domingo, 25 de maio de 2014

Rebelião Mesmo É A Compreensão

Osho dizia que não há maior êxtase do que se conhecer a si mesmo, e é nessa linha que ele conduz o seu ensinamento através dessas perguntas e respostas...

Pergunta: Osho, freqüentemente eu ouço você falar sobre rebelião. Os padres e as freiras e os pais que definiram minha educação, agora estão velhos. A maioria já morreu. Parece que não vale a pena rebelar-me contra aquelas pessoas velhas e desamparadas. 
                    Agora, eu mesmo sou o padre e as doutrinas. Eu sinto que me rebelar contra qualquer coisa do lado de fora de mim é um desperdício de tempo e esse não é exatamente o ponto. Isso torna a situação muito mais frustrante e embaraçosa. Parece que algo dentro de mim  tem que se rebelar contra algo dentro de mim. Eu aceito que não é o meu ser essencial - a face original - que tem que se rebelar. É o self treinado - o subterfúgio. Mas, para me rebelar, eu tenho que usar esse "self" pois ele é o único que eu conheço. Como pode o subterfúgio se rebelar contra o subterfúgio? 


Resposta: "Rebelião, mesmo, não é luta, é pura compreensão. A rebelião da qual eu tenho falado não tem que ser feita contra ninguém. Ela não é na verdade uma rebelião, mas somente uma compreensão. Não, você não tem que lutar contra os padres, as freiras e os pais externos. E você não tem também que lutar contra os padres, freiras e pais internos. Porque, internos ou externos, eles estão separados de você. O externo está separado, e o interno também está separado. O interno é apenas o reflexo do externo. 
          Você está perfeitamente certo ao dizer: 'parece que não vale a pena rebelar-me contra aquelas pessoas velhas e desamparadas'. Eu não estou dizendo a você para se rebelar contra aquelas pessoas velhas e desamparadas.  E eu também não estou dizendo a você para se rebelar contra tudo o que eles incutiram em você. Se você se rebelar contra sua própria mente, isso será uma reação, não uma rebelião. Note a diferença. A reação surge a partir da raiva; a reação é violenta. Numa reação você se torna cego de raiva. Numa reação você passa para o outro extremo. 
          Por exemplo, se os seus pais ensinaram você a ficar limpo e tomar um banho todo dia, e mais isso e mais aquilo, e se foi ensinado a você desde pequenino que a limpeza está próxima de Deus; o que você fará, se um dia você começar a se rebelar? Você vai parar de tomar banho. Você vai começar a viver imundo.
          Isso é o que os Hippies seguiram fazendo ao redor do mundo. Eles pensavam que isso era rebelião. Eles passaram para o outro extremo. A eles foi ensinado que a limpeza era divina; agora eles estão pensando que a imundície é divina, que a sujeira é divina. De um extremo, eles passaram para o outro. Isso não é rebelião. Isso é raiva, isso é ira, isso é desforra. 
          Enquanto você estiver reagindo aos seus pais e às suas idéias de limpeza, você ainda está apegado àquelas mesmas idéias. Elas ainda estão dentro de você, elas ainda têm um poder sobre você, elas ainda são dominante, elas ainda são decisivas. Elas ainda decidem a sua vida, embora você tenha se tornado o oposto delas; mas elas decidem. Você não pode tomar um banho tranqüilo, pois você se lembrará de seus pais que o forçavam a tomar banho todos os dias. Agora você não quer tomar mais banho, de jeito algum. 
          Quem está dominando você? Ainda os seus pais. O que eles fizeram com você, você ainda não foi capaz de desfazer. Isso é uma reação, isso não é rebelião. 
          Então o que é rebelião? Rebelião é pura compreensão. Você simplesmente compreende qual é o caso. Então você não fica mais obcecado por limpeza, e isso é tudo. Isso não quer dizer que você vá se tornar sujo. A limpeza tem sua própria beleza. Mas a pessoa não deve ficar obcecada por ela, porque obsessão é doença.  
          Por exemplo, uma pessoa lavando suas mãos continuamente por todo o dia - isso é neurose. Lavar as mãos não é uma coisa ruim, mas lavar suas mãos por todo o dia é loucura. Mas se, de lavar as mãos por todo o dia, você passar a não lavá-las; se você parar de lavá-las para sempre, então de novo você terá caído na armadilha, num outro tipo de loucura, o tipo oposto. 
          Um homem de compreensão lava suas mãos quando é necessário, ele não está obcecado com isso. Ele é simplesmente espontâneo e natural a respeito disso. Ele vive inteligentemente e isso é tudo. 
          Mas, se você não prestar muita atenção nos pequenos detalhes, não verá muita diferença entre obsessão e inteligência . Por exemplo, se você cruzar com uma cobra no caminho e você der um salto, naturalmente você deu um salto devido ao medo. Mas esse medo é inteligência. Se você não for inteligente, for estúpido, você não vai pular para fora do caminho e, desnecessariamente, estará colocando a sua vida em perigo. A pessoa inteligente irá pular imediatamente - a cobra está ali. Isso é devido ao medo, mas esse medo é inteligente, positivo, está a serviço da vida. 
          Mas esse medo pode se tornar obsessivo. Por exemplo, você pode não querer sentar dentro de uma casa. Quem sabe? Ela pode desmoronar. E sabe-se que casas  se desmoronam, isso é verdade. Algumas vezes, elas têm desmoronado; você não está absolutamente errado. Você pode argumentar: 'se outras casas desmoronaram, por que não esta?' Agora você está com medo de viver sob qualquer teto - ele pode desabar. Isso é uma obsessão. Isso agora se tornou não-inteligente.
          É bom estar alerta de que você está comendo um alimento limpo. Mas eu conheço um homem, um grande poeta... Certa vez ele viajava comigo. Sua esposa me contou, 'Agora você saberá o quanto é difícil viver com esse homem.' Eu perguntei: 'Qual é o problema?'. Ela disse: 'Você vai saber por si próprio.' Ele não bebia nenhum chá, nem água, em nenhum lugar. Era muito difícil, porque ele dizia, 'quem sabe se não existem germes no chá ou na água?' Ele não comia em nenhum hotel. Isso se tornou um tal problema... E nós tínhamos que viajar trinta e seis horas de trem e ele estava morrendo de fome e com sede e ele não bebia água. 
