domingo, 27 de novembro de 2011

Para Que São As Universidades?

Imagem do Livro A Escola dos Deuses
Em nosso artigo "A Universidade para o Desenvolvimento do Ser Integral" falamos de uma revolução silenciosa que está se propagando de uma forma espontânea, viral, mas curiosamente orquestrada por uma estrutura onipresente de Energia em todo o planeta. Há centenas, milhares de evidências. Quer alguns nomes? Educação Proibida, Thrive Movement, Team Energy, Escola dos Deuses, Future Leaders for the World, Damanhur, Tamera - a Aldeia Solar, Centro de Educação Espiritual – Robert Happé, e por aí afora...Essa revolução concilia a tradição esotérica com o desafio de estar nesse mundo atual, que está cansado de paradeira, de cristalização, de politicamente correto. Preparem-se para os solavancos das mudanças...
Stefano D'Anna, autor do livro “A Escola dos Deuses”, um dos agentes dessa mudança, fala então de Universidade, Educação, Sonho, e da busca interior do Si Mesmo:
“As universidades do futuro farão o que as universidades hoje não fazem: ensinar os jovens a autodescoberta, autoconhecimento, a arte de sonhar, a finalidade maior para elevar seu ser, e para se tornarem mestres de suas próprias vidas. Não há nada mais importante.
Em Londres a conferência patrocinada pelo Times e organizado por Goodenough College (Universidade Boa O Bastante) e do Institute of Ideas, onde o mais alto calibre de especialistas de comunidades políticas, financeiras e acadêmicas em todo o mundo, após três dias de debate apaixonado, tentou dar uma resposta a uma das questões mais cruciais do nosso tempo: para que são as universidades?
Estamos tão acostumados a falar sobre elas - para enviar os nossos filhos lá, ou trabalhar, estudar e ensinar lá, que nós damos por suposto a resposta a esta questão espinhosa, que está no cerne da missão acadêmica, e sobre a qual talvez o futuro da nossa civilização trava. Até agora, escritores, filósofos, educadores, políticos e reitores não encontraram clareza sobre o tema, mas em uma coisa todos podemos concordar: sobre o estado deplorável em que o sistema de ensino universitário e em geral o ensino ocidental de nível superior, reduziu-se: A carga é pesada, as escolas são provincianas, e reduzidas a ginásios mentais, e com muita freqüência, a nada que não seja absolutamente achar trabalho e sobrevivência.
De acordo com os resultados da conferência do Times, as universidades tiram o potencial precioso e vital de mentes jovens e transformam os alunos, em preenchedores de postos de trabalho - pessoas que simplesmente preenchem um papel, e pessoas com mentalidade de um empregado, preocupado com nada mais do que encontrar um emprego e sobreviver.
A acusação não é nova. Universidades que nasceram para ser forjadores de seres com integridade, e escolas de fato para os indivíduos - de quem a sobrevivência de toda a civilização depende - são reduzidas a escolas dependentes de empresas que produzem uma espécie de empregados, homens e mulheres, assustados e despreparados. Eles não estão preparados não só porque eles não têm idéia do que acontece no mundo real, mas acima de tudo, porque eles não sabem quem são. Apenas alguns anos atrás, ouvi do outro lado do Atlântico - em Boston - alarmes soando depois de uma investigação do governo sobre a qualidade do ensino na Universidade de Harvard. O somatório é tão pesado como chumbo: "Nós confiamos os nossos jovens a Harvard para voltar como seres com corações de pedra". A conclusão amarga é que, apesar do progresso científico e material, milênios depois, estamos muito atrás em relação ao sonho de Platão e sua idéia maravilhosa da Academia.
Universidade significa etimológicamente Em direção à Unidade. Esse modelo de escola, os institutos de ensino superior, que muito mais tarde na época medieval seriam chamado de universidades, são escolas de pensamento que foram desenvolvidas em torno de um mestre, presumindo proximidade com os seus discípulos e tendo lugar em locais encantadores escolhidos para a magia de sua história, posicionados perto fontes de água ou rios.

A Escola de Athenas
Não por acaso, a primeira universidade que conhecemos, a Academia, fundada por Platão, foi localizado perto do Cefiso. A Faculdade, a leste do campus, foi localizada entre as águas dos rios Eridano e a escola Cinosarge ao sul da cidade, o lugar onde o Antístene ensinou, e estava perto das águas do Ilisso. Além de ser um símbolo da vida e da consciência, foi usado para o banho ritual das pessoas. Nestas escolas, a cultura do corpo e do espírito são dois perfis de uma mesma realidade indivisível. Lamentavelmente, não só o Sonho de Platão se perdeu nas areias do tempo, mas mesmo o seu sentido original, ou  etimon - o significado embutido na própria raiz do seu nome Universidade - uni-versus - que significa em direção à unidade. A universidade deve ser uma escola de integridade.

A Primeira Educação
Uma vez que as raízes foram cortadas a partir do modelo ideal grego, os valores que inspiraram o seu nascimento também secaram, e a universidade tornou-se seu próprio oposto, sem nem mesmo mudar o seu nome. Instituições modernas, reduzidas a instituições sem alma, são tão comparáveis às universidades reais como a Inquisição era para o Cristianismo Primitivo. Alunos e famílias aceitam tudo isso com um calmo desespero. Que absurdo gastar um quarto de nossas vidas na escola e universidade e deixar o nosso tempo todo escapar sem saber nada sobre o "Ser" - nem sequer suspeitar o poder que os nossos estados de espírito e emoções têm na determinação dos eventos e circunstâncias da nossa vidas.
A Escola pode ser chamada de primeira educação – mas aquela que todos nós recebemos não nos fornece qualquer sentido da distinção entre o que é externo eo que é interno, nem nos preparar para gerenciar nossos pensamentos, ou para ser conscientes de nossas emoções. Nossa existência é executada então ao longo de duas vias paralelas: "eventos" que são a seqüência de fatos e circunstâncias que vêm em nossa direção no tempo, e "estados" que são os impulsos do nosso espírito, humores e emoções, e que são atemporais - surgindo dentro de nós na maior parte despercebidos e até mesmo inconscientes. A história pessoal de um homem é, portanto, composta de eventos externos, mas mais ainda, de circunstâncias internas, emoções e pensamentos. Sem qualquer intenção deliberada, a cultura comum tem relegado as emoções, sentimentos e pensamentos para a esfera efêmera e intangível de mitos, fábulas e sonhos comuns, considerando-os como fenômenos distintos e extremamente distantes do que é comumente chamado de realidade.


Um Programa de Universidade com Alma
A conferência realizada em Londres, foi valorosa o suficiente para declarar a arte da descoberta do Si Mesmo como o elemento central na educação do futuro, mas foi inútil olhar através de suas conclusões para uma resposta para a pergunta: "Como?". Exatamente como poderiam universidades reais se transformarem em escolas socráticas? Que dedo divino irá inscrever nos tímpanos dos campi modernos o lema eterno de Delfos: Conhece a ti mesmo? Com que programas, métodos e docentes isso ocorrerá?
No crepúsculo do panorama ocidental acadêmico, só há uma luz que pode orientar o caminhante solitário. Um estudante que busca, como Diógenes procurava o individuo, buscaria um Programa de Universidade com alma - onde a formação da pessoa é o centro de toda atividade, e onde a auto-conhecimento é a principal prioridade. Em tal programa, o assunto principal é a Arte de Sonhar - a capacidade de desenvolver um senso de grandeza, para nutrir e arcar com a responsabilidade de sonhos impossíveis, para transformá-los no possível, e então, finalmente, em algo inevitável. Isso existe no programa
Futuros Líderes para o Mundo para graduar em criatividade e em filosofia os bolsistas, selecionados nas melhores universidades da Turquia para serem os futuros líderes de seu país. Eles apresentaram suas teses finais, com reflexões e idéias sobre negócios, liderança corporativa e todos os aspectos da vida.

Ex Duco
Este programa, projetado exclusivamente para preparar uma nova geração de líderes visionários para o mundo, começou na Turquia, teve uma edição recente na Itália, e está se espalhando rapidamente para países como Argentina e Grécia. O seu princípio fundador começa com a lembrança do significado esquecido da palavra educação, que é uma raiz latina de ex-duco, significa literalmente conduzir para fora. A pedagogia do programa não é voltada para transferir um conjunto já feito de convicções e crenças, nem para dar aos alunos todo o conhecimento livresco, imposto de fora e igual para todos. Na Itália,
onde o gênio e excelência criaram o Renascimento italiano, o programa teve lugar há poucos dias no Lago Como, com vários brasileiros participando. 
Nesse espírito, o programa Futuros Líderes para o Mundo nasceu para promover idéias mais elevadas e para ensinar seus alunos a superar limites internos, e cultivar o pensamento independente e uma verdadeira paixão pela liberdade e grandeza. Arte, música, teatro, filosofia e a busca da verdade serão as ferramentas utilizadas neste programa para ampliar a visão, e para trazer à luz as qualidades interiores, as idéias e os valores de um futuro líder visionário.
A Universidade tem de propor um sistema de idéias essenciais capazes de interpretar o mundo, revelando a verdadeira condição do homem e apontando o caminho para sua possível evolução.

