Recusando-se ao lugar-comum comportado do tipo “começo-meio-fim”, ele vai jogando as imagens e informações multifacetadas de uma forma surrealista, como a música Águas de Março do Tom Jobim, obrigando a gente a participar de uma forma interativa para obter a formação do nexo das impressões recebidas. Belezura. Um outro jeito de ver o mundo.
Apesar de às vezes parecer aparentemente duro, não culpa ninguém pelas nossas desgraças a não ser nós mesmos. "Não há ninguém lá fora de cada um de nós, nenhuma mão controlando nada", nenhuma elite a não ser nós mesmos criando na mente e no mundo toda essa coisa injusta e confusa, como um holograma que ganha vida e se auto-realiza. Nós é que causamos esses solavancos, e por uma boa razão: estamos evoluindo e portanto enfrentando os nossos demônios. É uma visão interessante. Tomara que o nosso filme, o da humanidade, acabe com um final feliz.
Há algumas pérolas:
- “Pare de culpar a tudo e a todos. Pare de temer a tirania global e desastres naturais e preste atenção. O mundo está lhe dizendo algo, está lhe dizendo exatamente o que está errado e como corrigir isso.”
- “A evolução humana, a evolução da Terra e a evolução da consciência, são uma coisa só”
- “A espécie humana é uma espécie que não parece se adequar tão bem quanto às outras“
- “O que se passa fora é o reflexo do que somos interiormente. “Preferimos um milhão de 11 de Setembro a um momento de percepção verdadeira do nosso auto-ódio“
Há passagens que lembram o que Alex Collier ouviu e reproduziu de alguns seres a respeito dos humanos, sobre o fato de a espécie humana não merecer ser ajudada “porque não respeita os seus semelhantes, nem o meio ambiente e nem a si mesma. É perigosa. E cheira mal ”(sic).
Outras passagens lembram semelhanças conceituais com o conceito da Hipótese Gaia de James Lovelock, que afirma que “a terra é um ser consciente de inteligência infinitamente superior ao humano”. O motivo porque isso parece difícil de entender (que o universo é um único organismo vivo e consciente, completamente ciente de si) é o nosso conhecimento tipicamente limitado pela nossa linguagem flexiva, que funciona no modo "sujeito-verbo-complemento", e não como a linguagem oriental que funciona com ideogramas. A diferença brutal é a mesma entre uma frase e um holograma ou uma imagem fractal. Esses 2 últimos são partes, que tem o todo dentro de si. Não são unidades estanques e portanto egoistas.
Outras passagens ainda nos remetem às visões e afirmações duras e iradas de Terence McKenna, ou outras do filme Zeitgeist de Peter Joseph.
Vamos lá:
Nenhum comentário:
Postar um comentário