Em Qual é a Sua Missão Astrológica prometemos falar das 7 influências que agem sobre o ser humano. Hoje estamos cumprindo.
A primeira pergunta de um Ser que está a caminho da Consciência na Grande Viagem é Quem sou eu?, e todas as variações como “o que sou eu? de que eu sou feito? de onde vim? para onde vou?”, ou numa versão menos elegante, “que diabos sou eu?”, e por aí afora, ladeira abaixo...
Como somos seres vivendo o mundo da dualidade, o filósofo de plantão já acrescentaria a pergunta: “O ser humano é o resultado da essência ou da personalidade?” e aí começa uma infindável novela onde os egos tomam a dianteira como sempre, e o pau come ... (intelectualmente, me perdoem) e parece que ninguém tem razão. Se considerarmos como essência "o que nos é pré-existente" e personalidade como "a soma de dados culturais que se agregam e modelam a essência pré-existente desde que vemos a luz ou respiramos pela primeira vez", isso faz todo o sentido com a afirmação tradicional de que a Astrologia está vinculada à essência e não à personalidade, e portanto à química orgânica, energética e sutil do ser que nasce, e não à a algo já adquirido socialmente no “exercício da viagem nesta dimensão”.
O assunto é altamente controverso e intelectualmente sedutor e estimulante, pois entre outras coisas, acena com a ligação entre cada ser e o seu grupo de seres ancestrais geradores, desde os pais até a raça, do presente ao passado, do Um com o Todo, aliás muito de encontro com a visão do “Somos Todos Um”. Essa ligação entre tudo o que existe é um ponto central do assunto "estar no mundo".
As antigas tradições tinham uma visão sóbria e, curiosamente, ao mesmo tempo abrangente e detalhada sobre o tema, e apesar de variarem suas afirmações nos ensinamentos, falavam ou acreditavam no geral em um conjunto de sete influências. A rigor as sete não contradizem as duas anteriores dos filósofos atuais (essência e personalidade), mas são um desdobramento mais preciso e completo delas, além de ser o pano de fundo referencial. As 7 influências são:
1 - A Hereditariedade em geral
2 – As condições e o meio no momento da concepção
3 – A combinação da irradiação de todos os planetas do sistema solar durante sua formação no seio de sua mãe
4 – O nível das manifestações do Ser de seus pais
5 – A qualidade de Ser dos indivíduos do seu círculo imediato
6 – A qualidade das ondas de pensamento (desejos e atos) dos seres do mesmo sangue na atmosfera que os rodeia até a sua maturidade
7 - A qualidade dos seus próprios esforços de Ser para transmutar em si os dados necessários para a sua evolução
Isto posto, apesar de o tema ser Astrologia, quem leu atento vai verificar que ela é apenas uma das 7 influências no destino dos seres e está combinada com as outras seis como se fosse o entrelaçamento de um tecido. Isso não diminui a sua importância ou influência, apenas dá uma nova perspectiva ao seu papel no conjunto.
Vamos lá:
1 - A Hereditariedade em geral
Tomada isoladamente, essa influência refere-se às qualidades físicas, orgânicas dos pais. Hoje, mesmo se ignorarmos a Ciência Ancestral, mas apenas com os conhecimentos científicos acumulados pelo ocidente, veremos que desde que Mendel, monge agostiniano, botânico e meteorologista austríaco iniciou os seus estudos sobre a hereditariedade estudando com paciência as ervilhas em 1865, a Genética evoluiu exponencialmente sua abrangência em termos qualitativos e quantitativos.
O DNA é hoje o centro das atenções de muitos cientistas e, mesmo tendo sido decifrado numa pequena parte do conjunto, alimenta a Medicina com informações impensáveis há algumas décadas atrás. Elas confirmam a tese de que a hereditariedade com suas leis matematicamente complexas não só biológicas mas neurológicas e metafísicas, forma uma teia de influências centrais na vida do ser humano e outras formas de vida. O ser humano que nasce é então uma resultante biológica, mental, psicológica e mesmo transcendental dos seus antepassados próximos na linha de sucessão. É como se um cone, um funil de influências concretas de outros seres de outras épocas se concentrasse na materialização de um ser que nasce, só pelo fato de haver uma linha genética costurando os seus corpos, mentes e destinos. Cada um carrega um enxoval, uma colcha de retalhos formada pelas influências de toda a ordem dos precedentes.