A Segunda Educação
A revolução individual, anunciada pela Escola dos Deuses já começou e, a partir de uma centelha se tornará uma chama, e é capaz de colocar o planeta em chamas e se espalhar por todas as escolas e universidades como a pedagogia do futuro. É a pedagogia que o Dreamer chamou de  Segunda Educação."


A boa notícia é que  o programa Futuros Líderes para o Mundo deve vir ao Brasil em 2012.

"Eu sonhei com uma revolução.
Eu sonhei com uma escola que me lembra
que o "Sonho" é a coisa mais concreta que existe.
Eu sonhei com uma nova geração de líderes,
capazes de harmonizar antagonismos aparentes da velhice:
Ética e Economia,
Ação e Contemplação,
Poder Financeiro e Amor
"

domingo, 20 de novembro de 2011

As crianças índigo estão chegando...

Boriska
Há alguns anos atrás surgiu uma notícia na internet sobre um garoto nascido em Volzhskiy na Russia, chamado Boriska, e os que acreditam no Invisível ficaram muito curiosos. Ele começou a falar aos 4 meses, ler os jornais com 1 ano e meio e falar aos pais sobre o Universo aos 3 anos! Aos 8 anos surpreendeu uma platéia de cientistas e intelectuais num evento, falando sobre a estrutura da Via Láctea. Um detalhe: referia-se às constelações usando seus nomes em latim. A imprensa entrevistou-o exaustivamente e ele declarou em vídeo ter já vivido em outras vidas na Lemúria, continente anterior à Atlântida e também no planeta Marte. As explicações sobre o fenômeno começaram então a associá-lo a uma versão que está ganhando consistência na mídia que interessa aos que estão na busca interior e videntes: ele seria uma “criança índigo” ou talvez uma “criança cristal” que é o “índigo 2.0”... (rsrs). Seriam seres mais evoluídos que estão há algumas décadas nascendo na Terra para ajudar nas transformações que ocorrerão no planeta. Ajudar não significa necessariamente tornar as coisas mais fáceis para nós, mas sim para o planeta e a sua evolução, o que absolutamente não quer dizer a mesma coisa. Alguns videntes afirmam que o “fenômeno índigo” é causado pela entrada da Terra numa região chamada Cinturão de Fótons, pelo fato de o Sol orbitar uma estrela chamada Alcyone na Constelação das Plêiades. È uma teoria controvertida que está circulando. Alguns, para complicar, relacionaram o fenômento com a “síndrome de 2012”. Eu, particularmente tenho dificuldade de aceitar fenômenos externos que “dão carona” e ajudam de fora a evolução do ser humano, pois sei que “a volta à casa do pai” é dureza, só vale esforço consciente... não existe “almoço grátis”, nenhuma solução vem de fora ou de graça. De fora só vem desafio a ser trabalhado.
No momento que se busca também a concordância da ciência sobre as razões astronômicas desse fato, há como sempre, divergências entre astrônomos importantes. De um lado, a favor da teoria não convencional, Freidrich Wilhelm Bessel, Paul Otto Hesse, José Comas Sola, Edmund Halley. Do outro, uma série de outros não menos importantes, representando o “stablishment científico” incrédulo. Falaremos deles e da sua teoria adiante.
Os fatos sobre o fenômeno índigo são, porém, objetivos e reais e não há como negá-los, pois a cada dia percebemos mais crianças-prodígio nascendo, inteligentes e sensíveis ao extremo, falando de assuntos que nos deixam boquiabertos. Isso deixa os pais, professores, cientistas e intelectuais numa situação delicada, mas o entendimento, as conclusões e explicações ficam a cargo do bom senso e do nível e qualidade de informação de cada um.
Conheço um caso de uma moça que enfrentou muitos problemas de alimentação com seu nenê que sofria com problemas digestivos, e depois de desistir da medicina convencional que não acertava, foi orientada por uma pediatra antroposófica (que conhecia o fenômeno) a ler e buscar informação e cura nos livros sobre cuidados de alimentação das mães que amamentavam e alimentavam atualmente suas crianças índigo e cristal. Bingo. Os problemas desapareceram.
Como a nossa Missão “é instigar as pessoas a acreditar no Invisível”, sobre esse fenômeno das “Crianças Índigo e Cristal” vamos, alternadamente, ler e comentar parte da transcrição de uma palestra de Celso J. S. Nogueira, espiritualista e vidente, proferida em18/06/2004 em São Paulo, Brasil na Fraternidade da Luz, uma entidade dedicada a “assuntos do Espírito”. Ele é um entusiasta do fenômeno. E por nosso lado, estamos como sempre, de olho no assunto interessante à nossa volta. As afirmações polêmicas da palestra sobre “o porquê do fenômeno” foram retiradas para permitir uma avaliação mais isenta. Vamos lá:
“Nesta noite eu vou falar sobre um tema fascinante:as Crianças Índigo e as Crianças Cristal. Estes seres fantásticos que estão chegando à Terra, cada vez mais e mais... encarnando em todos os países, em todas as raças, em todos os níveis sociais, nas aldeias mais distantes e nas cidades mais populosas e muito... muito possivelmente dentro da nossa própria família, bem debaixo do nosso nariz!
As Crianças Índigo são crianças fabulosas que estão encarnando aqui na Terra há bastante tempo, mas vinham poucas delas, até que depois da segunda guerra mundial começaram a vir em maior número e a partir da década de 70 então, começaram a chegar em ondas, cada vez mais e mais delas. Hoje, os dados são impressionantes! Pesquisadores americanos estudiosos do fenômeno estimam que depois de 1995 oitenta e cinco por cento dos nascimentos ocorridos na Terra é de crianças índigo!”
Fica muito evidente que alguma coisa está acontecendo. É só observar o crescente stress nas relações entre as crianças e os outros, que deveriam orientá-las, educá-las, amá-las e estão falhando redondamente. Mas, o quê está
exatamente acontecendo? Seria algo universal? Planetário? Da nossa Terra? Há algumas teorias ganhando terreno. Recomendamos, para resolver a dúvida, usar o método que pode demorar um pouco mas não falha: consultar o nosso interior durante a meditação. Faça a pergunta sobre as dúvidas, mentalize, jogue a intenção na sua tela mental, e...deixe-a. Vá fazer outra coisa. Isso funciona. Aos poucos a Verdade aparece.
Não sabemos o quanto há de verdade nos confrontos científicos sobre as razões do fenômeno, mas os astrônomos importantes citados, depois de estudos e cálculos minuciosos, chegaram à conclusão de que o sistema solar gira em torno de Alcione, estrela central da constelação das Plêiades. Nosso Sol seria, portanto, a oitava estrela da constelação e levaria 26 mil anos para completar uma órbita ao redor de Alcione. Curiosamente é o mesmo tempo da Precessão dos Equinócios que é o “relógio cósmico do universo e da evolução do homem”  segundo todas as tradições esotéricas do planeta.
Descobriu-se também que Alcione tem à sua volta um gigantesco anel de radiação que foi chamado de cinturão de fótons. Um fóton consiste na decomposição ou divisão do elétron, sendo a mais ínfima partícula de energia eletromagnética conecida até ontem.
A cada dez mil anos o Sistema Solar penetraria por dois mil anos nesse anel de fótons, ficando mais próximo de Alcione. A última vez que a Terra passou por ele foi durante a Era de Leão, há cerca de doze mil anos.
Na Era de Aquário, que está se iniciando ou prestes a iniciar, ficaríamos outros dois mil anos nesse anel de radiação. Sob a influência dos fótons, todas as moléculas e átomos do nosso planeta passariam por uma transformação, precisando se readaptar a novos parâmetros. A excitação molecular cria um tipo de luz constante, permanente, que não é quente, uma luz sem temperatura que não produz sombra nem escuridão. Talvez por isso os hindus chamem de Era da Luz os tempos que estão por vir.
Desde 1972, o Sistema Solar na sua rota, estaria entrando no cinturão de fótons, e em 1987 foi a Terra que começou a penetrá-lo, estando gradativamente avançando até que no ano de 2012 deverá estar totalmente imersa em sua luz.
Afirma-se que as pessoas despertas acordarão como de um sonho com seus centros de energia totalmente abertos, livres do véu do esquecimento, tanto pessoal quanto planetário, pertinentes à terceira dimensão. As pessoas começarão a se reconectar com suas origens e propósitos da alma, que é o retorno da Consciência Crística para o planeta.
Um novo campo de percepção estaria disponível para aqueles que aprenderem a ver as coisas de uma outra forma. Desde a década de oitenta, quando a Terra começou a penetrar no cinturão de fótons, estávamos nos sincronizando com a quarta dimensão e nos preparando para receber a radiação de Alcione, estrela de quinta dimensão.