          Eu tentei de toda maneira persuadi-lo. Ele dizia, 'Não. Quem sabe? E se houver germes? É melhor,' dizia ele, 'passar fome por trinta e seis horas e não comer. Eu não vou morrer, não se preocupe,' Mas eu podia ver que o homem estava torturando a si mesmo. Era um verão muito quente e ele estava com sede. E eu tentava em toda estação - eu trazia soda, trazia coca-cola, eu trazia tudo que podia. Mas ele dizia, 'Esqueça isso - eu não posso tomar nada a não ser que eu esteja absolutamente seguro. Qual é a segurança? Qual é a garantia?' 
          E ele não estava absolutamente errado, isso é verdade. Você conhece a Índia, e você conhece as estações indianas e os hotéis indianos. Você sabe. Ele está certo, mas agora ele está levando essa lógica longe demais. 
          Então eu disse a ele, 'Pare de respirar também!' Ele disse: 'Por que?' Eu disse: 'Quem sabe, qual é a garantia? Pare de respirar! Ou beba esta água ou pare de respirar!' Então ele olhou para mim assustado, porque eu estava realmente raivoso. 'Por que você segue respirando? Quem sabe, podem existir germes, existem germes em toda parte.'
          Ele tomou uma xícara de chá, mas a maneira como ele tomou...! Sua face... Eu não consigo esquecer. Já se passaram dez anos, mas eu não consigo esquecer a sua face - era como se eu estivesse matando aquele homem! Eu era um assassino! E ele estava obrigando-me a isso.
          Na estação seguinte, ele desceu e disse, 'Eu não posso viajar com você; eu vou voltar para casa. 'Eu disse, 'Qual é o problema? 'Ele disse, 'Você estava com tanta raiva, e parecia que você ia começar a me bater ou alguma coisa assim. E você disse: Não respire mais. Como eu posso parar de respirar?' Eu disse, 'Eu só estava dando a você um argumento, que se você pode respirar, por que não beber a água? É a mesma água indiana e o mesmo ar indiano. Não há com que se preocupar.'
          Ele se recusou a viajar comigo. Eu tive que viajar sozinho. Ele retornou e desde então eu nunca mais o vi.
          A pessoa pode se tornar obsessiva a respeito de qualquer coisa. Qualquer coisa que pode ser inteligente dentro de certos limites, pode se tornar uma neurose se você ampliar esses limites. Reagir é passar para o outro extremo. Rebelião é uma compreensão muito profunda, compreensão profunda de um certo fenômeno. A rebelião sempre mantém você no meio, ela dá a você um equilíbrio. 
          Você não tem que brigar com ninguém, as freiras e os padres e os pais, externos e internos. Você não tem que brigar com ninguém, porque numa briga você nunca sabe onde vai parar. Numa briga a pessoa perde a consciência; numa briga a pessoa passa logo para os extremos. Você pode observar isso.
          Por exemplo, você está sentado com seus amigos e, no meio da conversa, você diz, 'Aquele filme que eu vi ontem não vale a pena ser visto.' Isso pode ter sido um comentário à-toa, mas então alguém diz, 'Você está errado. Eu também vi o filme. Ele é um dos mais belos filmes que já foram feitos.' Você foi provocado, desafiado; e agora você se enche de argumentos. Você diz, 'ele não tem valor, é a coisa mais sem valor que existe!'  E você começa a criticar. E se o outro também insistir, você vai se tornar mais e mais raivoso e vai começar a dizer coisas que você nem mesmo tinha pensado a respeito. E mais tarde, se você olhar para trás e ver todo o fenômeno que aconteceu, você ficará surpreso pois quando você mencionou que o filme não valia a pena ser visto era uma afirmação muito moderada, mas com o passar do tempo você adotou argumentos e você já estava numa posição extremada. Você usou tudo que era possível, todas as palavras mais desagradáveis que você conhecia. Você condenou de toda maneira, você usou toda a sua habilidade para condenar. E você não estava com disposição para fazer isso no começo. Se ninguém tivesse contestado você, você poderia ter esquecido aquele assunto, você não iria nunca fazer aquelas afirmações pesadas.
          Isso acontece - quando você começa a brigar, a tendência é você passar para os extremos. 
          Eu não estou ensinando você a brigar com seus condicionamentos. Compreenda-os. Torne-se mais inteligente a respeito deles. Simplesmente veja como eles dominam você, como eles influenciam o seu comportamento, como eles modelam a sua personalidade, como eles seguem atingindo você pela porta dos fundos. Simplesmente observe! Seja meditativo. E um dia, quando você tiver visto o funcionamento dos seus condicionamentos, de repente um equilíbrio será alcançado. Em sua real compreensão você estará livre. 
          Compreensão é liberdade, e essa liberdade eu chamo rebelião.
          O verdadeiro rebelde não é um lutador; ele é um homem de compreensão. Ele simplesmente cresce em inteligência, não em raiva, não em ira. Você não consegue transformar a si mesmo tendo raiva de seu passado. Dessa maneira, o passado irá continuar dominando você, o passado continuará sendo o centro de seu ser, o passado permanecerá o seu foco. Você permanecerá focado, preso ao passado. Você poderá passar para o outro extremo, mas você ainda continuará preso ao passado.
          Fique alerta quanto a isso! Esse não é o caminho de um meditador, esse não é o caminho de um sannyasin. Sannyas é rebelião - rebelião através da compreensão. Simplesmente compreenda.
          Você passa ao lado de uma igreja e um profundo desejo surge em você de ir ao interior e orar. Ou você passa ao lado de um templo e inconscientemente você se curva diante de uma divindade do templo. Simplesmente observe. Por que você está fazendo essas coisas? Eu não estou dizendo para brigar. Eu estou dizendo para observar. Por que você se curva diante do templo? Porque foi ensinado a você que esse é o templo certo, que a divindade desse templo é a imagem verdadeira de Deus. Você sabe? Ou isso foi simplesmente dito a você e você continua seguindo isso? Observe!
          Vendo isso, que você está simplesmente repetindo um programa que foi dado a você, que você está simplesmente repetindo um mesmo disco em sua cabeça, que você está sendo um autômato, um robô, você irá parar de se curvar. Não que você tenha que fazer qualquer esforço, você simplesmente irá se esquecer de tudo a respeito disso. Isso irá desaparecer, isso abandonará você sem deixar qualquer traço.
          Quando você reage, o traço permanece lá. Mas, na rebelião não fica nenhum traço; é liberdade completa.
          Você tem simplesmente que ser um observador. E o observar é a sua face original; aquele que observa é a sua consciência verdadeira. Aquilo que é observado é o condicionamento. Aquele que observa é a fonte divina de seu ser. 

