que seria?’
Ela refletiu por meio Segundo e então respondeu pura e simplesmente:
“Por que vocês dizem não?” E sorriu.
"O amor de Deus está em toda parte – não há lugar algum onde o amor de Deus não esteja. Não há nem mesmo um pedacinho de tecido do tamanho de minha mão em todos os universos, onde o amor de Deus não esteja. O amor sagrado é o único amor verdadeiro. Não há amor que seja igual ou melhor para você, do que o seu próprio amor. Sua mente está sempre trabalhando com amor no seu centro. Você está sempre protegido pelo amor de Deus. Sua alegria está crescendo cada vez mais, a cada segundo.
Você nunca pode machucar Deus, porque Deus é amor, e o amor é “imachucável”.”
Jason, idade 7


"Por que as pessoas não se soltam (relaxam)?”
Elas se apegam demais.
"Saiba que o mundo como o conhecemos não é real.” O Espírito é real."Se você se soltar (relaxar), você se reconectará com o Espírito.”
Nikki, idade 12


"Se eu tivesse de dizer uma coisa para cada pessoa seria que se vocês pretendem algo,e acreditam que é verdadeiro, esse algo acontecerá. Se você simplesmente pretende que alguma coisa acontecerá. Sem acreditar nela eu duvido que funcionará.
Você tem de ter FÉ naquilo, não simplesmente esperar que aquilo aconteça."
Steven, idade 15


EMISSÁRIO DO AMOR (EMISSARY OF LOVE) - GRUPO DE ESTUDOS –

As Crianças Paranormais do mundo estão chamando você. Este é um convite para que você se junte a milhares de outras pessoas do mundo todo, no processo da sagrada descoberta. Este grupo de estudos na Internet pode ser o veículo para você responder à mais importante questão no mundo:
"O que você faria se soubesse que é um Emissário do Amor?”
A resposta está bem à sua frente. Você só precisa abrir seus olhos..."