“O véu do esquecimento que envolve o nosso planeta cairá de tal modo que os primeiros Semeadores de Vida na Terra, vindos de outros sistemas, reaparecerão nos auxiliando a firmar uma nova civilização e a incorporar uma nova realidade.
É aqui que entram as Crianças Índigo - essas crianças fascinantes... fantásticas... fabulosas... que são o próximo passo na nossa evolução como espécie humana.
As Crianças Índigo são crianças espetaculares. E estão chegando para ajudar na transformação social, educacional, familiar e espiritual de todo o planeta, independentemente de fronteiras e de classes sociais. São catalisadores desencadeando as reações necessárias para a transformação.
Elas possuem uma estrutura cerebral diferente no tocante ao uso da potencialidade dos hemisférios esquerdo, menos desenvolvido, e direito, mais desenvolvido. Isso quer dizer que elas vão além do plano intelectual. Elas exigem do ambiente à sua volta certas características que não são comuns nas sociedades atuais. E elas vão agir, aliás, já estão agindo, através do questionamento e transformação de todas as instituições rígidas que as circundam, começando pela família. Família que se baseia na imposição de regras, sem tempo de dedicação, sem autenticidade, sem explicações, sem informação, sem escolha e sem negociação. Essas crianças simplesmente não respondem a essas estruturas rígidas, porque para elas é imprescindível haver opções, relações verdadeiras e muita negociação. Elas não aceitam serem enganadas porque elas têm uma intuição para perceber as verdadeiras intenções dos adultos e não têm medo. Portanto, intimidá-las não traz resultado, porque elas sempre encontrarão uma maneira de obter a verdade.
A segunda instituição vulnerável à ação dos Índigos é a escola. Hoje, o modelo de ensino é sempre imposto sem muita interação, um modelo feito para o hemisfério esquerdo do cérebro, o racional, o lógico, incompatível com os Índigos que naturalmente têm o hemisfério direito mais desenvolvido, o que lhes dá o grande poder intuitivo, a grande capacidade de percepção extra-sensorial. Como elas possuem uma estrutura mental diferente, elas resolvem problemas conhecidos de uma maneira diferente, além de encontrar formas diferentes de raciocínio que abalam o modelo atual de ensino.
Assim, através do questionamento, elas influenciarão todas as demais instituições, o mercado de trabalho, a cidadania, as relações interpessoais, as relações amorosas, as instituições espirituais, pois elas são essencialmente dirigidas pelo hemisfério direito.
(Nota da redação: A educação, a escola, a universidade deverá se transformar para se adaptar ao fenômeno. O movimento aliás já começou a frutificar no mundo todo conforme citamos em “A Universidade para o desenvolvimento do Ser Integral”.) 
“Mas por quê índigo? Por que “Crianças Índigo”?
O nome Criança Índigo refere-se à cor da sua aura, o azul-índigo, que indica uma aura de Mestre. São crianças especiais que decidiram encarnar no nosso planeta com uma missão e um objetivo específico: são guerreiros, detonadores de sistemas! Elas já vêm ao nosso planeta há bastante tempo. Alguns até argumentam que Jesus e Budha eram índigos, pois a missão deles, numa escala global, era mudar a consciência da humanidade.
Nos anos setenta, começaram a vir em ondas. Muitos deles... seres que hoje estão nos seus vinte...trinta anos, a geração guerreira que começou a desafiar e a mudar os velhos sistemas. Nos anos oitenta e noventa, mais e mais ondas de índigos chegaram, agora com uma sensibilidade e refinamento maiores ainda! E no final dos anos noventa e início de dois mil eles estão ganhando a companhia das " Crianças Cristal " que chegam também como guerreiros... mas guerreiros espirituais!
Presentemente, nós estamos vendo uma geração de Mestres vindo para o nosso planeta, essas crianças fantásticas também chamadas de "Crianças das Estrelas". Elas são a nossa esperança para o futuro, elas são a nossa esperança para o presente.
Como reconhecer um Índigo?
A resposta óbvia seria verificar a cor da sua aura. Mas nem todos os Índigos têm a aura na cor azul-escuro o tempo todo. O termo Índigo refere-se mais ao estado da alma do que à cor da aura, que muda um pouco de acordo com sua disposição e seus interesses. Videntes que vêem os estados da alma podem identificar Índigos. No entanto, é fácil identificar um Índigo pela sua sensibilidade, criatividade, espiritualidade e padrões gerais de comportamento.
Como crianças, elas se parecem com todas as outras crianças, embora sejam freqüentemente bonitas e com olhos penetrantes. São sempre altamente inteligentes e cheias de perguntas e exigências. Têm muita energia, são muito ativas, têm muita força de vontade e um senso forte do seu próprio valor e importância. Sabem que são especiais e que estão aqui para fazer alguma coisa significativa. Possuem amigos "imaginários" e adoram fadas e golfinhos.
A inteligência excepcional das crianças índigo pode ser exasperante para os adultos. Ninguém lhes dirá o que fazer, elas quererão debater e negociar cada instrução, cada ordem.  Até que os pais aprendam que estão sendo ensinados e aprendam a respeitar o direito de escolha da criança e honrar essa escolha, eles continuarão a ser confrontados com lutas de poder e batalhas de força de vontade. A maneira correta de lidar com um Índigo é de estar disposto a negociar, explicar, dar-lhe escolhas. Ordens como  "Faça assim porque eu estou mandando" só produzirão hostilidade e indiferença.
Os Índigos geralmente não gostam nada-nada da escola. Ficam entediados pelo passo vagaroso e pelas tarefas repetitivas. Aprendem através do nível de explicação, resistindo à memorização mecânica ou a serem simplesmente ouvintes. São hiperativos, distraem-se com facilidade, tendo baixo poder de concentração. Têm alta sensibilidade, não conseguem ficar quietos ou sentados, a menos que estejam envolvidos em alguma coisa do seu interesse. Por serem orientados pela parte direita do cérebro, quando adultos, são geralmente atraídos por atividades e ocupações que usam o hemisfério direito, como a música, a arte, a escrita, a espiritualidade. Adoram cristais, Reiki, meditação e yoga. São intensivamente leais aos seus amigos, acreditam em honestidade e comunicação nas relações. Ficam freqüentemente desconcertados com a desonestidade, a manipulação e outras formas de comportamento egoísta.
Uma das características-chave dos Índigos é freqüentemente a sua ira. As figuras de autoridade não conseguem nada com elas. Num nível profundo, elas não reconhecem a autoridade. Sabem que somos todos iguais e por isso ficam irritados, furiosos mesmo, com aqueles que se comportam ditatorialmente, quer sejam pais, professores ou patrões. São muito compassivos, amam os animais e qualquer forma de vida; têm muitos medos, como medo da morte e perda dos seres amados. Se experimentam muito cedo decepção ou falha, podem desistir e desenvolver um bloqueio permanente.
Um problema sério quando se trata de Crianças Índigo é o diagnóstico errado habitual dado aos índigos, catalogados como portadores de Transtorno do Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade. Com isso, dá-se medicação a elas, sedando toda a sua imensa potencialidade.
Essas crianças estão aqui para nos ajudar na transformação do mundo. Portanto nós precisamos aprender com elas, principalmente escutando-as e observando-as.
As Crianças Índigo chegam aqui para nos dar um novo entendimento, são verdadeiros presentes para os pais, para o planeta e para o universo. Quando honramos estes pequeninos como presentes, nós vemos a sabedoria divina que eles trazem para ajudar a crescer a vibração do nosso Planeta.
O passo mais importante para entender e se comunicar com essas crianças é mudar a nossa forma de pensar a respeito delas, derrubando os nossos paradigmas para honrar os pequeninos como presentes ao invés de problemas. Assim abriremos as portas para perceber a grande sabedoria que elas trazem. Os pequeninos honrarão essa intenção, e um caminho para o entendimento aparecerá.
Até aqui, falamos dessas crianças maravilhosas, as Crianças Índigo. Mas existe mais... as Crianças Cristal estão chegando! Aguardem.”


