Esta postagem está no espírito de apresentar, muito na linha do Realismo Fantástico de James Hoy Fort, casos e pessoas que o pensamento científico, linear, medroso e classista considera como “malditos”. É aquele raciocínio anti científico de que “se algo inconveniente contraria o chamado conhecimento vigente, joga-se para baixo do tapete, ou se ridiculariza o dito cujo” de forma a se preservar o conhecimento formado por "nós iluminados". É rejeitar tudo aquilo que não se compreende, em vez de fazer o esforço de abertura para se tentar compreender.
Edgar
Cayce, norte-americano e clarividente é um desses casos estranhos e incompreensíveis, e a sua vida mostra de uma forma contundente aos céticos que, como dizia Don Juan, "este mundo é um mistério"...
Alma inquieta e atormentada, ele morreu a 5 de Janeiro
de 1945, levando consigo um segredo que ele próprio não esclarecera e que o
apavorara durante toda a vida. Ele próprio não entendia claramente no início o que se passava consigo mesmo.
A Fundação Edgar Cayce, em Virgínia, Beach, onde trabalham médicos e psicólogos, prossegue a análise dos "dossiers".
A Fundação Edgar Cayce, em Virgínia, Beach, onde trabalham médicos e psicólogos, prossegue a análise dos "dossiers".
Desde 1958, os estudos sobre a clarividência dispõem na
América de importantes créditos. A razão disso é que o stablishment pensa nos serviços que poderiam
render, no domínio militar, homens capazes de telepatia e de premonição. De
todos os casos de clarividência, o mais evidente, e o mais extraordinário, é o
de Cayce.
O pequeno Edgar Cayce estava doente. O médico de província
estava à sua cabeceira. Não havia nada a fazer para salvar o garoto do estado
de coma. Mas, bruscamente, a voz de Edgar elevou-se, clara e tranquila. E, no
entanto, ele dormia. "Vou dizer-lhes o que tenho. Apanhei uma bolada de
baseball na coluna vertebral. É necessário fazer-me uma cataplasma especial e
aplicá-la na base do pescoço". Com a mesma voz, o garoto ditou a lista das
plantas que era necessário misturar e preparar. "Despachem-se, senão o
cérebro arrisca-se a ser atingido". Por desencargo de consciência,
obedeceram-lhe. À noite, a febre descera. No dia seguinte, Edgar deixava o
leito, fresco como uma alface. Não se lembrava de nada. Desconhecia a maior parte
das plantas que ditara.
Assim principia uma das histórias mais espantosas da
medicina. Cayce, camponês do Kentucky, completamente ignorante, pouco disposto
a fazer uso do seu dom, lamentando constantemente não ser "como toda a
gente", tratará e curará, em estado de sono hipnótico, mais de quinze mil
doentes, devidamente homologados.
Trabalhador agrícola na propriedade de um dos seus tios,
depois escriturário numa livraria de Hopkinsville, finalmente proprietário de
um pequeno estabelecimento fotográfico onde pensa passar calmamente os seus
dias, é contra vontade que irá representar o papel de taumaturgo. O seu amigo
de infância Al Layne e a sua noiva Gertrude farão toda a diligência para o
convencer. De forma alguma por ambição, mas porque ele não tem o direito de
guardar o poder que tem só para si, recusando auxiliar os aflitos. Al Layne é
fraco, sempre doente. Arrasta-se. Cayce aceita adormecer: descreve a origem da
doença e dita medicamentos. Quando acorda: "Mas não é possível, eu
desconheço metade das palavras que anotaste. Não tomes essas drogas, é
perigoso! Não percebo nada disso, é tudo magia!" Recusa voltar a ver Àl, e
encerra-se na sua loja de fotografia. Oito dias depois, Al força-lhe a porta:
nunca se sentiu tão bem. A vila agita-se, todos pedem uma consulta. "Não é
por falar enquanto durmo que me vou pôr a tratar das pessoas". Mas acaba
por aceitar. Sob condição de não ver os pacientes, com receio de que,
conhecendo-os, a decisão seja influenciada. Sob condição de que alguns médicos
assistam às sessões. Sob condição de não receber um tostão, nem sequer o mais
pequeno presente. Os diagnósticos e as receitas feitas em estado de hipnose são
de tal precisão e acuidade que os médicos desconfiam que se trate de um colega
disfarçado em curandeiro. Ele limita-se a duas sessões por dia. Não porque
receie a fadiga: desperta desses sonos muito repousado. Mas insiste em
continuar fotógrafo. Não procura de forma alguma adquirir conhecimentos
médicos. Não lê nada, continua um filho de camponeses, dotado de um vago certificado
de estudos equivalentes ao 4º ano. E continua a insurgir-se contra a sua
estranha faculdade. Mas mal decide renunciar a ela, torna-se mudo.
