Não é uma meditação onde você precisa ficar
imóvel, porque às vezes no momento que alguém fala meditação as pessoas ficam
imóveis (rsrs). Você pode não sentar assim imóvel o tempo todo, mas é sempre do Presente que se trata.
Então, com a “meditação do momento presente” há algo um
pouco diferente. É uma coisa incrível o presente. Geralmente menosprezada...
A coisa mais incrível - eu chamo de coisa, mas é claro
que não é uma coisa - para a maior parte das pessoas no seu estado normal de
consciência, e “normal” aqui significa talvez um pouco ou até mesmo muito
insano, no estado normal de consciência o presente é geralmente menosprezado, habitualmente.
Inconscientemente, as pessoas foram condicionadas a
menosprezar a coisa mais importante que já existiu, já que a sua vida inteira de
fato consiste do Presente. E nunca houve nenhuma outra coisa. Tudo acontece no
presente. Quando você lembra é no presente, e quando você pensa no futuro, que
é claro, nunca chega como futuro, só pode chegar como o presente. Mas as
pessoas vivem como se o presente fosse indesejado ou um obstáculo ou o desprezam.
E algumas pessoas habitualmente vivem constantemente desgostando o “ser do
momento presente”. É esse é o estado normal de consciência das pessoas, às
vezes escondido por um sorriso...
Quando você se torna ciente do presente, e as vezes as
pessoas entendem quando eu falo disso, é claro que todos vocês já sabem disso,
mas tem pessoas que ainda não sabem, pois se conectam através das mídias que
ainda não sabem.. E quando você percebe que isso é tudo que existe, sua vida
inteira consiste do Agora e só pode se desenrolar no Agora... Que é agora (rsrs).
Qualquer emoção que você sinta, qualquer coisa que pensa, qualquer experiência,
é tudo inseparável do Agora.
Mas para algumas pessoas o Agora é abstrato, não é
interessante o suficiente. Então, vamos ver o que isso significa, e vamos fazer
um acordo nessa meditação e vamos chamar a meditação desta tarde “a jornada no Agora”.
Geralmente quando você fala com as pessoas sobre o Agora ele
é normalmente associado com a primeira coisa que aparece, talvez seja o
ambiente à sua volta e isso já é um grande passo no Agora. É o primeiro passo
importante no Agora para ficar ciente de tudo o que esteja ao seu redor,
independente de onde estiver e o que estiver acontecendo nesse espaço.
E você pode notar que quando você fica ciente das percepções
dos seus sentidos, porque é o que faz com que você perceba o que for que
acontece ao seu redor que envolve visão e audição e alguns outros sentidos ampliados,
a gente entra no Agora. Nós nos tornamos mais cientes do nosso espaço, primeiro
passo pra dentro do Agora.
E quando você faz isso e vamos fazer agora, e não vamos
fazer como um pensamento. Não precisamos praticar o Agora, você só precisa
ficar mais ciente do espaço ao seu redor. E não é uma ação. É ficar ciente do
que tem nessa sala: as pessoas na sala, o homem falando na cadeira, as luzes, o
arranjo bonito, esse é o espaço do Agora.
E então o que você faz é admitir “O que é”. E junto da admissão
você vai um pouco mais à fundo, e você aprecia o que é, o que antes você
provavelmente nem notou, e isso já uma coisa maravilhosa.
Existem algumas pessoas que ainda não estão prontas pra ir
mais fundo que isso, e não tem problema. É o suficiente dar somente 2 passos
até o Agora, vamos dizer 3. As pessoas gostam da ideia de passos.
Vamos chamar de primeiro passo você se tornar mais ciente do
espaço ao seu redor. Passo 2, você compreende. E com a compreensão vem o senso
da bondade, do jeito que as coisas manifestam a vida ao seu redor. Tem uma vida
em tudo, até no meio da cidade. Você pode dizer, ah, eu prefiro a floresta ou a
praia, ou as montanhas, mas até mesmo no meio da cidade tudo que acontece, todo
o movimento no meio da cidade são manifestações da vida: como seres humanos andando
por ai, como carros, e casas ou prédios. E tem também algo ali que é ok, uma
compreensão da vida.