domingo, 9 de setembro de 2012

O Roubo da Couve Flor


Yogananda
Sri Yuktéswar
Nas primeiras publicações deste blog, apresentamos o texto O Segredo da Vida Equilibrada, uma das melhores coisas que já foram escritas por um mestre. O texto é de Yogananda no seu livro Autobiografia de um Yogui Contemporâneo. Uma pérola.
Nesta passagem abaixo, no mesmo livro,  Yogananda conta como Srí Yuktéswar, seu mestre, o surpreendia com sua mestria mansa e bem humorada, e com seus poderes aparentemente incríveis, que vinham de uma mente poderosamente assentada no Silêncio que tudo percebe. Hoje chamamos isso de poderes, mas são, inversamente, o resultado despretensioso  de um fluir solto da mente do mestre, que por isso acessava de forma simples, paragens akáshicas impensáveis do espectro possível ao humano. O que chamamos ingenuamente de poder vinha, contraditoriamente, do Silêncio, Presença, Desapego e abandono do ego. Curiosamente o trabalho interior nos ensina que devemos estar presentes e atentos ao Si Mesmo, e desapegados de Si Mesmo. Ao mesmo tempo, moçada. Ao mesmo tempo. Aí está o nó, e a chave do mistério...ficar nessa corda bamba, no fio da navalha.
O Invisível se apresenta no Silêncio, na simplicidade e no Desapego Atento. Vamos lá:
“-Mestre, um presente para o senhor! Estas seis enormes couves-flores foram plantadas por minhas mãos; cuidei de seu crescimento com ternura de mãe que aleita e cria seu filho. - Apresentei a cesta de vegetais com um gesto floreado e cerimonioso.
- Obrigado! - O sorriso de Srí Yuktéswar era de calorosa apreciação. - Por favor, guarde-as em seu quarto; precisarei delas amanhã para um jantar especial.
-Eu acabava de chegar a Puri para gozar minhas férias de verão em companhia de meu guru, em seu eremitério à beira-mar. Construído pelo Mestre e seus discípulos, o alegre e pequenino retiro, com um andar superior, dá frente para a baía de Bengala. (Puri, cerca de quinhentos quilômetros ao sul de Calcutá, é uma famosa cidade de peregrinação para os devotos de Krishna; seu culto celebra-se ali, todos os anos, com dois enormes festivais, Snanavátra e Rathayátra.)
Acordei cedo na manhã seguinte, reanimado pela salgada brisa marinha e o encanto quieto do áshram. A voz melodiosa de meu guru estava chamando; dei uma vista de olhos às minhas estimadas couves-flores e acondicionei-as com esmero sob meu leito.
- Venham, vamos à praia. - O Mestre seguia em frente, mostrando o caminho; diversos discípulos jovens e eu o seguíamos, em grupo esparso. Nosso guru nos examinava com brando espírito crítico.
- Quando nossos irmãos ocidentais caminham, timbram comumente em “acertar o passo”. Agora, por favor, marchem em duas fileiras; conservem todos o mesmo passo, ritmicamente. - Srí Yuktéswar observava se obedecíamos; começou a cantar: “Meninos marcham, ida e volta, em garbosa fileira”. Era-me impossível não admirar a facilidade com que o Mestre acompanhava o passo rápido de seus jovens estudantes.
- Alto! - Os olhos de meu guru procuravam os meus. - Você se lembrou de fechar a porta traseira do eremitério? - Penso que sim, senhor.
Sri Yuktéswar permaneceu silencioso durante alguns minutos, com um sorriso meio reprimido em seus lábios. - Não, você se esqueceu - disse ele, afinal. - A contemplação divina não se deve tornar uma desculpa para o descuido material. Você descurou seu dever de salvaguardar o áshram; deve ser punido.
Julguei que ele estivesse obscuramente gracejando quando acrescentou: - Suas seis couves-flores, em breve, serão apenas cinco.
Demos meia volta, obedientes às ordens do Mestre, e nos apressamos até as proximidades do eremitério. - Descansem um pouco, todos. Mukunda, olhe à esquerda, por entre o casario; observe a estrada além. Ali, certo homem aparecerá logo, e será o instrumento de seu castigo.
Escondi meu vexame ao receber estas indicações incompreensíveis. Um camponês logo apareceu na estrada; dançava grotescamente e movia os braços em torno, gesticulando sem sentido. Quase paralisado de curiosidade, não despreguei os olhos do hilariante espetáculo. Quando o homem atingiu um ponto da estrada, de onde desaparecia de nossa vista, Sri Yuktéswar disse: - Agora, ele dará mais volta.
O camponês imediatamente mudou de direção e dirigiu-se para o lado traseiro do eremitério. Atravessando um trecho arenoso, penetrou na moradia pela porta dos fundos. Eu não a fechara à chave, conforme dissera meu guru. O homem saiu pouco depois, segurando uma das minhas preciosas couves-flores. Agora ele caminhava em atitude respeitosa, investido da dignidade de possuir.
A farsa que se desenvolvia, na qual meu papel parecia ser o de vítima assombrada, não era desconcertante a ponto de me impedir a perseguição indignada ao ladrão. Eu tinha corrido metade do caminho quando meu Mestre me chamou de volta; sacudia-se de riso, da cabeça aos pés.
- Aquele pobre louco ansiava por uma couve-flor - explicou-me entre acessos de hilariedade. - julguei que seria boa idéia se ele obtivesse uma das suas, tão mal guardadas!
Corri para meu quarto onde descobri que o ladrão, evidentemente padecendo de uma fixação em vegetais, deixara intocados meus anéis de ouro, o relógio e o dinheiro, tudo exposto sobre o cobertor. Ele preferira engatinhar sob a cama, onde o cesto de couves-flores, completamente oculto ao olhar casual, fora o alvo dócil de seu sincero apetite.
Pedi a Sri Yuktéswar, naquela noite, que me explicasse o incidente (por apresentar, a meu ver, certos aspectos perturbadores).
Meu guru assentiu com a cabeça, lentamente. - Você compreenderá, algum dia. A ciência em breve descobrirá algumas destas leis ocultas.
Quando, alguns anos mais tarde, noticiou-se a maravilhosa descoberta do rádio ao mundo atônito, recordei-me da predição do Mestre. Antiquíssimos conceitos de espaço e tempo foram aniquilados; nenhuma casa era tão humilde e estreita que Londres ou Calcutá, nela, não pudessem entrar! A mais obtusa inteligência se ampliava ante a prova indiscutível de um aspecto da onipresença do homem.