Um magnata das estradas de ferro americanas, James Andrews,
vai consultá-lo. Ele prescreve-lhe, em estado de hipnose, uma série de drogas,
entre as quais uma certa água de salva. Este medicamento é impossível de
encontrar. Andrews manda publicar anúncios nas revistas médicas, mas sem
resultado. No decorrer de outra sessão, Cayce dita a composição dessa água,
extremamente complexa. Ora, Andrews recebe uma resposta de um jovem médico
parisiense: fora o pai desse francês, igualmente médico, que elabora a água de
salva, mas a deixara de a explorar cinquenta anos atrás. A composição é
idêntica à "sonhada" pelo fotografozinho.
O secretário local do Sindicato dos Médicos, John Blakburn,
apaixona-se pelo caso Cayce. Reúne uma comissão de três membros, que assiste a
todas as sessões, com grande espanto. O Sindicato Geral Americano reconhece as
faculdades de Cayce e autoriza-o oficialmente a dar "consultas
psíquicas". Cayce casara-se. Tem um filho de oito anos, Hug Lynn. A
criança, ao brincar com os fósforos, faz explodir um depósito de magnésio. Os
especialistas concluem que a cegueira deve ser total e propõem a extração de
uma vista. Com terror, Cayce entrega-se
a uma sessão de sono. Mergulhado em hipnose, insurge-se
contra a extração e preconiza quinze dias de aplicação de pensos embebidos em
ácido tânico. Para os especialistas é uma loucura. E Cayce, no meio dos maiores
tormentos, não ousa desobedecer às suas vozes. Quinze dias depois, Hugh Lynn
está curado. Um dia, após uma consulta, continua adormecido, e dita sucessivamente
quatro receitas, muito precisas. Não se sabe a quem podem ser dirigidas: têm
quarenta e oito horas de avanço sobre os quatro doentes que se apresentarão.
Durante uma sessão, ele prescreve um medicamento a que chama Codiron e indica o
endereço do laboratório, em Chicago. Telefonam para lá: "Como é que
ouviram falar de Codiron? Ainda não está à venda. Acabamos de elaborar a
fórmula e de lhe encontrar o nome". Cayce, atingido por uma doença
incurável que só ele conhecia, morre no dia e hora que fixara: "No dia 5 à
tarde estarei definitivamente curado". Curado contra "qualquer outra
coisa" .
Interrogado em estado de sono sobre a sua forma de proceder,
ele declarara (para depois não se recordar de nada ao acordar, como de costume)
que estava em estado de entrar em contacto com qualquer cérebro humano vivo e
de utilizar as informações contidas nesse cérebro, ou nesses cérebros, para o
diagnóstico e o tratamento dos casos que lhe apresentassem. Talvez fosse uma
inteligência diferente que então se manifestava em Cayce e utilizava todos os conhecimentos
que circulam na humanidade, da mesma forma que se utiliza uma biblioteca, mas
que instantaneamente, ou pelos menos à velocidade da luz e da eletromagnética.
Mas nada nos permite explicar o caso de Edgar Cayce dessa forma ou de qualquer
outra. Tudo o que se sabe realmente é que um fotógrafo de aldeia, sem
curiosidade nem cultura, podia, quando queria, por-se num estado em que o seu
espírito funcionava como o de um médico de gênio, ou antes, como todos os
espíritos de todos os médicos ao mesmo tempo.
Vale a pena pesquisar sobre ele no seu site de pesquisa.
Essa é uma daquelas coincidências incríveis!
ResponderExcluirOntem estava vendo uma entrevista, no youtube, de um cantor natural da virgina. Lá pelas tantas o entrevistador o pergunta a respeito desse centro, se eu não me engano, A.R.E (Association for Research and Enlightenment). O musico, surpreso, confessa que frequenta, e fala um pouco sobre esse centro.
Bom, fiquei curioso e fui pesquisar na internet, achei bem interessante, mas não parei para ler os textos. Hoje quando acordo vejo essa postagem aqui. Considero como um pressagio, e irei a funda na obra Cayce.
Lembrado que costumam colocar o clarividente como alguém especial, dotado de algum dom, quando na verdade, qualquer ser humano é capaz de acessar nosso oculto, nossa lado misterioso, basta silenciar a mente...
Tem razão. A gente não sabe nada sobre o assunto...
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