2 – As condições e o meio no momento da concepção
Essa influência refere-se à geografia, meio ambiente, vizinhança, e sugere fortemente que há um condicionamento de espaço/tempo preciso que vai influenciar o indivíduo porque “o lugar e o momento são aqueles e não outros”. É algo, usando-se uma expressão intelectual, como uma “superestrutura mental “ ou mais recentemente usada, um”espírito do tempo” que tinge os seres nascidos naquelas coordenadas de espaço/tempo formando um “universo mental” que os influencia. Podemos imaginar por exemplo a comparação entre dois seres nascidos em duas coordenadas diferentes de espaço e tempo, e tentar sentir as particularidades de seus universos mentais específicos, condicionantes de suas diferenças e portanto de suas próprias ações e portanto carmas e destinos.
3 – A combinação da irradiação de todos os planetas do sistema solar durante sua formação no seio de sua mãe
Esta é a influência refere-se ao carrossel de astros, suas influências e inclinações, celestes ligadas à Astrologia, e é uma combinação energética entrelaçada de todos os planetas. Curiosamente, essa idéia de um período de influência tem a sua amplitude mais associada ao ramo da Astrologia Hindu que atribui os efeitos além da hora do nascimento em si, também ao período todo de formação do feto no seio da mãe. Os que estão mais afeitos à astrologia hindu sabem que ela afirma que até um certo número de dias após o contato físico entre o óvulo e o espermatozóide dos pais, o embrião individual não-físico do novo ser, acionado pela influência da Lua, “desce” para o útero da mãe e só aí então começa de fato uma nova vida. Nesse momento da descida , o signo em que estiver situada a lua será o signo ascendente do ser que vai nascer. Essa visão mais abrangente da influência num período de 10 luas de formação do corpo físico do novo ser, parece mais convincente que a visão de outros ramos da Astrologia ocidental que parece condicionar as características do novo ser a um momento no tempo como uma fotografia, um instantâneo dos planetas no círculo zodiacal.
Mesmo na astrologia ocidental, se imaginarmos cada planeta emitindo uma cor de luz sobre o ser que nasce, teremos uma visão poética de cada ser como um conjunto único dentro da diversidade de seres, algo como uma “impressão individual colorida” uma digital cósmica. Mas a visão de um período de influência parece mais verdadeira que apenas um flash de influências no momento do “vir à luz”.
4 – O nível das manifestações do Ser de seus pais
Essa influência refere-se às qualidades combinadas das essências do pai e da mãe. Com a interação e pesquisas entre as áreas da ciência como Química, Biologia, Medicina, Psicologia e Parapsicologia e suas variações, e também seu registro e análises estatísticas precisas , é muito ingênuo achar que somente características físicas como cor dos olhos, da pele, cabelos e outras são transmitidas geneticamente. Cada vez mais se percebe que os fenômenos estão ligados no tempo e espaço. Hábitos, características emocionais, traumas e mesmo propensão a doenças são fenômenos que mostram que características menos concretas arquivadas dentro do DNA ou quem sabe outro veículo energético ainda desconhecido (pelo menos da atual ciência) são transmissíveis na cadeia de hereditariedade. Então é só uma questão de gradação de nível de materialidade a conclusão de que o nível de Ser dos pais, como é conhecido e conceituado nas tradições influencia o ser que nasce nessa nossa dimensão.
5 – A qualidade de Ser dos seres de seu círculo imediato
Essa influência refere-se a atributos e virtudes essenciais do círculo familiar e comunitário. Se entendermos círculo imediato como a família imediata (pais, irmãos e filhos) a afirmação faz sentido uma vez que as influências ficam homogeneamente centradas nos pais que já são considerados uma fonte geradora de características de per si. Mas a afirmação acena que a influência pode ser mais ampla que a afirmação apenas do peso da constelação familiar sobre o ser que nasce. Isso faz sentido dentro da influência mais ampla da Hereditariedade.
6 – A qualidade das ondas de pensamento (desejos e atos) dos seres do mesmo sangue na atmosfera que os rodeia até a sua maturidade
Essa influência prece dizer respeito à qualidade dos impulsos e aspirações individuais que colocam a família em movimento gerando atos. O pressuposto aqui é que a qualidade das energias geradas por pensamentos e atos de seres do mesmo ramo exercem uma influência sobre o ser individual, estampando nele características marcantes seja a favor da influência ou uma resposta contra. É importante ressaltar que determinada característica implica sempre em uma “probabilidade de destino” Aliás desejos e atos já são por si só também coisas correlacionados em termos de causa e efeito; os desejos são uma mola propulsora para os atos.