E então vem uma apreciação...
Você pode ver algo que antes não apreciava. O céu por
exemplo. Quantas vezes você esta ciente do céu? E ele é lindo, até mesmo num
dia nublado, as luzes sendo filtradas pelas nuvens. E você pode notar que
quando você se torna mais ciente do que eu gosto de chamar de “superfície do Agora”
que é a percepção dos seus sentidos, O mundo se revela pra você.
Aí já acontece uma mudança no consciente, porque você não
esta “pensando” tanto.
Você não pode estar realmente ciente dos seus sentidos, apreciar
o céu ou uma arvore ou uma flor, até as cenas na rua, e... estar “pensando”
muito. Você tem que realmente estar lá como a presença. Então você simplesmente
admite a totalidade dessa sala. E isso é lindo, e então o próximo passo, te
leva mais a fundo. E então você pode se perguntar: o que mais tem no Agora fora
as coisas que aparecem na minha percepção sensorial? Isso que é o Agora?
Não. Isso é o que aparece no Agora, mas não é ainda o Agora.
Então pra se tornar ciente do presente, se tornar ciente do seu ambiente é
importante, e é um grande passo.
E algumas pessoas estão tão fora de contato com o seu redor,
que elas nunca estão onde elas estão. Elas estão no fluxo do seus pensamentos apenas
com atenção o suficiente para não bater nas coisas, mas essa é toda a atenção
que eles dão. Elas conseguem manobrar entre os moveis e pelas ruas e a maior
parte da atenção tá no fluxo de pensamentos - grande parte por sinal, inútil,
vocês podem notar - e muito desses pensamentos, são negativos também, criticas
e reclamações, tendo problemas com isso ou aquilo, pensamento numa pessoa desagradável
ontem, ou 10 anos atrás, e pensando “o que pode dar errado amanha”, ou esta
noite... e isso constantemente, essa consciente esta sendo absorvida pelo
pensamento.
As pessoas estão na teia do fluxo do pensamento. Ele te puxa
amplificado pelas coisas digitais. Nós podemos falar sobre isso depois na
pegada do pensamento compulsivo. Uma coisa atrás da outra chega na sua mente e
você se identifica com tudo que aparece na sua cabeça, amplificado, como eu
disse, pelos aparelhos digitais, que chamam a sua atenção com extrema importância...
“outro e-mail chegando, oh, uma mensagem de texto, deve ser importante, alguém
acabou de postar uma foto no Facebook, dai você abre e... é um prato, alguém
esta jantando”, e é claro que você tem que responder. Legal, legal!
E isso absorve toda a sua atenção, constantemente. Já era
ruim o suficiente antes dos smartphones, mas agora tá amplificado, mais coisas
na sua cabeça, coisas e coisas e você acaba se afogando em coisas... Não
fisicamente, algumas pessoas se afogam fisicamente, mas você se afoga em coisas
mentais. Um pensamento após o outro. Uma mensagem atrás da outra, um post do
Facebook atrás do outro, uma memoria desagradável atrás da outra, uma
reclamação atrás da outra, o que outras pessoas fizeram, ou falharam em fazer,
deviam ter feito, mas não fizeram, não tem fim pra essas coisas e você acaba
perdendo o presente. Ainda, a sua atenção é constantemente absorvida por pensamentos
compulsivos e inúteis. Imagine viver assim por 10, 20, 30, 40 anos, o que isso
não faz com você...