domingo, 13 de novembro de 2011

A Tigresa Branca e o Dragão de Jade



As tradições sempre foram muito cuidadosas ao tratar da energia da Criação. Como criadora do próprio Universo, essa energia é uma componente poderosa dele e de todos os seres que o povoam. Daí o cuidado. Uma das suas variações é a energia sexual como a conhecemos vulgarmente na fina camada de vida orgânica sobre o planeta. Mas graças aos preconceitos, poucos sabem que o caminho de volta voluntário à Consciência e Imortalidade pode ser feito através dela. O Taoismo é uma das poucas tradições que a trabalharam com poesia, sobriedade e propriedade e, me perdoem os chauvinistas, foi através principalmente de mulheres, libertárias e corajosas. Eram as Tigresas Brancas.
Tigresa Branca é o nome que se dá a uma mulher que disciplinadamente praticou os exercícios sexuais e espirituais com o objetivo de restaurar sua beleza e juventude para realizar plenamente seu potencial de feminilidade e, o principal, realizar a sua condição e vocação de imortal.
Os ensinamentos sexuais da Tigresa Branca foram criados por mulheres taoistas na China antiga. Há um livro (esgotado e difícil de achar em português) que proporciona um panorama geral dos métodos fundamentais e transformadores do sexo e da filosofia da Tigresa Branca, e revela o que a mulher aprenderia em seus três primeiros anos de prática. Vamos apresentar a introdução quase transcrita do livro, pois está muito clara e didática, e o restante da busca fica por conta de cada um (a).
O livro “Os ensinamentos sexuais da Tigresa Branca” esclarece o contexto histórico e os avanços taoistas dos métodos da Tigresa Branca, com algumas correlações da medicina ocidental moderna visando fundamentar suas convicções e seus exercícios. O livro está organizado de um ponto de vista moderno, para permitir melhor avaliação e uma boa compreensão do valor e dos méritos dessa filosofia. Assim, ele pode ser considerado ao mesmo tempo um livro de filosofia, uma revisão medicinal do sexo e da saúde, e também um moderno exame das práticas sexuais da Tigresa Branca.
A expressão Tigresa Branca é aplicada a pequenas sociedades secretas de uma elite de instrutoras (o instrutor do sexo masculino é chamado de Tigre Branco) que herdaram ensinamentos muito antigos e raros. Criados e estabelecidos há muito tempo na China, os ensinamentos da Tigresa Branca continuam existindo em nosso tempo, com adeptos por toda a Ásia, Europa e agora nas Américas. As sociedades da Tigresa Branca não são grandes e não dispõem de nenhuma outra estrutura, a não ser esses ensinamentos e esses métodos.
Uma Tigresa Branca poderá surgir e atuar qualquer que seja sua maneira de viver. Ela não é restrita por seu ambiente social ou por sua fé religiosa. No passado, as Tigresas normalmente viviam como consortes, concubinas ou monjas taoistas.
Embora as Tigresas seguissem determinadas orientações em seus métodos para obter a essência masculina, ou melhor, a energia sexual, estava inteiramente por conta da vontade de cada adepta mantê-las. A única estrutura real de uma Tigresa era oferecida por sua instrutora - ou instrutor. Também era raríssimo uma Tigresa ter amizade com outra Tigresa, pois suas práticas e suas verdadeiras identidades eram mantidas em segredo, e elas jamais as revelavam a ninguém fora de sua elite.
Normalmente as Tigresas evitavam o contato com outras Tigresas, a não ser umas poucas alunas que se conheciam porque compartilhavam a mesma instrutora ou instrutor. Nenhuma delas conhecia as alunas anteriores da instrutora, nem conheceriam quaisquer das alunas que as seguiriam.
A sociedade da Tigresa Branca era tão secreta que, no máximo, uma adepta poderia conhecer apenas poucas das outras adeptas de sua própria linhagem - e jamais saberia quantas outras linhagens existiriam, se existissem, ou onde poderiam estar exercendo suas habilidades. Uma boa instrutora conheceria apenas sua própria instrutora e suas próprias alunas ...
Embora se possa identificar uma Tigresa por determinadas características físicas, somente uma Tigresa Branca muito experiente poderia conhecer todas essas características e reconhecer uma outra verdadeira Tigresa Branca.
A informação contida neste livro vem de uma linhagem de Tigresa Branca que data de 1784. Embora se possa traçar essa linhagem até essa data, é evidente que ela surgiu de outras linhagens sob um nome diferente ou talvez até sem nome, de tempos bem mais antigos.
O nome "Tigresa Branca" foi tomado de uma expressão chinesa que designa uma mulher com a vagina sem pêlos. Em geral, essas linhagens historicamente recebiam o nome da instrutora e do local em que esta residia.
Neste caso, o manual de 1748 em que o livro se baseia, trazia na página de título a inscrição "Tigresas de Chin Hua, de Nanquim". Em cada instrutora e linhagem sucessora, o nome era alterado. Por razões de clareza, Madame Lin e Hsi Lai, o autor,  resolveram agrupar esses ensinamentos sob um nome comum e pensaram que "Tigresa Branca" seria o mais apropriado, pois todas as linhagens do passado consideravam o significado secreto de seu nome o ideal simbólico de suas adeptas.
Uma definição das expressões:
As expressões abaixo aparecem com freqüência no texto; seguem rápidas explicações para evitar qualquer confusão.
Cortesã
Antecessoras das gueixas do Japão, as cortesãs eram profissionais que entretinham os homens. Sua posição na sociedade chinesa era muito respeitada e reverenciada. As cortesãs eram muito experientes nas artes do amor, e também conheciam música, poesia, artes, negócios e a ética social. Muitas vezes as cortesãs serviam como confidentes e conselheiras nos negócios. Ter a ajuda e a lealdade de uma cortesã era considerado uma grande honra e sinal da fortuna e influência de um homem.
Consorte
Mulheres que não podiam reivindicar a posição de esposa, e viviam mais ou menos segundo a moderna concepção de amante, eram chamadas de consortes. Em geral, residiam em locais separados da família do homem, proporcionando a ele uma trégua para todos os problemas dos negócios e da manutenção da família. Normalmente, as consortes eram adquiridas por sua beleza e encanto; de modo geral, tinham uma vida bastante opulenta e tranqüila.
Concubina
Expressão que significa "esposa secundária". Na China antiga, os homens podiam ter tantas esposas secundárias quantas pudessem sustentar. Normalmente, as concubinas viviam dentro da residência da família, tinham seus deveres domésticos e basicamente serviam para dar um filho do sexo masculino para a posteridade do marido. Dependendo de sua riqueza, o homem podia ter inúmeras concubinas; a maioria delas jamais o servia de maneira sexual. Muitas vezes a concubina era tomada devido a algum arranjo entre duas famílias, em geral para ser instruída, para que mais tarde ajudasse sua própria família. Algumas eram poderosas; homens ricos tinham tantas concubinas que jamais encontravam todas, porque elas estavam espalhadas por diferentes regiões, freqüentando escolas ou dirigindo negócios.
De modo geral, havia três razões para um homem tomar uma concubina: (1) assegurar o nascimento de filhos do sexo masculino em sua linhagem familiar; (2) proporcionar apoio financeiro para uma família e filha de poucos recursos; (3) oferecer ajuda para a t'ai t'ai (esposa) número um na administração da casa; e (4) simplesmente para seu entretenimento e prazer sexual.
Os ocidentais sempre confundiram cortesãs, consortes e concubinas - e as gueixas do Japão - com prostitutas. É algo tão equivocado quanto dizer que na cultura ocidental a esposa é uma prostituta porque seu marido ganha dinheiro, a sustenta e tem relações sexuais com ela. Essas três classes de mulheres podiam ter relações sexuais e serem sustentadas por homens, mas de modo algum isto as transformava em prostitutas. A.expressão usada para prostituta na China é "garota sing-sing" ou "faisão selvagem" - e só era aplicada a mulheres que ofereciam o sexo apenas por dinheiro.
Mulheres taoistas
Na história da China existiam mulheres taoistas que cultivavam o espírito na qualidade de monjas, e se submetiam aos mesmos rigores do celibato e da meditação que seus pares do sexo masculino. Havia ainda outras mulheres taoistas que não residiam nos templos e eremitérios, mas exerciam suas práticas dentro da sociedade convencional; é dessas mulheres que derivam os ensinamentos da Tigresa Branca.
As Tigresas Brancas exerciam os métodos sexuais espirituais para a restauração de sua juventude e para atingir a imortalidade. Com o tempo, as diversas técnicas dessas mulheres levaram à formação das sociedades da Tigresa Branca. Embora jamais se tenham estabelecido como escola organizada de ensino e aprendizado, as linhagens da Tigresa Branca eram passadas em segredo a certas mulheres - e homens - que rejeitavam as idéias dos moralistas e dos confucionistas, que na maior parte da história da China ditaram a estrutura e o comportamento moral das massas.
Taoísmo e Confucionismo
São duas filosofias originadas na China. O taoísmo, em seu âmago, apresenta como filosofia o viver naturalmente no mundo, uma doutrina de não lutar e não interferir no mundo - os taoistas foram os primeiros livres-pensadores na sociedade chinesa. A filosofia taoista baseia-se na obra do Imperador Amarelo (Huang Ti, autor a quem se atribui A clássica Medicina Interior do Imperador Amarelo) e em Lao Tzu
(ou Lao Tsé) e sua obra, o Tao Te Ching, nos textos de Chuang Tzu  no Chuang Tzu, e no Pao P'u Tzu, de Ko Hung.