OSHO - The Secret 

domingo, 18 de maio de 2014

Dinheiro e Busca Interior


Estamos vendo o tempo todo na mídia uma orquestração insana que mistura todo o tipo de coisa que desestabiliza o frágil equilíbrio emocional do ser humano. É uma mistura de apreensão  turbinada pelos ódios, apegos e ignorância. Ou é isso, ou o chamado “entretenimento”, que parece existir justamente para que o prato aparentemente ruim da balança não penda para o fundo do poço. O entretenimento parece ser uma salvação pois nos faz esquecer a apreensão. Não é.
 Infelizmente o chamado entretenimento não é o prato contrário. Os dois são da mesma natureza. Os dois pratos da balança são produzidos para tirar a possibilidade da vítima, no caso nós, de intentar fazer descer a Presença. Um ajuda o outro na mesma tarefa inglória que é nos adormecer. Aliás a palavra nós é bem adequada. É o que somos: uns nós... cegos (rsrs). Enquanto escrevia, lembrei de uma frase de quem considero o maior humorista brasileiro, o gaúcho Barão de Itararé, pseudônimo de Apparício Torelly, jornalista e  escritor..., que é bem na linha desse humor esculhambado. A frase dele é “O Brasil é feito por nós. Agora só falta desatar os nós”. Quem quiser ler um humor finíssimo procure-o no Google: Barão de Itararé.
Mas voltando ao assunto, o maior impedimento que existe para o ser humano evoluir é a preocupação constante, acordado ou dormindo, com as coisas do seu dia a dia, como dinheiro, a inflação, o futuro e o passado, a segurança, o trânsito, a polícia, os políticos, a corrupção, as drogas, a saúde, os filhos, os pais, a casa (ou a falta dela), a injustiça da Justiça, a violência... dos quais o mais agudo, e que permeia tudo, é o dinheiro. Para contrabalançar, temos então do outro lado a novela, a telinha, o teatro, o cinema, o desfile, o show, a balada, o facebook, o jogo, a Copa.
Os dois pratos da balança acionam o mesmo mecanismo perverso do pensamento, ou o “falar interno”, e pronto: não conseguimos o contato com a Presença, nem o sentir o corpo, as emoções e as energias circulando. Não conseguimos Lucidez.
Não há muita saída. Ou a gente fica cego de preocupação principalmente com o dinheiro e as posses, ou adormece com o entretenimento. É pau puro. Por isso os budistas chamam este de planeta de sofrimento.
Esse tema é exaustivamente tratado por todos os chamados mestres de todas as tradições sem exceção, porque temos que acordar. Ressalvadas as diferentes abordagens para tratar o assunto, o objetivo é o mesmo: estar presente na ação no mundo (enquanto ainda estamos vivos), independentemente das dificuldades que jogam em sentido contrário. Depois desta vida, não há garantias.
Segundo a visão bíblica, o início da preocupação com a sobrevivência, da qual o dinheiro é a versão moderna, foi dado pelo anjo com a espada expulsando Adão e Eva do paraíso terrestre, o lugar onde se vivia conectado com a Unidade, ou o Universo, ou Deus, como se queira chamar. A frase foi “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar." Gênesis 3:19.
Estava plantada a semente do trabalho duro sobre a terra para se sobreviver, da qual o ganhar dinheiro é uma decorrência da sociedade moderna dada a forma como ela se configurou, e elegeu o dinheiro como fator de segurança.
Mas como a coisa sempre pode piorar, além da necessidade de trabalho para sobreviver, nós seres humanos já saímos de fábrica com uma estrutura de ego que tem uma característica perversa, senão diabólica, que é o sentimento de “primeiro, eu”, graças a uma composição mental/emocional influenciada por quase todos os chamados sete pecados capitais. Esta é a chave para a competição desenfreada, para a exploração do outro.
Piorando mais, temos o resíduo da nossa formação em casa e na escola, e o fato de carregarmos o carma de “quem eu já era antes”. Um tipo de dna, se é que se pode falar assim. 
O resultado fatal é “dane-se o outro”, ou seja a exploração do seu semelhante, sempre que possível, para se obter os resultados do que o ego acha conveniente e seguro para a sua manutenção. O grande problema é que o dito cujo ego nunca se acha seguro, então sempre precisa de mais. No caso específico do brasileiro ele além disso herdou dos nobres portugueses o "dna do fidalgo" (que nos conquistou via índios, e nos escravizou via negros) de “viver com o trabalho e suor do outro”...
O dinheiro é mais que apenas dinheiro. Ele representa uma energia que tem que ser entendida, pois representa um papel crucial na vida das pessoas e ao mesmo tempo o seu significado oculto tem que ser trabalhado como um requisito para se harmonizar a vida material concreta com a Presença no Agora, necessária para a evolução. Não é brincadeira. Eu,particularmente, tenho sofrido um aprendizado dramático com isso e sinto que se entendermos o dinheiro o caminho para a evolução fica menos difícil. A concretude inflexível é um caminho eficiente para a evolução.
Na postagem sobre Miyamoto Musashi, o grande mestre samurai, ele dá os 9 pontos da sua mestria, dos quais a gente deve aplicar quatro deles à questão do dinheiro e bens materiais:
5- Aprenda a distinguir ganho de perda nos assuntos materiais. 
6- Desenvolva o julgamento intuitivo e a compreensão de tudo. 
7- Perceba as coisas que não podem ser vistas. 
8- Preste atenção até ao que parece não ter importância.
A gente se detém muito pouco sobre a natureza dele, mas afinal, o que é o dinheiro?
Desde o seu surgimento como um aspecto significador do Valor que se dá às coisas, ele é considerado um instrumento de avaliação para medir e portanto relacionar e comparar as trocas materiais entre pessoas físicas, entidades, estados nacionais, etc. Então está presente em todos os aspectos corriqueiros da nossa vida, o que exige uma grande dose de atenção para nos relacionarmos com ele. Temos que aprender o que é o dinheiro, o que nós somos como “seres humanos”, e o que é esta sociedade que criamos baseada no sistema monetário.
Infelizmente os teóricos da economia, como Adam Smith e outros, faziam parte da elite dominante e nos venderam um peixe e entregaram outro.
Como diz o movimento Zeitgeist, “O Homem ainda é o mesmo de antes. Ainda é bruto, violento, agressivo, acumulador, competitivo. Ele construiu uma sociedade nestes termos. Não é uma demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente.
A sociedade de hoje é formada por várias instituições. De instituições políticas, instituições legais, instituições religiosas a instituições de classe social, valores familiares, e especialização profissional. É óbvia a profunda influência que essas estruturas tradicionais possuem sobre a formação de nossas compreensões e perspectivas. Entretanto, de todas as instituições sociais nas quais nascemos, que nos guiam e condicionam, parece não haver nenhum sistema tão subestimado e mal compreendido como o sistema monetário. Tomando proporções quase religiosas, a instituição monetária estabelecida existe como uma das formas mais incontestadas de fé que existem. Como o dinheiro é criado, as políticas que o governam, e como ele realmente afeta a sociedade, são interesses desconhecidos da grande maioria da população. Em um mundo onde 1% da população possui 40% da riqueza do planeta, onde 34 mil crianças morrem diariamente de pobreza e doenças evitáveis, e onde 50% da população vive com menos de 2 dólares por dia... uma coisa está clara: Algo está muito errado.
Estejamos cientes disso ou não, o sangue nas veias de todas as nossas instituições estabelecidas, e portanto da sociedade em si, é o dinheiro. Logo, entender essa instituição de política monetária é essencial para entender porque nossas vidas são como são. Infelizmente, economia é um assunto freqüentemente visto com confusão e tédio. Sequências infinitas de termos financeiros, aliadas a cálculos intimidadores, fazem as pessoas rapidamente desistir de tentar entendê-la. No entanto, o fato é:
A complexidade associada ao sistema financeiro é somente uma máscara criada para ocultar uma das estruturas mais socialmente estagnadoras que a humanidade já tolerou.