Ter esse estado de consciência... Que tipo de pessoa esse
estado de consciência produz? Ansioso, irritado, qualquer que seja o seu estado
constantemente insatisfeito, precisando desesperadamente da próxima coisa que
nunca é o suficiente. Então é isso que estamos absorvendo. Só queria mostrar
uma pequena demonstração do estado chamado de “normal”.
Então, vamos voltar para o presente, e quando você se torna
mais ciente da sua percepção sensorial.
O seu estado de alerta - e quando eu falo alerta, não deixe
isso ser só uma coisa conceitual, alerta é algo que só você pode saber, e você
só pode saber o que é estar alerta através da experiência - você não consegue
entender o que é.
E eu acredito que todo mundo aqui já sabe e pode verificar
nas suas próprias experiências a diferença entre ser absorvido, se identificar
com a voz na sua cabeça que é o habito do pensamento compulsivo, e o “estado
ciente de alerta” que só se parece com isso.
Ah, e por sinal, teve muita conversa sobre “mindfullness” (mente
completa) aqui, e eu nunca uso essa palavra, exceto quando eu vou dizer que não
uso, e explico o porquê de não usar: não tem nada de errado com a palavra eu só
prefiro usar a palavra “Presença”, e a razão é que para mim, “mindfullness” se
refere a “mente cheia”, e nós não queremos isso, então. Mas você pode
perfeitamente usar essa palavra, é só uma preferência minha...
Na “Presença” você se torna mais ciente de si, precisa haver
menos pensamento e mais Presença. Então, o pensamento diminui com aquele alerta
ciente. E não deixe serem somente palavras que eu faço agora enquanto eu falo.
Você pode verificar em si mesmo que pode haver uma troca
sutil entre estar envolvido no pensamento, para estar aqui com a sua atenção
total. Então, tem pouco pensamento agora, porque você não pode estar 100%
ciente e ao mesmo tempo pensando.
O próximo passo até o Agora é que a medida que você se torna
mais ciente das sua percepção sensorial você pode também sentir, o simples mas
lindo fato de que “você esta vivo”.
E como isso vem? Às vezes vem naturalmente à medida que o
pensamento fica de lado e o alerta continua, e você sente que existe uma vida
prevalecendo. No seu corpo inteiro. Sutil, em algum lugar, mas você pode sentir
que em seus braços e suas pernas existe uma vida. E isso pode se tornar parte
da sua experiência. Do Agora. Então agora você começa a ficar presente. O que
podemos chamar Presente por dentro. E presente por fora. Então você pode sentir
sua própria vida. Se você não consegue, se pergunte. Para essas poucas pessoas
aqui, provavelmente pouca gente que não consegue sentir o campo de energia do
corpo, o que eu chamo de corpo interno. Eu pergunto às vezes. Se você fechar
seus olhos e colocar as suas mãos assim e se perguntar: Como você pode saber
que são suas mãos, sem movê-las ou vê-las? Como sei que elas ainda estão ali? É
uma pergunta engraçada... Como eu posso saber, sem tocar, mover ou ver as
minhas mãos, como eu sei que elas ainda estão ali?
E nesse momento, você não consegue ter uma resposta
conceitual, você só pode sentir. Você sabe por sentir uma vida dentro de suas
mãos. E a sua atenção se moveu do “estar pensando” e desengatou do movimento do
pensamento e o Agora está fluindo em suas mãos
E do mesmo jeito, se você consegue sentir as suas mãos você
pode sentir seus pés pode sentir o corpo inteiro como um sutil campo de
energia. E esse é um lugar ótimo para estar. E você começa a ficar mais
centrado no Agora. E você esta presente. Por dentro e por fora
O corpo, eu chamo as vezes de uma âncora que o mantem
presente, e isso ajuda, porque a mente egocêntrica, a mente inconsciente é
muito esperta. E se você não praticar a presença, especialmente quando você
começa, se você não tiver uma âncora para o presente, a mente vai rapidamente vir
com um pensamento e esse pensamento pode ser qualquer coisa, mas vai vir
dizendo ser de extrema importância, e vai dizer, “me siga, você precisa pensar
sobre isso, isso requer a sua atenção imediatamente”... às 3 horas da manha, na
cama...