Esses textos e ensinamentos passaram por incontáveis interpretações em toda a história da China, de modo que o taoísmo se dividiu em muitas seitas, escolas e costumes divergentes. As divisões também foram criadas porque em essência os textos clássicos do taoisrno podem ser interpretados e praticados como qualquer dessas três maneiras: alquimia espiritual, filosofia contemplativa e meio de regeneração sexual. As escolas mais tradicionais do taoísmo adotaram e adaptaram simultaneamente as três interpretações, sem descartar uma em favor de outra. A Tigresa Branca se dedica igualmente às três, passando primeiro pela regeneração sexual, depois pela alquimia espiritual e por fim, pela filosofia contemplativa - misturando e desenvolvendo todas em um período de nove anos.
Por outro lado, os confucionistas acreditavam em uma sociedade ordeira e moral, em que a correção e o dever eram considerados as funções próprias da vida de um homem - a natureza era a natureza e o homem era o homem. Os confucionistas não se incomodavam pensando que o homem tinha de trabalhar em acordo com a natureza. Eram fundamentalistas conservadores morais e acreditavam que os homens eram superiores às mulheres. Os confucionistas também acreditavam na imortalidade, mas apenas em termos de imortalidade biológica, ou seja: a posteridade da linhagem de família. Por isso, ter filhos do sexo masculino tinha tanta importância para os chineses. O taoismo dá ênfase à imortalidade fisiológica, em que a criação de um embrião espiritual e filho da pessoa tinha a maior importância.
Não obstante, os taoistas viam homens e mulheres como parceiros iguais na troca recíproca da criação da harmonia suprema: assim como céu e terra e as forças yin e yang da natureza devem se equilibrar uma a outra para obter alguma forma de realização ou harmonia. Deve-se dizer que o taoismo é semelhante à maneira como viviam os Índios norte-americanos, e o confucionismo é ainda mais parecido com o que os Índios americanos chamavam de "governo do homem branco". Esta analogia talvez deixe mais clara a divergência entre o taoísmo e o confucianismo na China antiga.
Imortalidade
Há uma ampla divergência do significado do conceito de imortalidade nas escolas do taoísmo. Algumas escolas acreditam na imortalidade física, em que o corpo pode ser preservado pelo tempo que a pessoa considerar necessário. Outro significado é que o espírito e a consciência permanecem intactos e lúcidos durante a morte e assim teriam capacidade para se dirigir aos paraísos dos imortais ou reinos celestiais da existência, em vez de retomar ao reino terrestre. O significado mais prático é que a pessoa viva além de cem anos de idade em boa saúde ou, como dizem os chineses, "mantém a juventude na velhice". Para a Tigresa, a imortalidade contém a idéia de viver em excelente saúde, vivendo por mais tempo com boa disposição e aparência física jovial, em lúcida consciência até a morte.
Restauração da juventude
O objetivo da restauração da juventude é retomar a condição física dos anos da adolescência, não retornar ao apogeu dos catorze anos ou esperar que os seios diminuam de tamanho e assim por diante ... mas antes readquirir a aparência e o funcionamento que a pele, os cabelos, a vagina, os seios, o tônus muscular, a audição e a visão possuíam na adolescência e no início da idade adulta da mulher. Algumas das sensações físicas e da energia dos anos da adolescência voltarão a ser experimentadas de modo muito parecido. A Tigresa Branca acredita que uma mulher pode recuperar de cinco a quinze anos, dependendo da idade em que começar a praticar e do quanto o envelhecimento a tenha prejudicado. Um velho ditado taoista diz que "ninguém pode lograr a morte e a velhice, mas com certeza é possível criar obstáculos para a morte e a vida pode ser prolongada."
Qi (ou Chi, ou Ki)
"Energia," "fôlego" e "força vital" são interpretações que se pode dar ao Qi. Em suma, é a energia vital interior estimulada na acupuntura e a energia que os asiáticos acreditam animar todas as formas de vida. O calor do corpo humano é uma conseqüência do Qi, uma espécie de oxigênio inerente no corpo e no sangue, que estimula a vitalidade e a capacidade de resistência. Os chineses acreditam que o corpo tem a possibilidade de viver por certo período sem alimento, sem respirar ou sem a circulação do sangue - mas sem o Qi ele não pode existir sequer por um momento.
Ching
É a necessidade primordial que as pessoas têm de se reproduzir, o comportamento que usamos para expressar o desejo sexual; as substâncias contidas nos fluidos sexuais - a força regeneradora - são o ching ou energia sexual.
O orgasmo é a experiência mais intensa de um indivíduo. Nenhuma outra experiência é tão completamente concentrada, nenhuma proporciona tanto prazer, tal sensação de liberação e relaxamento, nenhuma intensifica tanto todos os sentidos da pessoa. A energia sexual é a mais forte de todas as forças existentes nos seres humanos, que se expressa em nossa vida cotidiana de incontáveis maneiras, do consumo de alimentos à atividade sexual.
O orgasmo emite a energia sexual do organismo, não apenas em fluidos, mas também como importante força psicológica. A Tigresa descobre como absorver e usar em toda a sua plenitude os fluidos e as energias de seu próprio orgasmo e do orgasmo do homem para beneficiar sua saúde e bem-estar.
Como a energia sexual é a força e a influência mais forte na condição humana, a Tigresa prefere fazer uso dela para apressar sua obtenção da juventude e da imortalidade. No Ocidente, ainda temos de compreender plenamente a conexão inerente que existe entre sexualidade e espiritualidade. Para o taoista, o refinamento sexual e espiritual do ching (energia sexual, funções físicas), do Qi (energia vital, respiração) e do shen (espírito, consciência) - os Três Tesouros - é o segredo com que desvendar não apenas a recuperação da nossa juventude, mas também de nossa imortalidade.
Quando dirigida de modo negativo, a energia sexual pode causar inúmeras inquietações ou indisposições, de desordens alimentares a traumas psicológicos. Não importa a sua preferência, quer você o deseje ou se abstenha dele, o sexo ainda é uma corrente subterrânea na sua condição física e ao mesmo tempo no seu temperamento psicológico. Cada ser humano pode fazer uso do sexo de maneira positiva ou de maneira negativa.
Dragão de Jade
É um correspondente masculino que a Tigresa poderá ter. Não era apenas um parceiro nas atividades sexuais, mas também seu benfeitor e seu protetor. Normalmente eles permaneciam juntos por um período de três anos e depois decidiam separar-se ou não. Todo o seu relacionamento era estruturado num acordo de se ajudarem nos exercícios.
Dragão Verde
São os parceiros do sexo masculino seduzidos por uma Tigresa, com o único objetivo de adquirir energia sexual e sêmen. Ao contrário de um Dragão de Jade, os Dragões Verdes são indispensáveis e decisivos para que os exercícios da Tigresa funcionem, pois mesmo que ela tivesse um, o Dragão de Jade seria incapaz de fornecer a necessária energia sexual e o sêmen necessário para um período de três anos. Os encontros com os Dragões Verdes são casos sexuais muito disciplinados. Muita preparação e muito destaque são dedicados para descobrir e encontrá-los.
Para se tornar uma imortal
O primeiro objetivo físico da Tigresa é recriar em seu corpo as reações sexuais que surgiram na adolescência e que seriam úteis em sua recuperação física. Com isso, ela retarda o processo do envelhecimento.
Depois, ela começará a desenvolver os exercícios e as experiências de Absorção da Energia Sexual Masculina, também conhecida como Absorção do Fôlego do Dragão. A absorção é a capacidade de induzir física e mentalmente a energia do orgasmo masculino para dentro de si, com o que ela usará essa energia masculina (yang tanto para fortalecer como para aperfeiçoar sua própria energia feminina (yin).
Assim, é seu exercício de Absorver o Fôlego do Dragão que leva à meta espiritual de atingir a Iluminação da Mente, a experiência de ver muitas luzinhas como se fossem pequenas lanternas oscilando delicadamente dentro de sua cabeça. A Tigresa precisa sentir essa iluminação nove diferentes vezes para produzir a energia suficiente para criar seu Espiritual da Virgem Imortal e, em nome do progresso, ela tenta provocar essas nove iluminações num período de três anos. Assim como o seu correlato, o homem taoista, ela precisa desse feto espiritual para passar pela metamorfose da mortalidade para a imortalidade. É melhor pensar nisso como uma gravidez espiritual, em que dar à luz ao feto espiritual é como desprender seu corpo mortal em troca de um corpo imortal - ou como a lagarta que solta seu casulo e surge como borboleta. Assim, ao examinar a prática da Tigresa à luz da analogia da borboleta, o Período de Restauração (os primeiros três anos da prática) é o mesmo que uma lagarta em desenvolvimento, o Período da Preservação (os segundos três anos) é o momento em que a lagarta se embrulha no casulo, e o Período do Refinamento (os últimos três anos), o surgimento da borboleta.
Qigong (também conhecido como Chi Kun) significa literalmente "trabalhar a respiração" - mas Qi também significa "energia vital" e gong também significa "recursos competentes". Toda a idéia de Qigong é fortalecer a respiração e a energia vital do organismo o bastante para beneficiar a saúde física e mental da pessoa. A maioria dos livros taoistas de Qigong hoje populares contêm algumas impressões equivocadas, basicamente evidentes naquilo a que de modo geral é conhecido como Circuito Celestial Menor, que é o exercício de fazer o Qi subir pela espinha dorsal e descer pela frente do corpo. Segundo esses livros, o objetivo para o homem ou para a mulher é praticar as técnicas de visualização e respiração para obter a circulação do Qi por dois meridianos: jen mo, ao longo da espinha, e tu mo, pela frente do corpo.