O “enredo” da comédia da couve-flor pode ser entendido melhor por analogia com o rádio. Meu guru era um perfeito rádio humano.
Os pensamentos nada mais são que vibrações sutilíssimas movendo-se no éter. Exatamente como um rádio sintonizado capta o número musical que se deseja, em meio a milhares de outros programas, irradiados em todas as direções, Sri Yuktéswar fora um receptor sensível a determinado pensamento (o daquele homem simplório, ansiando ardentemente por uma couve-flor), em meio aos inúmeros pensamentos das mentes humanas emissoras em todo o mundo. Durante a marcha rumo à praia, tão logo captou o singelo ensejo do camponês, o Mestre desejou satisfazê-lo. O olho divino de Sri Yuktérwar descobrira o homem, dançando ao longo da estrada, antes de tornar-se visível aos discípulos. Meu esquecimento de trancar a porta do áshram dera ao Mestre uma desculpa conveniente para me privar de um de meus valiosos legumes. Depois de assim funcionar como instrumento receptor, Sri Yuktéswar então operou, através de sua poderosa mente, como estação emissora ou radiodifusora. Neste desempenho, ele pudera dirigir com êxito a inversão de rumo do camponês e seu encaminhamento para meu quarto, até uma única das couve-flores comestíveis.
A intuição, que é o guia da alma, surge com naturalidade no homem, nos instantes em que a mente se acha calma. Quase todos já tiveram a experiência de um pressentimento inexplicavelmente correto, ou transferiram seus pensamentos com exatidão a outra pessoa.
A mente humana, quando liberta das perturbações ou da “estática” da inquietude, tem o poder de realizar todas as funções dos complicados aparelhos de rádio - enviando e recebendo pensamentos ou deixando de sintonizar os indesejáveis. Assim como a potência de uma estação radiodifusora é regulada pela quantidade de energia elétrica que pode utilizar, a eficiência de um rádio humano depende do grau de força de vontade de cada pessoa.
Todos os pensamentos vibram eternamente no cosmos. Por meio da concentração profunda, um mestre pode descobrir os pensamentos de qualquer pessoa, viva ou morta. Os pensamentos têm raízes de universalidade e não de individualidade; uma verdade não pode ser criada, mas apenas percebida. Todo pensamento errôneo de um homem resulta de uma imperfeição, pequena ou grande, em seu discernimento. O objetivo da ciência da ioga é acalmar a mente, de modo que, sem distorções, esta possa ouvir o conselho infalível da Voz Interior.
Um rádio-microscópio, inventado em 1929, revelou um novo mundo de raios até então desconhecidos. “O próprio homem e todas as espécies de matéria supostamente inerte, emitem sem cessar os raios que este instrumento “vê” - informou a Associated Press. - “Aqueles que acreditam em telepatia e clarividência encontram nesta notícia a primeira prova científica da existência de raios invisíveis que realmente viajam de uma pessoa para outra. Este rádio-invento é, na realidade, um espectroscópio de rádio-freqüência. Sua função relativa à matéria fria e opaca é a mesma do espectroscópio, ao revelar as espécies de átomos que compõem as estrelas ... A existência de tais raios provindos do homem e de todas as coisas vivas havia sido suspeitada pelos cientistas há muitos anos. Hoje temos a primeira prova experimental de sua existência. Tal descoberta mostra que todo átomo e toda molécula na natureza é uma contínua estação rádioemissora... Assim, até mesmo após a morte, a substância que constitui um homem prossegue emitindo esses raios delicados. O comprimento de onda destes raios varia, desde o de ondas mais curtas do que as já usadas pelo rádio, até as mais longas. O exame destas ondas é quase inconcebível. Existem milhões delas. Uma só molécula grande pode emitir um milhão de diferentes comprimentos de onda ao mesmo tempo. As ondas mais longas desta espécie viajam com a facilidade e a rapidez das ondas de rádio. Existe uma assombrosa diferença entre estes novos raios de rádio e os raios familiares como os da luz: é o tempo prolongado, ascendendo a milhares de anos, em que estas ondas de rádio continuarão sendo emitidas da matéria imperturbada.”
O rádio e a televisão trouxeram a voz e a visão instantâneas de pessoas remotas, ao convívio de milhares de ouvintes e de espectadores: as primeiras débeis insinuações científicas de que o homem é espírito omni-penetrante. Embora o ego, nas mais bárbaras formas, conspire para escravizá-lo, o homem não é um corpo confinado a um ponto no espaço, mas é, em essência, alma onipresente.
“Fenômenos muito estranhos, prodigiosos e aparentemente improváveis, ainda poderão ocorrer, e uma vez constatados, não nos surpreenderão mais do que nos surpreende hoje tudo o que a ciência nos ensinou no último século - declarou Charles Robert Richet, Prêmio Nobel de fisiologia. Supõe-se que fenômenos, agora aceitos por nós sem surpresa, não provocam nosso espanto porque são compreendidos. Mas a verdade é outra. Se eles deixaram de nos surpreender, não é porque sejam compreendidos, mas porque nos são familiares; pois se aquilo que não compreendemos devesse nos surpreender, então deveríamos nos surpreender com tudo: - a queda de uma pedra arrojada ao ar, a semente que se converte em carvalho, o mercúrio que se dilata ao ser aquecido, o ferro atraído pelo ímã.
A ciência de hoje é conhecimento insignificante... As verdades assombrosas que serão descobertas por nossos descendentes encontram-se agora mesmo a nosso redor, de olhos arregalados postos em nós, digamos assim; e apesar disso, nós não as vemos, Mas não basta dizer que não as vemos; nós não as queremos ver - pois logo que se apresenta um fato imprevisto, com o qual não estamos familiarizados, tratamos de situá-lo no esquema de lugares-comuns...”