E esse pensamento, é claro pode se proliferar em outros pensamentos,
ansiosos e arrependimento. “E se aquilo for sobre a minha vida inteira? Eu
tenho que... Eu tenho que dar um jeito na minha vida. Foi tudo, tudo... inútil,
o que eu fiz com a minha vida”.
Mas o que é a minha vida? É uma construção mental que você
chama de vida, quando na verdade você esta perdendo a vida no presente! Mas
então você precisa saber que esse seu pensamento, que é muito sedutor e hipnótico,
ele vai vir e pegar a sua atenção novamente se você não souber o que ele está
fazendo. Mas se você sabe que é isso que ele esta fazendo, então você pode
falar: ah...
Mas não só falar, mas estar ciente que tem um novo
pensamento querendo entrar. E no momento que você fica ciente, você não precisa
seguir mais o pensamento. Você pode simplesmente permitir que ele passe pela
sua mente e então ele se foi novamente. E você pode dizer que “minha escolha é
manter a minha atenção no meu corpo” e você nem precisa verbalizar, a escolha
vem e você sabe.
E então, você não esta mais sofrendo de uma noite indesejável
de sono. Você na verdade esta tendo uma ótima meditação e não pedindo que esse
momento deva ser diferente do que ele é. E você sente a sua vida e o seu campo
energético. Isso é a sua vida. A vida do presente.
E então talvez agora nós possamos ir um pouco mais fundo... Percepções sensoriais... Aceitando e
apreciando o sentir do campo de energia do corpo. Todas essas coisas emergem do
presente, e... Tá faltando alguma coisa? O que é que forma a totalidade do
presente é... A percepção, sentimentos. Pode haver pensamentos também.
Vindo e saindo. Você não precisa segui-los, mas eles ainda
vêm e vão... Alguns pensamentos, e então há espaço entre os pensamentos. E isso
é extremamente importante: descobrir que existe tal coisa em você, como um
espaço entre um pensamento e outro. E então não tem uma linha de pensamento
interrupta.
De repente, você se torna ciente desse espaço. E isso dá uma
sensação extremamente boa e poderosa. E você sente, realmente... Você vem para
você mesmo. Não o “você” que tem uma história, não o você que se identifica com
seu histórico pessoal, mas algo que transcende esse histórico pessoal, algo que
transcende também tudo o que se percebe com os sentidos sensoriais, o que é o
estado mais profundo do Agora, e na verdade a essência do Agora...É isso! O que
te possibilita estar ciente dos seus sentidos, ter um pensamento, sentir teu
corpo. Então, tem algo a mais que não é uma coisa. E nos podemos chamar isso de
“a sua Presença”.
Nós podemos chamar isso de um espaço de estar ciente, ou a consciência
em si, e a coisa mais incrível na sua meditação é a descoberta de você mesmo. Não
como uma pessoa com um histórico limitado, Isso também, ainda existe, essa
dimensão, mas existe uma dimensão mais profunda em você, aonde o que quer que
tenha acontecido à pessoa, boa ou ruim, transcendeu e se torna irrelevante.
Há um senso profundo de se você mesmo quando você pode
perceber que aquilo que faz a sua percepção sensorial possível, qualquer
pensamento possível, qualquer emoção possível é o fato de que existe uma luz de
presença em você. Nessa luz de presença você percebe essa sala... Nessa luz de
presença um pensamento vem e vai. Se muitos pensamentos vierem e você não tiver
mais espaço entre eles, essa luz de presença se torna obscura... Ela ainda está
ali, mas é como um dia totalmente nublado. Você não consegue mais ver o sol. O
sol ainda esta entrando pelas nuvens, mas você não sabe. Tudo que você vê são
as nuvens. E isso é o normal. O destino de milhões de humanos aqui na terra. Tudo
que eles sabem são as coisas nas suas cabeças. Todo o seu senso de si mesmo vem
das coisas nas suas cabeças. Destino terrível. Mas ninguém nos diz que é terrível.