Essa intenção é correta, mas não o processo ou a maneira como tem sido apresentada. Em primeiro lugar, esses livros dão a impressão de que uma pessoa pode chegar a esta circulação do Qi simplesmente através da visualização e da respiração. Nada poderia estar mais longe da verdade. Sentir a circulação do Qi uma única vez em uma única ocasião, para não falar em ter a sensação desta circulação em nove diferentes momentos, pode exigir toda uma vida de prática - e poucos taoistas podem conseguir isto. Esta é a razão pela qual os taoistas praticam o Tai Chi Chuan, o Qigong, a alquimia interior, a meditação e assim por diante, durante a vida inteira. Muitos autores tomam os antigos diagramas e as antigas explicações taoistas e apresentam a idéia de circulação como algo imediato, lugar comum e fácil de atingir, quando na verdade é o resultado ou efeito de muita prática.
Em segundo lugar, e ainda mais importante para entender, este processo de fazer o Qi circular nove vezes é importante para o aperfeiçoamento do homem, mas não para o progresso da mulher. Por outro lado, a iluminação é de suprema importância para ela.
Um homem tem de sentir a circulação do Qi através dos meridianos antes que a experiência da iluminação seja desencadeada, mas sentir a circulação ainda não é nenhuma garantia de que a iluminação virá a seguir. Por outro lado, a mulher pode sentir a iluminação sem ter de fazer o Qi circular, porque biológica e espiritualmente ela já está preparada para a gravidez. O homem não está preparado e por isso tem de abrir seu tan-t'ien primeiro, para conseguir fazer o Qi circular. Tan-t'ien significa "o campo do elixir" - fisicamente, é um centro do ser humano, um ponto no baixo abdômen para onde a respiração deverá ser dirigida e onde se concentrará para que o Qi se acumule e se desenvolva. Mais importante, é onde ocorre a gravidez espiritual ou o embrião do espírito. Um homem só terá a iluminação depois de abrir o seu tan-t'ien.
A Tigresa deverá fazer um grande esforço: ter nove diferentes iluminações em três anos não é fácil. Poucas Tigresas conseguem essa iluminação - assim como poucos homens taoistas algum dia conseguirão criar seu feto espiritual. No entanto, ambos adquirem uma excelente saúde e a restauração em seus esforços para atingir a iluminação e fazer o Qi circular, portanto ninguém deve pensar que a viagem é inútil ou a meta inatingível.
Como não precisam fazer o Qi circular para atingir a iluminação, de certa maneira as mulheres têm uma tarefa mais fácil. Pode-se usar a analogia da gravidez: a mulher só precisa receber o esperma em um óvulo fértil para engravidar. Para ela, o verdadeiro trabalho é incubar esse óvulo durante nove meses para parir uma criança. Da mesma forma, ela só precisa absorver o yang shen (a energia e essência sexual espiritual do homem) para ter a iluminação e deve sentir a iluminação em nove vezes separadas para criar seu feto espiritual.
Por outro lado, o homem tem de se reinventar, por assim dizer, para criar uma gravidez espiritual dentro de si. É por isso que ele precisa fazer o Qi circular em nove momentos diferentes, e é por isso que ele precisa injetar uma gota de refinado yang shen (a essência sexual refinada - análoga a uma célula de esperma ligando-se ao óvulo fértil) em seu tan-t'ien para criar um embrião ou feto espiritual.
Contudo, os processos que devem acontecer para o homem criar uma gravidez espiritual não podem ser praticados como exercícios. A circulação do Qi e a iluminação ocorrem mais como resultado de seus exercícios de Inverter o Ching para o Cérebro, retenção do esperma, meditação e ritmo de respiração - exatamente como ocorre com a mulher grávida a partir do processo em que o esperma procura e chega ao óvulo, não apenas devido ao ato sexual físico. Portanto, as Tigresas vêm seu processo de criar um feto espiritual como a absorção da energia sexual masculina de modo muito parecido ao modo com o seu óvulo fértil absorve a célula do esperma para criar uma vida nova. Por outro lado, os homens precisam juntar os fluidos seminais e o esperma nos testículos para depois ejacular o esperma, permitindo que a célula saia em sua viagem para encontrar o óvulo fértil. É análogo ao processo de enviar o Qi em uma viagem para terminar em seu tan-t'ien para criar sua gravidez espiritual."
Para o verdadeiro taoista e para a Tigresa, a gravidez física imita a gravidez espiritual: o sexo físico e o sexo espiritual são vistos por eles como macro e micro imagens-espelho um do outro. Ambos compreendem não apenas que o sexo é sua força interior mais poderosa, mas que homens e mulheres têm um papel diferente na criação de fetos materiais e espirituais. O homem cria doando esperma, a mulher cria recebendo-o. Portanto, o homem deve criar (refinar) sua gota de yang shen para se engravidar espiritualmente. A mulher precisa receber (absorver), o yang shen para se engravidar espiritualmente. O sexo físico exige a relação sexual, quando o óvulo da mulher e o esperma do homem se juntam. O sexo espiritual implica em processos mentais em que a essência yin reúne e se funde com a essência yang para as mulheres e a essência yang reúne e se funde com a essência yin para os homens.
Nota - Para maior informação a respeito dos métodos taoistas masculinos de desenvolver' o Qi, reverter o Ching para o cérebro e meditação, veja Qi Gong Teachings of a Taoist Immortal, de Stuart Olson, editora Inner Traditions.
À luz dessa informação, é interessante mostrar como os livros taoistas típicos dão ênfase ao ponto de vista do homem, deixando implícito que o aperfeiçoamento é, e sempre parte, do domínio dos homens. Quando se olha da perspectiva da Tigresa, as mulheres têm uma capacidade mais natural de atingir a imortalidade e as metas do aperfeiçoamento taoista porque são biologicamente mais adaptáveis e mais receptivas. Contudo, presumir que a mulher é superior no aperfeiçoamento espiritual seria um equívoco, pois homens e mulheres devem usar as táticas que mais lhes convenham. Este problema surgiu do desconhecimento sobre as diferenças; por isso, algumas mulheres se empenham em métodos taoistas de aperfeiçoamento que são mais propícios para os homens e assim entram em desvantagem.
Para realizar seus objetivos, a Tigresa periodicamente usa os Dragões Verdes, homens que são seduzidos unicamente por sua energia sexual. Ela estará com eles não mais do que nove vezes em um dado período e em geral será observada, secreta ou abertamente, pelo seu Dragão de Jade durante a sedução de Dragões Verdes. Muitas Tigresas procuram Dragões Verdes, mas uma Tigresa não precisa de um Dragão de Jade para atingir seus objetivos.
Esse parceiro é adquirido por três razões: apoio financeiro, proteção física e por ser um parceiro confiável para as Técnicas Transformadoras mais avançadas.
Em essência, a Tigresa começa seus exercícios em um nível físico, para restaurar e preservar sua juventude. Uma vez obtidas as metas e os aspectos físicos, ela passa para o nível mais espiritual, o período transformador, em que a experiência da absorção é como uma ponte ligando esses dois momentos. Como em qualquer exercício espiritual, os aspectos físicos devem ser dominados antes de dominar o espiritual- exatamente a mesma premissa ensinada em todos os exercícios de meditação, artes marciais e ioga.
A Tigresa Branca é muito disciplinada no exercício das atividades sexuais e no tempo gasto nessas ações. Uma Tigresa só se envolve em certos atos sexuais disciplinados. Ela adota um plano que não interfira muito em sua vida cotidiana normal. Embora o plano dos exercícios e o tempo gasto não sejam intensos, seus encontros sexuais o são.
Como acontece com a maioria das ideologias e exercícios dos chineses, o rigor e a disciplina estão na base dos exercícios da Tigresa Branca. Entretanto, apesar do rigor e da disciplina projetados nesses exercícios, as Tigresas são muito apaixonadas e se entregam - apaixonadas não somente em relação ao exercício, mas também em relação aos homens com quem entram em contato. Para a Tigresa, a paixão é o meio pelo qual ela pode realizar seu objetivo final. Assim, quando estiver lendo este material, jamais esqueça que as Tigresas procuram ser encarnações da paixão e da entrega.
A filosofia da Tigresa Branca vai ao âmago e à origem da sexualidade e espiritualidade da mulher. O conteúdo apresenta certa dificuldade, para dizer o mínimo, mas não há como escapar ao fato de que não importa qual seja a preferência sexual - da obsessão à completa abstinência, o sexo envelhece a pessoa. O sexo é como uma droga: o exagero degrada e destrói, mas utilizá-lo corretamente pode restaurar e preservar uma pessoa. A Tigresa se concentra em usar o sexo corretamente como remédio.
A Tigresa vê o sexo exatamente como alguém veria a busca de uma profissão, o que significa separar algum tempo para o aprendizado dessa profissão. Seus exercícios não são simples exercícios de proezas sexuais, nem exercícios visando a beleza - antes, e mais importante, ela se torna uma Tigresa para que possa verdadeiramente se conhecer e aplicar a energia e a confiança que acaba de descobrir para realizar qualquer tarefa que decida empreender.
De modo geral não temos nenhuma idéia do quanto o sexo pode ser poderoso e positivo, especialmente quando aprendemos a dominá-lo e dirigí-lo. Para a Tigresa, o sexo é uma disciplina na superação de seu maior inimigo: seu próprio ego.
Muitas pessoas talvez não concordem com os métodos da Tigresa Branca, mas ela ergue o véu escuro do conformismo e da moralidade sexual para encontrar a verdade e os recursos da energia sexual e assim descobrir o remédio para se tratar da condição mortal: o envelhecimento, a doença e a morte não natural.