Se quisermos entender essa falsa “complexidade”, temos que reduzi-la aos seus pontos mais simples.
 Qualquer boa dona de casa entende a verdadeira economia, que pode (e deve) ser aplicada por qualquer nação:
Pode-se tentar sempre ganhar mais, mas não se pode gastar mais do que se ganha indefinidamente.
Não se pode criar valor a partir de fatos que vão ocorrer no futuro. O futuro não existe.
Só se cria valor real a partir de recursos
Não se cria valor real a partir de crédito. Crédito vem da palavra acreditar, crer. É uma abstração.
Não se deve usar dois, se é necessário só um.
Só se gera filho se se pode sustentá-lo.
Não se pode destruir recursos, sejam eles quais forem.
Os dirigentes das famílias, empresas, países e das economias deveriam seguir esses pontos. Tudo estaria melhor.
Vamos falar mais disso futuramente, mas quem quiser pode já ir vendo (se não viu ainda) o vídeo Zeitgeist Addendum, no youtube. Uma pérola.Está tudo explicado lá.


domingo, 11 de maio de 2014

A Impecabilidade e o Poder Pessoal

A impecabilidade é um mistério. Em pelo menos 14 postagens falamos dessa prática que é o cerne do trabalho do Homem de Conhecimento, como eram chamados os antigos toltecas que trabalhavam sobre si mesmos para atingirem a Terceira Atenção. Um dos  subprodutos nobre deste trabalho, a caminho da evolução, era a obtenção do Poder Pessoal, mas isso não é a finalidade da impecabilidade. Don Juan ensinou isso a Carlos Castaneda.
Para se compreender o cerne da questão as tradições explicam que  há uma evidência clara de que o poder pessoal depende do exercício constante e disciplinado da impecabilidade, que por sua vez não tem exatamente a mesma conotação do termo usado na linguagem do homem comum, culturalmente baseada no conceito de pecado.
Impecabilidade é o uso correto e otimizado da energia.
Eu uso mal a energia quando me identifico com a ação, quando ajo com pressa, quando não relaxo, quando julgo, quando falo mal, quando tenho inveja, me exibo, em resumo quando me deixo levar por um dos chamados 7 pecados capitais, usando-se um linguajar cristão. Então a Impecabilidade é o caminho para estar fora disso.
O tema é extenso e denso. Então, como um recurso mais adequado à falta de tempo das pessoas,  fizemos um conjunto de frases da obra de Castaneda, que dão uma visão do tema, mas é apenas um indicativo, um verniz e não a prática em si.  O ideal é ler a obra de Castaneda. Vamos lá:

A confiança em si significa saber algo com certeza; a humildade significa ser impecável em suas ações e sentimentos.

Isso é ser impecável? 
- Não. Tem de fazer mais que isso. Você tem de se esforçar ao máximo, o tempo todo.

"A impecabilidade é fazer o máximo em tudo que você empreender."


A chave para todos esses assuntos de impecabilidade é o sentido de você não ter tempo.

O que o guerreiro precisa mesmo a fim de ser um espreitador impecável é ter um propósito.

A impecabilidade era não somente a liberdade, como ainda era o único meio de se espantar a forma humana.

Uma vida impecável, que era, conforme ele lhe assegurara, o único meio dela perder a forma humana 

A impecabilidade do guerreiro é deixar os outros como são e apoiá-los no que forem

A outra face é a mais difícil de ser alcançada quando os sonhadores focalizam sua segunda atenção nos itens que não são deste mundo, tais como a viagem ao desconhecido. Os guerreiros precisam de impecabilidade total para alcançar este lado.

A impecabilidade não é nada mais do que o uso apropriado da energia

Economizei energia, e isso me torna impecável.

Os guerreiros elaboram listas estratégicas. Anotam tudo o que fazem. Depois decidem quais dessas coisas podem ser mudadas de modo a permitir que poupem parte da energia que despendem.

Uma das primeiras preocupações dos guerreiros é libertar aquela energia para poder encarar o desconhecido com ela continuou Dom Juan. - A ação de recanal
izar aquela energia é a impecabilidade.

Impecabilidade é a única coisa que conta no caminho do conhecimento. Os guerreiros impecáveis podem ver mundos aterrorizantes e, entretanto, no momento seguinte contar uma piada, rindo com amigos ou estranhos.

Uma vida de impecabilidade leva inevitavelmente ao sentido de sobriedade, e este por sua vez leva ao deslocamento do ponto de aglutinação.

Tudo o que é necessário é a impecabilidade, energia, e isto se inicia com um ato singular, que deve ser deliberado, preciso e constante. Se esse ato é repetido por tempo suficiente, a pessoa adquire um sentido de intenção inflexível, que pode ser aplicado a qualquer outra coisa. Se isso é realizado, o caminho está aberto. Uma coisa levará a outra até que o guerreiro descubra seu potencial completo.