É normal.
Se você nascer dentro de um manicômio, então você não sabe
que todos são loucos, porque todos são loucos. Então, isso é... Nós estamos
indo além de quando emerge essa possibilidade de entrar em um estado diferente
de consciência.
Não só como uma coisa isolada, com uma meditação.
Mas pra trazer essa - vamos recapitular agora - o estar
ciente de que você esta ciente. Isso parece um pouco engraçado. Você consegue
estar ciente, agora mesmo que, tudo o que você corre atrás ou pensa ou sente,
só pode estar ali porque você esta ali como o espaço para eles. O espaço da consciência
no qual ele surge.
Outra pergunta que eu poderia fazer
Para apontar a vocês essa realidade é perguntar... Como que
é ser você? Sem ter que usar alguma memoria. Você AGORA. Não é lembrar-se do
seu histórico. Porque isso é só uma história na cabeça. Mas, como é ser você? E
não existe uma resposta conceitual, porque eu estou perguntando sobre uma
verdadeira experiência ou realização agora mesmo, aqui, agora. Como você se
sente?
Qual é a essência de quem você é? Você consegue sentir a sua
própria presença? Agora, quando eu digo, sua própria, não está totalmente
correto. Não é SUA, mas vamos colocar assim por um momento.
Você consegue sentir a presença real? O que é a essência de
quem você é? E não tem uma forma, é apenas estar ciente, desse espaço, e isso é
uma coisa incrível. Você conhecer você mesmo como um “espaço de consciência” que
te liberta da crença de que o seu passado é quem você é, porque, o seu passado
não é tão legal assim. Pelo menos o meu não é. Seria frustrante se eu pensasse
no meu passado.
Quem eu sou transcende o meu histórico. Não é também o meu
passado mostrando essas grandes coisas e realizações. Não. É entender a real
insignificância do meu passado
Para algumas pessoas, um ponto funciona melhor do que o
outro, por isso estou dando opções para que você possa se perguntar, ou eu
posso perguntar a você “Você é capaz de estar ciente do fato de que você está
ciente de que você esta consciente?”
Isso ainda parece entrar em conflito, porque eu estou usando
a linguagem, mas é só por eu estar usando a linguagem. O que realmente acontece
quando você esta ciente da sua consciente, não é
Aqui estou eu e aqui esta o “eu estou ciente da minha consciência”.
Não é assim que funciona, você não pode estar ciente da consciência assim
(dividido). Você só pode estar ciente da sua consciência como você mesmo, como
o sujeito principal. Sua consciência nunca pode se tornar uma coisa, um objeto
na consciência. Todo o resto é, sim, um objeto em consciência, mas você não
pode estar ciente da consciência Como um objeto. Porque a consciência é você. A
essência de você. E essa essência é a essência do presente.
Então quando nós vamos até o nível mais profundo do presente,
quando você vai até o nível mais profundo do presente o que você acha que você
descobre? Você mesmo. A essência de você.
ENTÃO A ESSÊNCIA DE VOCÊ, QUE É UM ESPAÇO, CONSCIENTE, É
INSEPARÁVEL DA ESSÊNCIA DO PRESENTE.
Então quando você vai fundo no presente que é a dimensão
vertical - a maior parte da vida vivemos numa dimensão horizontal, associada
com as coisas na sua cabeça, passado e futuro... Eu preciso fazer tal coisa pra
chegar a tal lugar... - e isso mantem você preso. Mas aqui, de repente, no Agora
- A dimensão vertical é Agora – leva você mais para o fundo dentro do Agora,
até o ponto de descoberta de que A ESSÊNCIA DO AGORA É ACIMA DE TUDO, QUEM VOCÊ
É. E isso é uma incrível e libertadora realização, porque te liberta de uma
falsa sensação de si mesmo!