domingo, 6 de novembro de 2011

A Arte e a Consciência

As pessoas tem perguntado sobre a Arte, e qual o seu papel no processo de evolução do Ser, no caminho de volta.
Considerando-se que a única razão da existência dos seres é a transformação alquímica consciente da sua matéria densa em sutil, tudo o que pode ser utilizado nesse processo é bem vindo. E a Arte está nos primeiros lugares dessa lista desde os primórdios da humanidade. O ser humano tem sido conduzido pelas escolas autênticas a uma habilidade em transformar atividades corriqueiras em Arte, e portanto caminhos de evolução da consciência. É o caso da cerimônia do chá, do tiro de arco, do cozinhar, da ouriversaria tradicional, da caligrafia, da pintura, da poesia, das lendas infantis, da fabricação dos antigos tapetes orientais através da dança, dos monumentos antigos, da construção precisa das estátuas de deuses, das catedrais góticas, do sexo, e por aí afora...um só caminho já é suficiente. Não é preciso ler, aprender ou praticar sobre tudo. A maioria das pessoas que buscam já sabem o essencial. É só praticar no Agora, e não no tempo, como diz Eckhart Tolle.
Há apenas um porém no papel da Arte no processo de evolução do Ser: segundo a tradição antiga, existem dois tipos de arte, a Arte Objetiva e a arte subjetiva,  e 7 tipos de Ser, conforme o seu nível e portanto sua relação com a evolução, segundo Gurdjieff:
Os homens número 1, 2 e 3  são a humanidade mecânica que não evoluiu após o nascimento.
•    O homem número 1 tem o centro de gravidade psíquico no centro físico motor e sexual. 0 2 no emocional. 0 3 no intelectual
•    0 4 nasceu 1ou 2 ou 3 e evoluiu. Já é produto de uma Escola Interior, mas não atingiu a Unidade psíquica.
•    0 5 idem, mas já atingiu a Unidade psíquica
•    O 6 já tem propriedades do 7 mas ainda não permanentes
•    O 7 chegou ao topo. Possui a Vontade, a Consciência e um Eu permanente e imutável.
Ouspenski relata os ensinamentos de Gurdjieff (G) sobre a relação entre a Arte e o homem, nessa sua multiplicidade.
“ - Atualmente, disse G, você não compreende ainda que os homens podem pertencer a níveis muito diferentes, sem parecer diferir em nada uns dos outros. Ora, há diferentes níveis de arte, assim como diferentes níveis de homens. Mas você não vê hoje que a diferença entre esses níveis é muito maior do que imagina; coloca tudo no mesmo plano, justapõe as coisas mais diferentes e imagina que os diferentes níveis lhe são acessíveis.
“Tudo o que você chama arte é apenas reprodução mecânica, imitação da natureza - quando não de outros "artistas" - simples fantasia ou ainda ensaio de originalidade: tudo isso não é arte para mim. A arte verdadeira é totalmente diferente. Em certas obras de arte, em particular nas obras mais antigas, você é tocado por muitas coisas que não se pode explicar e que não se encontram nas obras de arte modernas. Mas, como não compreende onde está a diferença, esquece disso muito depressa e continua a englobar tudo sob o mesmo rótulo. E, no entanto, a diferença entre a sua arte e a de que falo é enorme. Em sua arte, tudo é subjetivo: a percepção que o artista tem desta ou daquela sensação, as formas nas quais procura expressá-la e a percepção dessas formas pelos outros, Em presença de um só e mesmo fenômeno, um artista pode sentir de certo modo e outro artista de modo inteiramente diferente. Um mesmo pôr de sol pode provocar sensação de alegria num e de tristeza noutro. E eles podem esforçar-se por exprimir a mesma percepção por métodos ou formas sem relação entre si; ou, então, percepções muito diversas sob uma mesma forma, segundo o ensinamento que receberam ou em oposição a ele. E os espectadores, os ouvintes ou os leitores perceberão, não o que o  artista lhes queria comunicar ou o que sentiu, mas o que as formas pelas quais tiver expressado suas sensações lhes façam experimentar por associação. Tudo é subjetivo e tudo é acidental, isto é, baseado em associações: as impressões acidentais do artista, sua "criação" (acentuou a palavra "criação") e as percepções dos espectadores, ouvintes ou leitores.
- Na arte verdadeira, ao contrário, nada é acidental. Tudo é matemático, Tudo pode ser calculado e previsto de antemão. O artista sabe e compreende a mensagem que quer transmitir e sua obra não pode produzir certa impressão num homem e impressão completamente diferente noutro, sob a condição, naturalmente, de que se tomem pessoas de um mesmo nível. Sua obra produzirá sempre, com certeza matemática, a mesma impressão.
"Entretanto, a mesma obra de arte produzirá efeitos diferentes sobre homens de níveis diferentes. E os de nível inferior nunca extrairão dela tanto quanto os de nível mais elevado. Eis a arte verdadeira, objetiva. Tome, por exemplo, uma obra científica - um livro de astronomia ou química. Não pode ser compreendido de duas maneiras; qualquer leitor suficientemente preparado compreende o que o autor quis dizer e precisamente do modo pelo qual o autor quis ser compreendido. Uma obra de arte objetiva é exatamente semelhante a um desses livros, com uma única diferença: de que se dirige à emoção do homem e não à sua cabeça
- Existem em nossos dias obras de arte desse gênero?
- Naturalmente que existem, respondeu G. A grande Esfinge do Egito é uma delas, do mesmo modo que certas obras arquitetônicas conhecidas, certas estátuas de deuses e muitas outras coisas ainda. Certos rostos de deuses ou de heróis mitológicos podem ser lidos como livros, não com o pensamento, repito, mas com a emoção, desde que esta esteja suficientemente desenvolvida, No curso de nossas viagens à Ásia Central, encontramos no deserto, ao pé do Hindu Kush, uma curiosa escultura.que, à primeira vista, pensamos representar um antigo deus ou demônio. Causou-nos a princípio somente uma impressão de estranheza. Cedo, porém, começamos a sentir o conteúdo dessa figura: era um grande e complexo sistema cosmológico. Pouco a pouco, passo a passo, deciframos esse sistema: estava inscrito sobre seu corpo, sobre as pernas, sobre os braços, sobre a cabeça, sobre o rosto, sobre os olhos, sobre as orelhas e sobre todas as suas partes. Nada tinha sido deixado ao acaso nessa estátua, nada era desprovido de significação. E, gradualmente, esclareceu-se em nós a intenção dos homens que a haviam erigido. Podíamos, daí por diante, sentir seus pensamentos, seus sentimentos. Alguns dentre nós acreditavam ver seus rostos e ouvir suas vozes. Em todo caso, havíamos captado o sentido do que queriam nos transmitir através de milhares de anos e, não somente esse sentido”
 Eu (Ouspenski) estava multo interessado pelo que G. dissera a respeito da arte. Seu exemplo de divisão entre arte subjetiva e arte objetiva era muito evocador para mim. Ainda não compreendia tudo o que ele colocava nessas palavras. Mas sempre sentira, na arte, certas divisões e gradações, que .eu não podia, aliás, definir nem formular e que ninguém jamais formulara. Entretanto, sabia que essas divisões e gradações existiam. De modo que todas as discussões sobre arte que não as admitiam pareciam-me frases ocas, vazias de sentido e inúteis.
Graças às indicações que G. me dera dos diferentes níveis que não chegamos a ver nem compreender, sentia que devia existir um caminho de acesso a essa mesma gradação que eu sentira, mas não havia podido definir. Em geral, muitas coisas ditas por G. me espantavam. Havia nelas idéias que eu não podia aceitar e me pareciam fantásticas, sem fundamento. Outras, ao contrário, coincidiam estranhamente com o que eu mesmo pensara ou confirmavam resultados aos quais já havia chegado há muito tempo.
Sobretudo estava interessado no encadeamento do que ele dissera. Sentia já que seu sistema não era um amontoado de idéias, como todos os sistemas filosóficos e científicos, mas um todo indivisível, do qual, aliás, até então, só vira alguns aspectos.”
Mais adiante ele relaciona a busca de uma “linguagem universal” com a arte:
“- Há muito que os homens se esforçam por encontrar uma linguagem universal, dizia. E nesse campo, como em muitos outros, buscam o que foi encontrado desde há muito e tentam inventar algo cuja existência era bem conhecida antigamente. Já disse que não há uma, mas três línguas universais ou, para falar com mais exatidão, três graus de uma mesma língua. Em seu primeiro grau, esta língua já torna possível às pessoas a expressão de seus próprios pensamentos e a compreensão dos outros, quando se trata de coisas para as quais a linguagem comum é impotente.
“- Que relações têm essas linguagens com a arte? disse alguém. E a própria arte não representa essa "linguagem filosófica" que outros procuram intelectualmente? “
“- Não sei de que arte fala, disse G . Há Arte e arte. Já devem ter reparado, sem dúvida, que em nossas reuniões com muita freqüência me interrogaram, sobre a arte e que sempre evitei qualquer conversa sobre esse assunto. Acho, de fato, totalmente desprovidas de sentido todas as conversas ordinárias sobre a arte. O que as pessoas dizem nada tem a ver com o que pensam e nem mesmo percebem isto. Além disso, é perfeitamente vão tentar explicar as verdadeiras relações das coisas a um homem que não sabe o A B C sobre si mesmo, isto é, sobre o homem. Mas estudamos suficientemente para que ,a partir de agora tenham alguma noção desse A B C, de modo que talvez lhes fale hoje sobre a arte”.
"Lembrarei primeiramente que há duas espécies de arte sem termo de comparação entre si - a arte objetiva e  a arte subjetiva. Tudo o que conhecem, tudo o que chamam arte é a arte subjetiva que, de minha parte, evitarei chamar arte, porque reservo este nome à arte objetiva.
"O que chamo arte objetiva é muito difícil de definir, primeiro porque vocês atribuem as características dela à arte subjetiva e, segundo, porque colocam as obras de arte objetiva, quando na presença delas, no mesmo nível que as obras de arte subjetiva.
"Vou expor claramente minha idéia. Vocês dizem: um artista cria. Reservo esta expressão para o artista objetivo. Para o artista subjetivo, digo que nele "isto se cria". Mas vocês não distinguem a diferença; e, no entanto, é imensa. Além disso, atribuem à arte subjetiva uma ação invariável, ou seja, crêem que todo mundo reagirá 'do mesmo modo às obras de arte subjetiva. Imaginam, por exemplo, que uma marcha fúnebre provocará em todos pensamentos tristes e solenes e que qualquer música de dança provocará pensamentos felizes. De fato, esse não é absolutamente o caso. Tudo depende das associações. Se me acontece ouvir pela primeira vez, sob o peso de grande infortúnio, uma melodia alegre, esta provocará em mim depois disto, durante toda a minha vida, pensamentos tristes e opressivos. E se, num dia em que me sinta particularmente feliz, ouvir uma melodia triste, esta sempre provocara em mim pensamentos felizes. E o mesmo ocorre com tudo.
"Entre a arte objetiva e a arte subjetiva a diferença está em que, no primeiro caso, o artista "cria" realmente - faz o que tem a intenção de fazer, introduz em sua obra as idéias e os sentimentos que quer. E a ação de sua obra sobre as pessoas é absolutamente precisa; elas receberão, cada uma de acordo com seu nível, naturalmente, as próprias idéias e sentimentos que o artista quis transmitir-lhes, Quando se trata de arte objetiva, não pode haver nada de acidental, nem na própria criação da obra, nem nas impressões que dá.
"Quando se trata de arte subjetiva, tudo é acidental. O artista, como já disse, não cria; nele "isto se cria sozinho". O que significa que tal artista está em poder de idéias, de pensamentos e de humores que ele mesmo não compreende e sobre os quais não tem o mínimo controle. Eles o governam expressam-se por si mesmos sob uma ou outra forma. E, quando tomaram acidentalmente tal ou qual forma, essa forma, da mesma maneira acidental, produz esta ou aquela ação sobre o espectador segundo seus humores, gostos, hábitos e a natureza da hipnose sob a qual vive. Aqui nada é invariável, nada é preciso. Na arte objetiva, ao contrário, nada há de impreciso.
- A arte não corre o risco de desaparecer tornando-se assim precisa? perguntou um de nós. E não há, justamente, certa imprecisão, um não sei quê que distingue, digamos, a arte da ciência? Se esta imprecisão desaparecer, se o próprio artista não mais ignorar o que quer obter, se souber de antemão a impressão que sua obra produzirá sobre o público, será então um "livro"...Não será mais arte.
Não sei de que está falando, disse G. Temos medidas diferentes:aprecio a arte por sua consciência e você a aprecia tanto mais quanto for inconsciente. Não nos podemos compreender.  Uma obra de arte objetiva deve ser um "livro", como diz; a única diferença é que o artista não transmite suas idéias diretamente através das palavras, sinais ou hieróglifos, mas através de certos sentimentos que ele desperta conscientemente e de maneira metódica, sabendo o que faz e por que o faz.