"Assim, em tudo e por tudo, o procedimento para se chegar ao corpo sonhador é a impecabilidade em nossa vida diária."

Você não pode lembrar-se porque ainda não domina a vontade. Você necessita de uma vida de impecabilidade e de um grande excedente de energia, então a vontade poderá liberar essas memórias.

Encontrar-se em um estado impecável de ser é estar livre de suposições racionais e medos racionais

Impecabilidade, como afirmei tantas vezes, não é moralidade. Apenas se parece à moralidade. A impecabilidade é simplesmente o melhor uso de nosso nível de energia. Claro que exige frugalidade, simplicidade, inocência; e, acima de tudo, exige falta de auto-reflexão. Tudo isso a faz soar como um manual de vida monástica, mas não é.

"Segundo os feiticeiros, para comandar o espírito, ou seja, comandar o movimento do ponto de aglutinação, o indivíduo necessita de energia. A única coisa que armazena energia para nós é nossa impecabilidade.

Seja impecável e terá a energia para atingir o lugar do conhecimento silencioso.

Ser impecável significa acertar sua vida, objetivando reforçar suas decisões, e em seguida dar muito mais do que o máximo de si para realizar essas decisões.

A única liberdade que os guerreiros têm é a de se comportar impecavelmente.

A impecabilidade não é apenas liberdade; é a única maneira de endireitar a forma humana.

A impecabilidade começa com um único ato, que tem de ser deliberado, preciso e fundamentado. Se esse ato é repetido pelo tempo suficiente, adquire-se o senso de um intento inflexível, que pode ser aplicado a qualquer outra coisa. Se isso é realizado, o caminho é claro. Uma coisa leva à outra até que o guerreiro perceba todo o seu potencial

A impecabilidade não tem nada a ver com uma posição mental, uma crença ou algo pelo estilo. É conseqüência da economia da energia.

"A impecabilidade nasce de um equilíbrio delicado entre nosso ser interno e as forças do mundo exterior. E uma realização que requer esforço, tempo, dedicação, e estar permanentemente atento ao objetivo, de forma que o propósito final não se dissipe. Mas, sobretudo, requer persistência. A persistência derrota a apatia, é tão simples quanto isso

Fazer as coisas com impecabilidade é fazer tudo o que for humanamente possível e um pouco mais.



domingo, 4 de maio de 2014

Envergonhado de Ser Humano

Na postagem do grande samurai “Miyamoto Musashi e os Nove Princípios” há um desafio para se entender com a Atenção e Lucidez  a realidade concreta do mundo em que vivemos, como requisito para se entrar em qualquer outra realidade transcendental e evoluir. Primeiro é aqui, na real. Só depois é lá. Não dá para passar direto.
 Os nove princípios são:
1- Não pensar desonestamente. 
2- O Caminho está no Treinar. 
3- Tome contato com todas as Artes. 
4- Conheça o Caminho de todas as profissões. 
5- Aprenda a distinguir ganho de perda nos assuntos materiais. 
6- Desenvolva o julgamento intuitivo e a compreensão de tudo. 
7- Perceba as coisas que não podem ser vistas. 
8- Preste atenção até ao que parece não ter importância. 
9- Não faça nada que não seja útil

Todos os pontos são difíceis de trabalhar, mas os pontos 5, 6, 7 e 8 são uma dificuldade incrível. Não conseguimos ver as coisas com clareza ao nosso redor. Ficamos num piloto automático desde a infância, sem questionar e perceber “o estabelecido”. E pior, estabelecido por pessoas e instituições interessadas apenas em poder, em dominar o outro a qualquer custo, inclusive aplicando o sofrimento e a morte em massa. A África que o diga, e os lixões das grandes cidades também.
E pior ainda, essas pessoas e instituições estão implodindo o sistema de vida no planeta graças ao seu sistema econômico obsoleto, voraz e cruel que quase ninguém refuta apesar de sofrer os efeitos na pele. Todos anestesiados. Só nós podemos mudar isso, e se tivermos Lucidez. Deus não vai mudar nada. Estamos por nossa conta e risco. Pode crer.
Parece, porém, que um número significativo e crescente de pessoas está começando a sair desse sono. 
Höskuldur Eyjólfsson é um deles. Esse jovem islandês, de nome difícil de se pronunciar, como muitas outras pessoas, tomou contato com as ideias de Peter Joseph, diretor dos filmes Zeitgeist, e de outros do mesmo movimento como o engenheiro social Jacque Fresco, idealizador do Projeto Vênus. E entendeu o "espírito do nosso tempo", que aliás é o significado de Zeitgeist em alemão.
Höskuldur, com simplicidade e energia, joga farofa no ventilador, com um pouco de sotaque português, que é sempre bem-vindo...  Vamos lá:

“Tenho um sensação incômoda. Tenho-a desde sempre. Raramente consegui expressar esta sensação em pensamentos, para que pudesse perceber o porquê de a ter, muito menos explicá-la a outros. A única coisa que consigo articular desta sensação é: "Algo está errado." 
Eu nasci no final de 1974 numa ilha bem lá no norte chamada Islândia. Na minha infância, foi-me transmitida uma imagem do mundo que era fixa após os tempos horríveis da Segunda Guerra Mundial, com a liderança da O.N.U. e dos E.U.A..  
Na altura do meu nascimento, a Islândia era uma nação independente com a sua própria indústria de pesca. Os meus pais e a minha irmã mais velha viviam e trabalhavam nessa indústria. Cerca de um ano depois esta indústria tinha quase desaparecido. As regulamentações das cotas fizeram com que o direito a pescar acabasse nas mãos de muito poucas pessoas, que depois venderam este direito a empresas estrangeiras por uma incrível quantidade de dinheiro. 
O direito a pescar, eu diria que esse é um meu direito de nascença. Hoje a indústria está morta, tal como as indústrias automóvel e siderúrgica nos E.U.A. e na Europa. Porque é que no Ocidente, a maioria da indústria está desaparecendo? 
Depois da Guerra Fria tudo indicava que iríamos ter paz no mundo juntamente com as liberdades que temos. Liberdades pelas quais as nossas gerações anteriores lutaram. Éramos livres. Eu acreditava nisso, estava adorando. Eu ia me divertir, e divertimo-nos durante cerca de uma década. Então, um dia aconteceu - Meu Deus!!!, oh meu Deus!!!, Jesus Cristo!!!
 Fiquei chocado, assim como toda a gente neste planeta. Fiquei furioso, ao ver quase 3 mil pessoas serem mortas. Vi outra vez, e outra vez porque os meios de comunicação não tinham nada mais do que falar nas semanas seguintes. Eu fui hipnotizado. Senti ódio, e mais ódio. Ódio em relação a quem eles me disseram, vezes sem conta, que eram os responsáveis. O Bin Laden e aqueles terroristas numa terra distante. Eu disse, "Lancem a bomba atômica nesses cabrões."
 Pensei desta forma durante quatro anos. Entretanto, mudei-me para a Dinamarca. Uma nação com muitos imigrantes do Oriente Médio . Eu aprendi que a imagem que me tinha sido transmitida da comunidade Muçulmana era uma mentira. A imagem que eu tinha foi criada através dos meios de comunicação dominantes, que eram a minha única fonte de informação na altura. Então, em 2005 , arranjei uma conexão à Internet. O meu primeiro computador em 5 anos. Comecei a procurar por informação relativa ao 11 de Setembro. O que encontrei era completamente diferente daquilo que tinha aprendido com os meios de comunicação dominantes. 
Eu ouvi muitas questões pela primeira vez. Questões que eu não conseguiria ter feito sozinho só lendo o jornal da manhã ou o jornal da noite. Questões como: Onde estava a NORAD (Comando de Defesa Aeroespacial Norte americano) naquele dia? Onde está o avião (que caiu) no Pentágono? Porque razão o buraco no Pentágono é menor do que o avião? Porque é que as torres caíram a uma velocidade de queda livre? Porque é que o Edifício 7 desmoronou? A lista é longa. Com todas as provas que tinha visto sobre o desastre de 11 de Setembro, que desmontavam a história oficial em tantos aspectos, eu comecei a acreditar na minha sensação incômoda. Algo está definitivamente errado. Comecei a questionar tudo. Interroguei-me se este desastre é uma conspiração, e o que mais está escondido? Que outros eventos e situações poderiam ser manipulados? E se toda a nossa sociedade existe para servir os poucos? A minha sensação incômoda disse que sim.
 J. Edgar Hoover disse "O indivíduo fica incapacitado ao deparar-se com uma conspiração tão monstruosa que não consegue acreditar que ela existe." "A mente Americana simplesmente não compreendeu o mal que foi introduzido entre nós." Então eu perguntei-me: "O que é que, na nossa sociedade, exerce completo poder sobre as minhas ações?" Eu descobri uma coisa que tem demasiado poder sobre as minhas ações. Um poder que decide se posso fazer um longa-metragem ou não. Um poder que decide se vou de férias ou não. Um poder que decide se me vendo ou não. Um poder que decide se tenho uma casa ou não. Um poder que decide se me alimento ou não...
 Esse poder é o sistema monetário. O nosso dinheiro. Tudo gira em seu redor. Toda a gente precisa dele. E todas as decisões na vida, hoje em dia, são feitas tendo o dinheiro em mente. Então eu perguntei: "De onde vem o dinheiro?" O que é o dinheiro? No início, pensei que o nosso governo está a fazendo este dinheiro para as pessoas a que serve. Eu estava errado. Depois temos o dinheiro. O que fazemos é ir ao banco e pegamos emprestado dinheiro que nunca existiu, não existe, e nunca existirá, chamado Crédito e depois hipotecamos a casa por ele, o  carro, o terreno, e o nosso negócio por ele. E no caso de não pagar de volta o dinheiro que não existe, chamado crédito as pessoas que te emprestaram aquele dinheiro inexistente ficam com o nosso carro, o nosso negócio, e a nossa casa. Suponho que isso faça sentido. E esta fraude monetária onde eles nos deixam endividados ao pedir dinheiro emprestado que nunca existiu, não existe, e nunca existirá está inserido no próprio DNA da sociedade. Controla a escolha, controla a margem de manobra. Ou se nós o permitirmos, controla a sociedade. E quem controla o dinheiro, controla a sociedade. 
Quem controla o dinheiro? Um pequeno número de pessoas. Como veremos... Mas eu não  quero pensar sobre isso!!! Oh querida! Rápido! No programa do Jerry Springer, este homem vai bater na sua namorada! Rápido, rápido! Vê isto...
 Durante um longo período de tempo, tivemos dois conjuntos de leis: a lei da terra e a lei da água. A lei da terra é a lei de qualquer país, e varia entre locais diferentes. A gente pode fazer certas coisas na Dinamarca que não pode fazer na Rússia, e vice-versa. A lei da água é chamada de Direito Marítimo. Estas leis estão acima de todas as leis de qualquer país. Estas leis surgiram há alguns séculos atrás quando embarcações cruzavam os mares carregando todo o tipo de mercadoria entre locais diferentes. Quando o nosso sistema monetário começou a expandir-se mundialmente o Direito Marítimo tornou-se o direito bancário. Elas também são as leis das igrejas e dos tribunais. 
Quando estás no interior de um banco, as leis que conheces na tua terra já não se aplicam. Existem leis diferentes para ti quando estás no interior de um banco ou quando estás no seu exterior. Podes observar em vários bancos e tribunais a bandeira marítima da nação em que estão situados. As bandeiras marítimas de nações nas embarcações estão lá para comunicar quais as leis que se aplicam a essa embarcação. O mesmo se passa com um banco. Nos E.U.A., a bandeira marítima é muito parecida com a bandeira dos E.U.A..  A única diferença é que esta bandeira tem uma borda dourada. 