Se você não entender a essência de quem você é, você passa a
sua vida inteira numa falsa ilusão de si mesmo, a qual eu chamo de EGO. É uma
ilusão falsa de si mesmo que é derivada da atividade mental mais as emoções
E porque você se identifica tanto com a mente, um completo
senso de si mesmo, que é o ego, é derivado de certos hábitos e repetitivos
padrões de pensamento mais os padrões também de emoção.
Esse pacote que se repete de pensamentos inconscientes e
compulsivos, mais os padrões de reação emocional, esse pacote - as pessoas que
não conhecem aquele nível profundo de quem elas são - isso é denominado de A
Pessoa. O pacote de pensamentos habituais que te dizem a tua história e você
conta pra outros também - Quer ouvir minha história? Você sofreu? Não? Escuta
aqui a minha história... Seu sofrimento não é nada...
Como meu pai costumava dizer sobre dor: alguém dizia ter uma
dor e ele dizia: Você tem uma dor? Eu tenho uma dor há anos e nem falo dela.
Você pode melhorar o seu senso de si mesmo, e mesmo assim, é
sempre um falso senso de si mesmo. E você está preso nisso. No que o Buda chamou de “O si mesmo ilusório”. O si
mesmo que não tem uma realidade real. Então o Buda disse - E isso esta gravado
nas escrituras antigas - a falta de realidade de si mesmo, essa entidade feita
pela mente.
E claro os ensinamentos do Buda eram, eles apontavam - uma
das essenciais nos ensinamentos budistas é o Vazio. O que isso te lembra? Estar
ciente do espaço consciente. Presença, sem forma. Jesus disse a mesma coisa.
O reino dos céus não vem com placas para ser procurado. O
que isso significa? Significa que você nunca pode dizer: Ah lá esta. E por que
não? Porque você é ele. Nunca pode se tornar um objeto na sua consciência,
porque é a consciência em si.
E as pessoas tem repetido as palavras de Jesus por 2 mil anos.
E quem realmente as entendeu? Praticamente ninguém. Talvez 1 ou 2 budistas
(risos).
Então esse é o segredo da vida. E é tão simples. É saber
quem você é. Quem você é além do que aparece na superfície. E isso não
significa que você não pode se lembrar do seu histórico. Claro que você pode se
lembrar do seu passado pessoal. Isso é ok, porém você não se sente mais preso naquele
exclusivo senso de MIM.
Um jeito tão frustrante de viver.
Com esse pequeno mim sempre se sente ameaçado pelas coisas e
precisa se identificar com outras coisas e nunca se sente completo ou
satisfeito. Sempre uma sensação de não ter o suficiente. Jeito terrível de
viver. Então nós estamos transcendendo e essa é a mudança de consciência, e
então quando você traz isso para o seu dia a dia, esse estar ciente dos
espaços, e estar ciente de si mesmo, como um espaço consciente. Você também
pode chamar de estado imóvel.
Até quando você fala você ainda pode sentir por baixo a
presença. No plano de frente, você fala e escuta, mas no plano de fundo, esta
ciente. Ciente de si. Em outras palavras, você sente a sua própria presença. Que
não é sua, é apenas uma presença junto da presença universal.
Você pode notar que eu não uso a palavra Deus, porque no
momento que você usa a palavra, deus se torna um conceito na sua mente. Então o
Buda sabiamente também evitava. Quando eles perguntavam “Você nunca fala de
Deus. Existe um Deus?” E é claro - esse é o final de nossa meditação - a
resposta do Buda foi como reportada nas escrituras... Quando ele foi
perguntado, existe um Deus?
Buda manteve um nobre silencio... Essa foi a resposta
Advinhem de quem é esse texto?