Estátua de Zeus, por Fídias
- Certas lendas, disse então um dos ouvintes, falam de estátuas de deuses, nos antigos templos da Grécia - por exemplo a estátua de Zeus em Olímpia - que produziam em todo mundo uma impressão bem definida, sempre a mesma.
- Totalmente exato, disse G .. E o fato de tais lendas existirem mostra que os Antigos tinham compreendido a diferença entre a arte verdadeira e a arte falsa; o efeito produzido pela primeira é sempre o mesmo, o efeito produzido pela segunda é sempre acidental.
- O senhor não nos poderia indicar outras obras de arte objetiva? Há algo que possamos chamar objetivo na arte contemporânea? Quando foi criada a última obra de arte objetiva? Quase todo mundo se tinha posto a falar e a fazer perguntas desse gênero a G.
- Antes de falar de tudo isso, respondeu, devem compreender os princípios. Se os compreenderem, serão capazes de responder, vocês mesmos, a todas essas perguntas. Mas se não compreenderem os princípios, nada poderia dizer que lhes pudesse explicar seja o que for. Foi a esse respeito que foi dito: “olharão com seus olhos e não verão, escutarão com eus ouvidos e não ouvirão”.
Só lhes darei um exemplo - a música. Toda a música objetiva baseia-se nas oitavas interiores. E pode dar resultados precisos, não só de ordem psicológica, mas de ordem física. Existe uma música tal, que congela as águas. Existe uma musica capaz de matar um homem imediatamente. A história da destruição das muralhas de  Jericó pela música é uma lenda de música objetiva. Nunca a música comum, seja qual for, fará cair muralhas, mas a música objetiva, na verdade, pode fazer isso. E não só pode destruir como pode também edificar. A lenda  de Orfeu é tecida sobre lembranças como essas de música objetiva, porque Orfeu servia-se da música para ensinar. A música dos encantadores de serpentes, no Oriente, tende para a música objetiva, mas de maneira muito primitiva. Freqüentemente trata-se apenas de uma nota só, quase sem modulação e prolongada indefinidamente; dentro desta simples nota desenvolvem-se sem cessar "oitavas interiores" e, nessas oitavas, melodias inaudíveis, mas que podem ser sentidas pelo centro emocional. E a serpente  ouve essa música ou, mais exatamente, sente-a e obedece-lhe. Uma música dessa espécie, apenas um pouco mais complexa, faria homens obedecerem.
Assim, vêem que a arte não é só uma linguagem, mas algo muito maior. E se lembrarem do que disse sobre os diferentes níveis do homem, compreenderão o que acabo de dizer sobre a arte. A humanidade mecânica é composta de homens número 1, 2 e 3 e estes, naturalmente, só podem ter uma arte subjetiva. A arte objetiva requer, pelo menos, vislumbres de consciência objetiva; para poder extrair alguma coisa dela, são necessários uma grande unidade interior e um grande controle de Si Mesmo.