Repara que todos os soldados norte-americanos têm essa bandeira nos seus braços e não a bandeira dos E.U.A. habitual. Isto deveria dizer-te para quem trabalham realmente aqueles soldados. O mundo marítimo trata-se de um conceito e de uma filosofia. Existem dois tipos de lei no mundo. O código civil e a lei da água e do dinheiro. Bem, nós temos o nosso sistema legal comum onde grupos coletivos de pessoas se reúnem e concordam em seguir padrões comportamentais específicos. Contudo, o sistema bancário, ou os banqueiros, ou agiotas ou o que quer que lhes queiras chamar organizaram conjuntamente uma situação, através de milhares de anos, em que podem manipular as pessoas, para sobrepor um sistema legal que não é baseado inteiramente na lei, mas sim no comércio. E então esta estrutura, digamos, artificial foi basicamente sobreposta à nossa lei da nossa terra. 
Aprendi as regras da banca moderna. Chama-se sistema bancário de reserva fracionada. Todos os bancos no mundo são obrigados a manter apenas uma fração do dinheiro que o banco tem armazenado para fazer empréstimos a outras pessoas. Isto é, um banco pode emprestar-te cem dólares quando possui apenas dez dólares armazenados. E esses dez dólares são o dinheiro de outras pessoas que eles guardam nos seus cofres computadorizados. Hoje em dia vivemos com dinheiro fiduciário. O que significa dinheiro fiduciário? Uma moeda que o governo declarou como sendo de curso legal apesar do fato de não possuir valor real e não ser apoiado por nenhuma reserva. Historicamente, a maioria das moedas eram baseadas em bens físicos, tais como o ouro ou a prata. Mas o dinheiro fiduciário é baseado somente em fé; dinheiro como religião. Este dinheiro é imprimido por organizações privadas em todo o mundo e emprestado a governos com juros. Estes juros são as dívidas da maioria das nações hoje em dia. 
Isto fez-me pensar. O dinheiro é a principal ferramenta de lavagem cerebral. Mayer Rothschild disse "Dê-me o controle do dinheiro de uma nação, e não me importa quem faz as leis." A Reserva Federal, o banco central dos E.U.A., não é federal. É uma empresa privada, criada em Inglaterra, que ninguém sabe a quem pertence. Nem tem quaisquer reservas. Woodrow Wilson foi o presidente norte-americano que aprovou o Decreto da Reserva Federal em 1913. Algo de que se arrependeu mais tarde na sua vida. Woodrow Wilson disse no seu leito de morte "Sou um homem muito infeliz, arruinei o meu país inadvertidamente. Uma grande nação industrial é controlada pelo seu sistema de crédito. O nosso sistema de crédito está concentrado. O crescimento da nação, consequentemente, e todas as nossas atividades estão nas mãos de um pequeno número de indivíduos. O nosso governo tornou-se num dos piores geridos, e um dos mais controlados e dominados no mundo civilizado. Não mais um governo por livre opinião. Não mais um governo por convicção e voto da maioria. Mas um governo pela opinião e coação de um pequeno grupo de indivíduos dominantes." 
É-nos dito que a América é a terra das leis, uma nação erguida sobre leis. E de fato, nada poderia estar mais longe da verdade. A América é dirigida por pessoas sem lei. Não temos nenhuma lei na América e percebam isso. A lei é o que quer que as autoridades constituintes se lembram de dizer que é hoje. O que quer que eles decidam, é o que a lei é hoje. E pode mudar amanhã. Em 1933 os E.U.A. foram à falência no meio de uma depressão, que foi criada por causa do Decreto da Reserva Federal. Ainda estão falidos. Esta criatura, chamada E.U.A., não é uma nação de todo mas meramente uma empresa, que está sob o capítulo 11 do código de falências. Esta empresa foi criada na Inglaterra no ano de 1968 . O Presidente dos E.U.A. é o presidente de uma empresa privada que funciona sob o Direito Marítimo. Todas as empresas têm presidentes, porque funcionam sob o Direito Marítimo. Apenas este fato isolado deveria indicar ao ser-humano normal que não nos está sendo dita a verdade. Estamos sendo manipulados. 
Quando os E.U.A. foram à falência, os bancos perguntaram ao governo norte-americano: "Como é que vais pagar?" "Qual é a tua garantia?" O governo respondeu, "O povo é a nossa garantia." Hoje, no reverso das certidões de nascimento norte-americanas estão as marcas dos bancos. Por outras palavras, os bancos são donos do povo. 
Salário mínimo, do que se trata? Para mim, é o salário de um escravo. Um escravo precisa de ser mantido vivo e saudável para que o trabalho seja feito. Hoje, vejo pessoas a viverem uma vida em que trabalham arduamente e longas horas mas nunca recebem um pagamento que lhes dure mais do que até ao próximo pagamento. O escravo moderno trata da sua própria escravidão. O escravo mais trabalhador é o escravo que acredita ser livre. 
Digam a verdade, não enganem as pessoas. Tal como eu disse, já existem tretas suficientes. Já existem tretas suficientes. Aliás, existem exatamente o suficiente, sabiam disso? Existem exatamente tretas suficientes para manter as coisas unidas neste país. Tretas são a cola que nos une como um país. Onde estaríamos nós sem as nossas seguras, familiares e Americanas tretas? Terra dos livres, lar dos bravos, o "Sonho Americano", estão todos em pé de igualdade, a justiça é cega, a imprensa é livre, o teu voto conta. [Risos] O negócio é honesto, os bons vencem, a polícia está do teu lado Deus observa-te, o teu nível de vida jamais descerá e tudo vai ficar bem. A história oficial da treta nacional. Eu chamo-a de "O Tudo Bem Americano". 
É-nos dito que somos livres, mas eu não sinto que sou livre. Somos governados pela lei da força. Observa apenas o que acontece quando não ages de acordo com o teu governo. Quando não pagas os teus impostos. Porque continuamos a disputar o jogo? Quero dizer, jogarias Monopólio com outras pessoas se os banqueiros estivessem sempre a fazer trapaça? Isto é o que acontece na vida real. Porque o aceitamos? 
Este sistema monetário é causa direta de cerca de 20,000 pessoas mortas de fome todos os dias. Vinte mil pessoas! Porquê?! Bem, hoje o nosso mundo suporta 6.7 bilhões de pessoas. Os humanos consomem atualmente mais 20% de recursos naturais dos que aqueles que a Terra consegue produzir. O Ocidente abrange apenas 10% da população mundial mas consome 50% dos recursos que produzimos. E libertamos 80% dos poluentes mundiais. Apenas isto consegue transmitir-me como é possível que tantas pessoas sofram. O meu estilo de vida é uma causa deste sofrimento. E se ao menos as pessoas na minha sociedade se deixassem sentir a dor deste sofrimento e compreender a nossa ligação com o mesmo, aí não aceitaríamos mais a dor causada pelo nosso estilo de vida. Guerra, pobreza, corrupção, fome, miséria, sofrimento humano não mudarão num sistema monetário. Isto é, haverá muito pouca mudança significante. 
Será necessário o redesenho da nossa cultura, dos nossos valores e tem que estar relacionado com a capacidade da Terra de suportar. Não uma opinião humana qualquer, ou as noções quaisquer de um político sobre como o mundo devia funcionar. Ou noções religiosas quaisquer sobre a conduta das relações humanas. Na Alemanha Oriental, antes do Muro de Berlim ter caído a ideia era que toda a gente devia manter um emprego embora não houvesse empregos suficientes para toda a gente. Um homem trabalhava num cruzamento, controlando os semáforos. Todo o dia sentado lá, a mudar as luzes do vermelho para o verde e de volta para o vermelho. Todo o dia. Quando o dia de trabalho acabava, ele levantava-se, pressionava o botão automático, e regressava a casa. Que desperdício. Não são os políticos que conseguem resolver os problemas; eles não possuem habilidades técnicas. Não sabem como resolver problemas. Mesmo que fossem sinceros, eles não sabem como resolver problemas. São os técnicos que produzem as plantas de dessalinização. São os técnicos que te fornecem eletricidade, que te fornecem veículos motorizados, que aquecem a tua casa e a arrefecem no verão. É a tecnologia que resolve problemas, e não os políticos. 
Os políticos não conseguem resolver problemas porque não estão treinados para o fazer. A tecnologia é exatamente a razão para a recessão econômica da Islândia em 2008. A indústria de pesca morreu no mesmo dia em que a frota do barco de pesca foi substituída por barcos-fábrica nos finais dos anos 80. Antes disso, a indústria era mantida viva porque os barcos pescavam ao redor da Islândia e traziam o peixe de volta para terra, para ser manuseado por pessoas, embalando e congelando o produto. Os barcos-fábrica fizeram com que fosse possível manusear o peixe e congela-lo a bordo com máquinas, tornando a indústria em terra obsoleta. Isto, claro está, deveria ter libertado a maioria dos Islandeses dos seus empregos repetitivos e dado uma vida confortável a toda a gente. Mas devido às regulamentações de cotas, o direito a pescar está nas mãos de uns poucos. Mantendo as populações sob fortes dívidas para com os banqueiros. 
Hoje em dia, a Islândia está a caminho de perder a sua independência para com a U.E. E a questão que é levantada por políticos é, "Quanto irá custar um projeto?" A questão não é "Quanto irá custar um projeto?" Temos os recursos? E nós temos os recursos hoje em dia. Para alojar toda a gente. Construir hospitais no mundo inteiro. Construir escolas no mundo inteiro. Os melhores equipamentos em laboratórios para ensino e pesquisa médica. Como vês, nós temos tudo isso. Mas estamos num sistema monetário e num sistema monetário, existe lucro. Um sistema monetário é uma sistema de escravidão. O dinheiro é o incentivo para que as pessoas usem mal o seu poder. Muitos problemas neste mundo derivam do dinheiro: Prostituição, Roubo, Caça Ilegal, Tráfico de humanos, Tráfico de drogas, Políticos. É muito fácil, através do dinheiro, excluir um indivíduo de usufruir de qualquer coisa. Então, qual é a resposta? Merda, eu sei lá. Estou apenas vendo o problema. E o problema é monumental. E eu penso que não será resolvido enquanto nos agarrarmos às ideias de posses que criamos à nossa volta. Mas depois lembro-me desta citação de Arthur Schopenhauer: "Toda a verdade passa por três fases. Primeira: é ridicularizada; Segunda: é violentamente contrariada; Terceira: é aceite como óbvia". Na verdade eu tive uma visão, de uma maneira de como poderíamos deixar de ter inimigos para sempre se é que estão interessados. Alguém interessado em ouvir isto? É uma teoria um tanto ou quanto interessante e tudo o que temos que fazer é tomar uma ação decisiva e podemos livrar o mundo de todos os nossos inimigos de uma só vez. Aqui está o que fazer, sabem todo aquele dinheiro que gastamos em armas nucleares e defesa militar todos os anos? Trilhões de dólares. Em vez disso, se gastássemos esse dinheiro para alimentar e alojar os pobres do mundo o que pagaria por si só vezes sem conta sem nenhum ser humano excluído, nem um. Nós poderíamos como uma espécie, explorar o espaço juntos em paz para sempre! Muito obrigado. Vocês são fantásticos. John Lennon cantou: "Imagina que não existem posses, pergunto-me se o consegues fazer". Após algum tempo a refletir sobre esta ideia de um mundo sem posses encontrei o Projeto Vênus. Eu acho-o uma ideia brilhante. Um mundo onde a nossa economia é baseada em recursos, ao invés da nossa "moderna", economia baseada em crescimento. 
O Jacque Fresco é um dos grandes pensadores da nossa época. Ele acredita que a tecnologia nos pode salvar desta loucura. Sugiro que o pesquises e o estudes. Hoje a tecnologia já está a levar empregos, e quando uma máquina me tira o emprego nesta economia baseada em crescimento como é suposto eu me sustentar? Como é suposto eu me vender em troca de dinheiro? 
Agora, a América inclina-se para o fascismo. Tem uma tendência, pela sua filosofia e religião dominante, a sustentar um ponto de vista fascista. A indústria Americana é essencialmente uma instituição fascista. Se não percebes isso, assim que pressionas o despertador, entras numa ditadura. São-nos dadas noções da respeitabilidade do trabalho e eu realmente vejo-o como sendo escravidão assalariada. Cresces acreditando que deves ganhar a tua vida pelo suor do teu rosto. Isso atrasa as pessoas. 
Na nossa sociedade, isto é, numa economia baseada em recursos, as máquinas libertam as pessoas. Como vês, não conseguimos imaginar isso, porque nunca conhecemos um mundo assim. O que queremos fazer é eliminar as causas dos problemas. Eliminar os processos que produzem ganância e intolerância e preconceito e pessoas a tirarem vantagem umas das outras, e elitismo. Eliminar a necessidade de prisões e assistência social. Sempre tivemos esses problemas porque sempre vivemos em escassez e em comércio e num sistema monetário que produz escassez. Se erradicares as condições que geram o que se chama de "comportamento socialmente ofensivo", ele não existe. O tipo diz: "Bem, isso não é inato?" Não, não é. Não existe natureza humana, existe comportamento humano e isso sempre se alterou, ao longo da história. Não se nasce com intolerância e ganância e corrupção e ódio assimila-se isso dentro da sociedade. Existe uma mão invisível? Estará o mundo assim porque alguém quer que ele esteja assim? Ou será apenas uma coincidência monumental? O que pensas tu?”



Texto transcrito do www.thevenusproject.com