Não é preciso muita explicação racional para referendar esse tópico. Basta se olhar com certa neutralidade a configuração das famílias e os indivíduos que as formam. A moderna técnica da Constelação Familiar é uma tentativa de se estabelecer e sistematizar essa correlação.
7 - A qualidade dos seus próprios esforços de Ser para transmutar em si os dados necessários em sua evolução.
Essa influência fala de um atributo essencial e intransferível do próprio indivíduo: o esforço. Aqui a porca torce o rabo. O indivíduo está sozinho no seu esforço apesar da pequena interferência do quadro das outras influências a favor ou contra. Esta é a única influência que parece estar fora do determinismo das outras. Ela parece que dá ao ser que nasce a possibilidade de fazer mudanças em seu destino que dependem de si mesmo e não do seu em torno em termos de espaço e tempo e ligações genéticas. O esforço e a persistência necessários neste caso remetem a afirmações de vários ensinamentos diferentes: no Budismo Zen a afirmação é de que “você tem que atravessar uma porta onde não existe uma porta”. No Quarto caminho é “a evolução de cada um só interessa a si mesmo e a mais ninguém. É um trabalho contra a natureza, contra Deus”. O Cristianismo fala de “o Caminho passa por uma porta estreita”.
Soma-se a essas afirmações os adágios astrológicos de que “os astros inclinam mas não determinam” e também o de que “o mapa astrológico é também mais uma prisão que temos que transcender”. Então não há a desculpa “eu sou assim... não tenho culpa”.
A Ciência não tem respostas para tudo isso e mesmo as tradições autênticas tem dificuldades para explicar o fenômeno das influências. Parece que através da Meditação, Silêncio do mental e Presença há uma pequena chance de se compreender a coisa (rsrs).
RESUMINDO: Apesar de a Astrologia ter sido por milênios apenas uma das sete influências, a sua validade como edifício de compreensão do mundo interior e exterior do Ser Humano está, a exemplo do que faziam os reis no passado, cada vez mais sendo procurada pelas pessoas e referendada pelos ramos da “ciência não comprometida” pelo classismo, preconceito, interesses individuais e grupais.
Porque? Por que ela é uma bússola que orienta as pessoas ajudando a responder a questão inicial formulada “quem sou eu? de que eu sou feito? de onde vim? para onde vou?”. Isso sem citar a sua vertente de previsão do futuro, muito mais popular, mas que na nossa opinião é apenas um subproduto do principal: o conhece-te a ti mesmo grafado nas antigas esfinges.
Afora as pessoas já acostumados com os astros, cada vez mais médicos, psicólogos, sociólogos e intelectuais em geral consultam os astros. Primeiro para saber qual é a natureza do outro, e depois antes de afirmarem, decidirem e aconselharem seus semelhantes e tomarem decisões mais afinadas com o a sua essência e as circunstâncias. Aliás poucos médicos sabem que Hipócrates, o pai da Medicina Ocidental, a quem fazem o juramento antes de exercer a profissão, disse que "Um médico sem o conhecimento da Astrologia não tem o direito de chamar a si mesmo de médico."
Na relação entre a Astrologia e as 7 influências, quem já leu os livros de Astrologia Kármica de Martin Schulman percebe claramente um fio que costura essas 7 influências num conjunto sólido e harmônico. Como dissemos na postagem DNA, Karma e Justiça, "é um presente poder ver o Karma na sua forma física de DNA: tudo o que fizemos, juntamente com nossos pais e o eixo de nossos ancestrais está lá gravado e nos influenciando em cada existência, quer a gente se lembre ou não."
A vocação deste blog é ajudar os leitores, e o próprio autor, a preparar o terreno para o "estar presente", que acontece somente no momento fugidio do Agora - a porta estreita - de que as tradições falam. A diversidade de temas é proposital e tem dois objetivos: mostrar que não há só uma tradição exclusiva, e, se houver Intento, qualquer situação corriqueira da Vida é adequada para quem busca interiormente, até mesmo a de uma passista no desfile da escola de samba. - Arnaldo Preto
sábado, 26 de outubro de 2013
As Sete influências e a Astrologia
Marcadores:
astrologia,
dna,
dualidade,
efemérides,
essência,
grande viagem,
hereditariedade,
personalidade,
porta estreita,
qualidade de ser,
Quarto Caminho,
quem sou eu,
ser,
sete influências,
somos todos um
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário